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4º Trimestre 2010 - Lição 09

A Oração e a Vontade de Deus

TEXTO ÁUREO

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15.7).

- Em virtude de sua adesão constante a Jesus e de sua obediência, aquele que crê não sente nenhum temor em face do futuro, pois sabe que sua oração, formulada em função da sua compreensão das intenções divinas, será certamente ouvida e favorecida. (cf 14.13). Quando estamos em Cristo, nossas orações são eficazes. O segredo de resposta divina à nossa oração é permanecer em Cristo. O princípio que Cristo ensina aqui é que, quanto mais perto o homem vive de Cristo, pela meditação, estudo das Escrituras e comunhão com Ele, tanto mais suas orações estarão em harmonia com a sua natureza e as suas palavras e, portanto, mais eficazes serão essas orações (Sl 66.18).


VERDADE PRÁTICA

A Bíblia nos garante que a oração realizada de acordo com a vontade de Deus será atendida.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


João 14.13-17; 15.7; 1 João 5.14,15



OBJETIVOS:

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


- Estabelecer a diferença entre a vontade de Deus geral e particular.

- Relacionar as orações que não são respondidas por Deus.

- Explicar o porquê das orações de Elias, Salomão e Davi terem sido atendidas.


PALAVRA-CHAVE

Vontade Divina

[Do latim voluntade]. Amorosa disposição que Deus, com base em seus decretos e desígnios, manifesta em relação ao ser humano.


COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)


Vimos na última lição que Deus, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes sejam seus cooperadores no processo da redenção. Em certo sentido, Deus se limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo. Muitas coisas não serão realizadas no reino de Deus se não houver oração intercessória dos crentes. Qual a vontade de Deus para sua vida? Você tem consciência do que Deus espera de você? Muitos correm de um lado para o outro, procurando profetas para ouvir a voz de Deus e descobrir sua vontade. Todavia, para descobrir a vontade do Senhor para nossas vidas, basta cultivarmos uma vida de íntima comunhão com o Pai, mediante a leitura da Palavra e a oração. Através da lição desse domingo, veremos que à medida que conhecemos o Senhor, sua vontade vai se tornando mais evidente. Veremos que conhecer o Senhor e, por conseguinte, a vontade dEle para o nosso viver, é imprescindível para obter respostas para toda e qualquer necessidade. Boa Aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. A ORAÇÃO E A VONTADE DE DEUS


1. O caráter de Deus.
O caráter de Deus diz quem Deus escolheu ser a partir do que Ele é. Deus "exercita" seu caráter perfeitamente e, por isso, é nosso modelo para o desenvolvimento do nosso caráter. Algumas características de Deus são: amor, santidade, misericóridia, retidão, justiça, sabedoria, fidelidade, honestidade. Quando confessamos nossos pecados e intercedemos pelos outros, Deus ouve e responde. Em Is 45.21-22, Ele diz: “E não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador, não há fora de mim. Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro”. Em sua oração, Daniel menciona vários atributos de Deus que tinham um relacionamento direto com a oração respondida. No verso 4, ele O chama de o “Deus grande e tremendo”. Isto fala de Seu poder e majestade. Nós podemos orar com confiança, pois Deus é poderoso o suficiente para mudar as circunstâncias quando isso serve aos Seus propósitos. A fidelidade de Deus é refletida na frase “que guardas o concerto” (v. 4). Ele sempre guarda Suas promessas. Ele fez um concerto com Israel que, se eles se arrependessem, Ele os perdoaria (Dt 30.1-3). Ele prometeu nunca esquecê-los (Dt 31.6; Hb 13.5). O amor de Deus é visto em Seus atos de misericórdia para com aqueles que O amam (v. 4). Sua justiça e santidade são inerentes à frase “a ti, ó Senhor, pertence a justiça” (v. 7). As ações de Deus são sempre misericordiosas e justas. Ele nunca comete um engano (Gn 18.25). O versículo 9 menciona os dois atributos finais: compaixão e perdão. Compaixão é um sinônimo de misericórdia. Perdão significa absolver os seus erros cancelando a penalidade do pecado que foi posta em sua conta. Ele nos reconcilia com sigo mesmo em doce comunhão. Que Deus gracioso nós servimos! Regozijemo-nos em Seu amor e aprendamos de Suas promessas. Ele nunca falhará conosco!

2. A vontade de Deus e as Sagradas Escrituras.
Por que algumas orações são respondidas, e outras, não? Uma vida de oração está vinculada à nossa dedicação a Deus. Obedecer aos mandamentos de Deus, amá-lo e agradar-lhe são condições indispensáveis para recebermos aquilo que pedimos em oração (Jo 8.29; 2 Co 5.9; Ef 5.10; Hb 13.21). No AT a falta do conhecimento pessoal de Deus destruía os israelitas, não porque tal conhecimento se achasse fora do alcance deles. Mas porque os israelitas rejeitavam deliberadamente a verdade que Deus lhes revelara através dos profetas e de sua Palavra escrita. Não são poucos os crentes que, por não conhecerem a Palavra de Deus, estão sendo destruídos por ventos de doutrina e inovações. O segredo de resposta divina à nossa oração é permanecer em Cristo. O princípio que Cristo ensina aqui é que, quanto mais perto o homem vive de Cristo, pela meditação, estudo das Escrituras e comunhão com Ele, tanto mais suas orações estarão em harmonia com a sua natureza e as suas palavras e, portanto, mais eficazes serão essas orações.

3. A vontade de Deus para cada indivíduo.
“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” (Os 6.3). O genuíno arrependimento do povo de Deus trar-lhe-ia renovada vida espiritual. Então, à medida que os fiéis chegassem a conhecer melhor ao Senhor, Ele viria como a chuva, trazendo-lhe mais vida e bênçãos espirituais. A água é freqüentemente mencionada como símbolo, ou tipo do Espírito Santo (Jo 7.37-39; Sl 1.3). A chuva temporã é a que cai na época de arar e semear a terra; simboliza a obra do Espírito Santo no AT. A serôdia é a que cai na época da colheita; simboliza a obra do Espírito Santo no período da igreja. À medida que conhecemos o Senhor, sua vontade vai se tornando mais evidente para nós.


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A vontade geral de Deus para o homem está descrita na Bíblia, e a particular pode ser conhecida mediante um relacionamento íntimo com o Senhor.


II. ORAÇÕES NÃO RESPONDIDAS POR DEUS


1. Orações egoístas (Tg 4.3).
Deus deixa de responder as orações dos que amam os prazeres e que desejam honra, poder e riquezas. Todos devemos tomar consciência disso, porque Deus não ouvirá as nossas orações se tivermos o coração cheio de desejos egoístas. As Escrituras nos dizem que Deus aceita somente as orações dos justos (Sl 34.13-15; 66.18,19), daqueles que o invocam em verdade (Sl 145.18), dos genuinamente arrependidos e humildes (Lc 18.14) e daqueles que pedem segundo a sua vontade (1 Jo 5.14). “[...] Mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeito vontade de Deus”. Rm 12.2. Devemos resistir às formas prevalecentes e populares do proceder deste mundo e em lugar disso proclamar as verdades eternas e aplicar os padrões justos da Palavra de Deus em nosso viver, por amor a Cristo (1 Co 1.17-24). “O Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía (Jó 42.10). A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de Deus para todos os crentes fiéis.

2. Orações por posição social (Mt 20.17-28).
O texto bíblico do subitem 2 apresenta um pedido contrastante com o auto-sacrifício que Jesus acabara de descrever com o egoísmo de seus seguidores [a direita e a esquerda são posições de honra no reino consumado]. Uma parte de seu pedido foi atendida: realmente Tiago e João provaram do cálice e foram batizados como Jesus! [cálice era usado para significar tanto grande alegria quanto grande pesar, aqui representa a morte de Jesus e o julgamento de Deus contra o pecado. Batismo refere-se a ser mergulhado no sofrimento divinamente determinado]. Tiago foi o primeiro dos apóstolos a ser martirizado (At 12.2); e em seus últimos anos, João sofreu perseguição e exílio (Ap 1.9). De acordo com a tradição, ele também foi martirizado. Nós precisamos compreender que a verdadeira grandeza consiste em termos de serviço, foi o próprio Jesus quem promoveu este padrão como o mais alto oferecendo-se na cruz em expiação por muitos (Is 53.11). O mundo usualmente utiliza esse pensamento da mãe dos filhos de Zebedeu; a prática secular forma um nítido contraste com a prática requerida pela Palavra do Senhor. Jesus é o nosso modelo!

3. Orações hipócritas (Mt 6.5,6).
Nem toda oração é verdadeira. A atitude é não menos importante que a persistência. Jesus corrige a noção errônea de que a justiça é uma realização humana ao invés de uma dádiva da graça de Deus. A parábola do fariseu e do publicano mostra dois modelos de oração. O fariseu era justo aos seus próprios olhos. A pessoa que pensa ser justa por causa dos seus próprios esforços não tem consciência da sua própria natureza pecaminosa, da sua indignidade e da sua permanente necessidade da ajuda, misericórdia e graça de Deus. Por causa dos seus destacados atos de compaixão e da sua bondade exterior, tal pessoa acha que não precisa da graça de Deus. O fariseu confiou nos seus próprios méritos, não tendo descoberto que nenhuma justiça humana é suficiente diante de um Deus que exige perfeição (Mt 5.48). O publicano, por outro lado, estava profundamente consciente do seu pecado e culpa e, verdadeiramente arrependido, voltou-se do pecado para Deus, suplicando perdão e misericórdia. Ele confiou na graça de Deus e a encontrou. Tipifica o verdadeiro filho de Deus. Deus deixa de responder as orações dos que amam os prazeres e que desejam honra, poder e riquezas. Todos devemos tomar consciência disso, porque Deus não ouvirá as nossas orações se tivermos o coração cheio de desejos egoístas. As Escrituras nos dizem que Deus aceita somente as orações dos justos (Sl 34.13-15; 66.18,19), daqueles que o invocam em verdade (Sl 145.18), dos genuinamente arrependidos e humildes (Lc 18.14) e daqueles que pedem segundo a sua vontade (1 Jo 5.14).


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

As orações egoístas, hipócritas e que visam status social não são atendidas pelo Senhor.


III. ORAÇÕES ATENDIDAS POR DEUS


Muitos pensam que “oração respondida” é quando Deus concede o que foi pedido em uma oração a Ele oferecida. Se um pedido de oração não é concedido, geralmente se entende que a oração não foi respondida. Contudo, isto não é um correto entendimento em relação à oração. Deus responde cada oração que a Ele é elevada. O que devemos nos lembrar é que às vezes Deus responde “não” ou “espere”. Deus somente promete conceder o que pedimos em oração quando pedimos de acordo com Sua vontade. 1Jo 5.14,15 nos diz: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.”

1. A oração do rei Salomão (2 Cr 1.7-10).
A Palavra de Deus nos dá uma série de exemplos de como podemos, se quisermos, balizar as nossas orações. Pareando com a do Senhor Jesus, temos a oração mais longa já realizada em toda literatura bíblica: a oração do rei Salomão(1Rs 8.22-53). Depois de concluir “o santuário real”, no décimo primeiro ano do seu reinado (1 Rs 6.38), Salomão inaugurou o Templo oferecendo sacrifícios ao Senhor (1 Rs 8). O rei estendeu as mãos para os céus e ofereceu uma oração de dedicação. Ele orou pelo o povo, pedindo a Deus que respondesse todas as petições que ali fossem feitas. Rogou para que a salvação e a benevolência do Senhor estivessem em suas vidas. Salomão encerra a dedicação do Templo oferecendo sacrifícios pacíficos, ofertas queimadas e ofertas de manjares ao Eterno (1 Rs 8.62-66). Pode-se aprender muito com a oração de Salomão. Era bastante incomum que um rei se ajoelhasse perante outro, sobretudo diante de seus súditos, porque o ato significa submissão a uma autoridade superior. Salomão demonstrou seu grande amor e respeito por Deus ao se ajoelhar diante dEle. Essa atitude revelou que reconhecia Deus como Supremo Rei e Autoridade; isto encorajou o povo a fazer o mesmo. Quando Salomão dedicou o Templo, que construiu para que Deus pudesse habitar no meio do seu povo, colocou diante de Deus petições referentes à muitas situações que preocupariam Israel no futuro: pecado, inimigos, perdão, seca, pestilência, guerra, cativeiro, e assim por diante. Cada petição foi seguida por uma súplica para que Deus ouvisse e respondesse as orações de Israel. Quando Salomão terminou suas petições, Deus demonstrou de forma dramática a sua aprovação pelo templo e a sua aceitação da oração de Salomão. Desceu fogo do céu, consumindo os sacrifícios e as ofertas queimadas. Então a glória do Senhor encheu o templo. Há lições aqui para nós, pois Deus agora habita nossos corações como seu templo. Se o buscarmos, Ele estará conosco no mesmo momento. No instante em que colocamos as ofertas que selecionamos sobre o altar, o seu fogo santo desce. E sempre que deixarmos espaço disponível para Deus, Ele vem e ocupa!

