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2º Trimestre de 2011 - Lição 05

A importância dos Dons Espirituais


TEXTO ÁUREO

"Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes" (1Co 12.1).

VERDADE PRÁTICA

Os dons espirituais são concessões do Espírito Santo, objetivando expandir, edificar, consolar e exortar a Igreja de Cristo, para que ela cumpra, eficaz e plenamente, a missão que Deus lhe confiou.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1º Coríntios 12.1-11


I. OS DONS ESPIRITUAIS

1. O significado da palavra “dom” e o crescimento da Igreja.

Na dimensão do batismo com o Espírito Santo, a experiência inicial é o falar em línguas, conhecido por “dom do Espírito”(At 2.38). Inicialmente, é importante destacar que “o dom” e “os dons” são distintos: após a conversão, pode-se receber o dom do Espírito, porém, os dons do Espírito apenas ocorrem na vida coletiva da Igreja, para sua edificação e para a glória de Deus. Em At 2.38, o termo grego charisma é singular, diferente da ocorrência em 1Co 12.31 onde o termo é charismata, plural de charisma. Em Ef 4.11-13, os termos gregos dorea e doma são também usados para designar “dons”, referindo-se àqueles dons como capacitadores ou equipadores para o culto pessoal no reino de Deus. Também o termo pneumatika empregado em 1Co 12.1, é usado para descrever os dons como “coisas pertencentes ao Espírito”. O ponto é que cada ocorrência dessas palavras dá o sentido contemporâneo à obra sobrenatural do Espírito em nossas vidas. Da nossa palavra chave entendemos que o termo latino que traduz o grego charisma é donum, presente, dádiva, e de maneira nenhuma se trata de algo que recebemos para guardar; os dons do Espírito não são presentes que recebemos para proveito nosso e nem tampouco o Despenseiro leva em consideração os nossos méritos para concedê-los. São concedidos graciosamente, segundo o conhecimento e soberania divinas. A Bíblia de Estudo Pentecostal afirma no Estudo Doutrinário Dons Espirituais para o Crente: “As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (1Co 12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (1Co 12.31; 14.1)” [1]. Assim Deus também testificou da mensagem das testemunhas oculares apostólicas "por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições(*) do Espírito Santo segundo a sua vontade" (Hb 2.4) [(*)A palavra aqui em grego não é charismata, mas merismoi, "distribuições" (melhor que a tradução "dons" da ARC), e pode referir-se à distribuição de poderes, como sugere o contexto, em vez de dons]. O que visa essa distribuição de poder? Para o Pr Hernandes Dias Lopes, “poder para sair do campo da especulação escatológica e ir para o campo da especulação missionária” [2].

2. A concessão dos dons espirituais.

"Dons" ou "dons da graça" (gr. charismata, derivado de charis, "graça"), indicam que os dons espirituais envolvem tanto a motivação interior da pessoa, como o poder para desempenhar o ministério referente ao dom recebido do Espírito Santo. Esses dons fortalecem espiritualmente o corpo de Cristo e aqueles que necessitam de ajuda espiritual. Significam uma concessão especial e sobrenatural de Deus para a realização de sua obra, através da Igreja. É falaciosa a idéia de que o possuidor do dom espiritual seja mais santo ou espiritual que os outros. A manifestação dos dons não são instrumento de aferição do grau de espiritualidade. O Espírito Santo não depende do mérito da santidade de ninguém. Se este fosse o caso, os crentes de Corinto nunca os teriam recebido. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23). Os dons jamais são concedidos para vaidade particular, eles pertencem ao Espírito Santo, somos para Ele apenas vasos para a manifestação de sua obra.

