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2º Trimestre de 2011 - Lição 06

Dons que Manifestam a Sabedoria de Deus

TEXTO ÁUREO

"Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja" (1Co 14.12). –

VERDADE PRÁTICA

Através dos dons da palavra de sabedoria e da ciência, o Espírito Santo capacita-nos a conhecer fatos e circunstancias que somente Deus conhece.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 16.16-24


I. INTRODUÇÃO

Dando seqüência ao estudo sistemático acerca dos dons espirituais, veremos hoje os dons espirituais que manifestam a sabedoria divina: a palavra da sabedoria, a palavra da ciência e o discernimento de espíritos, baseado no texto de 1 Coríntios 12.8-10. É evidente que o objetivo final é que estejamos cônscios da importância desses dons para a igreja hoje, não que os demais dons sejam de menor importância, até mesmo porque, é “por distribuições do Espírito Santo segundo a sua vontade" (Hb 2.4) que estes dons são concedidos (cf. 1Co 12.11), “ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (1Co 12.31; 14.1)” [2]. Boa aula!


II. DESENVOLVIMENTO

I. OS DONS DO ESPIRITO SANTO

1. Os dons espirituais.

Já vimos que uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos crentes visando à edificação e à santificação da igreja. Encontramos outras listas de dons em Rm 12.6-8 e Ef 4.11, e é mediante o exercício destes dons que o crente serve na igreja de modo mais permanente. A lista exposta em 1Co 12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes maneiras. O Pr Ciro Sanches Zibordi assim discorre acerca da quantidade dos dons: “Os dons são muitos, e não apenas nove, como muitos pensam. Segundo a Bíblia, há diversidade de dons, ministérios e operações (1 Co 12.6-11,28). O fruto do Espírito também não pode ter as suas virtudes quantificadas. Quem afirma que são apenas nove os elementos formadores do fruto toma como base apenas Gálatas 5.22. Mas há várias outras passagens que tratam dessa doutrina paracletológica, como Efésios 5.9; Colossenses 3; 2 Pedro 1.5-9, etc” [3]. Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11, 24; 2Co 11.13-15; 2Ts 2.8-10). A recomendação bíblica é que o crente não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual, sem antes “provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1; 1Ts 5.20,21).


2. Classificação dos dons.

O propósito do Evangelho de Cristo é demonstrar o poder e a sabedoria de Deus aos homens, conforme Paulo escreve aos Coríntios: “Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus” (1Co 1.24). A operosidade dos dons promove a expansão da Igreja e a fortalece, a fim de vencer as dificuldades, perseguições e oposições. Os dons são necessários ao triunfo dos crentes sobre as adversidades do cotidiano (At 5.14; 6.7; 9.31; 16.5; 19.20). Em 1Co 12.8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características desses dons, mas noutros trechos das Escrituras temos ensino sobre os mesmos. Esta lição trata de maneira sucinta, da operação desses dons, analisando-os genericamente a fim de fornecer-nos uma visão geral deles. O comentarista realiza uma subdivisão dos dons listados em 1Co 12 em:

a). Dons que manifestam a sabedoria de Deus:- palavra da sabedoria; palavra da ciência; discernir os espíritos;

b). Dons que manifestam o poder de Deus:- fé; dons de curar; operação de maravilhas; e

c). Dons que manifestam a mensagem de Deus: profecia; variedade de línguas; e interpretação de línguas.