2. A oração do profeta Elias (1 Rs 18.36-39).
A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei, sua repreensão a todo o Israel e seu confronto com os 450 profetas de Baal (1Rs 18.16- 22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em Deus. Vemos sua confiança em Deus na brevidade e simplicidade da sua oração (41 palavras em hebraico). O propósito de Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar a graça de Deus para com o seu povo. Elias queria que o povo se voltasse para Deus. Semelhantemente, João Batista, o ‘Elias’ do NT, tinha como alvo levar muitos a buscarem a Deus como preparação para o advento de Cristo. O Senhor milagrosamente produziu fogo para consumir o sacrifício de Elias (1Cr 21.26; 2Cr 7.1). Esse milagre vindicou Elias como profeta de Deus e comprovou que somente o Senhor de Israel era o Deus vivo, a quem deviam servir. De modo semelhante, o crente deve orar, com fé, pela manifestação divina em seu meio, mediante o Espírito Santo (1Co 12.4-11; 14.1-40). A oração em nome de Cristo abrange pelo menos duas coisas:

a. orar em harmonia com sua pessoa, caráter e vontade;

b. orar com fé em Cristo, na sua autoridade e com o fim de glorificar tanto o Pai como o Filho (At 3.16). Orar realmente em nome de Jesus equivale a dizer que Ele ouvirá qualquer oração como Ele mesmo oraria. Não há limite para o poder da oração quando ela é dirigida a Jesus ou ao Pai com fé e conforme a sua vontade (Mt 17.20).

3. A oração de Davi (Sl 51.1-17). Conforme se lê no título do Salmo 51, este salmo de confissão é atribuído a Davi, alusivo ao momento em que o profeta Natã revelou seus pecados de adultério e de homicídio (2 Sm 12.1-13). É a mais notável das ‘orações de penitência’ (leia o Sl 6, um tipo de lamentação). Note que este salmo foi escrito por um crente que voluntariamente pecou contra Deus e de modo tão grave que foi privado da comunhão e da presença de Deus (cf. v. 11). Provavelmente, Davi escreveu este salmo já arrependido, após Natã declarar-lhe o perdão divino (2Sm 12.13). Davi roga contritamente a plena restauração da sua salvação, a pureza, a presença de Deus, a vitalidade espiritual e a alegria (vv. 7-13).


SINÓPSE DO TÓPICO (3)

As orações de Salomão, Davi e Elias foram respondidas pelo Senhor porque estavam de acordo com sua vontade.


(III. CONCLUSÃO)

A comunhão constante com Deus é o segredo para conhecê-Lo e para se ter influência com Ele. O Senhor cede ante a persistência de uma fé que O conhece. Confere as Suas bênçãos mais ricas aos que manifestam desejo e estima por estes bens, tanto pela constância como pelo fervor da sua importunidade. Cristo, que nisto, como em tudo, é o nosso Modelo, passou noites inteiras em oração. O Seu costume era orar muito. Tinha um lugar habitual de oração. Largos períodos de tempo em oração formaram a Sua história e o Seu caráter. Paulo orava dia e noite. Daniel, no meio de importantes ocupações, orava três vezes ao dia. As orações de David de manhã, ao meio-dia e à noite foram indubitavelmente muito prolongadas em muitas ocasiões. Aqueles que manifestaram de maneira mais perfeita possível a Cristo através de seu caráter, e têm afetado mais poderosamente o mundo a Seu favor, são os homens que gastaram muito tempo com Deus, até que isso se tornou uma das características mais salientes de suas vidas. E. M. Bounds.



APLICAÇÃO PESSOAL

Não é o caso que se pense por ‘longos períodos com o Senhor’, que o valor das orações tem de ser medido com o relógio, senão que desejamos recalcar a necessidade de se estar longo tempo a sós com Deus; se a nossa fé não tem produzido este distintivo, deve-se ao fato de que é uma fé débil e superficial. Os homens que, no seu caráter se têm assemelhado a Cristo e que têm impressionado o mundo com ele, são os que têm passado tanto tempo com Deus, que este hábito se tornou uma característica notável da sua vida. John Wesley passava duas horas diárias em oração. Começava às quatro horas da manhã. Uma pessoa que o conheceu bem escreveu: “Tomava a oração como a sua ocupação mais importante, e via-o sair depois das suas devoções com uma serenidade no rosto que quase resplandecia”. A experiência de Lutero era esta: “Se deixo de passar duas horas em oração cada manhã, o inimigo obtém a vitória durante o dia; tenho tantos assuntos que não consigo despachá-los sem ocupar três horas diárias de oração”. O seu lema era: “O que tem orado bem tem estudado bem”. É edificante! Que maior incentivo poderíamos receber, senão este? Somos conclamados a buscar ao Senhor. Para isso, recebemos a orientação de como fazê-lo: buscar de todo o coração e de toda a alma. Porém, além de ser uma orientação, esta é também uma condição, reiterada por Deus mesmo que usa o profeta Jeremias para novamente dizer isso ao povo: ‘Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.’ (Jr 29.12,13). Assim fazendo, temos a certeza de que acharemos o Senhor e de que ouviremos a sua voz, porque o nosso Deus é misericordioso e não nos desamparará, diz a Palavra.

Crendo N’Aquele que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6),


EXERCÍCIOS


1. Como podemos saber a vontade de Deus para o homem?

R. Lendo a Palavra de Deus.


2. Como podemos saber a vontade de Deus para nossa própria vida?

R. Cultivando uma vida de íntima comunhão com Deus.


3. Quais orações não serão respondidas pelo Senhor?

R. Orações egoístas, por posição social e hipócritas.


4. Quais personagens tiveram suas súplicas atendidas por Deus?

R. Salomão, Elias e Davi.


5. Quais orações são atendidas pelo Senhor?

R. As orações que são feitas de acordo com a vontade dEle

4º Trimestre 2010 - Lição 08

A Oração Sarcedotal de Jesus Cristo

TEXTO ÁUREO

“E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus” (Lc 6.12).

- Mais uma vez Lucas enfatiza o fato de Jesus orar em momentos críticos. Constantemente, Jesus procurava estar a sós em oração com o Pai, principalmente nos momentos de grandes decisões (5.16). Uma noite inteira em fervente oração dará resultados surpreendentes (Tg 5.16). Depois de passar aquela noite em oração, Jesus escolheu os doze para serem seus apóstolos (vv. 13-16), curou muitos que estavam enfermos (vv. 17-19) e pregou seu sermão mais conhecido (vv. 20-49). Se Jesus, o perfeito Filho de Deus, passou uma noite toda em oração ao Pai, para tomar uma importante decisão, quanto mais nós, com nossas fraquezas e nossos fracassos, precisamos orar muito e cultivar uma íntima comunhão com nosso Pai celestial. Observemos que foi oração a Deus, isto é, a oração de Jesus tinha endereço certo. Muitas orações não são respondidas porque não têm o destino certo; estão com o endereço errado, ou não têm endereço nenhum. BEP

VERDADE PRÁTICA
A expansão contínua do evangelho completo é um distintivo da igreja que não se descuida da oração.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 17.1-4; 15-17; 20-22

(I. INTRODUÇÃO)

João 17 contém a oração final de Jesus por seus discípulos. Este texto revela os desejos e anseios mais profundos de nosso Senhor por seus seguidores, tanto naquela ocasião como agora. Além disso, esta oração é um exemplo inspirado pelo Espírito de como todo pastor deve orar por seu povo e como todo pai deve orar por seus filhos. Ao orarmos pelos que estão sob nossos cuidados, nossos propósitos principais devem ser para que conheçam intimamente a Jesus Cristo e à sua Palavra (vv. 2,3,17,19), para que Deus os preserve do mundo, da apostasia, de Satanás, do mal e das falsas doutrinas (vv. 6,11,14-17), para que tenham continuamente a alegria de Cristo (v. 13); para que sejam santos em pensamento, ações e caráter; para que sejam um (vv. 11, 21, 22); para que levem outros a Cristo (vv. 21,23); para que perseverem na fé e, finalmente, habitem com Cristo no céu (v. 24) para que permaneçam constantemente no amor e na presença de Deus (v. 26). Boa Aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. ORAÇÃO POR UMA VIDA DE COMUNHÃO COM O PAI


1. Relacionamento com Deus (Jo 17.2,3).
Relacionamento é correspondência, trato amistoso, ou convivência, relações íntimas com alguém. Relacionamento com Deus quer dizer convivência com Ele. É trato diário com o Senhor, tornando-se familiar essa relação de amizade (Sl 25.14 e Nm 12.5-8). A vida consiste na comunhão com Deus ‘que nos criou para Ele mesmo, de modo que nossas almas não descansam até que descansem nEle’, como disse Agostinho. Conhecer a Deus, como freqüentemente nas Escrituras, significa mais do que uma percepção intelectual; envolve afeição e compromisso também. Ao colocar-se junto com o Pai como fonte de vida eterna, Cristo afirma a sua própria divindade. “Ó que todos os crentes tivessem como prioridade cada vez maior responder essa pergunta! Que eles se juntassem àqueles na história da igreja que se aprofundaram em seu relacionamento com Deus! Citarei John Owen como um exemplo. Ele escreveu um livro chamado Comunhão com Deus que é um jeito antiquado de dizer "relacionamento com Deus." O que um relacionamento com Deus significa é que nós recebemos comunicações de Deus sobre Ele tanto através da Sua Palavra como através da história. Ele vem até nós em Jesus Cristo, no Seu ensino, na Sua cruz, nos Seus apóstolos, através da Sua Palavra, e Ele está falando conosco. E o Seu falar é tornado vital para nós pela presente presença do Espírito Santo que habita dentro de nós. Isso é a metade do relacionamento. Ele toma a iniciativa.” John Piper.

2. Meditação e prática da Palavra de Deus (Jo 17.6).
“Habite , ricamente em vós a Palavra de Cristo”. (Cl 3.16). Como vimos, não é exagero ler demais a Palavra de Deus, mas sim uma necessidade. Ler a Bíblia, absorver a Bíblia, ingerir a Palavra é uma ordem de Deus para nós. Sem a Palavra não há relacionamento com Deus. Nela encontramos o próprio Deus, encontramos o nosso começo com Cristo, salvação. Com ela alimentamos o nosso relacionamento com Deus que deve ser forte e constante. Com ela haverá quebrantamento, regozijo e emoções sensibilizadas pelo Espírito Santo. A Palavra é instrumento de restauração, de libertação, de cura para nossa alma doente. É à base de tudo. Ela fortalece o espírito, conforta a nossa alma, fortalece a personalidade por dentro até Cristo fluir. A Palavra não pode ser apartada do tratamento interior que o Espírito Santo faz e quer fazer em cada crente e que dura à vida inteira. Ela é remédio para nossa alma marcada pelo pecado. Ela gera paz, poder, prosperidade, alegria saúde, força, vitória (Js 1.6-8, Pv 4.20-23). A ordem de Deus para Josué foi ser forte, corajoso para herdar a terra, mas apresentou o meio para essa conquista – fazer e não desviar da Palavra para que fosse bem sucedido. E continuou: Falar constantemente, Meditar e Fazer o que a Lei ordenava para fazer Prosperar o Seu Caminho. A nossa alma tem sede da Palavra, e ela deverá ocupar lugar central na vida da cada crente se quiser vitória. O grande problema de muitos crentes é desprezar a Palavra, se empobrecendo espiritualmente e até sendo ponto de interrogação quanto a sua vida cristã. Também o desvalor pela Palavra abre um espaço enorme para Satanás atacar, agir em nossa vida. Qual é a sua brecha? Tem fraquejado? Ler a Palavra devagar, meditando, examinando (João 5:39), extraindo o seu ensino, anotando, descobrindo verdades ocultas para você. Isso significa alimentar-se da Palavra de Deus, relacionar-se com Ele. “Um relacionamento com Deus fundamentalmente acontece pelo Espírito, através da Palavra. Não tente correr para longe da Bíblia tentando achar uma relação com Deus nos bosques ou em algum tipo de encontro estético com a natureza ou em alguma grande obra de arte. Tudo isso é suplementar. Sim, os céus manifestam a glória de Deus (Salmo 19:1). De fato, Deus usa arte e poesia de qualidade para nos despertar. Mas se nós não centrarmos na Bíblia, onde ele fala autoritativa e infalivelmente, então nosso relacionamento tornar-se-á distorcido pelo erro e pelo pecado. Portanto, deixe a Bíblia ser o lugar onde Deus encontra e fala com você e deixe a Bíblia ser o lugar onde você fala de volta para Ele. O relacionamento reside nesta comunhão: Ele para nós e nós para Ele. E isso ocorre o tempo todo ao longo do dia. Nós nos lembramos quando estamos desencorajados: "não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” (Isaías 41:10). Você se lembra dessas palavras e as traz à memória, porque elas vêm de uma promessa na Bíblia. Então você diz: "Obrigado Senhor. Eu darei este passo de obediência." E naquele momento desfrutou-se de um relacionamento e uma comunhão foi experimentada. E é assim que você caminha dia após dia com Deus por esta vida”. John Piper, http://www.desiringgod.org/resource-library/resources/what-does-it-mean-to-have-a-relationship-with-god