3. A manifestação do dom.

Nos capítulos 12 a 14 de 1Coríntios, Paulo trata dos dons do Espírito Santo concedidos ao corpo de Cristo. Dons que foram indispensáveis à igreja primitiva e que permanecem em ação na igreja até a volta de Jesus Cristo, sem eles, os crentes deixam de fortalecer e de ajudar uns aos outros como Deus deseja. Seus propósitos para os dons espirituais são os seguintes:
(1) Manifestar a graça, o poder, e o amor do Espírito Santo entre seu povo nas reuniões públicas, nos lares, nas famílias e nas atividades pessoais (vv. 4-7; 14.25; Rm 15.18,19; Ef 4.8);
(2) Ajudar a tornar eficaz a pregação do evangelho aos perdidos, confirmando de modo sobrenatural a mensagem do evangelho (Mc 16.15-20; At 14.8-18; 16.16-18; 19.11-20; 28.1-10);
(3) Suprir as necessidades humanas, fortalecer e edificar espiritualmente, tanto a congregação, como os crentes individualmente, isto é, aperfeiçoar os crentes no "amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida" (1Tm 1.5; 1Co 13), e (4) Batalhar com eficácia na guerra espiritual contra Satanás e as hostes do mal (Is 61.1; At 8.5-7; 26.18; Ef 6.11,12). Alguns trechos bíblicos que tratam dos dons espirituais são: Rm 12.3-8; 1 Co 1.7; 12-14; Ef 4.4-16; 1 Pe 4.10,11) [3].

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

Os dons espirituais são concedidos não por merecimento do crente, mas pela soberania de Deus. Eles são entregues à Igreja para o fortalecimento e santificação do Corpo de Cristo.

II. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO E A ESPIRITUALIDADE

1. A espiritualidade e os dons.

A santidade ou espiritualidade de um crente não se mede pela manifestação de um dom. Já vimos que não é por mérito que o Espírito Santo é concedido e tampouco Ele depende de nossa espiritualidade para operar. É verdadeiro que a nova vida em Cristo é cheia do Espírito Santo, por isto o crente torna-se alvo das operações do Espírito. Nós não possuímos meios para vencermos o pecado que nos rodeia. Precisamos, então, de poder para superá-lo, o que só é possível se andarmos no Espírito (Rm 8.4). É o Espírito Santo operando dentro do crente que o capacita a viver uma vida de retidão. O Espírito Santo nos fortalece em nosso estado de fraqueza.

2. Os dons espirituais e o fruto do Espírito.

A linguagem bíblica apresenta uma das figuras mais belas sobre o caráter cristão, representada pela metáfora do “fruto do Espírito”. Paulo enfatiza nove qualidades distintas do mesmo fruto, o fruto é indivisível e forma uma unidade espiritual. Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que o crente subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm 8.5-14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). Como é indivisível, é impossível ter-se uma parte dele e não possuir a outra. Difere dos dons espirituais quanto ao recebimento, o fruto surge de dentro para fora, naturalmente, através do crescimento espiritual, enquanto que, os dons manifestam-se de fora para dentro. O primeiro ajuda a desenvolver o segundo. "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio." (Gl 5.22, 23a), John Stott afirma: “Uma simples leitura destas graças cristãs deve ser suficiente para encher de água a boca e fazer o coração bater mais forte, porque este é um retrato de Jesus Cristo. Nenhum homem ou mulher até hoje apresentou estas qualidades com tal equilíbrio ou perfeição como o homem Jesus Cristo. Assim, este é o tipo de pessoa que todo cristão gostaria de ser” [4]. E ele prossegue afirmando: “Este, então, é o retrato de Cristo, e, da mesma forma – pelo menos em termos ideais – do cristão equilibrado, parecido com Cristo, cheio do Espírito. Não temos liberdade para escolher algumas destas qualidades, porque é conjunto (como um cacho de uvas ou um feixe de trigo) que elas nos fazem semelhantes a Cristo. Cultivar algumas, e não outras, coloca-nos em desequilíbrio. O Espírito dá diferentes dons a diferentes cristãos, [...]mas ele atua no sentido de produzir o mesmo fruto em todos. Ele não se satisfaz se demonstramos amor aos outros, mas não controlamos a nós mesmos; ou se temos alegria e paz em nós, mas não somos gentis para com os outros; ou se temos paciência negativa, sem bondade positiva; ou se apresentamos humildade e flexibilidade, sem a firmeza da confiabilidade cristã. O cristão desequilibrado é carnal; todavia, existe uma perfeição, uma compleição, uma plenitude de caráter cristão que somente cristãos cheios do Espírito têm” [5].

