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4º Trimestre 2010 - Lição 11

A Oração que conduz ao Perdão
12 de dezembro de 2010

(D i a d a B í b l i a)


TEXTO ÁUREO

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto” (Sl 51.10).

- Este é um salmo de confissão e conforme se lê no seu título, sua autoria é atribuída a Davi, e faz referência ao momento em que o profeta Natã revelou seus pecados de adultério e de homicídio. Notemos que este salmo foi escrito por um crente que voluntariamente pecou contra Deus e de modo tão grave que foi privado da comunhão e da presença de Deus. Provavelmente, Davi escreveu este salmo já arrependido, após Natã declarar-lhe o perdão divino (2 Sm 12.13). Davi roga contritamente a plena restauração da sua salvação, a pureza, a presença de Deus, a vitalidade espiritual e a alegria. A lição que nos transmite é de esperança e conforto; todos que pecaram gravemente e que estão opressos por sentimento de culpa podem obter o perdão, a purificação do pecado e a restauração diante de Deus, se o buscarem conforme a natureza e a mensagem deste salmo. A súplica de Davi, por perdão e restauração, baseia-se na graça, misericórdia, benignidade e compaixão de Deus, num coração verdadeiramente quebrantado e arrependido e, em sentido pleno, na morte vicária de Cristo pelos nossos pecados (1Jo 2.1,2). Todos os crentes precisam que o Espírito Santo crie neles um coração puro que aborreça a iniqüidade, e um espírito renovado e disposto a fazer a vontade de Deus. Somente Deus pode nos fazer novas criaturas e nos restaurar à verdadeira santidade (Jo 3.3; 2Co 5.17).


VERDADE PRÁTICA

Um espírito quebrantado em oração é um poderoso instrumento para restaurar a comunhão com Deus.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Salmo 51.1-13

OBJETIVOS:

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Conscientizar-se de que o pecado afasta o homem de Deus.

- Compreender que para obter o perdão divino é necessário reconhecer e confessar o pecado.

- Saber que o perdão de Deus está à disposição de todos os que arrependidos confessam o seu pecado e o deixam.



PALAVRA-CHAVE

PERDÃO


[Do grego aphensis]. Remissão de culpa, dívida ou pena = desculpa; Absolvição, indulto; Benevolência, indulgência. Interjeição: Fórmula que exprime um pedido de desculpas.

- Nesta lição: ‘Perdoar ou remir os pecados de alguém’.


COMENTÁRIO


(I. INTRODUÇÃO)


Sabemos que orar é conversar com Deus; oração é a comunicação com Deus. É um diálogo entre duas pessoas que se amam mutuamente: Deus e o homem. Deus está interessado em tudo o que você faz, assim sendo, Ele tem prazer na oração dos seus filhos (Pv 15.8). Comunicar-se com Deus é um dos grandes privilégios dos que se tornam filhos de Deus, assim como a Palavra de Deus, a oração é um dos elementos básicos da vida cristã. ‘Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo a ele’ ( Sl 4.3). A oração é um grande privilégio. ‘Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno’ (Hb 4.16). Deus é acessível! A Bíblia afirma no Salmo 65:2: ‘Ó tu que ouves a oração! a ti virá toda a carne’. Deus está disposto a escutar e responder às nossas orações! É isso o que afirma Mateus 7.11: ‘Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?’. Davi foi um homem que certamente amava a Palavra de Deus e a oração, porém ele não era imune à tentação e ao pecado. No auge do seu reinado transgrediu a Lei do Senhor cometendo um adultério e um assassinato. Todavia, depois de ser advertido pelo profeta Natã reconheceu a sua iniqüidade e transgressão: ‘Pequei contra o Senhor’ (2 Sm 2.13). Davi trilhou o caminho que todo pecador deve percorrer para ser restaurado: arrependimento, confissão do pecado e abandono da prática. Boa Aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. O PECADO NOS AFASTA DE DEUS

- Os começos do pecado: - A Bíblia refere-se a um evento nos recônditos mais distantes do tempo, além da experiência humana, quando o pecado se tornou realidade. Uma criatura extraordinária, a serpente, já estava confirmada na iniqüidade antes de o ‘pecado entrar no mundo’ através de Adão (Rm 5.12; Gn 3). Essa antiga serpente aparece em outros lugares como o grande dragão, Satanás e o diabo (Ap 2.9; 20.2). O diabo tem andado pecando desde o princípio (Jo 8.44; 1Jo 3.8). O orgulho (1Tm 3.6) e uma queda de anjos (Jd 6; Ap 12.7-9) também se associam a essa catástrofe cósmica. [...] Eva fora enganada pela serpente, mas Adão parece ter pecado em plena consciência (2Co 11.3; 1Tm .14). (Teologia Sistemática Pentecostal, Stanley M. Horton, CPAD, pág 267).

1. O pecado afronta a Deus. É a maior tragédia que aconteceu com a humanidade! Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. As igrejas protestantes declaram que pecado é a transgressão da lei divina, ou a falta de conformidade a essa lei. Pecado é um mal específico, diferindo de todas as outras formas de mal. O pecado se relaciona com a lei; as duas coisas são correlativas, de modo que, onde não há lei, não pode haver pecado (Hb 2.14). Esta lei não é meramente a lei da razão, nem da consciência, nem da convivência, mas a lei de Deus (‘Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os’ Hb 2.14,15). O pecado consiste essencialmente na falta de conformidade por parte do homem à natureza ou lei de Deus. A Palavra de Deus ensina que, a princípio, não havia pecado e que o ser humano vivia em comunhão com Deus (Gn 1.27-31). Deus colocou o primeiro casal como ponto alto da sua criação para administrá-la e dela obter o seu sustento, alegrando-se com o que Deus fizera. Satanás, o inimigo expulso da presença de Deus, não se conformou com tanta paz e felicidade. Tentou os seres humanos para a desobediência a Deus e eles cederam à tentação. Desobedecendo a Deus, perderam a comunhão e, intimamente, já estavam separados e distantes dele (Gn 1:1-10). Deus cobrou do ser humano o seu erro, o qual não estava em comer desta ou daquela árvore, e sim em desobedecer à ordem de Deus, que especificava determinada árvore. Intimamente já afastado e escondido de Deus, o casal foi expulso da sua presença, também para que a sua condição de separação não tornasse eterna e irreversível e para que mais tarde pudesse ser salvo (Gn 3.1-24). As Escrituras diagnosticam o pecado como uma deformidade universal da natureza humana, deformidade que se manifesta em cada circunstancia particular da vida de cada pessoa (1Jo 1.8-10). Em suma, é uma mentalidade que luta contra Deus para fazer o papel de Deus.