3. Uma vida que glorifique a Deus (17.4).
Glorificar a Deus é o propósito de nossas vidas, para Sua Glória fomos criados. E a Bíblia está repleta de indicações, por exemplo, em Isaías 43:7 "... eu os criei para minha glória..."; em 1 Coríntios 10:31 "quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus". Glorificar a Deus significa, honrá-Lo através do que falamos, agimos, e pensamos; glorificar a Deus é reconhecer a Sua importância e valorizá-Lo acima de todas as coisas, fazendo-O também conhecido à outras pessoas, para que de igual modo, aprenda a glorificá-Lo. Glorificar a Deus é também ter um coração grato. Podemos glorificá-Lo também através da nossa fé, com a total confiança de que Ele estará conosco sempre e nunca nos abandonará, apesar de qualquer circunstância. Podemos glorificá-Lo através de nosso amor, através da busca em conhecê-Lo mais, e do desejo de obedecê-Lo. Deus nos criou e nos redimiu; pertencemos a Ele, e Ele conhece cada um de nós pelo nome (Is 43. 1). Diante de problemas difíceis, não seremos vencidos, pois Ele está conosco (Is 43. 2,5). Somos preciosos e honrados à sua vista, e objetos do seu grande amor (Is 43. 4). O objetivo principal da vida do crente é agradar a Deus e promover a sua glória. Sendo assim, aquilo que não pode ser feito para a glória de Deus (i.e., em sua honra e ações de graças como nosso Senhor, Criador e Redentor) não deve ser feito de modo nenhum. Honramos a Deus mediante nossa obediência, ações de graças, confiança, oração, fé e lealdade a Ele. Viver para a glória de Deus deve ser uma norma fundamental em nossa vida, o alvo da nossa conduta, e teste das nossas ações.

“À medida que nos relacionamos intimamente com o Senhor por meio da oração e da meditação em seus mandamentos, o seu caráter vai sendo moldado em nós” Eliezer de Lira e Silva[1]


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

Uma vida de comunhão com Deus é evidenciada por um relacionamento íntimo com Ele mediante a oração e a leitura bíblica.


II. ORAÇÃO POR PERSEVERANÇA, ALEGRIA E LIVRAMENTO


1. Perseverança (Jo 17.11,12).
Todo cristão deseja ter a certeza da salvação, ou seja: a certeza de que, quando Cristo voltar ou a morte chegar, esse cristão irá estar com o Senhor, no céu (Fp 1.23; 2Co 5.8). João ao escrever sua primeira epístola esclarece-nos que o povo de Deus pode ter esta certeza (1Jo 5.13); ele declara que seu propósito ao escrever esta epístola é prover ao povo de Deus o ensino bíblico sobre a certeza da salvação. Temos a certeza da vida eterna quando cremos “no nome do Filho de Deus” (5.13; cf. 4.15; 5.1, 5). Não há vida eterna, nem certeza da salvação, sem uma fé inabalável em Jesus Cristo; fé esta que o confessa como o Filho de Deus, enviado como Senhor e Salvador nosso.

2. Alegria (Jo 17.13).
O crente deve regozijar-se e fortalecer-se, meditando na graça do Senhor, sua presença e promessa. A alegria é parte integrante da nossa salvação em Cristo. É paz e prazer interiores em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e na bênção que flui de nosso relacionamento com Eles (cf. 2Co 13.14). Os ensinos bíblicos a respeito da alegria incluem a alegria associada à salvação que Deus concede em Cristo (1Pe 1.3-6; cf. Sl 5.11; 9.2; Is 35.10) com a Palavra de Deus (Jr 15.16; cf. Sl 119.14). A alegria flui de Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vem automaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11). Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo senso da presença e do contato com Deus em nossa vida (cf. Jo 14.15-21). Jesus ensinou que a plenitude da alegria está intimamente ligada à nossa permanência na sua Palavra, à obediência aos seus mandamentos (Jo 15.7,10,11) e à separação do mundo (Jo 17.13-17). A alegria, como deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; At 16.23-25; 2 Co 12.9).

“Se tivermos toda a Bíblia e nenhuma oração, teremos um grande monte de verdade, mas nenhum poder. Seria como ‘luz sem calor’. Por outro lado, se tivermos toda oração, porém nenhum ensino bíblico, estaremos em perigo de nos tornarmos fanáticos – calor sem luz!” Warren W Wiersbe[2]


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Em sua oração intercessória, Jesus suplicou a Deus que concedesse aos discípulos livramento, alegria e perseverança.


III. ORAÇÃO POR SANTIDADE, UNIDADE E FRUTOS ESPIRITUAIS


1. Santidade (Jo 17.17,19).
Deus é santo, e as qualidades de Deus devem ser as qualidades do seu povo. A idéia principal de santidade é a separação dos modos ímpios do mundo e dedicação a Deus, por amor, para o seu serviço e adoração. Ser santo é estar separado do pecado e consagrado a Deus. É ficar perto de Deus, ser semelhante a Ele, e, de todo o coração, buscar sua presença, sua justiça e a sua comunhão. Acima de todas as coisas, a santidade é a prioridade de Deus para os seus seguidores (Ef 4.21-24). A santidade foi o propósito de Deus para seu povo quando Ele planejou sua salvação em Cristo (Ef 1.4). A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele veio a esta terra (Mt 1.21; 1 Co 1.2,30). A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele se entregou por eles na cruz (Ef 5.25-27). A santidade é o propósito de Deus, ao fazer de nós novas criaturas e nos conceder o Espírito Santo (Rm 8.2-15; Gl 5.16-25, Ef 2.10). Sem santidade, ninguém poderá ser útil a Deus (2 Tm 2.20,21). Sem santidade, ninguém terá intimidade nem comunhão com Deus (Sl 15.1,2). Sem santidade, ninguém verá o Senhor. Lv 11.44 apresenta as instruções no tocante ao alimento puro e impuro (i.e., apropriado e impróprio) dadas, segundo parece, por motivos de saúde; mas também são padrões para ajudar Israel a permanecer como um povo separado da sociedade ímpia ao seu derredor (cf. Dt 14.1,2). Essas instruções sobre alimentos já não são obrigatórias para o crente do NT, posto que Cristo cumpriu o significado e o propósito delas (cf. Mt 5.17; 15.1-20; At 10.14,15; Cl 2.16; 1 Tm 4.3). Contudo, os princípios inerentes nessas instruções continuam válidos hoje. O cristão hodierno deve diferir da sociedade em derredor quanto a comer, beber e vestir-se, de tal modo que glorifiquem a Deus no seu corpo (cf. 1 Co 6.20; 10.31) e pela rejeição de todos os costumes pecaminosos sociais dos ímpios. O crente precisa ser "santo em toda a vossa maneira de viver" (1 Pe 1.15). A ênfase nos detalhes à pureza cerimonial ressaltava a necessidade da separação moral do povo de Deus, em pensamento e obras, em relação ao mundo ao seu redor (Êx 19.6; 2 Co 7.1). Todos os aspectos da nossa vida devem ser regulados pela vontade de Deus (1Co 10.31). A santidade é o alvo e o propósito da nossa eleição em Cristo (Ef 1.4); significa ser semelhante a Deus, ser dedicado a Deus e viver para agradar a Deus (Rm 12.1; Ef 1.4; 2.10; ver Hb 12.14). É o Espírito de Deus que realiza em nós a santificação, que purifica do pecado nossa alma e nosso espírito, que renova em nós a imagem de Cristo e que nos capacita, pela comunicação da graça, a obedecer a Deus segundo a sua Palavra (Gl 5.16,22,23,25; Cl 3.10; Tt 3.5; 2 Pe 1.9)

2. Unidade (Jo 17.21,22).
A união em favor da qual Jesus orou não era a união de igrejas e organizações, mas a espiritual, baseada na permanência em Cristo (v. 23); amor a Cristo (v. 26); separação do mundo (vv. 14-16); santificação na verdade (vv. 17-19); receber a verdade da Palavra e crer nela (vv. 6,8,17); obediência à Palavra (v. 6); e o desejo de levar a salvação aos perdidos (vv. 21,23). Faltando algum desses fatores, não pode haver a verdadeira unidade que Jesus pediu em oração. Jesus não ora para que seus seguidores "se tornem um", mas para que "sejam um". Trata-se do subjuntivo presente[3] e significa "continuamente ser um". União essa que se baseia no relacionamento que todos eles têm com o Pai e o Filho, e na mesma atitude basilar que têm para com o mundo, a Palavra e a necessidade de alcançar os perdidos (cf. 1 Jo 1.7). Intentar criar uma união artificial por meio de reuniões, conferências ou organização centralizada, pode resultar num simulacro da própria união em prol da qual Jesus orou. Ele tinha em mente algo muito mais do que "reuniões de unificação", ou seja, de união artificial. É uma união espiritual de coração, propósito, mente e vontade dos que estão totalmente dedicados a Cristo, à Palavra e à santidade. "A unidade do Espírito" não pode ser criada por nenhum ser humano. Ela já existe para aqueles que creram na verdade e receberam a Cristo, conforme Paulo proclama nos capítulos 1-3 de Efésios. Aquela igreja devia guardar e preservar essa unidade, não mediante os esforços ou organizações humanas, mas pelo andar "como é digno da vocação com que fostes chamados" (Ef 4. 1). A unidade espiritual é mantida pela lealdade à verdade e o andar segundo o Espírito (Gl 5.22-26). Não pode ser conseguida "pela carne" (Gl 3.3).

3. Frutificação espiritual (Jo 17.18).
Quando uma pessoa crê em Cristo e recebe o seu perdão, recebe a vida eterna e o poder de estar ou permanecer n’Ele. Tendo esse poder, o crente precisa aceitar sua responsabilidade quanto à salvação e permanecer em Cristo. Assim como a vara só tem vida enquanto a vida da videira flui na vara, o crente tem a vida de Cristo somente enquanto esta vida flui nele pela sua permanência em Cristo. A palavra grega aqui é meno, que significa "continuar", "permanecer", "ficar", "habitar". As condições mediante as quais permanecemos em Cristo são:

a. conservar a Palavra de Deus continuamente em nosso coração e mente, tendo-a como o guia das nossas ações;

b. cultivar o hábito da comunhão constante e profunda com Cristo, a fim de obtermos dEle forças e graça;

c. obedecer aos seus mandamentos e permanecer no seu amor e amar uns aos outros;

d. conservar nossa vida limpa, mediante a Palavra, resistindo a todo pecado, ao mesmo tempo submetendo-nos à orientação do Espírito Santo (v. 3; 17.17; Rm 8.14; Gl 5.16-18; Ef 5.26; 1 Pe 1.22). BEP, nota Jo 15.4.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Na oração sacerdotal de Jesus, Ele intercedeu ao Pai pela santidade, unidade e frutificação espiritual de sua Igreja.


(III. CONCLUSÃO)


Na oração sacerdotal o Senhor Jesus depois de haver orado pelos discípulos que já criam e caminhavam com Ele, orou também por todos aqueles que ainda haveriam de vir a crer n´Ele através da pregação da Palavra. Ele orou ao Pai rogando por nós, muitos anos antes de nascermos, e antes que viéssemos a abraçar a fé. Ele não rogou por todas as pessoas do mundo, como está escrito no verso 17:9, mas sim por todos aqueles que pelo Pai lhe foram dados (Jo 17.6 e 9); pelos que já criam, e pelos que ainda viriam a crer. Ele rogou por todos os que Ele de antemão conheceu na Sua Onisciência! Ele rogou por nós!



[1] Eliezer de Lira e Silva, Pastor Auxiliar na AD em Curitiba (PR). Conferencista, professor de Homilética, palestrante em Escolas Bíblicas de Obreiros. Diretor do Projeto Missionário Ide e Ensinai, em Moçambique, África. Comentarista da revista Lições Bíblica de Escola Dominical pela CPAD.