3. Imaturidade espirituais e os dons.

Em Efésios 4.13-15, Paulo define as pessoas espiritualmente "perfeitas" ou maduras, que possuem a plenitude de Cristo afirmado que ser espiritualmente maduro é não ser "meninos", os quais são instáveis, facilmente enganados pelas falsas doutrinas dos homens e suscetíveis ao artificialismo enganoso. O crente permanece infantil quando tem uma compreensão inadequada das verdades bíblicas e pouca dedicação a elas. Ser espiritualmente maduro inclui falar "a verdade em amor". A verdade do evangelho, conforme apresentada no NT, deve ser crida com amor, apresentada com amor e defendida em espírito de amor. Esse amor é dirigido primeiramente a "Cristo"; em seguida, à igreja e, finalmente, de uns para com os outros (Ef 4.32; 1Co 16.14). No dizer de Paulo, o homem carnal, regenerado, mas vivendo como não regenerado, é um crente com hábitos imaturos, vive mais pela opinião humana do que por Cristo, como a Igreja de Corinto, os quais haviam recebido o Espírito Santo, eram espirituais no sentido mais fundamental da palavra, mas seu comportamento era tão incoerente com essa verdade que Paulo precisou tratá-los como pessoas que tinham pequeno entendimento espiritual. É imprescíndivel o acurado exame das Escrituras de forma sistemática. A palavra grega traduzida por examinar significa urna investigação minuciosa, diligente e curiosa. Não podemos nos contentar com a leitura superficial de um ou dois capítulos da Bíblia. Com a iluminação do Espírito, temos de descobrir deliberadamente os significados profundos da Palavra de Deus. As Escrituras Sagradas exigem esse tipo de investigação, pois, em sua maior parte, as Escrituras podem ser aprendidas somente mediante estudo cuidadoso. Na Bíblia, existe leite para os bebês e carne para os adultos. O grande teólogo Tertuliano exclamou: "Eu adoro a plenitude das Escrituras". Nenhuma pessoa que apenas lê superficialmente o Livro de Deus pode se beneficiar dele. Temos de cavar, até que encontremos os tesouros escondidos. A porta da Palavra se abre tão-somente por meio da chave da diligência.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

A espiritualidade do servo de Deus não pode ser avaliada apenas pela manifestação dos dons espirituais em sua vida, e sim pelas obras que o crente realiza como resultado do Fruto do Espírito em sua vida.

III. OS PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS

1. Edificar a Igreja.

Os dons de Deus são dados para serem usados. Os órgãos do corpo humano são funcionais. De modo semelhante, os membros do Corpo de Cristo foram feitos para exercer seus dons. Nós somos "despenseiros da multiforme graça de Deus", e recebemos a ordem para sermos "bons despenseiros" (1Pe 4.10). Paulo escreveu: "Usemos os nossos diferentes dons" (Rm 12.6). Porém, como devemos usá-los? A Bíblia afirma que eles são "dons de serviço", cujo propósito primordial é "edificar" a Igreja. Os apóstolos Paulo e Pedro sublinham o uso altruísta dos dons a serviço de outras pessoas; na verdade, de toda a Igreja: "Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos" (1Co 12.7);"Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus" (1Pe 4.10). Sabemos que nenhum dom deve ser desprezado. Ao mesmo tempo, porém, devemos desejar ansiosamente "os melhores dons" (1Co 12.31). Como, então, podemos avaliar sua importância relativa? A única resposta possível a esta pergunta é: "De acordo com o grau em que edificam". Já que todos os charismata são dados para a edificação de cristãos individuais e da igreja como um todo, quanto mais eles edificam, mais valiosos eles são. Paulo é claro como cristal a respeito disto. "Visto que desejais dons espirituais", ele escreve, "procurai abundar neles, para edificação da igreja " (1Co 14.12). Ainda John Stott, escrevendo acerca dos dons, afirma: “Por este critério, os dons de ensino têm o valor mais elevado, porque nada edifica melhor os cristãos do que a verdade de Deus. Por isso, não é surpreendente encontrar um ou mais dons de ensino encabeçando as listas do Novo Testamento. A insistência dos apóstolos na prioridade do ensino tem relevância considerável na Igreja do nosso tempo. Em todo o mundo, as igrejas estão espiritualmente subnutridas, por causa da carência de expositores da Bíblia. Em áreas onde há movimentos de massa todos estão suplicando mestres que instruam os convertidos. Por causa da escassez de instrutores, é triste ver tantas pessoas preocupadas e até distraídas por dons de importância secundária” [6].