3. A escassez dos dons.

Nos capítulos 12 a 14 de 1Coríntios, Paulo elabora sua tese acerca dos dons do Espírito Santo concedidos ao corpo de Cristo, os quais foram indispensáveis à igreja primitiva e que permanecem disponíveis e indispensáveis à igreja até que Jesus volte. Sem eles, a Igreja estará débil e seus membros deixam de fortalecer e de ajudar uns aos outros no padrão estabelecido por Deus. Os crentes que têm amor genuíno pelos que também pertencem ao corpo de Cristo devem buscar os dons espirituais a fim de poderem ajudar, consolar, encorajar e fortalecer os necessitados (1Co 12.17). A distribuição é soberana, mas isso não implica em que devamos esperar passivamente que Deus distribua os dons do Espírito Santo, antes, devemos ansiar e buscar os melhores dons (1Co 12.7-10). Devemos, com zelo, desejar e buscar com oração esses dons, principalmente os que são próprios para encorajar, consolar e edificar (1Co 14. 3,13,19,26). Tenhamos em conta que estamos vivendo dias em que, "por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos tem esfriado", como nos advertiu nosso Mestre (Mt 24.12). Como poderá a Igreja cumprir o “Ide” de Jesus sem essa capacitação do Espírito? Precisamos ser revestidos de poder do alto. Cristo anteriormente informara aos discípulos que, sem ele, nada podiam fazer. Quando os encarregou da conversão do mundo, acrescentou: "Permanecei, porém, na cidade (Jerusalém), até que do alto sejais revestidos de poder. Sereis batizados com o Espírito Santo não muito depois destes dias. Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai" (At 1.4,5). Esse batismo do Espírito Santo, a promessa do Pai, esse revestimento do poder do alto, Cristo informou-nos expressamente ser a condição indispensável para a realização da obra de que ele nos incumbiu. O texto a seguir é de autoria de Charles G. Finney (1792-1875), onde ele discorre acerca das causas da escassez dos dons espirituais na Igreja já na sua época:
1) De modo geral, não estamos dispostos a ter aquilo que desejamos e pedimos;
2) Deus nos informa expressamente que, se contemplarmos a iniqüidade no coração, ele não nos ouvirá. Muitas vezes, porém, quem pede é complacente consigo mesmo; isso é iniqüidade, e Deus não o ouve;
3) é descaridoso;
4) é severo em seus julgamentos;
5) é autodependente;
6) repele a convicção de pecado;
7) recusa-se a fazer confissão a todas partes envolvidas;
8) recusa-se a fazer restituição às partes prejudicadas;
9) é cheio de preconceitos insinceros;
10) é ressentido;
11) tem espírito de vingança;
12) tem ambição mundana;
13) comprometeu-se em algum ponto e não quer dar o braço a torcer, ignora e rejeita maiores esclarecimentos;
14) defende indevidamente os interesses de sua denominação;
15) defende indevidamente os interesses da sua própria congregação;
16) resiste aos ensinos do Espírito Santo;
17) entristece o Espírito Santo com dissenção;
18) extingue o Espírito pela persistência em justificar o mal;
19) entristece-o pela falta de vigilância;
20) resiste-lhe dando largas ao mau gênio;
21) é incorreto nos negócios;
22) é impaciente para esperar no Senhor;
23) é egoísta de muitas formas;
24) é negligente na vida material, no estudo, na oração;
25) envolve-se demasiadamente com a vida material, e os estudos, faltando-lhe por isso tempo para oração;
26) não se consagra integralmente, e
27) o último e maior motivo, é a incredulidade: pede o revestimento, sem real esperança de recebê-lo. "Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso" (1Jo 5.10). Esse, então, é o maior pecado de todos. Que insulto, que blasfêmia, acusar a Deus de mentir!

II. A PALVRA DA SABEDORIA

1. A sabedoria satânica.

A serpente de Gn 3.1 é identificada em Ap 12.9 como o próprio Satanás. Strong assim define o termo Satan: “um oponente”, ou “o Oponente”; aquele que odeia; o acusador; adversário, inimigo; alguém que resiste, obstrui e atrapalha tudo o que é bom. Satan provém do verbo que significa ser um oponente, ou opor-se. Ha-Satan é aquele que odeia e, desse modo é o que há de mais oposto a Deus, que é amor. Nele não habita sabedoria alguma, mas apenas engano e astúcia. Paulo escreve aos Coríntios nestes termos: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2Co 11.3). Strong define o termo astúcia como habilidade versátil, fraude astuta, esperteza sofisticada, conduta inescrupulosa, traição maldosa, esquema enganoso, sagacidade arrogante e arrogância matreira. Usada apenas cinco vezes no NT, refere-se a Satanás enganando Eva (2Co 11.3); à tentativa dos fariseus de enganar Jesus (Lc 20.23); ao engano de falsos mestres (Ef 4.14); à cilada dos sábios do mundo (1Co 3.19); e à maneira inadequada de apresentar o evangelho (2Co 4.2) [5]. Satanás pode capacitar seus agentes com uma espécie de sabedoria astuta a fim de cegar e enganar, se possível, os escolhidos. O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de Deus, nos dias de Jesus (Mt 24.11,24). “Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos” (Mc 13.22); Jesus adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser. Já vimos na lição anterior que, Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11, 24; 2Co 11.13-15; 2Ts 2.8-10). O crente não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual sem antes “provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1; cf. 1Ts 5.20,21). É por este motivo que urge a necessidade de buscarmos com maior diligência os dons espirituais. T. Austin Sparks escreve: “Quando contemplamos o estado de coisas no mundo hoje, ficamos profundamente impressionados e oprimidos com a prevalecente doença da cegueira espiritual. Ela é a causa da doença do nosso tempo. Não estaríamos muito errados se disséssemos que a maior parte dos problemas, se não todos, que o mundo está sofrendo tem sua origem naquela raiz: a cegueira. As multidões estão cegas; não há dúvida sobre isso. Num dia em que se imagina ser um dia de inigualável iluminação, as multidões estão cegas. Os líderes estão cegos; guias cegos guiando outros cegos. Mas numa grande escala, o mesmo é verdadeiro com respeito ao povo de Deus. Falando de modo geral, os cristãos hoje são muito cegos” [6].