[2] Warren Wendel Wiersbe é um pastor norte-americano, teólogo, conferencista e um grande escritor de literatura cristã e trabalhos teológicos. Warren Wiersbe fez mais dois doutorados honorários e tem acumulado em sua biblioteca pessoal mais de dez mil livros; às vezes referido como "pastor dos pastores", o Dr. Wiersbe tornou-se um bem conhecido e confiável teólogo bíblico e estudioso nos círculos do Fundamento Evangélico.

[3] O subjuntivo presente expressa ações incertas, hipotéticas ou desejadas no presente. O modo subjuntivo contrasta com o indicativo e para entender as diferenças entre um e outro, vamos analisar a série a seguir: Garanto que ele trabalha. Suponho que ele trabalhe. Espero que ele trabalhe. Duvido que ele trabalhe. Na primeira frase do exemplo, o verbo em negrito está no indicativo presente, pois a ação expressa é certa, confirmada no presente. Nas demais frases, o tempo empregado foi o subjuntivo presente, pois expressam hipótese, desejo, dúvida sobre o que ocorre no presente.




APLICAÇÃO PESSOAL


É edificante saber que naquele momento lindo e tão profundo de intercessão, o Senhor Jesus pensava em nós, e também em todos aqueles que ainda virão a crer n´Ele. Nos conforta e nos encoraja ainda mais saber que, na Sua Onisciência, Ele sempre nos vê, e permanentemente se lembra de nós, e de todos os que pelo Pai lhe foram dados. Ainda hoje, Ele vive junto ao Pai, intercedendo por nós... "Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles." Hb 7.25. Quer dizer, Ele está sempre nos acompanhando com o seu olhar de amor, nos guardando do mal, nos livrando das ciladas do inimigo, e pronto a estender a Sua Bondosa Mão para nos socorrer em nossas necessidades, problemas, dores e sofrimentos! Diante de tão grande prova de amor, o que temos a fazer é nos aproximarmos mais e mais deste Deus Maravilhoso, amá-Lo acima de todas as coisas, entrar nos seus átrios com adoração, ações de graças, salmos, e hinos de louvor. Opus-me fortemente às doutrinas da eleição, redenção particular (também chamada de expiação limitada) e graça para perseverança até o fim. Agora, porém, fui levado a examinar essas verdades preciosas pela Palavra de Deus. Tenho sido levado a não procurar nenhuma glória própria na conversão do ímpio, mas tão somente a me considerar como um mero instrumento, e havendo sido disposto a aceitar o que as Escrituras dizem, eu me aproximei da Palavra, lendo o Novo testamento desde seu início, com referência em particular a essas verdades. Qual não foi minha surpresa, as passagens que falam diretamente sobre eleição e graça perseverante são cerca de quatro vezes mais abundantes do que as que aparentemente falam contra essas verdades. E após refletir não por breve tempo, compreendi as doutrinas referidas. Quanto ao feito que minha crença nessas doutrinas teve em minha vida, sou constrangido a afirmar, para a glória de Deus, que embora seja ainda muito fraco, e de forma alguma tão morto para a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida quando deveria ser, ainda assim, pela graça de Deus, tenho andado ainda mais perto dEle desde esse período. Minha vida não tem sido tão inconstante e posso dizer que tenho vivido muito mais para Deus do que antes.

Crendo N’Aquele que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6),


EXERCÍCIOS

1. O que a oração sacerdotal de Jesus expressa?

R. Os sentimentos, pensamentos e vontades mais íntimas do Mestre em relação aos seus discípulos.


2. Qual a melhor maneira de conhecer o Pai?

R. A melhor maneira de conhecer o Pai e a sua vontade para seus filhos é meditar em sua Santa Palavra.


3. O que o crente deve fazer para não entrar em tentação?

R. Orar e vigiar, “em todo o tempo” (Ef 6.18).


4. Por que o Senhor exige santificação de seu povo?

R. Para adorá-lo e servi-lo.


5. É possível um cristão fiel não produzir frutos?

R. Não, pois aquele que está em Cristo – a Videira Verdadeira – naturalmente produz frutos da mesma espécie

4º Trimestre 2010 - Lição 07

TEXTO ÁUREO

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42).

- Desejo de comunhão intima com Deus é o segredo para uma vida crista vitoriosa. A experiência da plenitude do Espírito está disponível, mas o Pentecoste sempre envolve a responsabilidade do crente. Quem almeja o derramamento do Espírito em sua vida, para ter poder para realizar a obra de Deus, deve colocar-se à disposição do Espírito Santo mediante sua submissão à vontade de Deus e à oração (At 2.38; 9.11-17; cf. Lc 11.5-13; 24.49; Is 40.29-31). Ouve-se muito acerca de Batalha espiritual, mas a guerra do crente contra as forças espirituais do mal exige dedicação a oração, ou seja, orando "no Espírito", "em todo tempo", "com toda oração e súplica", "por todos os santos", "com toda perseverança" (Ef 6.18). A oração não é apenas mais uma arma, mas é por ela que avançamos neste “teatro de operações”, ela é parte do conflito propriamente dito, onde a vitória é alcançada, mediante a cooperação com o próprio Deus. O crente que negligenciar todas as formas de oração, em todas as situações, já está vencido e preste a assinar a “carta de rendição” ao inimigo (Lc 18.1; Rm 12.12; Fp 4.6; Cl 4.2; 1 Ts 5.17).

VERDADE PRÁTICA

A expansão contínua do evangelho completo é um distintivo da igreja que não se descuida da oração.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 1.12,14; 2.4,38,40,41; 4.32

PALAVRA-CHAVE
Espírito Santo
[Do heb Ruah Kadosh; Gr Hagios Pneumathos].
Terceira pessoa da Santíssima Trindade.

COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
Uma vida de constante oração deve definir nossa vida publica e não o contrário disso. O objetivo da oração não é o aplauso ou o reconhecimento da multidão, mas a aprovação do nosso Pai celestial e o crescimento do Seu reino. Se não houver verdadeira obediência a Cristo, nem busca sincera da justiça do seu reino, é falsa a afirmação de quem diz ter a plenitude do Espírito Santo. O Pentecoste sem o senhorio de Cristo é impossível, porque o Espírito Santo é dado somente àqueles que vivem na obediência da fé (Rm 1.5). A inauguração da Igreja deu-se no dia de Pentecostes. Os crentes perseveraram unânimes em oração e súplicas (At 1.14). Após esse período de oração perseverante, todos foram cheios do Espírito Santo, e os crentes passaram a propagar poderosamente o evangelho (At 4.31). Nesta lição, enfatizaremos que da mesma forma, o Espírito Santo quer fazer nestes dias com a Igreja do Senhor que persevera em oração e jejum. Oremos, crendo que Deus ouvirá e atenderá as nossas súplicas. Boa Aula!

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. O INÍCIO DA IGREJA CRISTÃ

1. Derramamento do Espírito.
A finalidade do Espírito Santo encher a todos os que se encontravam unânimes orando no cenáculo, em Jerusalém, era enche-los de virtude para em seguida, propalar a mensagem do evangelho com o poder celestial no interior deles para testemunharem com grande eficácia. O termo original para virtude é dunamis, que significa poder real; poder em ação. Esse é o versículo-chave do livro de Atos e este é o propósito principal do batismo no Espírito Santo, o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou. Sua finalidade é que Cristo seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus (cf. Mt 28.18-20; Lc 24.49; Jo 5.23; 15.26,27). Dunamis significa mais do que força ou capacidade; designa principalmente o poder divino em operação, em ação. O derramamento do Espírito Santo trouxe o poder pessoal do Espírito Santo à vida daqueles crentes e continua disponível a Igreja hodierna.

2. Preparação para o serviço do Reino.
O batismo no Espírito Santo não somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador, mas também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26; 15.26,27). O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal de Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio Jesus Cristo resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradar nosso Salvador. Note que o Espírito Santo dá testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a Cristo (Jo 16.14), não somente com palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do Espírito Santo a respeito da obra redentora de Jesus Cristo, manifestará com certeza, à semelhança de Cristo, o amor, a verdade e a justiça em sua vida e estará equipado para o serviço do Reino de Deus.

3. Evidências da ação do Espírito Santo.
A festa de Pentecostes era a segunda grande festa sagrada do calendário religioso judaico que acontecia cinqüenta dias após a primeira grande festa, a Páscoa. Do grego penteekostos (qüinquagésimo) era também chamada Festas das Colheitas, porque nela as primícias da sega de grãos eram oferecidas a Deus (cf. Lv 23.17). Da mesma forma, o dia de Pentecoste simboliza, para a igreja, o início da colheita de almas para Deus neste mundo. As manifestações externas de um som como de um vento poderoso e das línguas de fogo quando do derramamento do Espírito Santo demonstram que Deus estava ali presente e ativo, de modo poderoso (cf. Êx 3.1-6; 1Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e a separação dos crentes para Deus, visando a obra de glorificar a Cristo (Jo 16.13,14) e de testemunhar dEle. Estas duas manifestações antecederam o batismo no Espírito Santo, e não foram repetidas noutros relatos similares do livro de Atos. Joel, cujo nome significa “O Senhor é Deus”, profeta sacerdotal em Judá e Jerusalém (cf. Jr 28.1.5), prediz um dia em que Deus derramaria o seu Espírito sobre todo aquele que "invocar o nome do Senhor". Este derramamento resultaria num fluir sobrenatural do Espírito Santo entre o povo de Deus. Esta profecia de Joel foi citada por Pedro no dia de Pentecoste, e explicou que o derramamento do Espírito Santo, naquele dia, era o começo do cumprimento dessa profecia (At 2.14-21). Note que nós pentecostais afirmamos que esta profecia é uma promessa perpétua para todos quantos aceitem a Cristo como Senhor, pois todos os crentes podem e devem receber a plenitude do Espírito Santo conforme bem explicita as perícopes de At 2.38,39; 10.44-48 e 11.15-18. O poder interior do Espírito e a realidade da presença de Deus que vêm da plenitude do Espírito libertam o crente do medo doutras pessoas e aumenta grandemente a sua coragem e motivação para falar de Deus com intrepidez. Além disso, o grande poder do Espírito Santo operando nos crentes efetua grande convicção nos ouvintes do evangelho quanto ao pecado de cada um, a justiça de Cristo e o juízo divino (Confira Jo 16.8). Hoje, o mesmo acontecerá em nossas igrejas se o Espírito Santo receber a primazia.
“Somente pela oração que podemos buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça.”Robert L Brant e Zenas J Bicket.

SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O início da igreja cristã foi marcado pelo derramamento do Espírito Santo.

II. A DISSEMINAÇÃO DA PALAVRA

1. O Espírito Santo prepara pregadores.
O batismo no Espírito Santo outorga ao crente ousadia e poder celestial para realizar grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação (At 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7). O batismo no Espírito Santo também outorga ao crente a proficiência em mensagens proféticas e louvores (At 2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15); maior sensibilidade contra o pecado que entristece o Espírito Santo, uma maior busca da retidão e uma percepção mais profunda do juízo divino contra a impiedade (Jo 16.8; At 1.8); uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33); visões da parte do Espírito (At 2.17); manifestação dos vários dons do Espírito Santo (1Co 12.4-10); maior desejo de orar e interceder (At 2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26); maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42) e uma convicção cada vez maior de Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6).

2. O Espírito concede intrepidez. O batismo no Espírito Santo não somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador, como também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26; 15.26,27). O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal de Jesus (Jo 14.16-18) e nos transforma em testemunhas de Cristo. Testemunha (gr. martus) é alguém que testifica, por atos ou palavras, da verdade. Testemunhas cristãs são as que confirmam e atestam a obra salvífica de Jesus Cristo através das suas palavras, ações e vida e, se necessário, através da sua própria morte. Dar testemunho de Cristo é a obrigação de todos os crentes (At 1.8; Mt 4.19; 28.19,20). Note que o crente como testemunha de Cristo possui uma mentalidade missionária, visando alcançar todas as nações, e levar a salvação divina até aos confins da terra (At 11.18; 13.2-4; 26.16-18; Mt 28.19,20; Lc 24.47). O crente revestido dessa Dunamis fala principalmente a respeito da vida de Cristo, da sua morte, ressurreição, poder salvífico e da promessa do Espírito Santo (At 2.32,38,39; 3.15; 10.39-41,43; 18.5; 26.16; 1 Co 15.1-8).