2. Promover a pregação do Evangelho.

Charles Finney relata sua experência de uma maneira tão esplêndida, que lança luz sobre o objetivo missionário da autorga dos dons pelo Espírito; disse ele: “Para honra exclusiva de Deus, contarei um pouco da minha própria experiência no assunto. Fui poderosamente convertido na manhã do dia 10 de outubro. À noitinha do mesmo dia, e na manhã do dia seguinte, recebi batismos irresistíveis do Espírito Santo, que me traspassaram, segundo me pareceu, corpo e alma. Imediatamente me achei revestido de tal poder do alto, que umas poucas palavras ditas aqui e ali a indivíduos provocavam a sua conversão imediata. Parecia que minhas palavras se fixavam como flechas farpadas na alma dos homens. Cortavam como espada; partiam como martelo os corações. Multidões podem confirmar isso. Muitas vezes uma palavra proferida, sem que disso eu me lembrasse, trazia convicção, resultando, em muitos casos, na conversão quase imediata. Algumas vezes me achava vazio desse poder: saía a fazer visitas e verificava que não causava nenhuma impressão salvadora. Exortava e orava, com o mesmo resultado. Separava então um dia para jejum e oração, temendo que o poder me houvesse deixado e indagando ansiosamente pela razão desse estado de vazio. Após ter-me humilhado e clamado por auxílio, o poder voltava sobre mim em todo o seu vigor. Tem sido essa a experiência da minha vida” [7].

3. O aperfeiçoamento dos santos.

“Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo”(Ef 4.12). A palavra “aperfeiçoamento”, do grego katartismós, significa algo funcional, algo que se deve colocar em ordem. Por isso, a melhor tradução seria: “com vistas ao reto ordenamento dos santos”. Paulo ensina que para crescer na graça, em maturidade espiritual e em Cristo sob todos os aspectos, o crente deve aceitar somente a fé e a mensagem dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres do NT, ser cheio da plenitude de Cristo e de Deus, não permanecer como criança, aceitando "todo o vento de doutrina", mas, pelo contrário, conhecer a verdade, e assim saber rejeitar falsos mestres; sustentar e falar com amor a verdade revelada nas Escrituras e andar em "verdadeira justiça e santidade" (Ef 4. 11, 12, 15, 17-32).

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Os dons espirituais foram concedidos à Igreja para promover a pregação do evangelho, a edificação da Igreja e para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos crentes.

III. CONCLUSÃO

Os dons existem em função do benefício de toda igreja. Por essa razão é que a palavra do apóstolo é inclusiva: “até que todos cheguemos a unidade da fé” (Ef 4.13). Quando o Espírito Santo regenera alguém, renova seu coração, para capacitá-lo à produção do “fruto do Espírito”. Ele, que habita o crente, recria, remodela e renova. Reproduz no caráter do crente as suas próprias qualidades (Rm 5.5). O que deve ficar patente, hoje, é a finalidade dessa distribuição de poder pelo Espírito Santo, a fim de desmistificar o batismo com o Espírito Santo, o recebimento dos dons e sua aplicabilidade.

APLICAÇÃO PESSOAL

O trabalho de Deus é um trabalho espiritual, que só pode ser feito por meios espirituais, más, é antibíblico e insensato se pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada, i.e., menos visível. Isso não exime o crente de procurar o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que o crente subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus. Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23). É importante ter o Espírito Santo dentro de nós, mas é muito mais excelente ter o revestimento do Espírito Santo!

N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),

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