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4º Trimestre 2010 - Lição 11

A Oração que conduz ao Perdão
12 de dezembro de 2010

(D i a d a B í b l i a)


TEXTO ÁUREO

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto” (Sl 51.10).

- Este é um salmo de confissão e conforme se lê no seu título, sua autoria é atribuída a Davi, e faz referência ao momento em que o profeta Natã revelou seus pecados de adultério e de homicídio. Notemos que este salmo foi escrito por um crente que voluntariamente pecou contra Deus e de modo tão grave que foi privado da comunhão e da presença de Deus. Provavelmente, Davi escreveu este salmo já arrependido, após Natã declarar-lhe o perdão divino (2 Sm 12.13). Davi roga contritamente a plena restauração da sua salvação, a pureza, a presença de Deus, a vitalidade espiritual e a alegria. A lição que nos transmite é de esperança e conforto; todos que pecaram gravemente e que estão opressos por sentimento de culpa podem obter o perdão, a purificação do pecado e a restauração diante de Deus, se o buscarem conforme a natureza e a mensagem deste salmo. A súplica de Davi, por perdão e restauração, baseia-se na graça, misericórdia, benignidade e compaixão de Deus, num coração verdadeiramente quebrantado e arrependido e, em sentido pleno, na morte vicária de Cristo pelos nossos pecados (1Jo 2.1,2). Todos os crentes precisam que o Espírito Santo crie neles um coração puro que aborreça a iniqüidade, e um espírito renovado e disposto a fazer a vontade de Deus. Somente Deus pode nos fazer novas criaturas e nos restaurar à verdadeira santidade (Jo 3.3; 2Co 5.17).


VERDADE PRÁTICA

Um espírito quebrantado em oração é um poderoso instrumento para restaurar a comunhão com Deus.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Salmo 51.1-13

OBJETIVOS:

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Conscientizar-se de que o pecado afasta o homem de Deus.

- Compreender que para obter o perdão divino é necessário reconhecer e confessar o pecado.

- Saber que o perdão de Deus está à disposição de todos os que arrependidos confessam o seu pecado e o deixam.



PALAVRA-CHAVE

PERDÃO


[Do grego aphensis]. Remissão de culpa, dívida ou pena = desculpa; Absolvição, indulto; Benevolência, indulgência. Interjeição: Fórmula que exprime um pedido de desculpas.

- Nesta lição: ‘Perdoar ou remir os pecados de alguém’.


COMENTÁRIO


(I. INTRODUÇÃO)


Sabemos que orar é conversar com Deus; oração é a comunicação com Deus. É um diálogo entre duas pessoas que se amam mutuamente: Deus e o homem. Deus está interessado em tudo o que você faz, assim sendo, Ele tem prazer na oração dos seus filhos (Pv 15.8). Comunicar-se com Deus é um dos grandes privilégios dos que se tornam filhos de Deus, assim como a Palavra de Deus, a oração é um dos elementos básicos da vida cristã. ‘Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo a ele’ ( Sl 4.3). A oração é um grande privilégio. ‘Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno’ (Hb 4.16). Deus é acessível! A Bíblia afirma no Salmo 65:2: ‘Ó tu que ouves a oração! a ti virá toda a carne’. Deus está disposto a escutar e responder às nossas orações! É isso o que afirma Mateus 7.11: ‘Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?’. Davi foi um homem que certamente amava a Palavra de Deus e a oração, porém ele não era imune à tentação e ao pecado. No auge do seu reinado transgrediu a Lei do Senhor cometendo um adultério e um assassinato. Todavia, depois de ser advertido pelo profeta Natã reconheceu a sua iniqüidade e transgressão: ‘Pequei contra o Senhor’ (2 Sm 2.13). Davi trilhou o caminho que todo pecador deve percorrer para ser restaurado: arrependimento, confissão do pecado e abandono da prática. Boa Aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. O PECADO NOS AFASTA DE DEUS

- Os começos do pecado: - A Bíblia refere-se a um evento nos recônditos mais distantes do tempo, além da experiência humana, quando o pecado se tornou realidade. Uma criatura extraordinária, a serpente, já estava confirmada na iniqüidade antes de o ‘pecado entrar no mundo’ através de Adão (Rm 5.12; Gn 3). Essa antiga serpente aparece em outros lugares como o grande dragão, Satanás e o diabo (Ap 2.9; 20.2). O diabo tem andado pecando desde o princípio (Jo 8.44; 1Jo 3.8). O orgulho (1Tm 3.6) e uma queda de anjos (Jd 6; Ap 12.7-9) também se associam a essa catástrofe cósmica. [...] Eva fora enganada pela serpente, mas Adão parece ter pecado em plena consciência (2Co 11.3; 1Tm .14). (Teologia Sistemática Pentecostal, Stanley M. Horton, CPAD, pág 267).

1. O pecado afronta a Deus. É a maior tragédia que aconteceu com a humanidade! Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. As igrejas protestantes declaram que pecado é a transgressão da lei divina, ou a falta de conformidade a essa lei. Pecado é um mal específico, diferindo de todas as outras formas de mal. O pecado se relaciona com a lei; as duas coisas são correlativas, de modo que, onde não há lei, não pode haver pecado (Hb 2.14). Esta lei não é meramente a lei da razão, nem da consciência, nem da convivência, mas a lei de Deus (‘Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os’ Hb 2.14,15). O pecado consiste essencialmente na falta de conformidade por parte do homem à natureza ou lei de Deus. A Palavra de Deus ensina que, a princípio, não havia pecado e que o ser humano vivia em comunhão com Deus (Gn 1.27-31). Deus colocou o primeiro casal como ponto alto da sua criação para administrá-la e dela obter o seu sustento, alegrando-se com o que Deus fizera. Satanás, o inimigo expulso da presença de Deus, não se conformou com tanta paz e felicidade. Tentou os seres humanos para a desobediência a Deus e eles cederam à tentação. Desobedecendo a Deus, perderam a comunhão e, intimamente, já estavam separados e distantes dele (Gn 1:1-10). Deus cobrou do ser humano o seu erro, o qual não estava em comer desta ou daquela árvore, e sim em desobedecer à ordem de Deus, que especificava determinada árvore. Intimamente já afastado e escondido de Deus, o casal foi expulso da sua presença, também para que a sua condição de separação não tornasse eterna e irreversível e para que mais tarde pudesse ser salvo (Gn 3.1-24). As Escrituras diagnosticam o pecado como uma deformidade universal da natureza humana, deformidade que se manifesta em cada circunstancia particular da vida de cada pessoa (1Jo 1.8-10). Em suma, é uma mentalidade que luta contra Deus para fazer o papel de Deus.

2. As conseqüências do pecado. Através da Palavra de Deus ficamos sabendo das conseqüências do pecado. O pecado está em todos os seres humanos e os afasta de Deus (Rm 3.23); pelo pecado veio a morte (separação) que passou para todos os seres humanos (Rm 5.12); a sua recompensa, seu resultado para todos, é a morte eterna (Rm 6.23). Podemos dizer que a morte existe sob três aspectos: morte física - separa o espírito do corpo; morte espiritual - separa o ser humano de Deus, já aqui na terra; morte eterna - aqueles que morrem separados de Deus assim permanecem na eternidade. O primeiro aspecto é inevitável, o segundo é passível de ser mudado e o terceiro é irreversível. Toda forma de pecado é uma afronta a Deus e à sua vontade e atinge também o próximo (1Co 8.12).

3. Consciência do pecado. A experiência nos mostra que há pessoas que dizem não ser pecadoras; todos são culpados diante de Deus por causa dos seus próprios pecados pessoais, porque ‘todos pecaram’ (Rm 5. 12). Em 1Jo 1.8-10, temos a declaração de que tais pessoas estão enganadas e de que nelas não há verdade. São mentirosas e, afirmando não ser verdade o que a Palavra de Deus declara, fazem Deus mentiroso! Até que ponto vai a ousadia e a temeridade do pecador renitente: pela sua própria opinião colocar Deus na conta de mentiroso! O muro da separação torna-se cada vez mais alto e espesso e o homem mais distante de Deus. Ao pecador que não reconhece o seu pecado nem mesmo o próprio Deus pode ajudar, pois é qual o doente que não reconhecendo estar enfermo não procura o médico e não toma a medicação (Lc 5.31,32). Mas ao pecador reconhecido, ao doente desejoso de ser curado de sua enfermidade espiritual, Deus concede a graça de, na sua fidelidade e justiça, perdoar os pecados e purificá-lo de toda a injustiça. O pecador somente pode ser perdoado quando aceita a declaração da Palavra de Deus de que precisa da cura espiritual e confessa os seus pecados a Deus. Na experiência de Davi, ele reconhece que desde a sua infância possui uma propensão natural para o pecado. Noutras palavras, ele reconhece que sua própria natureza é pecaminosa. Toda pessoa, desde o nascimento, tem uma propensão egoísta para satisfazer seus próprios desejos, fazendo o que lhe apraz, mesmo que isso prejudique e cause sofrimento ao próximo (Rm 5.12). Tal inclinação só pode ser expurgada da nossa vida através da redenção em Cristo e habitação do Espírito Santo em nós


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

O pecado afronta a Deus, entristece o Espírito Santo e causa separação entre Deus e o homem.


II. CONFISSÃO E PERDÃO


1. Reconhecer e confessar o pecado. Quem afirma que não peca, também não precisa da eficácia salvífica da morte vicária de Cristo, e está fazendo Deus de mentiroso (Rm 3.23). Devemos reconhecer os nossos pecados e buscar em Deus o perdão e a purificação deles. Os dois resultados disso são (a) o perdão divino e a reconciliação com Deus, e (b) a purificação (i.e., remoção) da culpa e a destruição do poder do pecado, a fim de vivermos uma vida de santidade (Sl 32.1-5; Pv 28.13; Jr 31.34; Lc 15.18; Rm 6.2-14). Todo ser humano deve saber que aquele que ‘encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia’ (Pv 28.13). Reconhecer e confessar o pecado, com um coração sincero e arrependido, sempre trará o perdão gracioso da parte de Deus, a remoção da culpa e a dádiva da sua presença constante (Sm 32).

2. Conhecendo o caráter de Deus (vv.6,16). No Salmo 24.3,4, Davi ressalta que aqueles que pretendem adorar a Deus, servi-lo e receber sua bênção devem procurar ter um coração puro e uma vida reta. Mãos limpas são mãos isentas de atos pecaminosos externos (Is 1.15; 33.15; 1Tm 2.8). Puro de coração é uma referência à santidade interior, motivos e objetivos puros. Somente os limpos de coração verão a Deus (Mt 5.8). Para ser aceitável, a oração deve ser oferecida por crentes que vivam de forma santa e justa, ou seja, com ‘mãos santas’ (1Tm 2.8).

3. O afastamento de Deus. No Éden, a culpa e a consciência do pecado motivaram Adão e Eva a fugir de Deus. Tinham medo e constrangimento na sua presença, sabendo que tinham pecado e que estavam sob o desagrado de Deus. Na experiência vivida por Davi, este sentiu a angústia resultante da falta de comunhão com Deus. Nessa condição, tanto nossos primevos pais como Davi, viram que era impossível chegar à presença do Eterno com confiança (At 23.1; 24.16). Em nossa condição pecaminosa, também somos semelhantes a Adão, a Eva e a Davi. ‘... com toda a boa consciência’ (At 23.1); a consciência é a percepção interior que testifica junto à nossa personalidade no tocante ao certo ou errado das nossas ações. Uma boa consciência diante de Deus dá o veredito de que não temos ofendido nem a Ele, nem à sua vontade. No entanto, Deus há proporcionado um caminho para purificar nossa consciência culpada, para livrar-nos do pecado e nos restaurar à comunhão com Ele o caminho chamado Jesus Cristo (Jo 14.6). Mediante a redenção que Deus proveu através do seu Filho, podemos vir a Ele e receber o seu amor, misericórdia, graça e ajuda em tempo oportuno (Hb 4.16; 7.25a).


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Para receber o perdão divino, o pecador deve reconhecer, confessar e abandonar o pecado.


III. A RESTAURAÇÃO DO PECADOR


1. Arrependimento e contrição. Do grego metanoeo: ‘voltar-se ao contrário’; ‘dar uma volta completa’. O crente que procura negar seu pecado ou mantê-lo encoberto ao invés de reconhecer, confessar e abandonar esse pecado, não progredirá espiritualmente. O perdão e a misericórdia de Deus estão à disposição de todos os que se chegam a Deus contritamente arrependidos (Mt 3.2). Arrependimento trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para Cristo e, através dEle, para Deus (At 8.22; 26.18; 1 Pe 2.25; Jo 14.1,6). “A oração de arrependimento de Davi permanece registrada como um testemunho emocionante do seu quebrantamento diante de Deus e como instrução para todos os que pecam. O seu arrependimento não se originou do medo de punição ou da preocupação com o sucesso futuro. Ele arrependeu-se por ter violado o próprio Deus, sua pessoa e sua natureza. Davi clamou não apenas por perdão, mas também por pureza; não só por absolvição, mas também por aceitação; não só por consolo, mas também por uma completa purificação – a qualquer custo.” (Bíblia de Estudo Plenitude - Revista e Corrigida. Editora Sociedade Bíblica do Brasil (SBB); Dinâmica do Reino – Oração; pág 565). “A próxima coisa é a contrição, o profundo sentimento de tristeza segundo Deus e humilhação de coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição, o homem voltará direto para o seu velho pecado. Esse é o problema com muitos cristãos. Um homem pode sentir raiva e se não houver muita contrição, no dia seguinte sentirá raiva outra vez. A filha pode dizer coisas indignas, ofensivas à sua mãe, e porque sua consciência lhe perturba ela diz: "Mãe, sinto muito. Perdoe-me". Mas logo há um outro impulso genioso, porque a contrição não foi profunda nem verdadeira. Um marido diz palavras agressivas à sua esposa, e então para aliviar sua consciência, compra um buquê de flores para ela. Ele não quer enfrentar a situação como um homem e dizer que errou. O que Deus quer é contrição, e se não houver contrição, não há arrependimento completo. "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimido." "Coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus." Muitos pecadores lamentam por seus pecados, lamentam por não poderem continuar pecando; mas se arrependem apenas com corações que não estão quebrantados. Não creio que saibamos como nos arrepender atualmente. Precisamos de um João Batista, que ande pelo país, gritando: Arrependam-se! Arrependam-se!" - Dwight Lyman Moody.