3. Escolhendo e enviando homens para a obra missionária (At 13.1-5). A obra missionária teve seu início em Jerusalém por ocasião da descida do Espírito Santo, mas foi a Igreja de Antioquia da Síria a primeira a enviar missionários - Paulo e Barnabé, chamados à obra missionária e enviados por aquela igreja. As características dessa obra estão descritas em At 9.15; 13.5; 22.14,15,21 e 26.16-18. Note que o chamado de Paulo e Barnabé para pregar o evangelho e conduzir homens e mulheres à salvação em Cristo foi efetuado pelo Espírito Santo. A atividade missionária é originada pelo Espírito Santo, através de líderes espirituais que estão profundamente dedicados ao Senhor e ao seu reino, buscando-o com oração e jejum (At 13.2). A igreja deve estar atenta ao ministério e atividade proféticos do Espírito Santo e sua orientação. As Escrituras não indicam em lugar nenhum que os missionários do NT foram enviados aos campos para realizarem trabalhos sociais ou políticos, isto é, propagar o evangelho e fundar igrejas mediante o exercício de todos os tipos de atividades sociais ou políticas para o bem da população do Império Romano. O alvo dos missionários era conduzir pessoas a Cristo (At 16.31; 20.21), livrá-las do poder de Satanás, levá-las a receber o Espírito Santo e organizá-las em igrejas. Nesses novos cristãos, o Espírito Santo veio habitar e manifestar-se através do amor; Ele deu dons espirituais (1 Co 12-14) e transformou esses fiéis de tal maneira que suas vidas glorificavam ao seu Salvador. Os missionários do evangelho de hoje devem ter a mesma atividade prioritária: ser ministros e testemunhas do evangelho, que levem outros a Cristo, livrando-os do domínio de Satanás (At 26.18), fazendo-os discípulos, motivando-os a receber o Espírito Santo e os seus dons (At 2.38; 8.17) e ensinando-os a observar tudo quanto Cristo ordenou (Mt 28.19,20). Isto deve ser acompanhado de sinais e prodígios, cura de enfermos e libertação de oprimidos pelos demônios (At 2.43; 4.30; 8.7; 10.38; Mc 16.17,18). Esta tarefa suprema de pregar o evangelho, no entanto, deve também incluir atos pessoais de amor, de misericórdia e de bondade para com os necessitados (cf. Gl 2.10). Deste modo, todos que são chamados a dar testemunho do evangelho servirão na causa divina segundo o modelo de Jesus (cf. Lc 9.2). “Aprender a receber e a seguir a orientação do Espírito Santo na seleção e envio de obreiros é essencial a um ministério missionário eficaz. O Espírito Santo é a fonte da orientação divina, independente dos meios que Ele venha a empregar” Robert L Brant e Zenas J Bicket.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O Espírito Santo prepara pregadores, concede intrepidez, escolhe e envia homens para a disseminação da Palavra de Deus no mundo.

III. O ESPÍRITO E O CRESCIMENTO DA IGREJA

1. A igreja cresce (At 2.41,47).
A palavra grega ekklesia (igreja), literalmente, refere-se à reunião de um povo, por convocação (gr. ekkaleo). No NT, o termo designa principalmente o conjunto do povo de Deus em Cristo, que se reúne como cidadãos do reino de Deus (Ef 2.19), com o propósito de adorar a Deus. (Estudo Doutrinário A Igreja, BEP). Através do livro de Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja neotestamentária. Antes de mais nada, a igreja é o agrupamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (At 13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6). É mediante o poderoso testemunho da igreja que os pecadores são alcançados com a salvação gratuita de Deus, são regenerados, batizados nas águas e acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26). O apóstolo Paulo deixa transparecer sua imensa confiança em que Deus operava em sua vida, abrindo e fechando portas, a fim de orientar seu ministério. A frutificação tanto da nossa caminhada na fé como do nosso testemunho de Cristo depende tanto da Sua providência quanto da sua intervenção direta. Devemos orar, pedindo a Deus que nos abra portas e indique onde devemos trabalhar (cf. At 16.6-10).

2. Crescimento x Perseguição.
As perseguições sofridas pelos cristãos, ordenadas por imperadores como Nero, Domiciano, Trajano, Marco Aurélio e Septímio Severo, tiveram um caráter mais político do que propriamente religioso. Primeiro, os cristãos recusavam-se a cultuar a deusa Roma, símbolo da unidade imperial, e a aceitar a divinização dos imperadores. E, segundo, graças a sua mensagem redentora, o Cristianismo obteve enorme sucesso entre os excluídos da sociedade romana - mulheres, pobres e, especialmente, escravos -, atestando o caráter socialmente perigoso da nova crença. As perseguições acabaram por fortalecer a seita do Caminho. Os novos crentes impetuosos, aceitaram o martírio sem hesitação, na certeza de ter lucro com a morte (Fp 1.21). O verdadeiro crente, vivendo no centro da vontade de Deus, não precisa ter medo da morte. Ele sabe que Deus tem um propósito para o seu viver, e que a morte, quando ela vier, é simplesmente o fim da sua missão terrestre e o início de uma vida mais gloriosa com Cristo. Esta abnegada convicção fez novos e numerosos adeptos, especialmente em uma época de crise e de falência dos poderes públicos. Mais do que isso, o Cristianismo era a única opção de consolo espiritual para a grande massa de miseráveis que o Império produzia. Da mesma forma, a mensagem de igualdade e pacifismo - negando o caráter divino do Império -, e a própria escravidão contribuíram para a desagregação das bases sociais e políticas em que se assentava o Império.

3. A integridade da igreja.
A experiência do Pentecoste sempre envolve a responsabilidade humana. Aqueles que desejam o derramamento do Espírito em sua vida, para terem poder para realizar a obra de Deus, devem colocar-se à disposição do Espírito Santo mediante sua submissão à vontade de Deus e à oração. Naquele ambiente dominado pela comunhão entre os crentes, a fim de obterem prestígio e reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante da igreja a respeito das suas contribuições. Deus considerou um delito grave essas mentiras contra o Espírito Santo. O castigo que recaiu sobre Ananias e Safira ficou como exemplo perpétuo da atitude de Deus para com qualquer coração enganoso entre aqueles que professam ser crentes. Fica evidente nesta perícope que mentir ao Espírito Santo é a mesma coisa que mentir a Deus, logo, o Espírito Santo também é Deus (At 5.3 e 4; veja também Ap 22.15). A raiz do pecado de Ananias e de Safira era seu amor ao dinheiro e elogio dos outros. Isto os fez tentar o Espírito Santo. Quando o amor ao dinheiro e o aplauso dos homens tomam posse de uma pessoa, seu espírito fica vulnerável a todos os tipos de males satânicos (1 Tm 6.10). Ninguém pode estar cheio de amor ao dinheiro e, ao mesmo tempo, amar e servir a Deus (Mt 6.24; Jo 5.41-44). Talvez alguém indague porque Deus usou de tanta ‘severidade’ neste caso; O juízo de Deus sobre Ananias e Safira serviu para que se manifestasse sua aversão a todo engano, mentira e desonestidade no reino de Deus. Um dos pecados mais abomináveis na igreja é enganar o povo de Deus no tocante ao nosso relacionamento com Cristo, trabalho para Ele, e a dimensão do nosso ministério. Entregar-se a esse tipo de hipocrisia significa usar o sangue derramado de Cristo para exaltar e glorificar o próprio ‘eu’ diante dos outros. Esse pecado desconsidera o propósito dos sofrimentos e da morte de Cristo (Ef 1.4; Hb 13.12), e revela ausência de temor do Senhor e de respeito e honra ao Espírito Santo, e merece o justo juízo de Deus. Por meio do dom de discernimento do Espírito, Pedro percebeu toda a mentira deles e veio um repentino juízo divino sobre o casal. Quando a igreja está orando (At 4.31), Deus aniquila os problemas que podem enfraquecê-la.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Não é a capacidade humana que faz a Igreja do Senhor crescer, mas é a ação e o poder do Espírito Santo.

(III. CONCLUSÃO)
Se não houver verdadeira obediência a Cristo (At 5.32), nem busca sincera da justiça do seu reino (Mt 6.33; Rm 14.17), é falsa a afirmação de quem diz ter a plenitude do Espírito Santo. O Pentecoste sem o senhorio de Cristo é impossível (At 2.38-42), porque o Espírito Santo é dado somente àqueles que vivem na obediência da fé (Rm 1.5).

APLICAÇÃO PESSOAL

Paulo, escrevendo sua epístola aos Romanos, define a fé em termos de "obediência". No dizer de Paulo, a natureza da fé salvífica deve ser determinada por seu propósito inicial, a saber: unir nossa vida com Deus, através de Jesus Cristo, em amor, devoção, gratidão e obediência (veja Tg 2.17; Jo 15.10,14; Hb 5.8,9). A idéia básica e inerente na palavra "santo" é "separado para o evangelho de Deus", todos os crentes sinceros são separados do pecado e do mundo, aproximados de Deus e consagrados para servi-lo (cf. Êx 19.6; Lv 11.44). Através da oração, o Espírito renova o caráter do crente na verdadeira santidade (At 9.13; Ef 4.23,24). Para um relacionamento desse nível com Deus, o crente deve viver sempre pela fé, e, assim fazendo, continua a viver uma vida, espiritualmente cada vez mais rica (Hb 10.38), "De fé em fé" - literalmente "fé do começo ao fim" (Rm 1.17). Note que a fé inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade a Jesus Cristo, que se expressam na confiança, amor, gratidão e lealdade para com Ele. A fé, no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de abnegação para com Cristo (Mt 22.37; Jo 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1Pe 1.8). Dedique um tempo para conversar com o Pai, deseje estar a sós com Ele. "Um relacionamento com Deus fundamentalmente acontece pelo Espírito, através da Palavra." John Owen. “O que um relacionamento com Deus significa é que nós recebemos comunicações de Deus sobre Ele tanto através da Sua Palavra como através da história. Ele vem até nós em Jesus Cristo, no Seu ensino, na Sua cruz, nos Seus apóstolos, através da Sua Palavra, e Ele está falando conosco. E o Seu falar é tornado vital para nós pela presente presença do Espírito Santo que habita dentro de nós. Isso é a metade do relacionamento. Ele toma a iniciativa. "Um relacionamento com Deus fundamentalmente acontece pelo Espírito, através da Palavra. "Nós recebemos as comunicações dEle e, pelo Espírito, somos tornados vivos para elas. Nós as vemos chegando - suas comunicações de Si mesmo, Seu caráter e a Sua obra em nosso favor – e então somos despertados para elas. Nós passamos a admirá-las, a deleitarmo-nos com elas, e ficamos contentes, esperançosos e encorajados. Então nós devolvemos a Ele - também por meio da Palavra, pelo Espírito, e pelo nome de Jesus Cristo - orações, ações de graças, resoluções de lutar a batalha da fé e atos de obediência. O resultado é que nossas vidas caminham em direção a Deus enquanto a Sua vida para nós caminha em direção ao homem. Esse é o relacionamento.” John Piper
Crendo N’Aquele que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6),

EXERCÍCIOS
1. Quando a Igreja foi instituída?
R. No dia de Pentecoste.
2. Qual fator impulsionou o início da Igreja?
R. A descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste.
3. Quem prepara e capacita os obreiros para a obra do Senhor?
R. O Espírito Santo
4. Como a igreja pode se tornar poderosa em suas ações?
R. Mediante a oração com propósito unânime.
5. O que leva o crente a ser generoso e solidário?
R. O predomínio do Espírito Santo.

4º Trimestre 2010 - Lição 06

TEXTO ÁUREO

“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”
(Hb 4.16).

VERDADE PRÁTICA

O crente em Jesus desenvolve o seu relacionamento com Deus e a fé cristã por meio da oração constante, confiante e disciplinada.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Filipenses 4.4-9



COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO

A oração é um meio que Deus utiliza para desenvolver a comunhãodo crente com Ele. Falar com Deus é uma preciosa e indivisível dádiva do cristão. Desperdiçar a oportunidade de falar com Deus e ouvi-lo, quando estamos em oração, é um atestado de enfermidade espiritual, cujo tratamento requer urgência (Is 55.6; Jr 29.13).

I. RECONHECENDO O VALOR DA ORAÇÃO

1. A oração estreita a comunhão com Deus.

Por meio da oração, o crente estabelece e desenvolve um relacionamento mais profundo com Deus. O Senhor é onisciente! Todavia, o cristão deve ser explícito e detalhado em suas orações: “[...] as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças” (Fp 4.6b). Através da oração, o crente coloca aos pés do Senhor suas fragilidades, dores, tristezas e ansiedades. Saiba que Deus deseja ouvi-lo, a fim de agir em seu favor (Sl 72.12).

2. A oração com ação de graças.

A ação de graças é uma forma de celebrarmos a bondade divina, que expressa gratidão (Sl 69.30). Esta oração, segundo o exemplo de Jesus, agrada ao céu (Mt 11.25). Uma vida de constante oração associada ao conhecimento e à observância das Santas Escrituras, conduz o crente a um viver de gozo, gratidão e constantes descobertas das grandezas e riquezas de Deus (1 Ts 5.17,18; Rm 11.33-36).