2. A sabedoria de Deus.

A sabedoria é a capacidade espiritual de ver e avaliar a nossa vida e conduta do ponto de vista de Deus. Inclui fazer escolhas acertadas e praticar as coisas certas de conformidade com a vontade de Deus revelada na sua Palavra e na direção do Espírito Santo (Rm 8.4-17). Podemos receber sabedoria indo a Deus e pedindo-lhe com fé (Pv 2.6; 1 Co 1.30). Somente entesourando a Palavra de Deus em nossa mente é que aprenderemos a viver de modo sábio e justo em nosso relacionamento com Deus. Podemos vencer o pecado, tendo os mandamentos de Deus em nosso coração (Sl 119.11) e a Palavra de Cristo habitando dentro de nós (Jo 15.7; Tg 1.21). O estudo da Palavra de Deus deve ser acompanhado de perseverante oração, em que o crente contritamente clame por sabedoria e discernimento. É possível que só pelo estudo alguém se torne um erudito bíblico, mas a oração aliada ao estudo da Palavra de Deus leva o Espírito Santo a lançar mão da revelação divina e nos fazer pessoas espirituais. O crente deve orar a respeito do trecho bíblico que está lendo, desejando ardentemente a iluminação e a compreensão divinas. Somente à medida que a sabedoria de Deus entrar em nosso coração, isto é, em nossos motivos, desejos e pensamentos interiores é que produzirá vida e poder. Para isso, é necessário que o Espírito da verdade opere em nossa alma (Jo 16.13,14), fazendo com que os mandamentos e caminhos de Deus tornem-se um deleite para nós (Sl 119.47,48). As bênçãos decorrentes da sabedoria incluem:

a). Aprender a temer ao Senhor e daí ser protegido contra o mal ao longo da caminhada da vida (Pv 2.5-8);

b). Poder discernir entre o bem e o mal e assim evitar as tragédias do pecado (Pv 2.11);

c). Disposição para evitar pessoas más e conviver com pessoas boas e justas (Pv 2.12-15,20);

d). Abster-se da imoralidade sexual (Pv 2.16-19) e

e). Receber as bênçãos prometidas por Deus (Pv 2.21).

Deus se agrada quando os crentes buscam em oração sincera a sabedoria divina e um coração entendido. "E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada" (Tg 1.5; cf. Pv 2.2-6; 3.15; Lc 12.31; Ef 5.17; Tg 3.17).

3. O dom da palavra de sabedoria.

Este dom ocupa lugar importante entre os demais dons. Como os outros, é concessão do Espírito Santo, não se adquire de maneira natural, através da capacidade cognitiva, do acumulo de conhecimento humano. É uma declaração espiritual, num dado momento, pelo Espírito, sobrenaturalmente revelado a mente, o propósito e o caminho de Deus aplicado a uma situação específica. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6). Capacita-nos a perceber, falar e agir em circunstancias tais, que os elementos naturais tornam-se inúteis. É algo especial que o pensamento humano, por si só, não descobre, pois é a revelação da mente de Deus aos que pregam, ensinam e administram a Igreja. Torna o crente apto a conhecer fatos passados, presentes e até futuros.


III. A PALAVRA DA CIÊNCIA E O DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS

1. O dom da palavra da ciência.

É evidente que o exercício ministerial requer um preparo catedrático, mas, neste texto em especial, ao falar deste dom, Paulo não se refere a este tipo de conhecimento humano galgado pelo estudo diligente. Paulo refere-se a um conhecimento sobrenatural, inspirado pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Freqüentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia (At 5.1-10; 1Co 14.24,25). Este dom está ligado ao da Palavra da sabedoria, mas, apesar dessa vinculação, os dois relacionam-se com o discernimento e o entendimento espirituais necessários à edificação da Igreja. Sobre isto declara Paulo: “enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus – Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência de Deus” (Cl 2.2,3). Emana de Deus tudo o que Ele deseja que saibamos ou conheçamos. Por sua onisciência, o Espírito revela coisas ocultas, sempre em benefício do seu povo. A relação entre a “sabedoria” e a “ciência” é muito íntima.