2. Mudança de atitude. Note que o termo ‘arrepender’, derivado do latim (ar)repoenitere, de poeniteo, -ere, traz os significados de: não estar satisfeito com, estar descontente com, ter pesar de; Lamentar por alguma coisa feita ou dita ou não feita ou não dita; Mudar de intenção ou de idéia; Desdizer-se; Mudar de aspecto. Os termos em negrito designam bem o sentido teológico do arrependimento: metanoeo: ‘voltar-se ao contrário’; ‘dar uma volta completa’. O verdadeiro arrependimento resulta em mudança de vida. "A tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação e não produz remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte (2Co 7.10). Neste capítulo, o apóstolo se refere a outra epístola que tinha escrito antes a igreja de Coríntio, sobre certo ponto, no qual os coríntios eram culpáveis. Aqui fala do efeito que com ela conseguiu, a levá-los ao verdadeiro arrependimento. Produziu-lhes tristeza da que é segundo Deus. Isto era uma mostra que o arrependimento era genuíno. Vejam o que esta tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedicação, que ansiedade para estarem isentos de culpa, que preocupação, que desejo de ver justiça feita! Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito." - Charles G. Finney. O verdadeiro arrependimento implica uma mudança de opinião com respeito à natureza do pecado, e esta mudança de opinião vai seguida de uma mudança correspondente dos sentimentos com respeito ao pecado. O sentimento é o resultado do pensamento. E quando esta mudança de opinião é tal que produz uma mudança correspondente de sentimento, se a opinião é reta e há o sentimento correspondente, isto é verdadeiro arrependimento. Deve ter a opinião reta. A opinião adotada agora deve ser uma opinião semelhante a que Deus tem com respeito ao pecado. A tristeza segundo Deus, tal como Deus requer, deve proceder de um ponto de vista com respeito ao pecado como o que tem Deus.

3. Renovação interior. Na oração de Davi, pode-se ver que o Senhor já estava trabalhando em seu interior. Note que, embora o seu coração estivesse arrasado pela vergonha e tristeza causadas pelo pecado, ele conhecia a grande extensão da misericórdia divina. Depois de confessados, perdoados e purificados os pecados, Davi não teme em pedir os dons mais seletos de Deus: a alegria, a restauração, a presença de Deus, o seu Espírito Santo. Ele, humildemente, oferece-se para ser usado como instrumento de louvor a Deus e de ensino a outros transgressores. Observe os desejos de Davi depois de confessar seus pecados e buscar o perdão de Deus:

a) Um espírito voluntário. Se o arrependimento é genuíno há na mente do crente uma mudança consciente nos pontos de vista e nos sentimentos com respeito ao pecado. O crente será tão consciente disto como foi antes de uma mudança de vista e de sentimentos com respeito a qualquer outro tema na vida. Como se pode saber? Porque neste ponto houve uma mudança, as coisas velhas já foram abandonadas e tudo se fez novo.

b) Ensinar os caminhos do Senhor. Assim que se sente perdoado Davi se propõe a falar sobre o quanto Deus fora compassivo e misericordioso com ele, para que mais pecadores (como ele) se convertam de seus caminhos (v. 13). Davi não se contenta em apenas desfrutar o seu perdão; ele também quer que o mundo conheça o Deus perdoador.

c) Louvar a Deus. O arrependimento genuíno obra uma reforma na conduta. O louvor a Deus deve ser prestado de conformidade com a verdade do Pai que se revela no Filho e se recebe mediante o Espírito. Aqueles que propõem um tipo de louvor a Deus que ignora a verdade e as doutrinas da Palavra de Deus desprezam no seu todo o único alicerce da verdadeira adoração. O verdadeiro louvor ao Senhor não está em palavras ou canções, mas primeiramente na vida santa e consagrada e no testemunho do adorador.

d) Prontidão para agradar a Deus. O hissope, uma pequena planta ou arbusto, era usado em cerimônias que exigiam o sangue espargido ou salpicado (Levítico 14:4-7; Êxodo 12:22) para retratar o perdão dos pecados. Assim Davi pediu perdão a Deus, e que o limpasse espiritualmente. O verdadeiro amor e a sincera devoção a Cristo, da nossa parte, devem proceder da plena conscientização da gravidade dos pecados cometidos no passado, do amor dEle por nós, manifesto na sua morte na cruz, e da convicção pessoal de que Ele cuida daqueles a quem perdoou. A fé sem estes princípios não perdurará.


SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Deus restaura o pecador que verdadeiramente se arrepende e muda de atitude.


(III. CONCLUSÃO)


“Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação" ( Rm 10.9, 10 ). A confissão de Cristo é o clímax da obra de verdadeiro arrependimento. Devemos isso ao mundo, aos nossos semelhantes cristãos e a nós mesmos. Ele morreu para nos redimir, e podemos estar envergonhados ou com medo de confessá-Lo? A religião como uma abstração, como uma doutrina, tem pouco interesse para o mundo, mas aquilo que as pessoas podem testemunhar da experiência pessoal sempre tem peso. Ah, amigos, estou tão cansado de cristianismo medíocre. Vamos nos entregar cem por cento por Cristo. Não vamos dar um som inseguro. Se o mundo quer nos chamar de tolos, que o faça. É apenas por um pouco. O dia da coroação está chegando. Graças a Deus pelo privilégio que temos de confessar a Cristo! Dwight Lyman Moody


APLICAÇÃO PESSOAL

Nossa fé jamais é tão completa, que chegamos ao ponto em que o coração não é mais embaraçado com dúvidas. E nosso arrependimento nunca possui tal pureza que se torna completamente isento de dureza de coração. O arrependimento é um ato que dura toda a vida. Precisamos orar cada dia por um profundo arrependimento. Em vista de tudo que dissemos, cremos que deixamos bem claro a todo leitor imparcial o fato de que os pregadores que repudiam o arrependimento são, para as infelizes almas perdidas, “médicos sem valor”. Aqueles que ignoram o arrependimento estão pregando “outro evangelho” (Gl 1.6), e não o evangelho que Cristo (Mc 1.15; 6.12) e os apóstolos pregavam (At 17.30; 20.21). O arrependimento é um dever apresentado no evangelho. Aqueles que nunca se arrependeram ainda estão presos nos laços do Diabo (2 Tm 2.25-26) e acumulam contra si mesmos ira para o dia da ira de Deus (Rm 2.4-5). “Se, portanto, os pecadores querem fazer melhor uso dos meios da graça, devem tentar harmonizar-se com o propósito de Deus e as influências do Espírito Santo, empenhando-se por perceberem seu estado pecaminoso, culpado e condenatório. Para isso eles devem abandonar as companhias vãs, descartar seus interesses mundanos e ordinários, deixar tudo que tende a mantê-los seguros no pecado e abafar as ações do Espírito. Para isso eles devem ler, meditar e orar, comparando-se a si mesmos com a santa Lei de Deus, tentando ver a si mesmos como Deus os vê e atribuindo a si mesmos o juízo que Deus lhes atribui. Assim, poderão dispor-se a aprovar a Lei, admirar a graça do evangelho, julgar a si mesmos, aplicar humildemente a todas as coisas a graça gratuita de Deus e retornar a Deus por meio de Cristo” (citado de Joseph Bellamy, 1719-1790). Um antigo teólogo dizia: “Olhe para a cruz, até que tudo que está na cruz esteja em seu coração”. E acrescentou: “Olhe para Jesus, até que Ele olhe para você”. Olhem com firmeza para a sua Pessoa sofredora, até que Ele pareça estar volvendo sua cabeça e olhando para você, assim como o fez com Pedro, que saiu e chorou amargamente. Olhe para Jesus, até que você veja a si mesmo. Lamente por Ele, até que lamente por seu próprio pecado... Ele sofreu em lugar, em favor e em benefício de homens culpados. Isso é o evangelho. Não importa o que os outros preguem, “nós pregamos a Cristo crucificado” (1 Co 1.23). Sempre levaremos a cruz na vanguarda. A essência do evangelho é Cristo como substituto do pecador. Não evitamos falar sobre a doutrina do Segundo Advento, mas, antes e acima de tudo, pregamos Aquele que foi traspassado. Isso levará ao arrependimento evangélico, quando o Espírito de graça for derramado.

EXERCÍCIOS


1. De acordo com a lição, defina pecado.

R. É a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus.


2. Quais as conseqüências do pecado de acordo com os relatos de Davi?

R. Entristece o Espírito Santo e causa separação entre Deus e o homem.


3. De acordo com o Salmo 32, o que o pecador deve fazer para receber o perdão de Deus?

R. Reconhecer, confessar e deixar o pecado.


4. Qual o resultado do verdadeiro arrependimento?

R. Mudança de vida.


5. Qual é a característica mais marcante de um homem perdoado por Deus?

R. A prontidão em agradar a Deus.


BIBLIOGRAFIA PESQUISADA


- Lições Bíblicas 4º Trim. Livro do Mestre CPAD (http://www.cpad.com.br);

- Max Lucado, "A Grande Casa de Deus" – Rio de Janeiro: CPAD, 2001;

- A Oração de Jesus, Hank Hanegraaff, 1ª edição - 2002, Rio de Janeiro, CPAD;

- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;

- Bíblia de Estudo Plenitude - Revista e Corrigida. Editora Sociedade Bíblica do Brasil (SBB); Dinâmica do Reino – Oração; pág 565;

- Bíblia de Estudo Genebra. São Pulo e Barueri, Cultura Cristã e SBB, 1999;

- BIBLIA TEB, Edições Loyola, 1ª edição;

- (HORTON, Stanley M (ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009, pp. 600-1).

- Teologia Sistemática De Hodge - Charles Hodge, Hagnos;

- Teologia Sistemática Pentecostal, Stanley M. Horton, CPAD;

- BRANDT, Robert L.; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração. Rio de Janeiro, CPAD, 4. ed., 2007, p.29;

- HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004;

- SOUZA. Estevam Ângelo. Guia Básico de Oração. Como Orar com Eficácia no seu Dia-a-Dia. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2002;

- GEORGE, Jim. Orações Notáveis da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007.

- GONÇALVES, José. Davi: As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009;

- CARVALHO, César Moisés. Davi. As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009, pp. 147-8;

- COELHO, Alexandre. Davi. As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009, pp. 168-72;

- Arrependimento é Deixar o Pecado por Dwight Lyman Moody. http://www.monergismo.com/textos/arrependimento/moody_arrependimento.htm

4º Trimestre 2010 - Lição 10

TEXTO ÁUREO

“Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18).



- A oração estimula a estabilidade e previne contra o desanimo durante a demora do retorno de Cristo. Além desse estímulo, a guerra do crente contra as forças espirituais da maldade exige dedicação a oração, ou seja, orar "no Espírito", "em todo tempo", "com toda oração e súplica", "por todos os santos", "com toda perseverança". Não devemos considerar a oração apenas mais uma arma, mas ela é parte do conflito propriamente dito, onde a vitória só será alcançada mediante a cooperação com o próprio Deus. O próprio Senhor Jesus empenhou-se em levar seus seguidores a reconhecerem a necessidade de estarem continuamente em oração, para cumprirem a vontade de Deus na suas vidas. Da parábola da viúva que perseverava em oração (Lc 18.1-8), aprendemos que os crentes devem perseverar em oração em todo tempo, até a volta de Jesus (Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18; 1 Ts 5.17). Nesta vida, temos um adversário furioso (1 Pe 5.8) e só com oração poderemos estar protegidos do Maligno (Mt 6.13). É através da oração que os filhos de Deus devem clamar-lhe contra o pecado e por justiça! Por causa de Satanás e dos prazeres do mundo, muitos deixarão de ter uma vida de perseverante oração (Lc 8.14; Mt 13.22; Mc 4.19).




VERDADE PRÁTICA

Através de Cristo e sob o poder do Espírito Santo, somos impulsionados e capacitados a interceder uns pelos outros.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Gênesis 18.23-29,32,33


OBJETIVOS:

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:



- Explicar a oração intercessória no Antigo Testamento e em o Novo Testamento;



- Compreender as características de um intercessor, e



- Conscientizar-se que a compaixão e o amor são características marcantes dos cristãos.