2. As conseqüências do pecado. Através da Palavra de Deus ficamos sabendo das conseqüências do pecado. O pecado está em todos os seres humanos e os afasta de Deus (Rm 3.23); pelo pecado veio a morte (separação) que passou para todos os seres humanos (Rm 5.12); a sua recompensa, seu resultado para todos, é a morte eterna (Rm 6.23). Podemos dizer que a morte existe sob três aspectos: morte física - separa o espírito do corpo; morte espiritual - separa o ser humano de Deus, já aqui na terra; morte eterna - aqueles que morrem separados de Deus assim permanecem na eternidade. O primeiro aspecto é inevitável, o segundo é passível de ser mudado e o terceiro é irreversível. Toda forma de pecado é uma afronta a Deus e à sua vontade e atinge também o próximo (1Co 8.12).

3. Consciência do pecado. A experiência nos mostra que há pessoas que dizem não ser pecadoras; todos são culpados diante de Deus por causa dos seus próprios pecados pessoais, porque ‘todos pecaram’ (Rm 5. 12). Em 1Jo 1.8-10, temos a declaração de que tais pessoas estão enganadas e de que nelas não há verdade. São mentirosas e, afirmando não ser verdade o que a Palavra de Deus declara, fazem Deus mentiroso! Até que ponto vai a ousadia e a temeridade do pecador renitente: pela sua própria opinião colocar Deus na conta de mentiroso! O muro da separação torna-se cada vez mais alto e espesso e o homem mais distante de Deus. Ao pecador que não reconhece o seu pecado nem mesmo o próprio Deus pode ajudar, pois é qual o doente que não reconhecendo estar enfermo não procura o médico e não toma a medicação (Lc 5.31,32). Mas ao pecador reconhecido, ao doente desejoso de ser curado de sua enfermidade espiritual, Deus concede a graça de, na sua fidelidade e justiça, perdoar os pecados e purificá-lo de toda a injustiça. O pecador somente pode ser perdoado quando aceita a declaração da Palavra de Deus de que precisa da cura espiritual e confessa os seus pecados a Deus. Na experiência de Davi, ele reconhece que desde a sua infância possui uma propensão natural para o pecado. Noutras palavras, ele reconhece que sua própria natureza é pecaminosa. Toda pessoa, desde o nascimento, tem uma propensão egoísta para satisfazer seus próprios desejos, fazendo o que lhe apraz, mesmo que isso prejudique e cause sofrimento ao próximo (Rm 5.12). Tal inclinação só pode ser expurgada da nossa vida através da redenção em Cristo e habitação do Espírito Santo em nós


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

O pecado afronta a Deus, entristece o Espírito Santo e causa separação entre Deus e o homem.


II. CONFISSÃO E PERDÃO


1. Reconhecer e confessar o pecado. Quem afirma que não peca, também não precisa da eficácia salvífica da morte vicária de Cristo, e está fazendo Deus de mentiroso (Rm 3.23). Devemos reconhecer os nossos pecados e buscar em Deus o perdão e a purificação deles. Os dois resultados disso são (a) o perdão divino e a reconciliação com Deus, e (b) a purificação (i.e., remoção) da culpa e a destruição do poder do pecado, a fim de vivermos uma vida de santidade (Sl 32.1-5; Pv 28.13; Jr 31.34; Lc 15.18; Rm 6.2-14). Todo ser humano deve saber que aquele que ‘encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia’ (Pv 28.13). Reconhecer e confessar o pecado, com um coração sincero e arrependido, sempre trará o perdão gracioso da parte de Deus, a remoção da culpa e a dádiva da sua presença constante (Sm 32).

2. Conhecendo o caráter de Deus (vv.6,16). No Salmo 24.3,4, Davi ressalta que aqueles que pretendem adorar a Deus, servi-lo e receber sua bênção devem procurar ter um coração puro e uma vida reta. Mãos limpas são mãos isentas de atos pecaminosos externos (Is 1.15; 33.15; 1Tm 2.8). Puro de coração é uma referência à santidade interior, motivos e objetivos puros. Somente os limpos de coração verão a Deus (Mt 5.8). Para ser aceitável, a oração deve ser oferecida por crentes que vivam de forma santa e justa, ou seja, com ‘mãos santas’ (1Tm 2.8).

3. O afastamento de Deus. No Éden, a culpa e a consciência do pecado motivaram Adão e Eva a fugir de Deus. Tinham medo e constrangimento na sua presença, sabendo que tinham pecado e que estavam sob o desagrado de Deus. Na experiência vivida por Davi, este sentiu a angústia resultante da falta de comunhão com Deus. Nessa condição, tanto nossos primevos pais como Davi, viram que era impossível chegar à presença do Eterno com confiança (At 23.1; 24.16). Em nossa condição pecaminosa, também somos semelhantes a Adão, a Eva e a Davi. ‘... com toda a boa consciência’ (At 23.1); a consciência é a percepção interior que testifica junto à nossa personalidade no tocante ao certo ou errado das nossas ações. Uma boa consciência diante de Deus dá o veredito de que não temos ofendido nem a Ele, nem à sua vontade. No entanto, Deus há proporcionado um caminho para purificar nossa consciência culpada, para livrar-nos do pecado e nos restaurar à comunhão com Ele o caminho chamado Jesus Cristo (Jo 14.6). Mediante a redenção que Deus proveu através do seu Filho, podemos vir a Ele e receber o seu amor, misericórdia, graça e ajuda em tempo oportuno (Hb 4.16; 7.25a).