3. Jesus destaca o valor da oração.

O valor da oração está em sua prática constante como elemento vital e imprescindível à nossa vida espiritual. Lembremonos de que a oração “no Espírito” é parte da armadura de Deus para o cristão na sua luta contra o Diabo (Ef 6.11,12,18). O crente deve estar consciente da proximidade de um Deus, que é pessoal e almeja se comunicar com os seus filhos. Às vésperas de sua morte no Calvário, Jesus confortou e revigorou seus discípulos com a promessa de que suas orações seriam respondidas se direcionadas ao Pai em seu nome (Jo 14.14). O Senhor Jesus, em seu ministério terreno, tinha a necessidade de orar porque reconhecia a importância da vida de oração. Os seus discípulos, ao verem tal exemplo, sentiram a mesma necessidade: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11.1). Após a morte e ascensão de Cristo, os discípulos passariam a contar com a ajuda do Espírito Santo (Jo 14.16,17) e poderiam desfrutar da doce e permanente paz de Jesus (Jo 14.27). Essas são as bênçãos que se alcançam do Pai celestial quando se chega a Ele em oração e com plena certeza de fé no Filho de Deus.

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

O valor da oração está em sua prática constante como elemento vital à nossa vida espiritual.

II. A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA ORAÇÃO DO CRENTE

1. O Espírito Santo é intercessor.

O filho de Deus nunca está sozinho quando ora. Há alguém nomeado pelo Senhor para ajudá-lo: O Espírito Santo (Jo 14.16). A maior segurança que o crente possui, é saber que a sua oração é orientada na dependência do Santo Espírito. O Divino Consolador nos ajuda a orar!

2. O Espírito Santo nos socorre na oração.

Ele junta-se a nós em nossas intercessões, a fim de moldar a oração que não pode ser compreendida pelo entendimento humano. Da mesma maneira que Jesus Cristo intercede por nós no céu (Rm 8.34), o Espírito Santo, que conhece todas as nossas necessidades, intercede ao Senhor pelos salvos (Rm 8.27).

3. O Espírito Santo habita no crente.

Ser habitação do Espírito significa que Deus está presente na vida do cristão, mantendo uma relação pessoal com ele. Nós somos o templo do seu Espírito Santo (1 Co 6.19)! Nesse sentido, o Consolador torna a oração adequada à vontade de Deus. Ele conhece todas as nossas necessidades, anseios, pensamentos, falhas, sentimentos, desejos, frustrações e intenções. O Espírito Santo geme pelo crente com gemidos inexprimíveis diante de Deus (Rm 8.26,27).

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Intercessão, socorro e habitação caracterizam a ação do Espírito Santo na vida do crente.

III. COMO DEVE O CRENTE CHEGAR-SE A DEUS EM ORAÇÃO

1. Reverentemente.

É necessário o crente dirigir-se a Deus de modo respeitoso, agraciado, confiante e obediente. Só Deus é digno de toda a honra, glória e louvor. Ele é Único, Eterno, Supremo, Majestoso, Todo-Poderoso, Santo, Justo e Amoroso. A reverência voluntária a Deus e o seu santo temor em nós sufocam o orgulho, que é tão comum no homem e muitas vezes encontra-se disfarçado externamente nele, mas latente em seu interior.

2. Honestamente.

Quando o crente, convicto pelo Espírito Santo e segundo a Palavra de Deus, arrependido confessa seus pecados, erros, faltas e fraquezas, os impedimentos são removidos para Deus agir em seu favor. Ele torna-se alvo das misericórdias divinas (Pv 28.13). O crente deve fazer constantes avaliações em sua obediência à vontade de Deus. Dessa atitude, dependem as respostas de suas orações (1 Jo 3.19-22; Jo 15.7; Sl 139.24).

3. Confiantemente.

Todo crente necessita aproximar-se com fé do altar da oração e crer que Deus é galardoador dos que O buscam (Hb 11.6). Orar com fé consiste em apresentar suas necessidades ao Pai celestial e descansar em suas promessas. Assim, demonstramos estar convictos do que Jesus disse quanto ao que pedimos ao Pai em Seu nome: “Se pedires alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14.14). Entretanto, todo crente deve ter em mente que Deus é soberano e age como quer, concedendo ou não o que Lhe pedimos. Ele conhece os seus filhos e sabe o que é melhor para nós (Jo 10.14,15).

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

O crente deve chegar-se a Deus em oração: reverentemente, honestamente e confiantemente.

CONCLUSÃO

A gratidão, a segurança, a firmeza, a sabedoria e a confiança do crente aumentam à medida que este estabelece uma vida de constante oração. Qualquer aspecto ou expressão da vida cristã que não passe pelo altar da oração, requer providência do crente. Tudo na vida do crente deve estar sob o controle e providência de Deus. Cheguemos, então, com confiança ao trono da graça (Hb 4.16).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI

Subsídio Devocional
As asas da oração
“Quando vemos a iniquidade se multiplicando ao nosso redor, sentimos uma profunda depressão; oposição e a perseguição podem nos desencorajar. Davi foi tentado a se entregar a tais sentimentos, porém, a oração capacitou a levantar voo acima da violência e da descrença dos homens, aproximando-se do céu. Nada voa tão bem como a oração, pois ela ergue a alma humana com grande velocidade para uma posição muito acima dos perigos e até dos prazeres existentes neste mundo. Assim como o avião voa acima das nuvens de tempestade, assim nós, nas asas da oração, podemos voar acima das decepções. Ajoelhemo-nos em fraqueza, e depois nos levantemos revestidos de poder. Fazemos a maior violência contra nós mesmos quando nos privamos desse meio de graça” (PEARLMAN, Myer. Salmos. Adorando com os Filhos de Israel. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, p. 21).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII

Subsídio Teológico
A Esperança da Glória: Presente no Sofrimento (Romanos 8.18-27)
“Experimentamos a fraqueza que pertence aos que vivem nesta era. Este fato faz o Espírito gemer em intercessão (vv. 26,27). O Espírito que habita em nós não é somente a garantia de nossa vida futura; Ele também é participante em nossa vida presente. Descrever a oração pelo raro termo gemido é adequado a um contexto onde o gemido dos crentes e da criação é o tema da discussão. O Espírito nos ajuda na intercessão a nosso favor por causa de nossa fraqueza. O contexto, com a ênfase no sofrimento e no gemido que surge em nosso espírito em antecipação ao que vêm em seguida, leva-nos a pensar que esta fraqueza descreve nossa atual condição neste período de antecipação.
Assim, o problema não é que não saibamos orar, mas que nossas circunstâncias são tais que não sabemos pelo que orar. Há certa confusão que acompanha a vida simultânea em dois reinos. Pelo que vamos pedir quando as condições do presente tempo, ao qual já não pertencemos, parecem mais reais e prementes do que as condições do mundo que podemos experimentar hoje apenas parcialmente? Embora estejamos seguros da libertação da morte e livramento da tentação na ressureição, como vamos orar neste tempo quando o pecado e a morte ainda nos confrontam? Temos a garantia de que o Espírito está orando por nós ‘segundo [a vontade] Deus’. Além disso, ainda que não compreendemos o que o Espírito está pedindo, De us compreende, porque Ele ‘sabe qual é a intenção do Espírito’ (27).
Agora nos dedicaremos à questão sobre como o Espírito nos ajuda em oração. Paulo está dizendo que oramos com a ajuda do Espírito, ou que o Espírito Santo ora por nós? Ou Paulo tem em mente a combinação das duas ideias? Quer dizer, o fenômeno descrito aqui é o que conhecemos por orar em línguas (o qual, em 1 Co 14.14,15, Paulo chama orar com o Espírito), nas quais o Espírito Santo ora pelo indivíduo?
Há duas semelhanças sobre o que sabemos sobre o gemido do Espírito e a oração no Espírito: são expressões em oração que a mente não pode compreender (1 Co 14.2,6,11,13-19), e é o Espírito que ora. Em 1 Coríntios 14.2, Paulo fala de mistérios pronunciados ‘em espírito’. Ambos os textos descrevem o Espírito orando pelo crente enquanto este ora em línguas. Finalmente, Romanos 8.26,27 é comentário sobre a declaração em 1 Coríntios 14.4 de que ‘o que fala língua estranha edifica-se a si mesmo’. Somos ajudados em nossa fraqueza, ou seja, somos edificados, à medida que o Espírito intercede por nós de acordo com a vontade de Deus. A natureza da vontade de Deus por nós é o assunto ao qual o apóstolo se dedica nos versículos 28 e 29” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pp. 872-73).



BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

GILBERTO, Antonio. Verdades Pentecostais. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004.


SAIBA MAIS

Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 44, p.39.


EXERCÍCIOS

1. Como o crente estabelece e desenvolve um relacionamento profundo com Deus?
R. Por meio da oração.

2. O que é ação de graças?
R. Celebração da bondade divina.

3. Quem auxilia o crente nas orações?
R. O Espírito Santo.

4. O que sufoca o orgulho?
R. A reverência voluntária e o santo temor a Deus.

5. Você tem passado pelo o altar da oração?
R. Resposta pessoal.

4º Trimestre 2010 - Lição 05

TEXTO ÁUREO

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).

- Esta exortação é uma lembrança para vigiarmos e não cairmos no fracasso na hora da provação (Mc 14.38). No texto paralelo a este, Pedro e os demais apóstolos negligenciaram a única coisa que poderia livrá-los de fracassar na tentação; vigilância constante e oração: nossa vida cristã fracassará com certeza se não orarmos. Nossa guerra contra as forças espirituais do mal exige dedicação a oração, isto é, orando "no Espírito", "em todo tempo", "com toda oração e súplica", "por todos os santos", "com toda perseverança". A oração não deve ser considerada apenas mais uma arma, mas parte do conflito propriamente dito, onde a vitória é alcançada, mediante a cooperação com o próprio Deus. Deixar de orar diligentemente, sob todas as formas de oração, em todas as situações, é render-se ao inimigo e deixar de lutar (Lc 18.1; Rm 12.12; Fp 4.6; Cl 4.2; 1 Ts 5.17).


VERDADE PRÁTICA

Ao orar o Pai Nosso, o Senhor Jesus ensina-nos a essência da oração.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 6.5-13


OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


- Explicar porque a oração é vital ao crente.



- Compreender as implicações espirituais e práticas da oração-modelo.



- Conscientizar-se de que a Palavra de Deus nos ensina a orar.

PALAVRA-CHAVE

Modelo:- Representação em escala reduzida de objeto a ser reproduzido em dimensões normais; maquete.

COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)


Na lição de hoje, estudaremos a respeito da oração mais conhecida de todos os tempos: a Oração do Pai Nosso. Para ensinar os discípulos a orar, Jesus proferiu esta conhecida oração (Mt 6.9-13). Esse modelo de oração é singular pela sua simplicidade e adequado pela sua objetividade e propósito; é um modelo que serve aos crentes. Com esta oração modelo, Cristo indicou áreas de interesse que devem constar da nossa oração. Esta oração contém seis petições: três dizem respeito à santidade e à vontade de Deus e três dizem respeito às nossas necessidades pessoais. A brevidade desta oração não significa que devemos ser breves quando oramos. Às vezes, Cristo orava a noite inteira (Lc 6.12). Boa aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. A ORAÇÃO DEVE SER INERENTE AO CRENTE


1. Aprendendo a orar com o Mestre. O maior exemplo de oração. Constantemente, Jesus procurava estar a sós em oração com o Pai, principalmente nos momentos de grandes decisões. Sendo Ele o Filho de Deus, cujos atributos divinos lhe assegurava o direito de agir sobrenaturalmente, poderia dispensar a oração como prática regular de sua vida. No entanto, ao assumir a forma humana, esvaziou-se de todas as prerrogativas da divindade e assumiu plenamente a natureza humana (Fp 2.5-8) experimentado todas as circunstancias inerentes à vida humana, inclusive a tentação (Hb 4.15). Isto significa que o Senhor dependeu tanto da oração como qualquer outra pessoa que se comprometa a servir com inteireza de coração a Deus. A oração foi o instrumento pelo qual Cristo suportou as afrontas, por ela, não deu lugar ao pecado, por ela, tomou o peso da cruz e venceu o maligno (Mt 26.36-46). Os evangelhos registram a vida de oração do Mestre: Depois de passar uma noite em oração, Jesus escolheu os doze para serem seus apóstolos. Se Jesus, o perfeito Filho de Deus, passou uma noite toda em oração ao Pai, para tomar uma importante decisão, quanto mais nós, com nossas fraquezas e nossos fracassos, precisamos orar muito e cultivar uma íntima comunhão com nosso Pai celestial. A oração modelo registrada em Mt 6.9-13, não é simplesmente uma fórmula para ser repetida como uma reza ou um mantra, a menos que o Mestre não tivesse condenado ‘as vãs repetições’ dos gentios. Seria incongruente. O seu propósito é revelar os pontos principais que dão forma ao conteúdo da oração cristã. Finalmente, ela não é uma oração universal, para toda a humanidade, mas destina-se exclusivamente àqueles que podem reconhecer a Deus como Pai, por meio da fé em Cristo Jesus.