PALAVRA-CHAVE

Intercessão


[Do latim intercessionem]. Súplica em favor de outrem. Intervenção conciliadora.

A interseção pressupõe sofrer com os que sofrem; chorar com os que choram.



COMENTÁRIO


(I. INTRODUÇÃO)


Intercessão é o Ato de interceder, pedir a favor de outrem, e também uma intervenção conciliadora. A intercessão é uma responsabilidade do cristão. Interceder é se colocar diante de Deus em oração diante de todos os homens (1Tm. 2.1-7). É ver a necessidade e pedir a intervenção de Deus em qualquer situação. É captar a mente de Cristo, e ver as circunstâncias como Cristo as vê, depois se unir a Ele em súplica para que Ele se mova de tal maneira que sua vontade e propósitos divinos sejam cumpridos nas vidas das pessoas. Do ponto de vista etimológico, a palavra Intercessão pode ser considerada no hebraico, grego e português. O vocábulo hebraico ‘paga’ ocorre 46 vezes no Antigo Testamento. "Paga" vem da raiz de uma palavra que significa ‘colidir pela violência’, ‘entrar em contato com’, ‘ir contra’, ‘ser violento contra’, ‘colocar-se entre’, ‘encontro com’, ‘suplicar’, ‘orar’, ‘correr’. Pela oração intercessória trazemos a habilidade de Deus à situação em causa. Não há passividade na intercessão; nela nós nos agarramos a Deus, chegando diante d’Ele com Sua própria Palavra em nossos lábios, de acordo com Isaías 62.6, “E Jerusalém, sobre os teus muros pus atalaias, que não se calarão nem de dia, nem de noite; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis, e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra”. Boa Aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA


1. No Antigo Testamento.
Temos no AT grandes intercessores que, no passado, tinham suplicado perante Deus pelos filhos de Israel (cf. Êx 32.11-14,30-32; Nm 14.13-20; Dt 9.13-19; 1 Sm 7.8,9; 12.19-25). Moisés e Samuel são citados pelo próprio Deus a Jeremias recebendo testemunho do Eterno como verdadeiros intercessores. A Bíblia está repleta de exemplos muito claros: Abraão suplicou por Ló; Moisés intercedeu por Israel; Samuel orou pela nação; Daniel orou pela libertação do povo no cativeiro, etc. A oração de Daniel no cap. 9 é uma oração intercessória, pois ele ora contritamente em favor da restauração de Jerusalém e de todo o povo de Israel. No AT, os líderes do povo de Deus, tais como os reis (1Cr 21.17; 2Cr 6.14-42), profetas (1Rs 18.41-45; Dn 9) e sacerdotes (Ed 9.5-15; Jl 1.13; 2.17,18), deviam ser exemplos na oração intercessória em prol da nação. Exemplos marcantes de intercessão no AT, são as orações de Abraão em favor de Ismael (Gn 17.18) e de Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-32), as orações de Davi em favor de seus filhos (2Sm 12.16; 1Cr 29.19), e as de Jó em favor de seus filhos (Jó 1.5). Na vida de Moisés, temos o exemplo supremo no AT, quanto ao poder da oração intercessória. Em várias ocasiões ele orou intensamente para Deus alterar a sua vontade, mesmo depois de o Senhor declarar-lhe aquilo que Ele já resolvera executar. Por exemplo, quando os israelitas se rebelaram e se recusaram a entrar em Canaã, Deus falou a Moisés que iria destruí-los e fazer de Moisés uma nação maior (Nm 14.1-12). Moisés, então, levou o assunto ao Senhor em oração e implorou em favor dos israelitas (Nm 14.13-19); no fim da sua oração, Deus lhe disse: “Conforme à tua palavra, lhe perdoei” (Nm 14.20; Êx 32.11-14; Nm 11.2; 12.13; 21.7; 27.5). Outros poderosos intercessores do AT são Elias (1Rs 18.21-26; Tg 5.16-18), Daniel (9.2-23) e Neemias (Ne 1.3-11).

2. Em o Novo Testamento.
Encontramos exemplos em maior quantidade de orações intercessórias no NT. Os evangelhos registram como os pais e outras pessoas intercediam com Jesus em favor dos seus entes queridos. Os pais rogavam a Jesus para que curasse seus filhos doentes (Mc 5.22-43; Jo 4.47-53); um grupo de mães pediu que Jesus abençoasse seus filhos (Mc 10.13). Certo homem de posição implorou, pedindo a cura de seu servo (Mt 8.6-13), e a mãe de Tiago e João intercedeu diante de Jesus em favor deles (Mt 20.20,21). A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo, a igreja de Jerusalém reuniu-se a fim de orar pela libertação de Pedro da prisão (At 12.5, 12). A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e de Paulo (At 13.3). Tiago ordena expressamente que os presbíteros da igreja orem pelos enfermos (Tg 5.14) e que todos os cristãos orem “uns pelos outros” (Tg 5.16; cf. Hb 13.18,19). Paulo vai mais além, e pede que se faça oração em favor de todos (1Tm 2.1-3). O apóstolo Paulo, quanto à intercessão, merece menção especial. Em muitas das suas epístolas, discorre a respeito das suas próprias orações em favor de várias igrejas e indivíduos (Rm 1.9,10; 2Co 13.7; Fp 1.4-11; Cl 1.3,9-12; 1Ts 1.2,3; 2Ts 1.11,12; 2Tm 1.3; Fm .4-6). Vez por outra fala das suas orações intercessórias (Ef 1.16-18; 3.14-19; 1Ts 3.11-13). Ao mesmo tempo, também pede as orações das igrejas por ele, pois sabe que somente através dessas orações é que o seu ministério terá plena eficácia (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18-20; Fp 1.19; Cl 4.3,4; 1Ts 5.25; 2Ts 3.1,2).

3. Nos dias atuais.
Em nossas orações, devemos submeter-nos a Deus e orar para que sua vontade seja feita em nossa vida (Jo 14.13). Uma vez conhecida a vontade de Deus a respeito de um determinado assunto, podemos orar com confiança e fé. Quando fazemos assim, sabemos que Ele nos ouve e que seus propósitos para nós serão cumpridos, por exemplo, a oração pelos crentes espiritualmente fracos, que necessitam das orações do povo de Deus para ministrar-lhes a vida e a graça. Deus, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes sejam seus cooperadores no processo da redenção. Em certo sentido, Deus se limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo. Muitas coisas não serão realizadas no reino de Deus se não houver oração intercessória dos crentes. Deus quer enviar obreiros para evangelizar e essa obra não será levada a efeito dentro da plenitude do propósito de Deus sem as orações do seu povo: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara” (Mt 9.38). Os intercessores nos dias atuais devem orar para que o poder do Espírito Santo venha sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17), por curas (At 28.8; Tg 5.14-16), por perdão dos pecados (At 7.60), para Deus capacitar às pessoas investidas de autoridade para governarem bem (1Cr 29.19; 1Tm 1.1,2), pelo crescimento na vida cristã (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11), por pastores para que sejam capazes (2Tm 1.3-7), pela obra missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20), pela salvação do próximo (Rm 10.1) e para que os povos louvem a Deus (Sl 67.3-5). Qualquer coisa que a Bíblia revele como a perfeita vontade de Deus para o seu povo pode e deve ser um motivo apropriado para a oração intercessória.


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A oração intercessória no AT (como as de Moisés e Samuel) e em o NT (o supremo exemplo de Jesus) serve de modelo para os dias hodiernos.


II. CARACTERÍSTICAS DE UM INTERCESSOR


1. Perseverança.
Do latim ‘perseverantia, -ae’: Qualidade ou ação de quem persevera; Constância, firmeza, pertinácia; Duração aturada de alguma coisa. Perseverança, paciência ou persistência são ingredientes indispensáveis em qualquer tipo de empreendimento. Quem desiste não faz história, mas quem persevera escreve a história. A perseverança na fé verdadeira consiste em confiar em Deus em todas as circunstâncias, e permanecer fiel a Ele, mesmo sob grande aflição e quando parecer que Ele não nos responde e que não se importa conosco. Esta é a prova da fé (1 Pe 1.7; Lc 18.1-7). No caso da mulher siro-fenícia registrado em Mt 15.22-28, a palavra "filhos" refere-se a Israel, isto é, Jesus expressa o pensamento que é necessário, primeiramente, levar o evangelho a Israel. A mulher compreende o fato, mas se volta para Cristo com sabedoria, perseverança e fé. Argumenta que o propósito de Deus é que os gentios recebam indiretamente as bênçãos quando Ele abençoa Israel. Cristo recompensa essa mulher de acordo com a sua fé diligente, e cura a sua filha. O crente deve perseverar em oração por si mesmo, ou pelos outros, e, em certas ocasiões, até mesmo arrazoar com Deus!


2. Altruísmo.
Do francês altruisme: Inclinação para procurarmos obter o bem para o próximo; filantropia. “Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.” (1Jo 3.10). Este é o âmago e a conclusão dos ensinos de João em 2.28-3.10. Ele acabou de advertir o crente no sentido de não se enganar quanto à natureza da salvação (v. 7). O que caracteriza um verdadeiro filho de Deus é o amor altruísta, manifesto na solicitude sincera pelas necessidades espirituais e físicas doutros crentes (vv. 16,17). O Calvário nos deu a oportunidade de irmos diretamente a Deus para recebermos perdão e diante dEle podemos exercer a função de sacerdote para os demais irmãos em Cristo (1 Pe 2.9). Tiago ressalta a natureza eficaz da oração feita por um justo, a idéia básica é a de uma súplica que tem energia. "Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens" (1Tm 2.1); "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tg 5.16). Interceder é ver a necessidade da intervenção de Deus nas mais diversas situações. É captar a mente de Cristo, de modo a ver as circunstâncias como Cristo as vê, e unir-se a Ele em súplica para que Deus se mova de tal maneira que Sua vontade e propósito Divinos sejam cumpridos nas vidas dos homens e das nações. A intercessão deve ser uma das prioridades da vida do cristão. Todo crente é chamado a interceder. Há pessoas que têm um ministério de intercessão, com uma unção especial para tanto, mas cada crente tem uma vocação de Deus para interceder; É um imperativo. Quem não o faz, não exerce seu sacerdócio. Paulo é enfático ao dizer: "Exorto, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões, ações de graças por todos os homens," (1Tm 2.1).

3. Empatia.
Do grego empátheia, -as: paixão; forma de identificação intelectual ou afetiva de um sujeito com uma pessoa, uma idéia ou uma coisa. Todos os que se dedicam a Jesus Cristo pela fé, também devem dedicar mútuo amor uns aos outros, como irmãos em Cristo (1 Ts 4.9,10), com afeição sincera, bondosa e terna. Devemos preocupar-nos com o bem-estar, as necessidades e a condição espiritual dos nossos irmãos, sendo solidários e assistindo-os nas suas tristezas e problemas. Devemos preferir-nos em honra uns aos outros, ou seja, devemos estar dispostos a respeitar e honrar as boas qualidades dos outros crentes (Jo 13.34,35). O crente é exortado a amar de um modo especial a todos os outros cristãos verdadeiros. Amar a todos os cristãos verdadeiros, inclusive os que não pertencem à minha igreja, não significa transigir ou acomodar minhas crenças bíblicas específicas nos casos de diferenças doutrinárias. Também não significa querer promover união denominacional. É essencial que o amor a Deus e à sua vontade, conforme revelados na sua Palavra, controlem e orientem nosso amor ao próximo. O amor a Deus deve sempre ocupar o primeiro lugar em nossa vida. O amor (gr. agape) deve ser a marca distintiva dos seguidores de Cristo (1 Jo 3.23; 4.7-21). Este amor é, em suma, um amor abnegado e sacrificial, que visa ao bem do próximo (1 Jo 4.9,10). Por isso, o relacionamento entre os crentes deve ser caracterizado por uma solicitude dedicada e firme, que vise altruisticamente a promover o sumo bem uns dos outros. Os cristãos devem ajudar uns aos outros nas provações, evitar ferir os sentimentos e a reputação uns dos outros e negar-se a si mesmos para promover o mútuo bem-estar (1Jo 3.23; 1Co 13; 1Ts 4.9; 1Pe 1.22; 2Ts 1.3; Gl 6.2; 2Pe 1.7).


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

As principais características bíblicas do intercessor são: perseverança, altruísmo e empatia.


III. A FORÇA DA ORAÇÃO COLETIVA


1. Nínive.
(Jn 3.5-10). Nínive, uma ‘cidade excessivamente grande’, como é chamada no Livro de Jonas, jazia na margem oriental do rio Tigres na antiga Assíria, através do rio da importante cidade moderna de Mosul, no estado de Ninawa do Iraque. A Nínive histórica é mencionada por volta do século 18 a. C. como um centro de adoração a Ishtar, cujo culto foi responsável pela antiga importância da cidade. A estátua da deusa foi enviada ao faraó Amenhotep III do Egito no século XIV a.C. Nínive é primeiramente mencionada em Gênesis 10.11: “Ashur deixou aquela terra e construiu Nínive”. Algumas traduções modernas interpretam Ashur no hebraico deste verso como o país “Assíria” antes que uma pessoal, assim fazendo Nimrod o construtor de Nínive. O livro de Jonas retrata Nínive como uma cidade cruel merecedora da destruição. Deus envia Jonas para profetizar contra a cidade, e os ninivitas se arrependem, aceitam a mensagem de Jonas, crendo já estarem condenados, a menos que se arrependessem. Como expressão de seu genuíno arrependimento e humildade, jejuaram (cf. 1 Sm 7.6; 2 Sm 1.12) e vestiram-se de panos de saco (um tecido grosseiro, geralmente feito de pêlo de cabra; cf. 2 Sm 3.31; 2 Rs 19.1,2). Note que Jesus declarou que Nínive se levantará no Dia do Juízo para condenar Israel por causa de sua incredulidade e dureza de coração (Mt 12.41). Por ter o povo se arrependido e realizado um jejum coletivo, Deus suprimiu o juízo.