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Para receber o perdão divino, o pecador deve reconhecer, confessar e abandonar o pecado.


III. A RESTAURAÇÃO DO PECADOR


1. Arrependimento e contrição. Do grego metanoeo: ‘voltar-se ao contrário’; ‘dar uma volta completa’. O crente que procura negar seu pecado ou mantê-lo encoberto ao invés de reconhecer, confessar e abandonar esse pecado, não progredirá espiritualmente. O perdão e a misericórdia de Deus estão à disposição de todos os que se chegam a Deus contritamente arrependidos (Mt 3.2). Arrependimento trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para Cristo e, através dEle, para Deus (At 8.22; 26.18; 1 Pe 2.25; Jo 14.1,6). “A oração de arrependimento de Davi permanece registrada como um testemunho emocionante do seu quebrantamento diante de Deus e como instrução para todos os que pecam. O seu arrependimento não se originou do medo de punição ou da preocupação com o sucesso futuro. Ele arrependeu-se por ter violado o próprio Deus, sua pessoa e sua natureza. Davi clamou não apenas por perdão, mas também por pureza; não só por absolvição, mas também por aceitação; não só por consolo, mas também por uma completa purificação – a qualquer custo.” (Bíblia de Estudo Plenitude - Revista e Corrigida. Editora Sociedade Bíblica do Brasil (SBB); Dinâmica do Reino – Oração; pág 565). “A próxima coisa é a contrição, o profundo sentimento de tristeza segundo Deus e humilhação de coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição, o homem voltará direto para o seu velho pecado. Esse é o problema com muitos cristãos. Um homem pode sentir raiva e se não houver muita contrição, no dia seguinte sentirá raiva outra vez. A filha pode dizer coisas indignas, ofensivas à sua mãe, e porque sua consciência lhe perturba ela diz: "Mãe, sinto muito. Perdoe-me". Mas logo há um outro impulso genioso, porque a contrição não foi profunda nem verdadeira. Um marido diz palavras agressivas à sua esposa, e então para aliviar sua consciência, compra um buquê de flores para ela. Ele não quer enfrentar a situação como um homem e dizer que errou. O que Deus quer é contrição, e se não houver contrição, não há arrependimento completo. "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimido." "Coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus." Muitos pecadores lamentam por seus pecados, lamentam por não poderem continuar pecando; mas se arrependem apenas com corações que não estão quebrantados. Não creio que saibamos como nos arrepender atualmente. Precisamos de um João Batista, que ande pelo país, gritando: Arrependam-se! Arrependam-se!" - Dwight Lyman Moody.

2. Mudança de atitude. Note que o termo ‘arrepender’, derivado do latim (ar)repoenitere, de poeniteo, -ere, traz os significados de: não estar satisfeito com, estar descontente com, ter pesar de; Lamentar por alguma coisa feita ou dita ou não feita ou não dita; Mudar de intenção ou de idéia; Desdizer-se; Mudar de aspecto. Os termos em negrito designam bem o sentido teológico do arrependimento: metanoeo: ‘voltar-se ao contrário’; ‘dar uma volta completa’. O verdadeiro arrependimento resulta em mudança de vida. "A tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação e não produz remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte (2Co 7.10). Neste capítulo, o apóstolo se refere a outra epístola que tinha escrito antes a igreja de Coríntio, sobre certo ponto, no qual os coríntios eram culpáveis. Aqui fala do efeito que com ela conseguiu, a levá-los ao verdadeiro arrependimento. Produziu-lhes tristeza da que é segundo Deus. Isto era uma mostra que o arrependimento era genuíno. Vejam o que esta tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedicação, que ansiedade para estarem isentos de culpa, que preocupação, que desejo de ver justiça feita! Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito." - Charles G. Finney. O verdadeiro arrependimento implica uma mudança de opinião com respeito à natureza do pecado, e esta mudança de opinião vai seguida de uma mudança correspondente dos sentimentos com respeito ao pecado. O sentimento é o resultado do pensamento. E quando esta mudança de opinião é tal que produz uma mudança correspondente de sentimento, se a opinião é reta e há o sentimento correspondente, isto é verdadeiro arrependimento. Deve ter a opinião reta. A opinião adotada agora deve ser uma opinião semelhante a que Deus tem com respeito ao pecado. A tristeza segundo Deus, tal como Deus requer, deve proceder de um ponto de vista com respeito ao pecado como o que tem Deus.

3. Renovação interior. Na oração de Davi, pode-se ver que o Senhor já estava trabalhando em seu interior. Note que, embora o seu coração estivesse arrasado pela vergonha e tristeza causadas pelo pecado, ele conhecia a grande extensão da misericórdia divina. Depois de confessados, perdoados e purificados os pecados, Davi não teme em pedir os dons mais seletos de Deus: a alegria, a restauração, a presença de Deus, o seu Espírito Santo. Ele, humildemente, oferece-se para ser usado como instrumento de louvor a Deus e de ensino a outros transgressores. Observe os desejos de Davi depois de confessar seus pecados e buscar o perdão de Deus:

a) Um espírito voluntário. Se o arrependimento é genuíno há na mente do crente uma mudança consciente nos pontos de vista e nos sentimentos com respeito ao pecado. O crente será tão consciente disto como foi antes de uma mudança de vista e de sentimentos com respeito a qualquer outro tema na vida. Como se pode saber? Porque neste ponto houve uma mudança, as coisas velhas já foram abandonadas e tudo se fez novo.

b) Ensinar os caminhos do Senhor. Assim que se sente perdoado Davi se propõe a falar sobre o quanto Deus fora compassivo e misericordioso com ele, para que mais pecadores (como ele) se convertam de seus caminhos (v. 13). Davi não se contenta em apenas desfrutar o seu perdão; ele também quer que o mundo conheça o Deus perdoador.