2. O discernimento de espíritos.

Discernir traduz o significado de “ver claramente”, ou “julgar através de”. Se o dom é do Espírito, sua manifestação é sobrenatural. Trata-se de um modo especial para se perceber o que há no íntimo de uma pessoa. É a capacidade de ver ou sentir, pelo Espírito Santo, o que motiva alguém a dizer ou fazer algo; discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (1Jo 4.1). Este dom é útil para que distingamos se algumas manifestações espirituais correspondem plenamente aos princípios divinos. Hoje, quando os falsos mestres e a distorção do cristianismo bíblico estão tomando proporções nunca antes pensadas, esse dom espiritual torna-se extremamente importante para a igreja. A Bíblia de Estudo Pentecostal, em nota textual de 1Tm 4.1, afirma o seguinte: ‘O Espírito Santo revelou explicitamente que haverá, nos últimos tempos, uma rebeldia organizada contra a fé pessoal em Jesus Cristo e da verdade bíblica (cf. 2 Ts 2.3; Jd 3,4). Aparecerão na igreja pastores de grande capacidade e poderosamente ungidos por Deus. Alguns realizarão grandes coisas por Deus, e pregarão a verdade do evangelho de modo eficaz, mas se afastarão da fé e paulatinamente se voltarão para espíritos enganadores e falsas doutrinas. Por causa da unção e do zelo por Deus que tinham antes, desviarão a muitas pessoas. Muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de amar a verdade (2 Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos dias (cf. Mt 24.5,10-12; 2Tm 3.2,3). A popularidade dos ensinos antibíblicos vem, sobretudo pela ação de Satanás, conduzindo suas hostes numa oposição cerrada à obra de Deus. A segunda vinda de Cristo será precedida de uma maior atividade de satanismo, espiritismo, ocultismo, possessão e engano demoníacos, no mundo e na igreja (Ef 6.11,12)” [7].


3. A importância do dom de discernimento.

Os dons espirituais são dons da soberania de Deus. Em Efésios 4 o Cristo glorificado é apresentado como um general vitorioso, que lidera uma multidão de cativos libertos e distribui os despojos da batalha. Os presentes são de graça e a distribuição é soberana. Isto também é dito em 1Co 12.11: "Um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente". Por isso, recebemos a permissão, na verdade uma ordem, de "procurar os melhores dons", e isto "com zelo" (1Co 12.31). Mesmo assim, a partilha dos dons não depende da nossa vontade, mas da vontade do próprio Espírito Santo soberano. Portanto, os charismata provêm da vontade graciosa de Deus, e são concedidos por ele através do Espírito Santo. Certamente Cristo proverá sua Igreja com crentes capacitados com o dom de discernimento. Em Mt 24.5, Cristo declara que durante os últimos dias desta era, o engano religioso será volumoso na terra. Note-se que as primeiras palavras que Cristo dirigiu aos discípulos a respeito do tempo do fim foram “Acautelai-vos, que ninguém vos engane” (v. 4). É do maior interesse de Cristo que seus seguidores se acautelem do engano religioso que se alastrará em todo o mundo nos últimos dias. Para salientar esse perigo para os crentes dessa época, Cristo repete a advertência duas vezes, no sermão do Monte das Oliveiras. À medida que os dias vão passando, surgem muitos falsos mestres e pregadores entre o povo. Grande parte do cristianismo está se tornando apóstata. A lealdade total à Palavra de Deus, bem como santidade bíblica, são coisas raras. Crentes professos aceitam novas revelações, mesmo que elas conflitem com a Palavra revelada de Deus e isto está motivando a oposição à verdade bíblica dentro da igreja – nossas EBD são o exemplo mais patente (1Tm 4.1; 2Tm 3.8; 4.3). Homens que pregam um evangelho misto ocupam posições estratégicas de liderança nas denominações e nas escolas teológicas. Os tais enganam e desviam a muitos dentro da igreja (Gl 1.9; 2Tm 4.3; 2Pe 3.3,4). Em todas as partes do mundo, milhões de pessoas praticam ocultismo, astrologia, feitiçarias, espiritismo e satanismo. A influência dos demônios e espíritos malignos multiplica-se sobremaneira. Para não sermos enganados, devemos crescer em fé e amor para com Cristo, e termos como autoridade absoluta em nossa vida a Palavra, conhecendo-a bem na sua totalidade e desejando os melhores dons, sobretudo, o dom de discernir os espíritos, para discernirmos e julgarmos corretamente as profecias, distinguindo se uma mensagem ou doutrina provém do Espírito Santo ou não (1Jo 4.1).


III. CONCLUSÃO

A proteção do crente contra tais enganos e ilusões consiste na lealdade total a Deus e à sua Palavra inspirada, e a conscientização de que homens de grandes dons e unção espirituais podem enganar-se, e enganar os outros com sua mistura de verdade e falsidade. Essa conscientização deve estar aliada a um desejo sincero do crente praticar a vontade de Deus (Jo 7.17) e de andar na justiça e no temor de Deus (Sl 25.4,5,12-15). Os crentes fiéis devem perseverar na busca zelosa dos dons espirituais, ainda que, sejam eles distribuídos soberanamente pelo Espírito Santo. Deus prometeu que nos "últimos dias" salvará todos quantos invocarem o seu nome e que se separarem dessa geração perversa, e que Ele derramará sobre eles o seu Espírito Santo (At 2.16-21,33,38-40; 3.19).

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