2. Israel.
(Et 4.15-17; 8.1-17). Deus participa dos acontecimentos do mundo para salvar o seu povo do mal e cumprir seus propósitos redentores em seu favor. Todos os crentes devem lembrar-se que Deus está no controle do que acontece ao nosso redor, para nos livrar desse presente mundo maligno e nos levar para estarmos com Ele para sempre (Rm 8.29-39; Gl 1.4; Jd v. 24). Note que na perícope em apreço, Ester estava disposta a dar a sua vida num esforço para salvar o seu povo. Ela faria o que lhe competisse, e deixaria o resultado com Deus. É verdade que Deus não abençoará aqueles que se calam para manter seu lugar ou posição, mas, aqueles que, por amor a Deus e à sua Palavra, falam a verdade, mesmo com risco de sofrerem grandes danos (Jo 16.1-4). Mardoqueu e Ester estavam dispostos a morrer, se necessário fosse, na luta contra as forças do mal e assim, tornaram-se exemplos de obediência às suas convicções religiosas.

3. Igreja Primitiva.
(At 2.42; 12.1-17). Paulo descreve a igreja como "um só corpo de Cristo" (Rm 12.5) e seu "corpo" (Ef 1.23). A igreja encerra numa comunhão única de vida divina a Cristo pelo Espírito Santo mediante a fé. Todo poder da igreja para adorar e servir, era dom de Deus. A igreja é uma entidade viva e ativa. É responsabilidade da igreja, praticar a unidade, o amor e mostrar que Cristo verdadeiramente vive naqueles que são membros do seu corpo. Os crentes do NT enfrentavam a perseguição em oração fervorosa. A situação parecia ser o fim daquele movimento; Tiago martirizado e Pedro encontrava-se em cárcere por ordem de Herodes vigiado por dezesseis soldados. Todavia, a igreja primitiva tinha a convicção de que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e oraram de um modo intenso e contínuo a respeito da situação de Pedro. A oração deles não demorou a ser atendida (vv. 6-17). As igrejas do NT freqüentemente se dedicavam à oração coletiva prolongada (1.4; 2.42). A intenção de Deus é que seu povo se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de Jesus: A minha casa será chamada casa de oração (Mt 21.13).


SINÓPSE DO TÓPICO (3)

A oração coletiva é eficaz na perseverança e unanimidade da igreja, assim como o exemplo em Nínive, Israel e na Igreja Primitiva.



(III. CONCLUSÃO)


Pode-se definir a intercessão como a oração contrita e reverente, com fé e perseverança, mediante a qual o crente suplica a Deus em favor de outra pessoa ou pessoas que extremamente necessitem da intervenção divina. A Bíblia nos fala da intercessão de Cristo e do Espírito Santo, e de numerosos santos, homens e mulheres do antigo e do novo concerto.




APLICAÇÃO PESSOAL

A Intercessão pode ser definida como um combate espiritual – disso fala Efésios 6.10-18 – “fortalecei no Senhor” quer dizer: adquira força espiritual. Há muitas definições que nós poderíamos dar sobre intercessão. A mais simples está na Bíblia: "Orai uns pelos outros" (tg. 5:16). Ela está cheia de exemplos: Abraão suplicou por Ló e este foi liberto da destruição de Sodoma e Gomorra; Moisés intercedeu por Israel apóstata e foi ouvido; Samuel orou constantemente pela nação; Daniel orou pela libertação do seu povo do cativeiro; Davi suplicou pelo povo; Cristo rogou por Seus discípulos e fez especial intercessão por Pedro; Paulo é exemplo de constante intercessão. Toda a Igreja é chamada ao fascinante ministério da intercessão. A oração do justo realiza muitas coisas. A oração do justo leva-o mais perto de Deus (Hb 7.25); abre o caminho para uma vida cheia do Espírito (Lc 11.13; At 1.14); dá-lhe poder para servir (At 1.8; 4.31,33) e para a devoção cristã (Ef 3.14-21); edifica-o espiritualmente (Jd 20); dá-lhe compreensão da provisão de Cristo por nós (Ef 1.18,19); ajuda-o a vencer Satanás (Dn 10.12,13; Ef 6.12,18); esclarece a vontade de Deus para ele (Sl 32.6-8; Pv 3.5,6; Mc 1.35-39); capacita-o a receber dons espirituais (1 Co 14.1); leva-o à comunhão com Deus (Mt 6.9; Jo 7.37; 14.16,18,21); outorga-lhe graça, misericórdia e paz (Fp 4.6,7; Hb 4.16); leva os perdidos de volta a Cristo (5.20; Gl 4.19); outorga-lhe sabedoria, revelação e conhecimento de Cristo (Ef 1.17); proporciona-lhe a cura (5.15); dá- lhe livramento nas aflições (Sl 34.4-7; Fp 1.19); glorifica a Deus com louvor e ações de graças (Sl 100.4); torna real a presença de Cristo (Jo 14.21; Ap 3.20), e por fim, assegura-lhe a salvação final e a intercessão de Cristo em seu favor (Hb 7.25).

Crendo N’Aquele que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6),


EXERCÍCIOS


1. O que é intercessão?

R. Orar a Deus em favor de outra pessoa.


2. Cite três exemplos de homens fiéis que perseveraram em oração a Deus no Antigo Testamento.

R. Abraão, Moisés e Samuel.


3. Em qual verdade bíblica se enquadra a oração intercessória?

R. “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35).


4. Quem é o nosso supremo exemplo no ministério da intercessão?

R. O Senhor Jesus.


5. De acordo com a lição, quais as principais características de um intercessor?

R. Perseverança, altruísmo e empatia

Boa aula!



BIBLIOGRAFIA PESQUISADA


- Lições Bíblicas 4º Trim. Livro do Mestre CPAD (http://www.cpad.com.br);

- Max Lucado, "A Grande Casa de Deus" – Rio de Janeiro: CPAD, 2001;

- A Oração de Jesus, Hank Hanegraaff, 1ª edição - 2002, Rio de Janeiro, CPAD;

- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;

- Bíblia de Estudo Genebra. São Pulo e Barueri, Cultura Cristã e SBB, 1999;

- BIBLIA TEB, Edições Loyola, 1ª edição;

- (HORTON, Stanley M (ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009, pp. 600-1).

- Hybels, Bill. Ocupado Demais para Deixar de Orar / Bill Hybels; Tradução Magaly Fraga Moreira. Campinas, SP: Editora United Press, 1999.

- Teologia Sistemática De Hodge - Charles Hodge, Hagnos;

- Teologia Sistemática Pentecostal, Stanley M. Horton, CPAD;

- BRANDT, Robert L.; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração. Rio de Janeiro, CPAD, 4. ed., 2007, p.29;

- HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004;

- SOUZA. Estevam Ângelo. Guia Básico de Oração. Como Orar com Eficácia no seu Dia-a-Dia. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2002.

4º Trimestre 2010 - Lição 09

A Oração e a Vontade de Deus

TEXTO ÁUREO

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15.7).

- Em virtude de sua adesão constante a Jesus e de sua obediência, aquele que crê não sente nenhum temor em face do futuro, pois sabe que sua oração, formulada em função da sua compreensão das intenções divinas, será certamente ouvida e favorecida. (cf 14.13). Quando estamos em Cristo, nossas orações são eficazes. O segredo de resposta divina à nossa oração é permanecer em Cristo. O princípio que Cristo ensina aqui é que, quanto mais perto o homem vive de Cristo, pela meditação, estudo das Escrituras e comunhão com Ele, tanto mais suas orações estarão em harmonia com a sua natureza e as suas palavras e, portanto, mais eficazes serão essas orações (Sl 66.18).


VERDADE PRÁTICA

A Bíblia nos garante que a oração realizada de acordo com a vontade de Deus será atendida.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


João 14.13-17; 15.7; 1 João 5.14,15



OBJETIVOS:

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


- Estabelecer a diferença entre a vontade de Deus geral e particular.

- Relacionar as orações que não são respondidas por Deus.

- Explicar o porquê das orações de Elias, Salomão e Davi terem sido atendidas.


PALAVRA-CHAVE

Vontade Divina

[Do latim voluntade]. Amorosa disposição que Deus, com base em seus decretos e desígnios, manifesta em relação ao ser humano.


COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)


Vimos na última lição que Deus, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes sejam seus cooperadores no processo da redenção. Em certo sentido, Deus se limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo. Muitas coisas não serão realizadas no reino de Deus se não houver oração intercessória dos crentes. Qual a vontade de Deus para sua vida? Você tem consciência do que Deus espera de você? Muitos correm de um lado para o outro, procurando profetas para ouvir a voz de Deus e descobrir sua vontade. Todavia, para descobrir a vontade do Senhor para nossas vidas, basta cultivarmos uma vida de íntima comunhão com o Pai, mediante a leitura da Palavra e a oração. Através da lição desse domingo, veremos que à medida que conhecemos o Senhor, sua vontade vai se tornando mais evidente. Veremos que conhecer o Senhor e, por conseguinte, a vontade dEle para o nosso viver, é imprescindível para obter respostas para toda e qualquer necessidade. Boa Aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. A ORAÇÃO E A VONTADE DE DEUS


1. O caráter de Deus.
O caráter de Deus diz quem Deus escolheu ser a partir do que Ele é. Deus "exercita" seu caráter perfeitamente e, por isso, é nosso modelo para o desenvolvimento do nosso caráter. Algumas características de Deus são: amor, santidade, misericóridia, retidão, justiça, sabedoria, fidelidade, honestidade. Quando confessamos nossos pecados e intercedemos pelos outros, Deus ouve e responde. Em Is 45.21-22, Ele diz: “E não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador, não há fora de mim. Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro”. Em sua oração, Daniel menciona vários atributos de Deus que tinham um relacionamento direto com a oração respondida. No verso 4, ele O chama de o “Deus grande e tremendo”. Isto fala de Seu poder e majestade. Nós podemos orar com confiança, pois Deus é poderoso o suficiente para mudar as circunstâncias quando isso serve aos Seus propósitos. A fidelidade de Deus é refletida na frase “que guardas o concerto” (v. 4). Ele sempre guarda Suas promessas. Ele fez um concerto com Israel que, se eles se arrependessem, Ele os perdoaria (Dt 30.1-3). Ele prometeu nunca esquecê-los (Dt 31.6; Hb 13.5). O amor de Deus é visto em Seus atos de misericórdia para com aqueles que O amam (v. 4). Sua justiça e santidade são inerentes à frase “a ti, ó Senhor, pertence a justiça” (v. 7). As ações de Deus são sempre misericordiosas e justas. Ele nunca comete um engano (Gn 18.25). O versículo 9 menciona os dois atributos finais: compaixão e perdão. Compaixão é um sinônimo de misericórdia. Perdão significa absolver os seus erros cancelando a penalidade do pecado que foi posta em sua conta. Ele nos reconcilia com sigo mesmo em doce comunhão. Que Deus gracioso nós servimos! Regozijemo-nos em Seu amor e aprendamos de Suas promessas. Ele nunca falhará conosco!

2. A vontade de Deus e as Sagradas Escrituras.
Por que algumas orações são respondidas, e outras, não? Uma vida de oração está vinculada à nossa dedicação a Deus. Obedecer aos mandamentos de Deus, amá-lo e agradar-lhe são condições indispensáveis para recebermos aquilo que pedimos em oração (Jo 8.29; 2 Co 5.9; Ef 5.10; Hb 13.21). No AT a falta do conhecimento pessoal de Deus destruía os israelitas, não porque tal conhecimento se achasse fora do alcance deles. Mas porque os israelitas rejeitavam deliberadamente a verdade que Deus lhes revelara através dos profetas e de sua Palavra escrita. Não são poucos os crentes que, por não conhecerem a Palavra de Deus, estão sendo destruídos por ventos de doutrina e inovações. O segredo de resposta divina à nossa oração é permanecer em Cristo. O princípio que Cristo ensina aqui é que, quanto mais perto o homem vive de Cristo, pela meditação, estudo das Escrituras e comunhão com Ele, tanto mais suas orações estarão em harmonia com a sua natureza e as suas palavras e, portanto, mais eficazes serão essas orações.

3. A vontade de Deus para cada indivíduo.
“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” (Os 6.3). O genuíno arrependimento do povo de Deus trar-lhe-ia renovada vida espiritual. Então, à medida que os fiéis chegassem a conhecer melhor ao Senhor, Ele viria como a chuva, trazendo-lhe mais vida e bênçãos espirituais. A água é freqüentemente mencionada como símbolo, ou tipo do Espírito Santo (Jo 7.37-39; Sl 1.3). A chuva temporã é a que cai na época de arar e semear a terra; simboliza a obra do Espírito Santo no AT. A serôdia é a que cai na época da colheita; simboliza a obra do Espírito Santo no período da igreja. À medida que conhecemos o Senhor, sua vontade vai se tornando mais evidente para nós.