c) Louvar a Deus. O arrependimento genuíno obra uma reforma na conduta. O louvor a Deus deve ser prestado de conformidade com a verdade do Pai que se revela no Filho e se recebe mediante o Espírito. Aqueles que propõem um tipo de louvor a Deus que ignora a verdade e as doutrinas da Palavra de Deus desprezam no seu todo o único alicerce da verdadeira adoração. O verdadeiro louvor ao Senhor não está em palavras ou canções, mas primeiramente na vida santa e consagrada e no testemunho do adorador.

d) Prontidão para agradar a Deus. O hissope, uma pequena planta ou arbusto, era usado em cerimônias que exigiam o sangue espargido ou salpicado (Levítico 14:4-7; Êxodo 12:22) para retratar o perdão dos pecados. Assim Davi pediu perdão a Deus, e que o limpasse espiritualmente. O verdadeiro amor e a sincera devoção a Cristo, da nossa parte, devem proceder da plena conscientização da gravidade dos pecados cometidos no passado, do amor dEle por nós, manifesto na sua morte na cruz, e da convicção pessoal de que Ele cuida daqueles a quem perdoou. A fé sem estes princípios não perdurará.


SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Deus restaura o pecador que verdadeiramente se arrepende e muda de atitude.


(III. CONCLUSÃO)


“Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação" ( Rm 10.9, 10 ). A confissão de Cristo é o clímax da obra de verdadeiro arrependimento. Devemos isso ao mundo, aos nossos semelhantes cristãos e a nós mesmos. Ele morreu para nos redimir, e podemos estar envergonhados ou com medo de confessá-Lo? A religião como uma abstração, como uma doutrina, tem pouco interesse para o mundo, mas aquilo que as pessoas podem testemunhar da experiência pessoal sempre tem peso. Ah, amigos, estou tão cansado de cristianismo medíocre. Vamos nos entregar cem por cento por Cristo. Não vamos dar um som inseguro. Se o mundo quer nos chamar de tolos, que o faça. É apenas por um pouco. O dia da coroação está chegando. Graças a Deus pelo privilégio que temos de confessar a Cristo! Dwight Lyman Moody


APLICAÇÃO PESSOAL

Nossa fé jamais é tão completa, que chegamos ao ponto em que o coração não é mais embaraçado com dúvidas. E nosso arrependimento nunca possui tal pureza que se torna completamente isento de dureza de coração. O arrependimento é um ato que dura toda a vida. Precisamos orar cada dia por um profundo arrependimento. Em vista de tudo que dissemos, cremos que deixamos bem claro a todo leitor imparcial o fato de que os pregadores que repudiam o arrependimento são, para as infelizes almas perdidas, “médicos sem valor”. Aqueles que ignoram o arrependimento estão pregando “outro evangelho” (Gl 1.6), e não o evangelho que Cristo (Mc 1.15; 6.12) e os apóstolos pregavam (At 17.30; 20.21). O arrependimento é um dever apresentado no evangelho. Aqueles que nunca se arrependeram ainda estão presos nos laços do Diabo (2 Tm 2.25-26) e acumulam contra si mesmos ira para o dia da ira de Deus (Rm 2.4-5). “Se, portanto, os pecadores querem fazer melhor uso dos meios da graça, devem tentar harmonizar-se com o propósito de Deus e as influências do Espírito Santo, empenhando-se por perceberem seu estado pecaminoso, culpado e condenatório. Para isso eles devem abandonar as companhias vãs, descartar seus interesses mundanos e ordinários, deixar tudo que tende a mantê-los seguros no pecado e abafar as ações do Espírito. Para isso eles devem ler, meditar e orar, comparando-se a si mesmos com a santa Lei de Deus, tentando ver a si mesmos como Deus os vê e atribuindo a si mesmos o juízo que Deus lhes atribui. Assim, poderão dispor-se a aprovar a Lei, admirar a graça do evangelho, julgar a si mesmos, aplicar humildemente a todas as coisas a graça gratuita de Deus e retornar a Deus por meio de Cristo” (citado de Joseph Bellamy, 1719-1790). Um antigo teólogo dizia: “Olhe para a cruz, até que tudo que está na cruz esteja em seu coração”. E acrescentou: “Olhe para Jesus, até que Ele olhe para você”. Olhem com firmeza para a sua Pessoa sofredora, até que Ele pareça estar volvendo sua cabeça e olhando para você, assim como o fez com Pedro, que saiu e chorou amargamente. Olhe para Jesus, até que você veja a si mesmo. Lamente por Ele, até que lamente por seu próprio pecado... Ele sofreu em lugar, em favor e em benefício de homens culpados. Isso é o evangelho. Não importa o que os outros preguem, “nós pregamos a Cristo crucificado” (1 Co 1.23). Sempre levaremos a cruz na vanguarda. A essência do evangelho é Cristo como substituto do pecador. Não evitamos falar sobre a doutrina do Segundo Advento, mas, antes e acima de tudo, pregamos Aquele que foi traspassado. Isso levará ao arrependimento evangélico, quando o Espírito de graça for derramado.

EXERCÍCIOS


1. De acordo com a lição, defina pecado.

R. É a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus.


2. Quais as conseqüências do pecado de acordo com os relatos de Davi?

R. Entristece o Espírito Santo e causa separação entre Deus e o homem.


3. De acordo com o Salmo 32, o que o pecador deve fazer para receber o perdão de Deus?

R. Reconhecer, confessar e deixar o pecado.


4. Qual o resultado do verdadeiro arrependimento?

R. Mudança de vida.


5. Qual é a característica mais marcante de um homem perdoado por Deus?

R. A prontidão em agradar a Deus.


BIBLIOGRAFIA PESQUISADA


- Lições Bíblicas 4º Trim. Livro do Mestre CPAD (http://www.cpad.com.br);

- Max Lucado, "A Grande Casa de Deus" – Rio de Janeiro: CPAD, 2001;

- A Oração de Jesus, Hank Hanegraaff, 1ª edição - 2002, Rio de Janeiro, CPAD;

- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;

- Bíblia de Estudo Plenitude - Revista e Corrigida. Editora Sociedade Bíblica do Brasil (SBB); Dinâmica do Reino – Oração; pág 565;

- Bíblia de Estudo Genebra. São Pulo e Barueri, Cultura Cristã e SBB, 1999;

- BIBLIA TEB, Edições Loyola, 1ª edição;

- (HORTON, Stanley M (ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009, pp. 600-1).