2. Os discípulos já conheciam a respeito da oração? O Salmo 55.17 registra a busca perseverante de Davi em oração (de tarde, e de manhã, e ao meio-dia), os judeus tinham um horário determinado para as orações: de manhã (as 9h), à tarde (as 15h) e à noite (no pôr do sol). O apóstolo Paulo nos exortou a levar todas as nossas ansiedades a Deus em oração, com a promessa de que, assim, a paz de Deus guardará nossos corações e mentes (ver Fp 4.7). Os discípulos já tinham conhecimento da importância da oração, pois os judeus devotos e os gentios que criam em Deus tinham como costume orar. “Quando orares, não sejas como os hipócritas (v. 5). Como podemos saber se a nossa religião é realmente hipocrisia? Quando é para ser vista pelos homens. É apenas hipocrisia quando as igrejas têm bons coros, exigem pregação de elevado estilo, fazem orações eloquentes..., mas sem o Espírito. É hipocrisia colocar todas as mercadorias na vitrine, dando a entender que a loja tem grande estoque. É hipocrisia quando a adoração sai da boca para fora; é sinceridade somente se sair do íntimo do coração. Os hipócritas... se comprazem em orar em pé nas sinagogas (v. 5). Muitas vezes, a hipocrisia é tão acentuada nas igrejas que o mundo julga que todos os crentes são hipócritas. Jesus ensinou acerca disso, porque os líderes religiosos de sua época, gostavam das orações em lugares públicos para chamarem a atenção (Mt 6.5,6), porém Jesus ensina que devemos ter o nosso momento secreto com o Pai em oração (Mt 6.3).


3. A oração era algo habitual para Jesus e seus discípulos. Lucas ressalta mais do que os outros Evangelhos a prática da oração na vida e na obra de Jesus. Quando o Espírito Santo desceu sobre Jesus no Jordão, Ele estava orando (Lc 3.21); em certas ocasiões, afastava-se das multidões para orar (Lc 5.16), e passou a noite em oração antes de escolher os doze apóstolos (Lc 6.12). Ficou orando em particular antes de fazer uma pergunta importante aos seus discípulos (Lc 9.18); por ocasião da sua transfiguração, Ele subiu ao monte a orar (Lc 9.28); sua transfiguração ocorreu estando Ele orando (v.29); e estava ele a orar antes de ensinar aos discípulos a chamada Oração do Senhor (Lc 11.1). No Getsêmani, Ele orava mais intensamente (Lc 22.44); na cruz, orou pelos outros (Lc 23.34); e suas últimas palavras antes de morrer foram uma oração (Lc 23.46). Está registrado que Ele também orou depois da sua ressurreição (Lc 24.30). Ao observarmos a vida de Jesus nos outros Evangelhos, nota-se que Ele orou antes do convite, Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos (Mt 11.25-28); Ele orou junto ao túmulo de Lázaro (Jo 11.41,42) e durante a instituição da Ceia do Senhor (Jo 17). Enquanto estava neste mundo, Jesus freqüentemente procurava estar a sós com Deus (cf. Mc 1.35; 6.46; Lc 5.16; 6.12; 9.18; 22.41,42; Hb 5.7). Passar tempo a sós com Deus é essencial para o bem-estar espiritual de cada crente. Devemos estar continuamente conscientes de que a falta de oração individual ao nosso Pai celestial é um sinal inconfundível de que a vida espiritual dentro de nós está em declínio. Se assim acontecer, devemos repudiar tudo que ofende ao Senhor e renovar nosso compromisso de perseverar em buscá-lo e a sua graça salvífica. O empenho constante de Jesus era levar seus seguidores a reconhecerem a necessidade de estarem continuamente em oração, para cumprirem a vontade de Deus nas suas vidas.


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A oração deve ser uma prática habitual na vida do crente.


II. A ORAÇÃO-MODELO


1. “Pai nosso, que estás nos céus” (v.9). Muitas pessoas erroneamente compreendem a oração do Pai Nosso como uma oração que devemos fazer palavra por palavra. Alguns tratam a oração do Pai Nosso quase como uma fórmula mágica, como se as palavras por si só tivessem algum poder específico ou influência sobre Deus. A Bíblia nos ensina o oposto. Deus está muito mais interessado em nossos corações quando oramos do que em nossas palavras. Na oração, devemos derramar nossos corações a Deus (Fp 4.6-7), e não simplesmente recitar a Deus palavras memorizadas. Pelo seu uso do "Pai nosso", Jesus fala daquela relação especial estabelecida pela fé e continuada pela submissão à vontade divina (Mt 7.21). Esta é a oração do discípulo. Esta é a oração do "filho de Deus" renascido. Somente aqueles que receberam o evangelho do reino, que seguem o “novo e vivo caminho”: o seu Filho Jesus Cristo (Hb 9.20; Jo 1.12,13; 14.6), são privilegiados para orar "Pai nosso.…". O Espírito Santo nos transmite a confiança de que, por Cristo e em Cristo, agora somos filhos de Deus (v. 15). Ele torna real a verdade de que Cristo nos amou, ainda nos ama e vive por nós no céu, como nosso Mediador (Hb 7.25). O Espírito também nos revela que o Pai nos ama como seus filhos por adoção, não menos do que Ele ama seu Filho Unigênito (Jo 14.21,23; 17.23). Finalmente, o Espírito cria em nós o amor e a confiança que nos capacitam a lhe clamar: "Aba, Pai" (v. 15). Ao contemplar a Deus como Pai, o crente deve ter em mente três verdades bíblicas sobre o amor de Deus:

a) Deus nos amou primeiro. Uma palavra a qual a cristandade deu um novo significado – ágape – amor. Empregada pelos poetas gregos, ágape denota uma benevolência invicta e boa vontade inconquistável que sempre procura o bem maior da outra pessoa, independente do que ela faz. É o amor autoconcedido que dá livremente sem esperar receber nada em troca e sem considerar o valor de seu objeto. Agape é mais um amor por escolha do que philos , que é amor por acaso; e refere-se a vontade, ao invés da emoção. Agape descreve o amor incondicional que Deus tem pelos seus. Pela Palavra temos o conhecimento e a certeza de que a esperança de futuras grandes bênçãos não virá a ser falsa, pois o Espírito Santo dá generosas provas em nosso coração do amor de Deus por nós.

b) Deus nos adotou como filhos pelo Espírito de adoção (Rm 8.15). A verdade que Deus é nosso Pai celestial e que nós somos seus filhos é uma das maiores revelações do NT. Ser filho de Deus é o privilégio mais sublime da nossa salvação (Jo 1.12; Gl 4.7); ser filho de Deus é a base da nossa fé e confiança em Deus (Mt 6.25-34) e da nossa esperança da glória futura. Como filhos de Deus, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.16,17; Gl 4.7). Deus quer que nos tornemos cada vez mais conscientes, mediante o Espírito Santo, o ‘Espírito de adoção’ (Rm 8.15), de que somos seus filhos. O Espírito suscita a exclamação ‘Aba’ (Pai) em nosso coração (Gl 4.6) e produz o desejo de sermos ‘guiados pelo Espírito’ (Rm 8.14). É fundamental, contudo,saber que, mesmo sem o reconhecimento, por enquanto, por parte de outros, podemos ter a certeza de que somos filhos de Deus e de que nascemos dele. A revelação pública dessa verdade aguarda a revelação publica do próprio Deus quando Ele se manifestar, por ocasião do segundo advento.

c) Deus nos fez herdeiros seus. Deus nos oferece livremente a vida eterna em Jesus Cristo. Salvação (gr. soteria) significa “livramento”, “chegar à meta final com segurança”, “proteger de dano”. Na Soteriologia de Paulo, esclarece-se uma verdade fundamental no tocante ao modo de Deus lidar com a raça humana no seu todo: Deus castiga os malfeitores e recompensa os justos (Jo 5.29; Gl 6.7,8). Os justos são os que foram justificados pela fé em Cristo (1.16,17; 3.24) e que perseveram em fazer aquilo que é certo, segundo o padrão divino (Rm 2.7,10; Mt 24.13; Cl 1.23; Hb 3.14; Ap 2.10). Paulo nos faz lembrar que a vida vitoriosa no Espírito Santo não é nenhum caminho fácil. Jesus sofreu, e nós que o seguimos sofreremos também. Esse sofrimento é considerado um sofrimento em conjunto com Ele (2Co 1.5; Fp 3.10; Cl 1.24; 2 Tm 2.11,12) e advém do nosso relacionamento com Deus como seus filhos e da nossa identificação com Cristo.

2. “Santificado seja o teu nome” (v.9). A oração modelo é iniciada dirigindo-se ao ‘Pai nosso…’, salientando a relação íntima que podemos ter com Deus. Entretanto, na frase seguinte (‘santificado seja o teu nome’), Jesus ressalta a separação entre Deus e nós, em santidade, glória e pessoa. Note como as primeiras expressões desta oração mantêm uma relação estreita com os primeiros três dos dez mandamentos. Moisés começa com a condenação da corrupção da exaltada posição de Deus com falsos deuses, ídolos e uso do nome de Deus em vão. Jesus começa com uma afirmação da unicidade de Deus no universo e em nossas vidas. Com este conceito firme em nossas mentes, jamais corromperemos quem Deus é. O termo santificar pode ser definido como ‘separar de tudo o que é comum e profano, estimar, prezar, honrar, reverenciar e adorar como divino e infinitamente abençoado’. Quando oramos, não estamos tendo uma conversa informal com um colega igual a nós. Ainda que nossas orações tenham que refletir a bem íntima relação que temos desenvolvido com Deus, precisamos sempre reconhecer que estamos nos aproximando de um ser muito poderoso, santo e justo, somente por causa do acesso que Ele mesmo nos garantiu através do sangue de Cristo. ‘…teu nome’ - No Velho Testamento, os judeus receberam um nome especial para Deus. Em Êxodo 3.13,14, Moisés disse que os filhos de Israel perguntariam a respeito do Deus que o enviou: ‘Qual é o seu nome?’. Deus mandou Moisés dizer-lhes, ‘Eu Sou me enviou a vós outros’. A palavra traduzida como ‘Senhor’ (YAHWEH) vem da palavra-raiz para ‘Eu Sou’. Portanto, no sistema mosaico, um certo ‘nome’ foi usado para Deus. Eles não poderiam usar este nome de nenhum modo vão (Lv 24.16). Aparentemente, os judeus estavam tão temerosos de usarem o nome de Deus em vão que a pronúncia deste nome foi perdida. Ainda que eles tomassem grande cuidado no uso do nome de Deus, é claro que seu respeito pelo próprio Deus deixou a desejar. Através de Malaquias, Deus contrastou esta falta de reverência do povo judeu dos seus dias com a atitude que deveria prevalecer na nova aliança: ‘Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos’ (1:11). Neste modelo de oração, a ênfase de Jesus não está em separar uma designação específica para Deus, e sim, em nossa atitude para com a natureza e a pessoa de Deus. A pessoa de Deus não pode se limitar a um determinado nome mais do que sua presença pode permanecer num templo feito com as mãos. É preciso notar, contudo, que os judeus foram hipócritas mostrando grande respeito pelo nome especial de Deus, mas pouco pelo próprio Deus. Podemos fazer o mesmo, dizendo que respeitamos a Deus, mas então usando seu nome em vão. As pessoas que usam os termos ‘Senhor’ e ‘Deus’ sem nenhum pensamento em Deus não estão santificando seu nome. ‘Santificado seja o teu nome’ deve ser uma expressão substancial do coração e não um mero código de acesso para ganhar entrada na presença de Deus. De fato, no contexto próximo de Mateus 6, Jesus está fazendo um contraste. Ele está dizendo ao povo que não ‘digam todas as coisas certas’ para serem vistos pelos homens. Em vez disso, temos que nos aproximar sinceramente de Deus, de coração, com nossas petições e agradecimentos, para sermos ouvidos por ele. Jesus nos mostra que precisamos começar tornando claro que sabemos quem é a criatura e quem o Criador.