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A vontade geral de Deus para o homem está descrita na Bíblia, e a particular pode ser conhecida mediante um relacionamento íntimo com o Senhor.


II. ORAÇÕES NÃO RESPONDIDAS POR DEUS


1. Orações egoístas (Tg 4.3).
Deus deixa de responder as orações dos que amam os prazeres e que desejam honra, poder e riquezas. Todos devemos tomar consciência disso, porque Deus não ouvirá as nossas orações se tivermos o coração cheio de desejos egoístas. As Escrituras nos dizem que Deus aceita somente as orações dos justos (Sl 34.13-15; 66.18,19), daqueles que o invocam em verdade (Sl 145.18), dos genuinamente arrependidos e humildes (Lc 18.14) e daqueles que pedem segundo a sua vontade (1 Jo 5.14). “[...] Mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeito vontade de Deus”. Rm 12.2. Devemos resistir às formas prevalecentes e populares do proceder deste mundo e em lugar disso proclamar as verdades eternas e aplicar os padrões justos da Palavra de Deus em nosso viver, por amor a Cristo (1 Co 1.17-24). “O Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía (Jó 42.10). A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de Deus para todos os crentes fiéis.

2. Orações por posição social (Mt 20.17-28).
O texto bíblico do subitem 2 apresenta um pedido contrastante com o auto-sacrifício que Jesus acabara de descrever com o egoísmo de seus seguidores [a direita e a esquerda são posições de honra no reino consumado]. Uma parte de seu pedido foi atendida: realmente Tiago e João provaram do cálice e foram batizados como Jesus! [cálice era usado para significar tanto grande alegria quanto grande pesar, aqui representa a morte de Jesus e o julgamento de Deus contra o pecado. Batismo refere-se a ser mergulhado no sofrimento divinamente determinado]. Tiago foi o primeiro dos apóstolos a ser martirizado (At 12.2); e em seus últimos anos, João sofreu perseguição e exílio (Ap 1.9). De acordo com a tradição, ele também foi martirizado. Nós precisamos compreender que a verdadeira grandeza consiste em termos de serviço, foi o próprio Jesus quem promoveu este padrão como o mais alto oferecendo-se na cruz em expiação por muitos (Is 53.11). O mundo usualmente utiliza esse pensamento da mãe dos filhos de Zebedeu; a prática secular forma um nítido contraste com a prática requerida pela Palavra do Senhor. Jesus é o nosso modelo!

3. Orações hipócritas (Mt 6.5,6).
Nem toda oração é verdadeira. A atitude é não menos importante que a persistência. Jesus corrige a noção errônea de que a justiça é uma realização humana ao invés de uma dádiva da graça de Deus. A parábola do fariseu e do publicano mostra dois modelos de oração. O fariseu era justo aos seus próprios olhos. A pessoa que pensa ser justa por causa dos seus próprios esforços não tem consciência da sua própria natureza pecaminosa, da sua indignidade e da sua permanente necessidade da ajuda, misericórdia e graça de Deus. Por causa dos seus destacados atos de compaixão e da sua bondade exterior, tal pessoa acha que não precisa da graça de Deus. O fariseu confiou nos seus próprios méritos, não tendo descoberto que nenhuma justiça humana é suficiente diante de um Deus que exige perfeição (Mt 5.48). O publicano, por outro lado, estava profundamente consciente do seu pecado e culpa e, verdadeiramente arrependido, voltou-se do pecado para Deus, suplicando perdão e misericórdia. Ele confiou na graça de Deus e a encontrou. Tipifica o verdadeiro filho de Deus. Deus deixa de responder as orações dos que amam os prazeres e que desejam honra, poder e riquezas. Todos devemos tomar consciência disso, porque Deus não ouvirá as nossas orações se tivermos o coração cheio de desejos egoístas. As Escrituras nos dizem que Deus aceita somente as orações dos justos (Sl 34.13-15; 66.18,19), daqueles que o invocam em verdade (Sl 145.18), dos genuinamente arrependidos e humildes (Lc 18.14) e daqueles que pedem segundo a sua vontade (1 Jo 5.14).


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

As orações egoístas, hipócritas e que visam status social não são atendidas pelo Senhor.


III. ORAÇÕES ATENDIDAS POR DEUS


Muitos pensam que “oração respondida” é quando Deus concede o que foi pedido em uma oração a Ele oferecida. Se um pedido de oração não é concedido, geralmente se entende que a oração não foi respondida. Contudo, isto não é um correto entendimento em relação à oração. Deus responde cada oração que a Ele é elevada. O que devemos nos lembrar é que às vezes Deus responde “não” ou “espere”. Deus somente promete conceder o que pedimos em oração quando pedimos de acordo com Sua vontade. 1Jo 5.14,15 nos diz: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.”

1. A oração do rei Salomão (2 Cr 1.7-10).
A Palavra de Deus nos dá uma série de exemplos de como podemos, se quisermos, balizar as nossas orações. Pareando com a do Senhor Jesus, temos a oração mais longa já realizada em toda literatura bíblica: a oração do rei Salomão(1Rs 8.22-53). Depois de concluir “o santuário real”, no décimo primeiro ano do seu reinado (1 Rs 6.38), Salomão inaugurou o Templo oferecendo sacrifícios ao Senhor (1 Rs 8). O rei estendeu as mãos para os céus e ofereceu uma oração de dedicação. Ele orou pelo o povo, pedindo a Deus que respondesse todas as petições que ali fossem feitas. Rogou para que a salvação e a benevolência do Senhor estivessem em suas vidas. Salomão encerra a dedicação do Templo oferecendo sacrifícios pacíficos, ofertas queimadas e ofertas de manjares ao Eterno (1 Rs 8.62-66). Pode-se aprender muito com a oração de Salomão. Era bastante incomum que um rei se ajoelhasse perante outro, sobretudo diante de seus súditos, porque o ato significa submissão a uma autoridade superior. Salomão demonstrou seu grande amor e respeito por Deus ao se ajoelhar diante dEle. Essa atitude revelou que reconhecia Deus como Supremo Rei e Autoridade; isto encorajou o povo a fazer o mesmo. Quando Salomão dedicou o Templo, que construiu para que Deus pudesse habitar no meio do seu povo, colocou diante de Deus petições referentes à muitas situações que preocupariam Israel no futuro: pecado, inimigos, perdão, seca, pestilência, guerra, cativeiro, e assim por diante. Cada petição foi seguida por uma súplica para que Deus ouvisse e respondesse as orações de Israel. Quando Salomão terminou suas petições, Deus demonstrou de forma dramática a sua aprovação pelo templo e a sua aceitação da oração de Salomão. Desceu fogo do céu, consumindo os sacrifícios e as ofertas queimadas. Então a glória do Senhor encheu o templo. Há lições aqui para nós, pois Deus agora habita nossos corações como seu templo. Se o buscarmos, Ele estará conosco no mesmo momento. No instante em que colocamos as ofertas que selecionamos sobre o altar, o seu fogo santo desce. E sempre que deixarmos espaço disponível para Deus, Ele vem e ocupa!

2. A oração do profeta Elias (1 Rs 18.36-39).
A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei, sua repreensão a todo o Israel e seu confronto com os 450 profetas de Baal (1Rs 18.16- 22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em Deus. Vemos sua confiança em Deus na brevidade e simplicidade da sua oração (41 palavras em hebraico). O propósito de Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar a graça de Deus para com o seu povo. Elias queria que o povo se voltasse para Deus. Semelhantemente, João Batista, o ‘Elias’ do NT, tinha como alvo levar muitos a buscarem a Deus como preparação para o advento de Cristo. O Senhor milagrosamente produziu fogo para consumir o sacrifício de Elias (1Cr 21.26; 2Cr 7.1). Esse milagre vindicou Elias como profeta de Deus e comprovou que somente o Senhor de Israel era o Deus vivo, a quem deviam servir. De modo semelhante, o crente deve orar, com fé, pela manifestação divina em seu meio, mediante o Espírito Santo (1Co 12.4-11; 14.1-40). A oração em nome de Cristo abrange pelo menos duas coisas:

a. orar em harmonia com sua pessoa, caráter e vontade;

b. orar com fé em Cristo, na sua autoridade e com o fim de glorificar tanto o Pai como o Filho (At 3.16). Orar realmente em nome de Jesus equivale a dizer que Ele ouvirá qualquer oração como Ele mesmo oraria. Não há limite para o poder da oração quando ela é dirigida a Jesus ou ao Pai com fé e conforme a sua vontade (Mt 17.20).

3. A oração de Davi (Sl 51.1-17). Conforme se lê no título do Salmo 51, este salmo de confissão é atribuído a Davi, alusivo ao momento em que o profeta Natã revelou seus pecados de adultério e de homicídio (2 Sm 12.1-13). É a mais notável das ‘orações de penitência’ (leia o Sl 6, um tipo de lamentação). Note que este salmo foi escrito por um crente que voluntariamente pecou contra Deus e de modo tão grave que foi privado da comunhão e da presença de Deus (cf. v. 11). Provavelmente, Davi escreveu este salmo já arrependido, após Natã declarar-lhe o perdão divino (2Sm 12.13). Davi roga contritamente a plena restauração da sua salvação, a pureza, a presença de Deus, a vitalidade espiritual e a alegria (vv. 7-13).


SINÓPSE DO TÓPICO (3)

As orações de Salomão, Davi e Elias foram respondidas pelo Senhor porque estavam de acordo com sua vontade.


(III. CONCLUSÃO)

A comunhão constante com Deus é o segredo para conhecê-Lo e para se ter influência com Ele. O Senhor cede ante a persistência de uma fé que O conhece. Confere as Suas bênçãos mais ricas aos que manifestam desejo e estima por estes bens, tanto pela constância como pelo fervor da sua importunidade. Cristo, que nisto, como em tudo, é o nosso Modelo, passou noites inteiras em oração. O Seu costume era orar muito. Tinha um lugar habitual de oração. Largos períodos de tempo em oração formaram a Sua história e o Seu caráter. Paulo orava dia e noite. Daniel, no meio de importantes ocupações, orava três vezes ao dia. As orações de David de manhã, ao meio-dia e à noite foram indubitavelmente muito prolongadas em muitas ocasiões. Aqueles que manifestaram de maneira mais perfeita possível a Cristo através de seu caráter, e têm afetado mais poderosamente o mundo a Seu favor, são os homens que gastaram muito tempo com Deus, até que isso se tornou uma das características mais salientes de suas vidas. E. M. Bounds.



APLICAÇÃO PESSOAL

Não é o caso que se pense por ‘longos períodos com o Senhor’, que o valor das orações tem de ser medido com o relógio, senão que desejamos recalcar a necessidade de se estar longo tempo a sós com Deus; se a nossa fé não tem produzido este distintivo, deve-se ao fato de que é uma fé débil e superficial. Os homens que, no seu caráter se têm assemelhado a Cristo e que têm impressionado o mundo com ele, são os que têm passado tanto tempo com Deus, que este hábito se tornou uma característica notável da sua vida. John Wesley passava duas horas diárias em oração. Começava às quatro horas da manhã. Uma pessoa que o conheceu bem escreveu: “Tomava a oração como a sua ocupação mais importante, e via-o sair depois das suas devoções com uma serenidade no rosto que quase resplandecia”. A experiência de Lutero era esta: “Se deixo de passar duas horas em oração cada manhã, o inimigo obtém a vitória durante o dia; tenho tantos assuntos que não consigo despachá-los sem ocupar três horas diárias de oração”. O seu lema era: “O que tem orado bem tem estudado bem”. É edificante! Que maior incentivo poderíamos receber, senão este? Somos conclamados a buscar ao Senhor. Para isso, recebemos a orientação de como fazê-lo: buscar de todo o coração e de toda a alma. Porém, além de ser uma orientação, esta é também uma condição, reiterada por Deus mesmo que usa o profeta Jeremias para novamente dizer isso ao povo: ‘Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração.’ (Jr 29.12,13). Assim fazendo, temos a certeza de que acharemos o Senhor e de que ouviremos a sua voz, porque o nosso Deus é misericordioso e não nos desamparará, diz a Palavra.

Crendo N’Aquele que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6),


EXERCÍCIOS


1. Como podemos saber a vontade de Deus para o homem?

R. Lendo a Palavra de Deus.


2. Como podemos saber a vontade de Deus para nossa própria vida?

R. Cultivando uma vida de íntima comunhão com Deus.


3. Quais orações não serão respondidas pelo Senhor?

R. Orações egoístas, por posição social e hipócritas.


4. Quais personagens tiveram suas súplicas atendidas por Deus?

R. Salomão, Elias e Davi.


5. Quais orações são atendidas pelo Senhor?

R. As orações que são feitas de acordo com a vontade dEle

4º Trimestre 2010 - Lição 08

A Oração Sarcedotal de Jesus Cristo

TEXTO ÁUREO

“E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus” (Lc 6.12).