- Teologia Sistemática De Hodge - Charles Hodge, Hagnos;

- Teologia Sistemática Pentecostal, Stanley M. Horton, CPAD;

- BRANDT, Robert L.; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração. Rio de Janeiro, CPAD, 4. ed., 2007, p.29;

- HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004;

- SOUZA. Estevam Ângelo. Guia Básico de Oração. Como Orar com Eficácia no seu Dia-a-Dia. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2002;

- GEORGE, Jim. Orações Notáveis da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007.

- GONÇALVES, José. Davi: As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009;

- CARVALHO, César Moisés. Davi. As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009, pp. 147-8;

- COELHO, Alexandre. Davi. As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009, pp. 168-72;

- Arrependimento é Deixar o Pecado por Dwight Lyman Moody. http://www.monergismo.com/textos/arrependimento/moody_arrependimento.htm

4º Trimestre 2010 - Lição 10

TEXTO ÁUREO

“Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18).



- A oração estimula a estabilidade e previne contra o desanimo durante a demora do retorno de Cristo. Além desse estímulo, a guerra do crente contra as forças espirituais da maldade exige dedicação a oração, ou seja, orar "no Espírito", "em todo tempo", "com toda oração e súplica", "por todos os santos", "com toda perseverança". Não devemos considerar a oração apenas mais uma arma, mas ela é parte do conflito propriamente dito, onde a vitória só será alcançada mediante a cooperação com o próprio Deus. O próprio Senhor Jesus empenhou-se em levar seus seguidores a reconhecerem a necessidade de estarem continuamente em oração, para cumprirem a vontade de Deus na suas vidas. Da parábola da viúva que perseverava em oração (Lc 18.1-8), aprendemos que os crentes devem perseverar em oração em todo tempo, até a volta de Jesus (Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18; 1 Ts 5.17). Nesta vida, temos um adversário furioso (1 Pe 5.8) e só com oração poderemos estar protegidos do Maligno (Mt 6.13). É através da oração que os filhos de Deus devem clamar-lhe contra o pecado e por justiça! Por causa de Satanás e dos prazeres do mundo, muitos deixarão de ter uma vida de perseverante oração (Lc 8.14; Mt 13.22; Mc 4.19).




VERDADE PRÁTICA

Através de Cristo e sob o poder do Espírito Santo, somos impulsionados e capacitados a interceder uns pelos outros.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Gênesis 18.23-29,32,33


OBJETIVOS:

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:



- Explicar a oração intercessória no Antigo Testamento e em o Novo Testamento;



- Compreender as características de um intercessor, e



- Conscientizar-se que a compaixão e o amor são características marcantes dos cristãos.




PALAVRA-CHAVE

Intercessão


[Do latim intercessionem]. Súplica em favor de outrem. Intervenção conciliadora.

A interseção pressupõe sofrer com os que sofrem; chorar com os que choram.



COMENTÁRIO


(I. INTRODUÇÃO)


Intercessão é o Ato de interceder, pedir a favor de outrem, e também uma intervenção conciliadora. A intercessão é uma responsabilidade do cristão. Interceder é se colocar diante de Deus em oração diante de todos os homens (1Tm. 2.1-7). É ver a necessidade e pedir a intervenção de Deus em qualquer situação. É captar a mente de Cristo, e ver as circunstâncias como Cristo as vê, depois se unir a Ele em súplica para que Ele se mova de tal maneira que sua vontade e propósitos divinos sejam cumpridos nas vidas das pessoas. Do ponto de vista etimológico, a palavra Intercessão pode ser considerada no hebraico, grego e português. O vocábulo hebraico ‘paga’ ocorre 46 vezes no Antigo Testamento. "Paga" vem da raiz de uma palavra que significa ‘colidir pela violência’, ‘entrar em contato com’, ‘ir contra’, ‘ser violento contra’, ‘colocar-se entre’, ‘encontro com’, ‘suplicar’, ‘orar’, ‘correr’. Pela oração intercessória trazemos a habilidade de Deus à situação em causa. Não há passividade na intercessão; nela nós nos agarramos a Deus, chegando diante d’Ele com Sua própria Palavra em nossos lábios, de acordo com Isaías 62.6, “E Jerusalém, sobre os teus muros pus atalaias, que não se calarão nem de dia, nem de noite; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis, e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra”. Boa Aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA


1. No Antigo Testamento.
Temos no AT grandes intercessores que, no passado, tinham suplicado perante Deus pelos filhos de Israel (cf. Êx 32.11-14,30-32; Nm 14.13-20; Dt 9.13-19; 1 Sm 7.8,9; 12.19-25). Moisés e Samuel são citados pelo próprio Deus a Jeremias recebendo testemunho do Eterno como verdadeiros intercessores. A Bíblia está repleta de exemplos muito claros: Abraão suplicou por Ló; Moisés intercedeu por Israel; Samuel orou pela nação; Daniel orou pela libertação do povo no cativeiro, etc. A oração de Daniel no cap. 9 é uma oração intercessória, pois ele ora contritamente em favor da restauração de Jerusalém e de todo o povo de Israel. No AT, os líderes do povo de Deus, tais como os reis (1Cr 21.17; 2Cr 6.14-42), profetas (1Rs 18.41-45; Dn 9) e sacerdotes (Ed 9.5-15; Jl 1.13; 2.17,18), deviam ser exemplos na oração intercessória em prol da nação. Exemplos marcantes de intercessão no AT, são as orações de Abraão em favor de Ismael (Gn 17.18) e de Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-32), as orações de Davi em favor de seus filhos (2Sm 12.16; 1Cr 29.19), e as de Jó em favor de seus filhos (Jó 1.5). Na vida de Moisés, temos o exemplo supremo no AT, quanto ao poder da oração intercessória. Em várias ocasiões ele orou intensamente para Deus alterar a sua vontade, mesmo depois de o Senhor declarar-lhe aquilo que Ele já resolvera executar. Por exemplo, quando os israelitas se rebelaram e se recusaram a entrar em Canaã, Deus falou a Moisés que iria destruí-los e fazer de Moisés uma nação maior (Nm 14.1-12). Moisés, então, levou o assunto ao Senhor em oração e implorou em favor dos israelitas (Nm 14.13-19); no fim da sua oração, Deus lhe disse: “Conforme à tua palavra, lhe perdoei” (Nm 14.20; Êx 32.11-14; Nm 11.2; 12.13; 21.7; 27.5). Outros poderosos intercessores do AT são Elias (1Rs 18.21-26; Tg 5.16-18), Daniel (9.2-23) e Neemias (Ne 1.3-11).