3. “Seja feita a tua vontade” (v.10). É importante compreender o relacionamento entre a vontade de Deus e a responsabilidade do crente. Não é da vontade de Deus que nenhum crente caia da graça (Gl 5.4) e seja depois excluído da presença de Deus. Não é, tampouco, da sua vontade que alguém pereça (2 Pe 3.9), nem que deixe de vir ao conhecimento da verdade e ser salvo (1 Tm 2.4). Há, no entanto, muita diferença entre a perfeita vontade de Deus e a sua vontade permissiva. Deus não anula a responsabilidade do homem arrepender-se e crer, mesmo que isso signifique que sua perfeita vontade não é realizada (Lc 19.41). De modo geral, a Bíblia refere-se à vontade de Deus em três sentidos diferentes:

(1) A vontade de Deus é outra maneira de se identificar a Lei de Deus. Davi, por exemplo, forma um paralelo entre a frase “tua lei” e “tua vontade” no Sl 40.8. Semelhantemente, o apóstolo Paulo considera que, conhecer a Deus é sinônimo de conhecer a sua vontade (Rm 2.17,18). Noutras palavras: como em sua Lei o Senhor nos instrui no caminho que Ele traçou, ela pode ser apropriadamente chamada “a vontade de Deus”. “Lei” significa essencialmente “instrução”, e inclui a totalidade da Palavra de Deus.

(2) Também se emprega a expressão “a vontade de Deus” para designar qualquer coisa que Ele explicitamente quer. Pode ser corretamente designada de “a perfeita vontade” de Deus. E a vontade revelada de Deus é que todos sejam salvos (1Tm 2.4; 2Pe 3.9) e que nenhum crente caia da graça (ver Jo 6.39).

(3) Finalmente, a “vontade de Deus” pode referir-se àquilo que Deus permite, ou deixa acontecer, embora Ele não deseje especificamente que ocorra. Tal coisa pode ser corretamente chamada “a vontade permissiva de Deus”.

De fato, muita coisa que acontece no mundo é contrária à perfeita vontade de Deus (o pecado, a concupiscência, a violência, o ódio, e a dureza de coração), mas Ele permite que o mal continue por enquanto. A chamada de Jonas para ir a Nínive fazia parte da perfeita vontade de Deus, mas sua viagem na direção oposta estava dentro de sua vontade permissiva (Jn 1).

O ensino bíblico a respeito da vontade de Deus não expressa apenas uma doutrina. Afeta a nossa vida diária como crentes:

(1) Primeiro, devemos descobrir qual é a vontade de Deus, conforme revelada nas Escrituras. Como os dias em que vivemos são maus, temos de entender qual a perfeita e agradável vontade de Deus (Ef 5.17).

(2) Uma vez que já sabemos como Ele deseja que vivamos como crentes, precisamos dedicar-nos ao cumprimento da sua vontade. O salmista, por exemplo, pede a Deus que lhe ensine a “fazer a tua vontade” (Sl 143.10). Ao pedir, igualmente, que o Espírito o guie “por terra plana”, indica que, em essência, está rogando a Deus a capacidade de viver uma vida de retidão. Semelhantemente, Paulo espera que os cristãos tessalonicenses sigam a vontade divina, evitando a imoralidade sexual, e vivendo de maneira santa e honrosa (1Ts 4.3,4). Noutro lugar, Paulo ora para que os cristãos recebam a plenitude do conhecimento da vontade divina, a fim de viverem “dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo” (Cl 1.9,10).

(3) Os crentes são exortados a orarem para que a vontade de Deus seja feita (cf. Mt 6.10; 26.42; Lc 11.2; Rm 15.30-32; Tg 4.13-15). Devemos desejar, com sinceridade, a perfeita vontade de Deus, e ter o propósito de cumprí-la em nossa vida e na vida de nossa família (ver Mt 6.10 nota). Se essa for a nossa oração e compromisso, teremos total confiança de que o nosso presente e futuro estarão sob os cuidados do Pai (cf. At 18.21; 1Co 4.19; 16.7). Se, porém, há pecado deliberado em nossa vida, e rebelião contra a sua Palavra, Deus não atenderá as nossas orações.


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

A oração-modelo ensina reconhecer a Deus como Pai; expressar sua soberania, santidade e dependência plena do Eterno.


III. DECORRÊNCIAS PRÁTICAS DA ORAÇÃO-MODELO


1. “O pão nosso de cada dia”: A terceira petição do modelo de oração diz: ‘O pão nosso de cada dia dá-nos hoje’; é, provavelmente, a petição mais conhecida, na mais conhecida das orações. Deus dá através de seu mundo natural criado. Desde o tempo de Noé, Deus tem prometido ‘...não deixará de haver sementeira e ceifa...’ (Gn 8.22). O crente sabe e reconhece sua dependência de Deus, é Ele quem dá a capacidade para ganhar, a possibilidade de germinação e o crescimento das plantações, ainda que possamos trabalhar com nossas mãos (Ef 4.28), entendemos que nosso trabalho não apaga a realidade da dádiva de Deus. ‘Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo’ (Tg 4.13-17). O Israel antigo recebia o maná diariamente. Isto era para humilhá-los e prová-los. Deus queria que eles aprendessem que eram dependentes d’Ele. O crente vive ‘de tudo o que procede da boca do Senhor’ (Dt 8.2,3). Israel fracassou miseravelmente em aprender a lição. Sua descrença e falta de confiança em Deus fizeram com que fossem ignorantes do propósito de Deus. Ouçam o ponto de vista deles sobre o propósito de Deus. ‘E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa?’ (Nm 14.3). Se eles tivessem reconhecido e apreciado o cuidado diário de Deus, não teriam deixado de entender a meta final de Deus. Uma realidade em nossa vida é o perigo da abundância de boas coisas que nos faz deixar de apreciar o cuidado diário de Deus. Tornamo-nos crentes mimados. Sim, é pelo pão diário que oramos, porque é pela graça de Deus que comemos e vivemos cada dia. Entendendo nossa total dependência de Deus, estamos contentes ‘tendo sustento e com que nos vestir’ (1Tm 6.8).

2. Perdão das nossas dívidas. Esta declaração de Jesus salienta o fato de que o crente deve estar pronto e disposto a perdoar as ofensas sofridas da parte dos outros. Caso ele não perdoe seu ofensor arrependido, Deus não o perdoará e suas orações não terão resposta. Aqui está um princípio essencial para obtermos o perdão de Deus (18.35; Mc 11.26; Lc 11.4). “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14,15). Quando um crente ofendido deixa de estender o perdão a outro, ele deixa de exemplificar a imagem de seu Senhor. Ele mesmo foi perdoado por Cristo quando se submeteu ao evangelho. Quando Pedro perguntou a Jesus quantas vezes tinha que perdoar seu irmão que peca contra ele, Jesus respondeu: ‘até setenta vezes sete’ (Mt 18.22). Jesus, além disso, ilustrou com a parábola do servo injusto a importância de perdoar aos outros. Este servo injusto recebeu o perdão de uma grande dívida para com o seu senhor, mas quando chegou sua vez de perdoar um camarada que estava em débito para com ele, meteu-o na prisão, em vez de perdoá-lo. Quando o senhor soube do que tinha acontecido, pediu a presença do servo injusto, chamou-o de peverso e incompassivo e, por causa da raiva dele, entregou-o aos torturadores até que pagasse tudo o que devia. Que lição para nós nestes dias!

3. Livramento do mal. Não poderá haver nenhum poder celestial em nossa batalha contra o pecado, Satanás e o mundo, nem vitória em nossa tentativa de ganhar os perdidos, sem muita oração diariamente. As palavras ‘nos deixes cair’ sugerem a necessidade da orientação de Deus nas decisões da vida. ‘Não cabe ao homem determinar o seu caminho’ (Jr 10:23). Precisamos olhar para Deus, para que nos mostre o caminho que devemos tomar. A frase ‘não…em tentação’ pode significar a mesma idéia que ‘pelas veredas da justiça’ (Sl 23.3). Se for, toda a exortação revela a intenção de nosso coração, não somente de abster-se de toda forma de mal (1Ts 5.22), mas também de agradá-lo em tudo (Cl 1.10). Tal meta exige a maior sobriedade e vigilância contra as várias ciladas do diabo (1Pe 5.8) para que não sejamos conduzidos ao pecado. Exige que estejamos constantemente em contato com as palavras do Senhor, lendo-as diariamente e meditando sobre elas continuamente, desde que elas revelam o caminho no qual devemos andar (Sl 119.105). As palavras ‘livra-nos’ sugerem a necessidade do poder de Deus nos perigos da vida. ‘O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca’ (Mt 26.41); mas Deus ‘é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós’ (Éf 3.20). Aqueles ‘guiados pelo Espírito’ através de sua revelação serão capazes de motificar ‘os feitos do corpo’ (Rm 8.13,14) e produzir ‘o fruto do Espírito’ (Gl 5.22). Quando formos assim ‘fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior’ (Éf 3.16), Cristo habitará em nós; estaremos libertados do mal. Além disso, Deus promete dar libertação, pondo limitações às tentativas de Satanás de nos destruir. Ele promete nunca deixar Satanás nos testar com tentações acima de nossa experiência humana normal ou com aquelas para as quais não haja escapatória: ‘Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar’ (1Co 10.13). Com esta garantia podemos enfrentar as provações da vida com esperança da libertação de Deus.


SINÓPSE DO TÓPICO (3)

O suprimento diário, o perdão dos pecados e o livramento do mal são decorrências práticas da oração-modelo.


(III. CONCLUSÃO)


Quando o crente aprende biblicamente como se dirigir a Deus em oração, estando com a sua vida cristã em ordem, passa a ter a certeza de que suas orações serão respondidas. Quando Jesus disse aos seus discípulos: ‘Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe’, os discípulos disseram: ‘Senhor: Aumenta-nos a fé’ (Lc 17.3-5). Às vezes, usamos esta história para falar da necessidade de ter uma fé forte, mas Jesus disse que isso não exigiria muita fé! ‘Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplante-te no mar; e ela vos obedecerá’ (v 6). A ênfase não é a grande fé deles, mas para pequena fé num poderoso Deus. Isso é confortante. Nossa fé não está simplesmente no poder da fé, mas no poder de Deus. ‘Fé como um grão de mostarda’ removerá ‘montes’ (Mt 17.20). Não montanhas literais, mas fortes obstáculos que fiquem no nosso caminho. Que confortante! Aleluias!



APLICAÇÃO PESSOAL


Quando os discípulos perguntaram como deveriam orar, Jesus iniciou a resposta dizendo: ‘Quando orardes...’ (Mt 6.5), presumindo que eles tivessem um período regular para orar. Eis uma grande pressuposição a respeito dos discípulos de Jesus hoje. A maioria de nós afirma que não tem tempo para a oração diária. Desejamos que a oração se torne parte vital de nossas vidas? Quando queremos nos desenvolver em qualquer outra área: música, esportes, condicionamento físico, fazemos com regularidade. Lembremos que o conflito espiritual desenvolve-se interiormente no crente e envolve a totalidade da sua pessoa. Este conflito resulta ou numa completa submissão às más inclinações da ‘carne’, o que significa voltar ao domínio do pecado; ou numa plena submissão à vontade do Espírito Santo, continuando o crente sob o senhorio de Cristo (Rm 8.4-14). O campo de batalha está no próprio crente, e o conflito continuará por toda a vida terrena, visto que o crente por fim reinará com Cristo (Rm 7.7-25; 2 Tm 2.12; Ap 12.11; ver Ef 6.11), dessa forma, é vital estabelecermos uma regularidade nesta importante área da vida cristã. Quando um discípulo de Jesus lhe pediu: ‘Senhor, ensina-nos a orar’, sua resposta imediata foi dar-lhe um modelo de oração. Infelizmente, o modelo de oração de Jesus, como muitos dos seus ensinamentos, tem sido abusado seriamente. Alguns acreditam que a mera repetição dela seja uma obra de mérito, que compra a graça de Deus, por isso repetem o que chamam ‘Pai Nosso’ centenas de vezes, acreditando que quanto mais frequentemente a repetirem, maior será a graça recebida. Outros repetem-na de modo totalmente mecânico, supondo que simplesmente ao dizer as palavras estejam satisfazendo as instruções de Deus para orar. Ambos estes costumes violam o ensinamento de Jesus no próprio contexto no qual o modelo é encontrado, em Mateus (6:5-8). Jesus nunca pretendeu que sua oração fosse rezada palavra por palavra. Muitas orações de Jesus e de seus discípulos são registradas no restante no Novo Testamento, mas nenhuma vez encontramos uma repetição das palavras tais como foram ditas no modelo. Alguém que julgue que deve fazer esta oração exatamente tem que decidir se vai usar a forma encontrada em Mateus ou Lucas e não há modo de se fazer tal julgamento. Quando Jesus deu este modelo, ele disse: ‘Portanto, vós orareis assim’ (Mt 6.9). O restante das orações encontradas no Novo Testamento refletem as qualidades e características deste modelo.


Crendo N’Aquele que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6),