- Mais uma vez Lucas enfatiza o fato de Jesus orar em momentos críticos. Constantemente, Jesus procurava estar a sós em oração com o Pai, principalmente nos momentos de grandes decisões (5.16). Uma noite inteira em fervente oração dará resultados surpreendentes (Tg 5.16). Depois de passar aquela noite em oração, Jesus escolheu os doze para serem seus apóstolos (vv. 13-16), curou muitos que estavam enfermos (vv. 17-19) e pregou seu sermão mais conhecido (vv. 20-49). Se Jesus, o perfeito Filho de Deus, passou uma noite toda em oração ao Pai, para tomar uma importante decisão, quanto mais nós, com nossas fraquezas e nossos fracassos, precisamos orar muito e cultivar uma íntima comunhão com nosso Pai celestial. Observemos que foi oração a Deus, isto é, a oração de Jesus tinha endereço certo. Muitas orações não são respondidas porque não têm o destino certo; estão com o endereço errado, ou não têm endereço nenhum. BEP

VERDADE PRÁTICA
A expansão contínua do evangelho completo é um distintivo da igreja que não se descuida da oração.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 17.1-4; 15-17; 20-22

(I. INTRODUÇÃO)

João 17 contém a oração final de Jesus por seus discípulos. Este texto revela os desejos e anseios mais profundos de nosso Senhor por seus seguidores, tanto naquela ocasião como agora. Além disso, esta oração é um exemplo inspirado pelo Espírito de como todo pastor deve orar por seu povo e como todo pai deve orar por seus filhos. Ao orarmos pelos que estão sob nossos cuidados, nossos propósitos principais devem ser para que conheçam intimamente a Jesus Cristo e à sua Palavra (vv. 2,3,17,19), para que Deus os preserve do mundo, da apostasia, de Satanás, do mal e das falsas doutrinas (vv. 6,11,14-17), para que tenham continuamente a alegria de Cristo (v. 13); para que sejam santos em pensamento, ações e caráter; para que sejam um (vv. 11, 21, 22); para que levem outros a Cristo (vv. 21,23); para que perseverem na fé e, finalmente, habitem com Cristo no céu (v. 24) para que permaneçam constantemente no amor e na presença de Deus (v. 26). Boa Aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. ORAÇÃO POR UMA VIDA DE COMUNHÃO COM O PAI


1. Relacionamento com Deus (Jo 17.2,3).
Relacionamento é correspondência, trato amistoso, ou convivência, relações íntimas com alguém. Relacionamento com Deus quer dizer convivência com Ele. É trato diário com o Senhor, tornando-se familiar essa relação de amizade (Sl 25.14 e Nm 12.5-8). A vida consiste na comunhão com Deus ‘que nos criou para Ele mesmo, de modo que nossas almas não descansam até que descansem nEle’, como disse Agostinho. Conhecer a Deus, como freqüentemente nas Escrituras, significa mais do que uma percepção intelectual; envolve afeição e compromisso também. Ao colocar-se junto com o Pai como fonte de vida eterna, Cristo afirma a sua própria divindade. “Ó que todos os crentes tivessem como prioridade cada vez maior responder essa pergunta! Que eles se juntassem àqueles na história da igreja que se aprofundaram em seu relacionamento com Deus! Citarei John Owen como um exemplo. Ele escreveu um livro chamado Comunhão com Deus que é um jeito antiquado de dizer "relacionamento com Deus." O que um relacionamento com Deus significa é que nós recebemos comunicações de Deus sobre Ele tanto através da Sua Palavra como através da história. Ele vem até nós em Jesus Cristo, no Seu ensino, na Sua cruz, nos Seus apóstolos, através da Sua Palavra, e Ele está falando conosco. E o Seu falar é tornado vital para nós pela presente presença do Espírito Santo que habita dentro de nós. Isso é a metade do relacionamento. Ele toma a iniciativa.” John Piper.

2. Meditação e prática da Palavra de Deus (Jo 17.6).
“Habite , ricamente em vós a Palavra de Cristo”. (Cl 3.16). Como vimos, não é exagero ler demais a Palavra de Deus, mas sim uma necessidade. Ler a Bíblia, absorver a Bíblia, ingerir a Palavra é uma ordem de Deus para nós. Sem a Palavra não há relacionamento com Deus. Nela encontramos o próprio Deus, encontramos o nosso começo com Cristo, salvação. Com ela alimentamos o nosso relacionamento com Deus que deve ser forte e constante. Com ela haverá quebrantamento, regozijo e emoções sensibilizadas pelo Espírito Santo. A Palavra é instrumento de restauração, de libertação, de cura para nossa alma doente. É à base de tudo. Ela fortalece o espírito, conforta a nossa alma, fortalece a personalidade por dentro até Cristo fluir. A Palavra não pode ser apartada do tratamento interior que o Espírito Santo faz e quer fazer em cada crente e que dura à vida inteira. Ela é remédio para nossa alma marcada pelo pecado. Ela gera paz, poder, prosperidade, alegria saúde, força, vitória (Js 1.6-8, Pv 4.20-23). A ordem de Deus para Josué foi ser forte, corajoso para herdar a terra, mas apresentou o meio para essa conquista – fazer e não desviar da Palavra para que fosse bem sucedido. E continuou: Falar constantemente, Meditar e Fazer o que a Lei ordenava para fazer Prosperar o Seu Caminho. A nossa alma tem sede da Palavra, e ela deverá ocupar lugar central na vida da cada crente se quiser vitória. O grande problema de muitos crentes é desprezar a Palavra, se empobrecendo espiritualmente e até sendo ponto de interrogação quanto a sua vida cristã. Também o desvalor pela Palavra abre um espaço enorme para Satanás atacar, agir em nossa vida. Qual é a sua brecha? Tem fraquejado? Ler a Palavra devagar, meditando, examinando (João 5:39), extraindo o seu ensino, anotando, descobrindo verdades ocultas para você. Isso significa alimentar-se da Palavra de Deus, relacionar-se com Ele. “Um relacionamento com Deus fundamentalmente acontece pelo Espírito, através da Palavra. Não tente correr para longe da Bíblia tentando achar uma relação com Deus nos bosques ou em algum tipo de encontro estético com a natureza ou em alguma grande obra de arte. Tudo isso é suplementar. Sim, os céus manifestam a glória de Deus (Salmo 19:1). De fato, Deus usa arte e poesia de qualidade para nos despertar. Mas se nós não centrarmos na Bíblia, onde ele fala autoritativa e infalivelmente, então nosso relacionamento tornar-se-á distorcido pelo erro e pelo pecado. Portanto, deixe a Bíblia ser o lugar onde Deus encontra e fala com você e deixe a Bíblia ser o lugar onde você fala de volta para Ele. O relacionamento reside nesta comunhão: Ele para nós e nós para Ele. E isso ocorre o tempo todo ao longo do dia. Nós nos lembramos quando estamos desencorajados: "não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” (Isaías 41:10). Você se lembra dessas palavras e as traz à memória, porque elas vêm de uma promessa na Bíblia. Então você diz: "Obrigado Senhor. Eu darei este passo de obediência." E naquele momento desfrutou-se de um relacionamento e uma comunhão foi experimentada. E é assim que você caminha dia após dia com Deus por esta vida”. John Piper, http://www.desiringgod.org/resource-library/resources/what-does-it-mean-to-have-a-relationship-with-god

3. Uma vida que glorifique a Deus (17.4).
Glorificar a Deus é o propósito de nossas vidas, para Sua Glória fomos criados. E a Bíblia está repleta de indicações, por exemplo, em Isaías 43:7 "... eu os criei para minha glória..."; em 1 Coríntios 10:31 "quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus". Glorificar a Deus significa, honrá-Lo através do que falamos, agimos, e pensamos; glorificar a Deus é reconhecer a Sua importância e valorizá-Lo acima de todas as coisas, fazendo-O também conhecido à outras pessoas, para que de igual modo, aprenda a glorificá-Lo. Glorificar a Deus é também ter um coração grato. Podemos glorificá-Lo também através da nossa fé, com a total confiança de que Ele estará conosco sempre e nunca nos abandonará, apesar de qualquer circunstância. Podemos glorificá-Lo através de nosso amor, através da busca em conhecê-Lo mais, e do desejo de obedecê-Lo. Deus nos criou e nos redimiu; pertencemos a Ele, e Ele conhece cada um de nós pelo nome (Is 43. 1). Diante de problemas difíceis, não seremos vencidos, pois Ele está conosco (Is 43. 2,5). Somos preciosos e honrados à sua vista, e objetos do seu grande amor (Is 43. 4). O objetivo principal da vida do crente é agradar a Deus e promover a sua glória. Sendo assim, aquilo que não pode ser feito para a glória de Deus (i.e., em sua honra e ações de graças como nosso Senhor, Criador e Redentor) não deve ser feito de modo nenhum. Honramos a Deus mediante nossa obediência, ações de graças, confiança, oração, fé e lealdade a Ele. Viver para a glória de Deus deve ser uma norma fundamental em nossa vida, o alvo da nossa conduta, e teste das nossas ações.

“À medida que nos relacionamos intimamente com o Senhor por meio da oração e da meditação em seus mandamentos, o seu caráter vai sendo moldado em nós” Eliezer de Lira e Silva[1]


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

Uma vida de comunhão com Deus é evidenciada por um relacionamento íntimo com Ele mediante a oração e a leitura bíblica.


II. ORAÇÃO POR PERSEVERANÇA, ALEGRIA E LIVRAMENTO


1. Perseverança (Jo 17.11,12).
Todo cristão deseja ter a certeza da salvação, ou seja: a certeza de que, quando Cristo voltar ou a morte chegar, esse cristão irá estar com o Senhor, no céu (Fp 1.23; 2Co 5.8). João ao escrever sua primeira epístola esclarece-nos que o povo de Deus pode ter esta certeza (1Jo 5.13); ele declara que seu propósito ao escrever esta epístola é prover ao povo de Deus o ensino bíblico sobre a certeza da salvação. Temos a certeza da vida eterna quando cremos “no nome do Filho de Deus” (5.13; cf. 4.15; 5.1, 5). Não há vida eterna, nem certeza da salvação, sem uma fé inabalável em Jesus Cristo; fé esta que o confessa como o Filho de Deus, enviado como Senhor e Salvador nosso.

2. Alegria (Jo 17.13).
O crente deve regozijar-se e fortalecer-se, meditando na graça do Senhor, sua presença e promessa. A alegria é parte integrante da nossa salvação em Cristo. É paz e prazer interiores em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e na bênção que flui de nosso relacionamento com Eles (cf. 2Co 13.14). Os ensinos bíblicos a respeito da alegria incluem a alegria associada à salvação que Deus concede em Cristo (1Pe 1.3-6; cf. Sl 5.11; 9.2; Is 35.10) com a Palavra de Deus (Jr 15.16; cf. Sl 119.14). A alegria flui de Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vem automaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11). Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo senso da presença e do contato com Deus em nossa vida (cf. Jo 14.15-21). Jesus ensinou que a plenitude da alegria está intimamente ligada à nossa permanência na sua Palavra, à obediência aos seus mandamentos (Jo 15.7,10,11) e à separação do mundo (Jo 17.13-17). A alegria, como deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; At 16.23-25; 2 Co 12.9).

“Se tivermos toda a Bíblia e nenhuma oração, teremos um grande monte de verdade, mas nenhum poder. Seria como ‘luz sem calor’. Por outro lado, se tivermos toda oração, porém nenhum ensino bíblico, estaremos em perigo de nos tornarmos fanáticos – calor sem luz!” Warren W Wiersbe[2]


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Em sua oração intercessória, Jesus suplicou a Deus que concedesse aos discípulos livramento, alegria e perseverança.