2. Em o Novo Testamento.
Encontramos exemplos em maior quantidade de orações intercessórias no NT. Os evangelhos registram como os pais e outras pessoas intercediam com Jesus em favor dos seus entes queridos. Os pais rogavam a Jesus para que curasse seus filhos doentes (Mc 5.22-43; Jo 4.47-53); um grupo de mães pediu que Jesus abençoasse seus filhos (Mc 10.13). Certo homem de posição implorou, pedindo a cura de seu servo (Mt 8.6-13), e a mãe de Tiago e João intercedeu diante de Jesus em favor deles (Mt 20.20,21). A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo, a igreja de Jerusalém reuniu-se a fim de orar pela libertação de Pedro da prisão (At 12.5, 12). A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e de Paulo (At 13.3). Tiago ordena expressamente que os presbíteros da igreja orem pelos enfermos (Tg 5.14) e que todos os cristãos orem “uns pelos outros” (Tg 5.16; cf. Hb 13.18,19). Paulo vai mais além, e pede que se faça oração em favor de todos (1Tm 2.1-3). O apóstolo Paulo, quanto à intercessão, merece menção especial. Em muitas das suas epístolas, discorre a respeito das suas próprias orações em favor de várias igrejas e indivíduos (Rm 1.9,10; 2Co 13.7; Fp 1.4-11; Cl 1.3,9-12; 1Ts 1.2,3; 2Ts 1.11,12; 2Tm 1.3; Fm .4-6). Vez por outra fala das suas orações intercessórias (Ef 1.16-18; 3.14-19; 1Ts 3.11-13). Ao mesmo tempo, também pede as orações das igrejas por ele, pois sabe que somente através dessas orações é que o seu ministério terá plena eficácia (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18-20; Fp 1.19; Cl 4.3,4; 1Ts 5.25; 2Ts 3.1,2).

3. Nos dias atuais.
Em nossas orações, devemos submeter-nos a Deus e orar para que sua vontade seja feita em nossa vida (Jo 14.13). Uma vez conhecida a vontade de Deus a respeito de um determinado assunto, podemos orar com confiança e fé. Quando fazemos assim, sabemos que Ele nos ouve e que seus propósitos para nós serão cumpridos, por exemplo, a oração pelos crentes espiritualmente fracos, que necessitam das orações do povo de Deus para ministrar-lhes a vida e a graça. Deus, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes sejam seus cooperadores no processo da redenção. Em certo sentido, Deus se limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo. Muitas coisas não serão realizadas no reino de Deus se não houver oração intercessória dos crentes. Deus quer enviar obreiros para evangelizar e essa obra não será levada a efeito dentro da plenitude do propósito de Deus sem as orações do seu povo: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara” (Mt 9.38). Os intercessores nos dias atuais devem orar para que o poder do Espírito Santo venha sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17), por curas (At 28.8; Tg 5.14-16), por perdão dos pecados (At 7.60), para Deus capacitar às pessoas investidas de autoridade para governarem bem (1Cr 29.19; 1Tm 1.1,2), pelo crescimento na vida cristã (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11), por pastores para que sejam capazes (2Tm 1.3-7), pela obra missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20), pela salvação do próximo (Rm 10.1) e para que os povos louvem a Deus (Sl 67.3-5). Qualquer coisa que a Bíblia revele como a perfeita vontade de Deus para o seu povo pode e deve ser um motivo apropriado para a oração intercessória.


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A oração intercessória no AT (como as de Moisés e Samuel) e em o NT (o supremo exemplo de Jesus) serve de modelo para os dias hodiernos.


II. CARACTERÍSTICAS DE UM INTERCESSOR


1. Perseverança.
Do latim ‘perseverantia, -ae’: Qualidade ou ação de quem persevera; Constância, firmeza, pertinácia; Duração aturada de alguma coisa. Perseverança, paciência ou persistência são ingredientes indispensáveis em qualquer tipo de empreendimento. Quem desiste não faz história, mas quem persevera escreve a história. A perseverança na fé verdadeira consiste em confiar em Deus em todas as circunstâncias, e permanecer fiel a Ele, mesmo sob grande aflição e quando parecer que Ele não nos responde e que não se importa conosco. Esta é a prova da fé (1 Pe 1.7; Lc 18.1-7). No caso da mulher siro-fenícia registrado em Mt 15.22-28, a palavra "filhos" refere-se a Israel, isto é, Jesus expressa o pensamento que é necessário, primeiramente, levar o evangelho a Israel. A mulher compreende o fato, mas se volta para Cristo com sabedoria, perseverança e fé. Argumenta que o propósito de Deus é que os gentios recebam indiretamente as bênçãos quando Ele abençoa Israel. Cristo recompensa essa mulher de acordo com a sua fé diligente, e cura a sua filha. O crente deve perseverar em oração por si mesmo, ou pelos outros, e, em certas ocasiões, até mesmo arrazoar com Deus!