III. ORAÇÃO POR SANTIDADE, UNIDADE E FRUTOS ESPIRITUAIS


1. Santidade (Jo 17.17,19).
Deus é santo, e as qualidades de Deus devem ser as qualidades do seu povo. A idéia principal de santidade é a separação dos modos ímpios do mundo e dedicação a Deus, por amor, para o seu serviço e adoração. Ser santo é estar separado do pecado e consagrado a Deus. É ficar perto de Deus, ser semelhante a Ele, e, de todo o coração, buscar sua presença, sua justiça e a sua comunhão. Acima de todas as coisas, a santidade é a prioridade de Deus para os seus seguidores (Ef 4.21-24). A santidade foi o propósito de Deus para seu povo quando Ele planejou sua salvação em Cristo (Ef 1.4). A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele veio a esta terra (Mt 1.21; 1 Co 1.2,30). A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele se entregou por eles na cruz (Ef 5.25-27). A santidade é o propósito de Deus, ao fazer de nós novas criaturas e nos conceder o Espírito Santo (Rm 8.2-15; Gl 5.16-25, Ef 2.10). Sem santidade, ninguém poderá ser útil a Deus (2 Tm 2.20,21). Sem santidade, ninguém terá intimidade nem comunhão com Deus (Sl 15.1,2). Sem santidade, ninguém verá o Senhor. Lv 11.44 apresenta as instruções no tocante ao alimento puro e impuro (i.e., apropriado e impróprio) dadas, segundo parece, por motivos de saúde; mas também são padrões para ajudar Israel a permanecer como um povo separado da sociedade ímpia ao seu derredor (cf. Dt 14.1,2). Essas instruções sobre alimentos já não são obrigatórias para o crente do NT, posto que Cristo cumpriu o significado e o propósito delas (cf. Mt 5.17; 15.1-20; At 10.14,15; Cl 2.16; 1 Tm 4.3). Contudo, os princípios inerentes nessas instruções continuam válidos hoje. O cristão hodierno deve diferir da sociedade em derredor quanto a comer, beber e vestir-se, de tal modo que glorifiquem a Deus no seu corpo (cf. 1 Co 6.20; 10.31) e pela rejeição de todos os costumes pecaminosos sociais dos ímpios. O crente precisa ser "santo em toda a vossa maneira de viver" (1 Pe 1.15). A ênfase nos detalhes à pureza cerimonial ressaltava a necessidade da separação moral do povo de Deus, em pensamento e obras, em relação ao mundo ao seu redor (Êx 19.6; 2 Co 7.1). Todos os aspectos da nossa vida devem ser regulados pela vontade de Deus (1Co 10.31). A santidade é o alvo e o propósito da nossa eleição em Cristo (Ef 1.4); significa ser semelhante a Deus, ser dedicado a Deus e viver para agradar a Deus (Rm 12.1; Ef 1.4; 2.10; ver Hb 12.14). É o Espírito de Deus que realiza em nós a santificação, que purifica do pecado nossa alma e nosso espírito, que renova em nós a imagem de Cristo e que nos capacita, pela comunicação da graça, a obedecer a Deus segundo a sua Palavra (Gl 5.16,22,23,25; Cl 3.10; Tt 3.5; 2 Pe 1.9)

2. Unidade (Jo 17.21,22).
A união em favor da qual Jesus orou não era a união de igrejas e organizações, mas a espiritual, baseada na permanência em Cristo (v. 23); amor a Cristo (v. 26); separação do mundo (vv. 14-16); santificação na verdade (vv. 17-19); receber a verdade da Palavra e crer nela (vv. 6,8,17); obediência à Palavra (v. 6); e o desejo de levar a salvação aos perdidos (vv. 21,23). Faltando algum desses fatores, não pode haver a verdadeira unidade que Jesus pediu em oração. Jesus não ora para que seus seguidores "se tornem um", mas para que "sejam um". Trata-se do subjuntivo presente[3] e significa "continuamente ser um". União essa que se baseia no relacionamento que todos eles têm com o Pai e o Filho, e na mesma atitude basilar que têm para com o mundo, a Palavra e a necessidade de alcançar os perdidos (cf. 1 Jo 1.7). Intentar criar uma união artificial por meio de reuniões, conferências ou organização centralizada, pode resultar num simulacro da própria união em prol da qual Jesus orou. Ele tinha em mente algo muito mais do que "reuniões de unificação", ou seja, de união artificial. É uma união espiritual de coração, propósito, mente e vontade dos que estão totalmente dedicados a Cristo, à Palavra e à santidade. "A unidade do Espírito" não pode ser criada por nenhum ser humano. Ela já existe para aqueles que creram na verdade e receberam a Cristo, conforme Paulo proclama nos capítulos 1-3 de Efésios. Aquela igreja devia guardar e preservar essa unidade, não mediante os esforços ou organizações humanas, mas pelo andar "como é digno da vocação com que fostes chamados" (Ef 4. 1). A unidade espiritual é mantida pela lealdade à verdade e o andar segundo o Espírito (Gl 5.22-26). Não pode ser conseguida "pela carne" (Gl 3.3).

3. Frutificação espiritual (Jo 17.18).
Quando uma pessoa crê em Cristo e recebe o seu perdão, recebe a vida eterna e o poder de estar ou permanecer n’Ele. Tendo esse poder, o crente precisa aceitar sua responsabilidade quanto à salvação e permanecer em Cristo. Assim como a vara só tem vida enquanto a vida da videira flui na vara, o crente tem a vida de Cristo somente enquanto esta vida flui nele pela sua permanência em Cristo. A palavra grega aqui é meno, que significa "continuar", "permanecer", "ficar", "habitar". As condições mediante as quais permanecemos em Cristo são:

a. conservar a Palavra de Deus continuamente em nosso coração e mente, tendo-a como o guia das nossas ações;

b. cultivar o hábito da comunhão constante e profunda com Cristo, a fim de obtermos dEle forças e graça;

c. obedecer aos seus mandamentos e permanecer no seu amor e amar uns aos outros;

d. conservar nossa vida limpa, mediante a Palavra, resistindo a todo pecado, ao mesmo tempo submetendo-nos à orientação do Espírito Santo (v. 3; 17.17; Rm 8.14; Gl 5.16-18; Ef 5.26; 1 Pe 1.22). BEP, nota Jo 15.4.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Na oração sacerdotal de Jesus, Ele intercedeu ao Pai pela santidade, unidade e frutificação espiritual de sua Igreja.


(III. CONCLUSÃO)


Na oração sacerdotal o Senhor Jesus depois de haver orado pelos discípulos que já criam e caminhavam com Ele, orou também por todos aqueles que ainda haveriam de vir a crer n´Ele através da pregação da Palavra. Ele orou ao Pai rogando por nós, muitos anos antes de nascermos, e antes que viéssemos a abraçar a fé. Ele não rogou por todas as pessoas do mundo, como está escrito no verso 17:9, mas sim por todos aqueles que pelo Pai lhe foram dados (Jo 17.6 e 9); pelos que já criam, e pelos que ainda viriam a crer. Ele rogou por todos os que Ele de antemão conheceu na Sua Onisciência! Ele rogou por nós!



[1] Eliezer de Lira e Silva, Pastor Auxiliar na AD em Curitiba (PR). Conferencista, professor de Homilética, palestrante em Escolas Bíblicas de Obreiros. Diretor do Projeto Missionário Ide e Ensinai, em Moçambique, África. Comentarista da revista Lições Bíblica de Escola Dominical pela CPAD.

[2] Warren Wendel Wiersbe é um pastor norte-americano, teólogo, conferencista e um grande escritor de literatura cristã e trabalhos teológicos. Warren Wiersbe fez mais dois doutorados honorários e tem acumulado em sua biblioteca pessoal mais de dez mil livros; às vezes referido como "pastor dos pastores", o Dr. Wiersbe tornou-se um bem conhecido e confiável teólogo bíblico e estudioso nos círculos do Fundamento Evangélico.

[3] O subjuntivo presente expressa ações incertas, hipotéticas ou desejadas no presente. O modo subjuntivo contrasta com o indicativo e para entender as diferenças entre um e outro, vamos analisar a série a seguir: Garanto que ele trabalha. Suponho que ele trabalhe. Espero que ele trabalhe. Duvido que ele trabalhe. Na primeira frase do exemplo, o verbo em negrito está no indicativo presente, pois a ação expressa é certa, confirmada no presente. Nas demais frases, o tempo empregado foi o subjuntivo presente, pois expressam hipótese, desejo, dúvida sobre o que ocorre no presente.




APLICAÇÃO PESSOAL


É edificante saber que naquele momento lindo e tão profundo de intercessão, o Senhor Jesus pensava em nós, e também em todos aqueles que ainda virão a crer n´Ele. Nos conforta e nos encoraja ainda mais saber que, na Sua Onisciência, Ele sempre nos vê, e permanentemente se lembra de nós, e de todos os que pelo Pai lhe foram dados. Ainda hoje, Ele vive junto ao Pai, intercedendo por nós... "Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles." Hb 7.25. Quer dizer, Ele está sempre nos acompanhando com o seu olhar de amor, nos guardando do mal, nos livrando das ciladas do inimigo, e pronto a estender a Sua Bondosa Mão para nos socorrer em nossas necessidades, problemas, dores e sofrimentos! Diante de tão grande prova de amor, o que temos a fazer é nos aproximarmos mais e mais deste Deus Maravilhoso, amá-Lo acima de todas as coisas, entrar nos seus átrios com adoração, ações de graças, salmos, e hinos de louvor. Opus-me fortemente às doutrinas da eleição, redenção particular (também chamada de expiação limitada) e graça para perseverança até o fim. Agora, porém, fui levado a examinar essas verdades preciosas pela Palavra de Deus. Tenho sido levado a não procurar nenhuma glória própria na conversão do ímpio, mas tão somente a me considerar como um mero instrumento, e havendo sido disposto a aceitar o que as Escrituras dizem, eu me aproximei da Palavra, lendo o Novo testamento desde seu início, com referência em particular a essas verdades. Qual não foi minha surpresa, as passagens que falam diretamente sobre eleição e graça perseverante são cerca de quatro vezes mais abundantes do que as que aparentemente falam contra essas verdades. E após refletir não por breve tempo, compreendi as doutrinas referidas. Quanto ao feito que minha crença nessas doutrinas teve em minha vida, sou constrangido a afirmar, para a glória de Deus, que embora seja ainda muito fraco, e de forma alguma tão morto para a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida quando deveria ser, ainda assim, pela graça de Deus, tenho andado ainda mais perto dEle desde esse período. Minha vida não tem sido tão inconstante e posso dizer que tenho vivido muito mais para Deus do que antes.

Crendo N’Aquele que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6),


EXERCÍCIOS

1. O que a oração sacerdotal de Jesus expressa?

R. Os sentimentos, pensamentos e vontades mais íntimas do Mestre em relação aos seus discípulos.


2. Qual a melhor maneira de conhecer o Pai?

R. A melhor maneira de conhecer o Pai e a sua vontade para seus filhos é meditar em sua Santa Palavra.


3. O que o crente deve fazer para não entrar em tentação?

R. Orar e vigiar, “em todo o tempo” (Ef 6.18).


4. Por que o Senhor exige santificação de seu povo?

R. Para adorá-lo e servi-lo.


5. É possível um cristão fiel não produzir frutos?

R. Não, pois aquele que está em Cristo – a Videira Verdadeira – naturalmente produz frutos da mesma espécie

4º Trimestre 2010 - Lição 07

TEXTO ÁUREO

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42).

- Desejo de comunhão intima com Deus é o segredo para uma vida crista vitoriosa. A experiência da plenitude do Espírito está disponível, mas o Pentecoste sempre envolve a responsabilidade do crente. Quem almeja o derramamento do Espírito em sua vida, para ter poder para realizar a obra de Deus, deve colocar-se à disposição do Espírito Santo mediante sua submissão à vontade de Deus e à oração (At 2.38; 9.11-17; cf. Lc 11.5-13; 24.49; Is 40.29-31). Ouve-se muito acerca de Batalha espiritual, mas a guerra do crente contra as forças espirituais do mal exige dedicação a oração, ou seja, orando "no Espírito", "em todo tempo", "com toda oração e súplica", "por todos os santos", "com toda perseverança" (Ef 6.18). A oração não é apenas mais uma arma, mas é por ela que avançamos neste “teatro de operações”, ela é parte do conflito propriamente dito, onde a vitória é alcançada, mediante a cooperação com o próprio Deus. O crente que negligenciar todas as formas de oração, em todas as situações, já está vencido e preste a assinar a “carta de rendição” ao inimigo (Lc 18.1; Rm 12.12; Fp 4.6; Cl 4.2; 1 Ts 5.17).

VERDADE PRÁTICA

A expansão contínua do evangelho completo é um distintivo da igreja que não se descuida da oração.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 1.12,14; 2.4,38,40,41; 4.32

PALAVRA-CHAVE
Espírito Santo
[Do heb Ruah Kadosh; Gr Hagios Pneumathos].
Terceira pessoa da Santíssima Trindade.

COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
Uma vida de constante oração deve definir nossa vida publica e não o contrário disso. O objetivo da oração não é o aplauso ou o reconhecimento da multidão, mas a aprovação do nosso Pai celestial e o crescimento do Seu reino. Se não houver verdadeira obediência a Cristo, nem busca sincera da justiça do seu reino, é falsa a afirmação de quem diz ter a plenitude do Espírito Santo. O Pentecoste sem o senhorio de Cristo é impossível, porque o Espírito Santo é dado somente àqueles que vivem na obediência da fé (Rm 1.5). A inauguração da Igreja deu-se no dia de Pentecostes. Os crentes perseveraram unânimes em oração e súplicas (At 1.14). Após esse período de oração perseverante, todos foram cheios do Espírito Santo, e os crentes passaram a propagar poderosamente o evangelho (At 4.31). Nesta lição, enfatizaremos que da mesma forma, o Espírito Santo quer fazer nestes dias com a Igreja do Senhor que persevera em oração e jejum. Oremos, crendo que Deus ouvirá e atenderá as nossas súplicas. Boa Aula!

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. O INÍCIO DA IGREJA CRISTÃ

1. Derramamento do Espírito.
A finalidade do Espírito Santo encher a todos os que se encontravam unânimes orando no cenáculo, em Jerusalém, era enche-los de virtude para em seguida, propalar a mensagem do evangelho com o poder celestial no interior deles para testemunharem com grande eficácia. O termo original para virtude é dunamis, que significa poder real; poder em ação. Esse é o versículo-chave do livro de Atos e este é o propósito principal do batismo no Espírito Santo, o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou. Sua finalidade é que Cristo seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus (cf. Mt 28.18-20; Lc 24.49; Jo 5.23; 15.26,27). Dunamis significa mais do que força ou capacidade; designa principalmente o poder divino em operação, em ação. O derramamento do Espírito Santo trouxe o poder pessoal do Espírito Santo à vida daqueles crentes e continua disponível a Igreja hodierna.