2. Altruísmo.
Do francês altruisme: Inclinação para procurarmos obter o bem para o próximo; filantropia. “Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.” (1Jo 3.10). Este é o âmago e a conclusão dos ensinos de João em 2.28-3.10. Ele acabou de advertir o crente no sentido de não se enganar quanto à natureza da salvação (v. 7). O que caracteriza um verdadeiro filho de Deus é o amor altruísta, manifesto na solicitude sincera pelas necessidades espirituais e físicas doutros crentes (vv. 16,17). O Calvário nos deu a oportunidade de irmos diretamente a Deus para recebermos perdão e diante dEle podemos exercer a função de sacerdote para os demais irmãos em Cristo (1 Pe 2.9). Tiago ressalta a natureza eficaz da oração feita por um justo, a idéia básica é a de uma súplica que tem energia. "Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens" (1Tm 2.1); "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tg 5.16). Interceder é ver a necessidade da intervenção de Deus nas mais diversas situações. É captar a mente de Cristo, de modo a ver as circunstâncias como Cristo as vê, e unir-se a Ele em súplica para que Deus se mova de tal maneira que Sua vontade e propósito Divinos sejam cumpridos nas vidas dos homens e das nações. A intercessão deve ser uma das prioridades da vida do cristão. Todo crente é chamado a interceder. Há pessoas que têm um ministério de intercessão, com uma unção especial para tanto, mas cada crente tem uma vocação de Deus para interceder; É um imperativo. Quem não o faz, não exerce seu sacerdócio. Paulo é enfático ao dizer: "Exorto, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões, ações de graças por todos os homens," (1Tm 2.1).

3. Empatia.
Do grego empátheia, -as: paixão; forma de identificação intelectual ou afetiva de um sujeito com uma pessoa, uma idéia ou uma coisa. Todos os que se dedicam a Jesus Cristo pela fé, também devem dedicar mútuo amor uns aos outros, como irmãos em Cristo (1 Ts 4.9,10), com afeição sincera, bondosa e terna. Devemos preocupar-nos com o bem-estar, as necessidades e a condição espiritual dos nossos irmãos, sendo solidários e assistindo-os nas suas tristezas e problemas. Devemos preferir-nos em honra uns aos outros, ou seja, devemos estar dispostos a respeitar e honrar as boas qualidades dos outros crentes (Jo 13.34,35). O crente é exortado a amar de um modo especial a todos os outros cristãos verdadeiros. Amar a todos os cristãos verdadeiros, inclusive os que não pertencem à minha igreja, não significa transigir ou acomodar minhas crenças bíblicas específicas nos casos de diferenças doutrinárias. Também não significa querer promover união denominacional. É essencial que o amor a Deus e à sua vontade, conforme revelados na sua Palavra, controlem e orientem nosso amor ao próximo. O amor a Deus deve sempre ocupar o primeiro lugar em nossa vida. O amor (gr. agape) deve ser a marca distintiva dos seguidores de Cristo (1 Jo 3.23; 4.7-21). Este amor é, em suma, um amor abnegado e sacrificial, que visa ao bem do próximo (1 Jo 4.9,10). Por isso, o relacionamento entre os crentes deve ser caracterizado por uma solicitude dedicada e firme, que vise altruisticamente a promover o sumo bem uns dos outros. Os cristãos devem ajudar uns aos outros nas provações, evitar ferir os sentimentos e a reputação uns dos outros e negar-se a si mesmos para promover o mútuo bem-estar (1Jo 3.23; 1Co 13; 1Ts 4.9; 1Pe 1.22; 2Ts 1.3; Gl 6.2; 2Pe 1.7).


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

As principais características bíblicas do intercessor são: perseverança, altruísmo e empatia.


III. A FORÇA DA ORAÇÃO COLETIVA


1. Nínive.
(Jn 3.5-10). Nínive, uma ‘cidade excessivamente grande’, como é chamada no Livro de Jonas, jazia na margem oriental do rio Tigres na antiga Assíria, através do rio da importante cidade moderna de Mosul, no estado de Ninawa do Iraque. A Nínive histórica é mencionada por volta do século 18 a. C. como um centro de adoração a Ishtar, cujo culto foi responsável pela antiga importância da cidade. A estátua da deusa foi enviada ao faraó Amenhotep III do Egito no século XIV a.C. Nínive é primeiramente mencionada em Gênesis 10.11: “Ashur deixou aquela terra e construiu Nínive”. Algumas traduções modernas interpretam Ashur no hebraico deste verso como o país “Assíria” antes que uma pessoal, assim fazendo Nimrod o construtor de Nínive. O livro de Jonas retrata Nínive como uma cidade cruel merecedora da destruição. Deus envia Jonas para profetizar contra a cidade, e os ninivitas se arrependem, aceitam a mensagem de Jonas, crendo já estarem condenados, a menos que se arrependessem. Como expressão de seu genuíno arrependimento e humildade, jejuaram (cf. 1 Sm 7.6; 2 Sm 1.12) e vestiram-se de panos de saco (um tecido grosseiro, geralmente feito de pêlo de cabra; cf. 2 Sm 3.31; 2 Rs 19.1,2). Note que Jesus declarou que Nínive se levantará no Dia do Juízo para condenar Israel por causa de sua incredulidade e dureza de coração (Mt 12.41). Por ter o povo se arrependido e realizado um jejum coletivo, Deus suprimiu o juízo.

2. Israel.
(Et 4.15-17; 8.1-17). Deus participa dos acontecimentos do mundo para salvar o seu povo do mal e cumprir seus propósitos redentores em seu favor. Todos os crentes devem lembrar-se que Deus está no controle do que acontece ao nosso redor, para nos livrar desse presente mundo maligno e nos levar para estarmos com Ele para sempre (Rm 8.29-39; Gl 1.4; Jd v. 24). Note que na perícope em apreço, Ester estava disposta a dar a sua vida num esforço para salvar o seu povo. Ela faria o que lhe competisse, e deixaria o resultado com Deus. É verdade que Deus não abençoará aqueles que se calam para manter seu lugar ou posição, mas, aqueles que, por amor a Deus e à sua Palavra, falam a verdade, mesmo com risco de sofrerem grandes danos (Jo 16.1-4). Mardoqueu e Ester estavam dispostos a morrer, se necessário fosse, na luta contra as forças do mal e assim, tornaram-se exemplos de obediência às suas convicções religiosas.

3. Igreja Primitiva.
(At 2.42; 12.1-17). Paulo descreve a igreja como "um só corpo de Cristo" (Rm 12.5) e seu "corpo" (Ef 1.23). A igreja encerra numa comunhão única de vida divina a Cristo pelo Espírito Santo mediante a fé. Todo poder da igreja para adorar e servir, era dom de Deus. A igreja é uma entidade viva e ativa. É responsabilidade da igreja, praticar a unidade, o amor e mostrar que Cristo verdadeiramente vive naqueles que são membros do seu corpo. Os crentes do NT enfrentavam a perseguição em oração fervorosa. A situação parecia ser o fim daquele movimento; Tiago martirizado e Pedro encontrava-se em cárcere por ordem de Herodes vigiado por dezesseis soldados. Todavia, a igreja primitiva tinha a convicção de que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e oraram de um modo intenso e contínuo a respeito da situação de Pedro. A oração deles não demorou a ser atendida (vv. 6-17). As igrejas do NT freqüentemente se dedicavam à oração coletiva prolongada (1.4; 2.42). A intenção de Deus é que seu povo se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de Jesus: A minha casa será chamada casa de oração (Mt 21.13).


SINÓPSE DO TÓPICO (3)

A oração coletiva é eficaz na perseverança e unanimidade da igreja, assim como o exemplo em Nínive, Israel e na Igreja Primitiva.



(III. CONCLUSÃO)


Pode-se definir a intercessão como a oração contrita e reverente, com fé e perseverança, mediante a qual o crente suplica a Deus em favor de outra pessoa ou pessoas que extremamente necessitem da intervenção divina. A Bíblia nos fala da intercessão de Cristo e do Espírito Santo, e de numerosos santos, homens e mulheres do antigo e do novo concerto.




APLICAÇÃO PESSOAL

A Intercessão pode ser definida como um combate espiritual – disso fala Efésios 6.10-18 – “fortalecei no Senhor” quer dizer: adquira força espiritual. Há muitas definições que nós poderíamos dar sobre intercessão. A mais simples está na Bíblia: "Orai uns pelos outros" (tg. 5:16). Ela está cheia de exemplos: Abraão suplicou por Ló e este foi liberto da destruição de Sodoma e Gomorra; Moisés intercedeu por Israel apóstata e foi ouvido; Samuel orou constantemente pela nação; Daniel orou pela libertação do seu povo do cativeiro; Davi suplicou pelo povo; Cristo rogou por Seus discípulos e fez especial intercessão por Pedro; Paulo é exemplo de constante intercessão. Toda a Igreja é chamada ao fascinante ministério da intercessão. A oração do justo realiza muitas coisas. A oração do justo leva-o mais perto de Deus (Hb 7.25); abre o caminho para uma vida cheia do Espírito (Lc 11.13; At 1.14); dá-lhe poder para servir (At 1.8; 4.31,33) e para a devoção cristã (Ef 3.14-21); edifica-o espiritualmente (Jd 20); dá-lhe compreensão da provisão de Cristo por nós (Ef 1.18,19); ajuda-o a vencer Satanás (Dn 10.12,13; Ef 6.12,18); esclarece a vontade de Deus para ele (Sl 32.6-8; Pv 3.5,6; Mc 1.35-39); capacita-o a receber dons espirituais (1 Co 14.1); leva-o à comunhão com Deus (Mt 6.9; Jo 7.37; 14.16,18,21); outorga-lhe graça, misericórdia e paz (Fp 4.6,7; Hb 4.16); leva os perdidos de volta a Cristo (5.20; Gl 4.19); outorga-lhe sabedoria, revelação e conhecimento de Cristo (Ef 1.17); proporciona-lhe a cura (5.15); dá- lhe livramento nas aflições (Sl 34.4-7; Fp 1.19); glorifica a Deus com louvor e ações de graças (Sl 100.4); torna real a presença de Cristo (Jo 14.21; Ap 3.20), e por fim, assegura-lhe a salvação final e a intercessão de Cristo em seu favor (Hb 7.25).

Crendo N’Aquele que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6),


EXERCÍCIOS


1. O que é intercessão?

R. Orar a Deus em favor de outra pessoa.


2. Cite três exemplos de homens fiéis que perseveraram em oração a Deus no Antigo Testamento.

R. Abraão, Moisés e Samuel.


3. Em qual verdade bíblica se enquadra a oração intercessória?

R. “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35).


4. Quem é o nosso supremo exemplo no ministério da intercessão?

R. O Senhor Jesus.


5. De acordo com a lição, quais as principais características de um intercessor?

R. Perseverança, altruísmo e empatia

Boa aula!



BIBLIOGRAFIA PESQUISADA


- Lições Bíblicas 4º Trim. Livro do Mestre CPAD (http://www.cpad.com.br);

- Max Lucado, "A Grande Casa de Deus" – Rio de Janeiro: CPAD, 2001;

- A Oração de Jesus, Hank Hanegraaff, 1ª edição - 2002, Rio de Janeiro, CPAD;

- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;

- Bíblia de Estudo Genebra. São Pulo e Barueri, Cultura Cristã e SBB, 1999;

- BIBLIA TEB, Edições Loyola, 1ª edição;

- (HORTON, Stanley M (ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009, pp. 600-1).

- Hybels, Bill. Ocupado Demais para Deixar de Orar / Bill Hybels; Tradução Magaly Fraga Moreira. Campinas, SP: Editora United Press, 1999.

- Teologia Sistemática De Hodge - Charles Hodge, Hagnos;

- Teologia Sistemática Pentecostal, Stanley M. Horton, CPAD;

- BRANDT, Robert L.; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração. Rio de Janeiro, CPAD, 4. ed., 2007, p.29;

- HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004;

- SOUZA. Estevam Ângelo. Guia Básico de Oração. Como Orar com Eficácia no seu Dia-a-Dia. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2002.