2. Preparação para o serviço do Reino.
O batismo no Espírito Santo não somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador, mas também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26; 15.26,27). O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal de Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio Jesus Cristo resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradar nosso Salvador. Note que o Espírito Santo dá testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a Cristo (Jo 16.14), não somente com palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do Espírito Santo a respeito da obra redentora de Jesus Cristo, manifestará com certeza, à semelhança de Cristo, o amor, a verdade e a justiça em sua vida e estará equipado para o serviço do Reino de Deus.

3. Evidências da ação do Espírito Santo.
A festa de Pentecostes era a segunda grande festa sagrada do calendário religioso judaico que acontecia cinqüenta dias após a primeira grande festa, a Páscoa. Do grego penteekostos (qüinquagésimo) era também chamada Festas das Colheitas, porque nela as primícias da sega de grãos eram oferecidas a Deus (cf. Lv 23.17). Da mesma forma, o dia de Pentecoste simboliza, para a igreja, o início da colheita de almas para Deus neste mundo. As manifestações externas de um som como de um vento poderoso e das línguas de fogo quando do derramamento do Espírito Santo demonstram que Deus estava ali presente e ativo, de modo poderoso (cf. Êx 3.1-6; 1Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e a separação dos crentes para Deus, visando a obra de glorificar a Cristo (Jo 16.13,14) e de testemunhar dEle. Estas duas manifestações antecederam o batismo no Espírito Santo, e não foram repetidas noutros relatos similares do livro de Atos. Joel, cujo nome significa “O Senhor é Deus”, profeta sacerdotal em Judá e Jerusalém (cf. Jr 28.1.5), prediz um dia em que Deus derramaria o seu Espírito sobre todo aquele que "invocar o nome do Senhor". Este derramamento resultaria num fluir sobrenatural do Espírito Santo entre o povo de Deus. Esta profecia de Joel foi citada por Pedro no dia de Pentecoste, e explicou que o derramamento do Espírito Santo, naquele dia, era o começo do cumprimento dessa profecia (At 2.14-21). Note que nós pentecostais afirmamos que esta profecia é uma promessa perpétua para todos quantos aceitem a Cristo como Senhor, pois todos os crentes podem e devem receber a plenitude do Espírito Santo conforme bem explicita as perícopes de At 2.38,39; 10.44-48 e 11.15-18. O poder interior do Espírito e a realidade da presença de Deus que vêm da plenitude do Espírito libertam o crente do medo doutras pessoas e aumenta grandemente a sua coragem e motivação para falar de Deus com intrepidez. Além disso, o grande poder do Espírito Santo operando nos crentes efetua grande convicção nos ouvintes do evangelho quanto ao pecado de cada um, a justiça de Cristo e o juízo divino (Confira Jo 16.8). Hoje, o mesmo acontecerá em nossas igrejas se o Espírito Santo receber a primazia.
“Somente pela oração que podemos buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça.”Robert L Brant e Zenas J Bicket.

SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O início da igreja cristã foi marcado pelo derramamento do Espírito Santo.

II. A DISSEMINAÇÃO DA PALAVRA

1. O Espírito Santo prepara pregadores.
O batismo no Espírito Santo outorga ao crente ousadia e poder celestial para realizar grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação (At 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7). O batismo no Espírito Santo também outorga ao crente a proficiência em mensagens proféticas e louvores (At 2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15); maior sensibilidade contra o pecado que entristece o Espírito Santo, uma maior busca da retidão e uma percepção mais profunda do juízo divino contra a impiedade (Jo 16.8; At 1.8); uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33); visões da parte do Espírito (At 2.17); manifestação dos vários dons do Espírito Santo (1Co 12.4-10); maior desejo de orar e interceder (At 2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26); maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42) e uma convicção cada vez maior de Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6).

2. O Espírito concede intrepidez. O batismo no Espírito Santo não somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador, como também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26; 15.26,27). O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal de Jesus (Jo 14.16-18) e nos transforma em testemunhas de Cristo. Testemunha (gr. martus) é alguém que testifica, por atos ou palavras, da verdade. Testemunhas cristãs são as que confirmam e atestam a obra salvífica de Jesus Cristo através das suas palavras, ações e vida e, se necessário, através da sua própria morte. Dar testemunho de Cristo é a obrigação de todos os crentes (At 1.8; Mt 4.19; 28.19,20). Note que o crente como testemunha de Cristo possui uma mentalidade missionária, visando alcançar todas as nações, e levar a salvação divina até aos confins da terra (At 11.18; 13.2-4; 26.16-18; Mt 28.19,20; Lc 24.47). O crente revestido dessa Dunamis fala principalmente a respeito da vida de Cristo, da sua morte, ressurreição, poder salvífico e da promessa do Espírito Santo (At 2.32,38,39; 3.15; 10.39-41,43; 18.5; 26.16; 1 Co 15.1-8).

3. Escolhendo e enviando homens para a obra missionária (At 13.1-5). A obra missionária teve seu início em Jerusalém por ocasião da descida do Espírito Santo, mas foi a Igreja de Antioquia da Síria a primeira a enviar missionários - Paulo e Barnabé, chamados à obra missionária e enviados por aquela igreja. As características dessa obra estão descritas em At 9.15; 13.5; 22.14,15,21 e 26.16-18. Note que o chamado de Paulo e Barnabé para pregar o evangelho e conduzir homens e mulheres à salvação em Cristo foi efetuado pelo Espírito Santo. A atividade missionária é originada pelo Espírito Santo, através de líderes espirituais que estão profundamente dedicados ao Senhor e ao seu reino, buscando-o com oração e jejum (At 13.2). A igreja deve estar atenta ao ministério e atividade proféticos do Espírito Santo e sua orientação. As Escrituras não indicam em lugar nenhum que os missionários do NT foram enviados aos campos para realizarem trabalhos sociais ou políticos, isto é, propagar o evangelho e fundar igrejas mediante o exercício de todos os tipos de atividades sociais ou políticas para o bem da população do Império Romano. O alvo dos missionários era conduzir pessoas a Cristo (At 16.31; 20.21), livrá-las do poder de Satanás, levá-las a receber o Espírito Santo e organizá-las em igrejas. Nesses novos cristãos, o Espírito Santo veio habitar e manifestar-se através do amor; Ele deu dons espirituais (1 Co 12-14) e transformou esses fiéis de tal maneira que suas vidas glorificavam ao seu Salvador. Os missionários do evangelho de hoje devem ter a mesma atividade prioritária: ser ministros e testemunhas do evangelho, que levem outros a Cristo, livrando-os do domínio de Satanás (At 26.18), fazendo-os discípulos, motivando-os a receber o Espírito Santo e os seus dons (At 2.38; 8.17) e ensinando-os a observar tudo quanto Cristo ordenou (Mt 28.19,20). Isto deve ser acompanhado de sinais e prodígios, cura de enfermos e libertação de oprimidos pelos demônios (At 2.43; 4.30; 8.7; 10.38; Mc 16.17,18). Esta tarefa suprema de pregar o evangelho, no entanto, deve também incluir atos pessoais de amor, de misericórdia e de bondade para com os necessitados (cf. Gl 2.10). Deste modo, todos que são chamados a dar testemunho do evangelho servirão na causa divina segundo o modelo de Jesus (cf. Lc 9.2). “Aprender a receber e a seguir a orientação do Espírito Santo na seleção e envio de obreiros é essencial a um ministério missionário eficaz. O Espírito Santo é a fonte da orientação divina, independente dos meios que Ele venha a empregar” Robert L Brant e Zenas J Bicket.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O Espírito Santo prepara pregadores, concede intrepidez, escolhe e envia homens para a disseminação da Palavra de Deus no mundo.

III. O ESPÍRITO E O CRESCIMENTO DA IGREJA

1. A igreja cresce (At 2.41,47).
A palavra grega ekklesia (igreja), literalmente, refere-se à reunião de um povo, por convocação (gr. ekkaleo). No NT, o termo designa principalmente o conjunto do povo de Deus em Cristo, que se reúne como cidadãos do reino de Deus (Ef 2.19), com o propósito de adorar a Deus. (Estudo Doutrinário A Igreja, BEP). Através do livro de Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja neotestamentária. Antes de mais nada, a igreja é o agrupamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (At 13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6). É mediante o poderoso testemunho da igreja que os pecadores são alcançados com a salvação gratuita de Deus, são regenerados, batizados nas águas e acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26). O apóstolo Paulo deixa transparecer sua imensa confiança em que Deus operava em sua vida, abrindo e fechando portas, a fim de orientar seu ministério. A frutificação tanto da nossa caminhada na fé como do nosso testemunho de Cristo depende tanto da Sua providência quanto da sua intervenção direta. Devemos orar, pedindo a Deus que nos abra portas e indique onde devemos trabalhar (cf. At 16.6-10).

2. Crescimento x Perseguição.
As perseguições sofridas pelos cristãos, ordenadas por imperadores como Nero, Domiciano, Trajano, Marco Aurélio e Septímio Severo, tiveram um caráter mais político do que propriamente religioso. Primeiro, os cristãos recusavam-se a cultuar a deusa Roma, símbolo da unidade imperial, e a aceitar a divinização dos imperadores. E, segundo, graças a sua mensagem redentora, o Cristianismo obteve enorme sucesso entre os excluídos da sociedade romana - mulheres, pobres e, especialmente, escravos -, atestando o caráter socialmente perigoso da nova crença. As perseguições acabaram por fortalecer a seita do Caminho. Os novos crentes impetuosos, aceitaram o martírio sem hesitação, na certeza de ter lucro com a morte (Fp 1.21). O verdadeiro crente, vivendo no centro da vontade de Deus, não precisa ter medo da morte. Ele sabe que Deus tem um propósito para o seu viver, e que a morte, quando ela vier, é simplesmente o fim da sua missão terrestre e o início de uma vida mais gloriosa com Cristo. Esta abnegada convicção fez novos e numerosos adeptos, especialmente em uma época de crise e de falência dos poderes públicos. Mais do que isso, o Cristianismo era a única opção de consolo espiritual para a grande massa de miseráveis que o Império produzia. Da mesma forma, a mensagem de igualdade e pacifismo - negando o caráter divino do Império -, e a própria escravidão contribuíram para a desagregação das bases sociais e políticas em que se assentava o Império.

3. A integridade da igreja.
A experiência do Pentecoste sempre envolve a responsabilidade humana. Aqueles que desejam o derramamento do Espírito em sua vida, para terem poder para realizar a obra de Deus, devem colocar-se à disposição do Espírito Santo mediante sua submissão à vontade de Deus e à oração. Naquele ambiente dominado pela comunhão entre os crentes, a fim de obterem prestígio e reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante da igreja a respeito das suas contribuições. Deus considerou um delito grave essas mentiras contra o Espírito Santo. O castigo que recaiu sobre Ananias e Safira ficou como exemplo perpétuo da atitude de Deus para com qualquer coração enganoso entre aqueles que professam ser crentes. Fica evidente nesta perícope que mentir ao Espírito Santo é a mesma coisa que mentir a Deus, logo, o Espírito Santo também é Deus (At 5.3 e 4; veja também Ap 22.15). A raiz do pecado de Ananias e de Safira era seu amor ao dinheiro e elogio dos outros. Isto os fez tentar o Espírito Santo. Quando o amor ao dinheiro e o aplauso dos homens tomam posse de uma pessoa, seu espírito fica vulnerável a todos os tipos de males satânicos (1 Tm 6.10). Ninguém pode estar cheio de amor ao dinheiro e, ao mesmo tempo, amar e servir a Deus (Mt 6.24; Jo 5.41-44). Talvez alguém indague porque Deus usou de tanta ‘severidade’ neste caso; O juízo de Deus sobre Ananias e Safira serviu para que se manifestasse sua aversão a todo engano, mentira e desonestidade no reino de Deus. Um dos pecados mais abomináveis na igreja é enganar o povo de Deus no tocante ao nosso relacionamento com Cristo, trabalho para Ele, e a dimensão do nosso ministério. Entregar-se a esse tipo de hipocrisia significa usar o sangue derramado de Cristo para exaltar e glorificar o próprio ‘eu’ diante dos outros. Esse pecado desconsidera o propósito dos sofrimentos e da morte de Cristo (Ef 1.4; Hb 13.12), e revela ausência de temor do Senhor e de respeito e honra ao Espírito Santo, e merece o justo juízo de Deus. Por meio do dom de discernimento do Espírito, Pedro percebeu toda a mentira deles e veio um repentino juízo divino sobre o casal. Quando a igreja está orando (At 4.31), Deus aniquila os problemas que podem enfraquecê-la.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Não é a capacidade humana que faz a Igreja do Senhor crescer, mas é a ação e o poder do Espírito Santo.

(III. CONCLUSÃO)
Se não houver verdadeira obediência a Cristo (At 5.32), nem busca sincera da justiça do seu reino (Mt 6.33; Rm 14.17), é falsa a afirmação de quem diz ter a plenitude do Espírito Santo. O Pentecoste sem o senhorio de Cristo é impossível (At 2.38-42), porque o Espírito Santo é dado somente àqueles que vivem na obediência da fé (Rm 1.5).

APLICAÇÃO PESSOAL

Paulo, escrevendo sua epístola aos Romanos, define a fé em termos de "obediência". No dizer de Paulo, a natureza da fé salvífica deve ser determinada por seu propósito inicial, a saber: unir nossa vida com Deus, através de Jesus Cristo, em amor, devoção, gratidão e obediência (veja Tg 2.17; Jo 15.10,14; Hb 5.8,9). A idéia básica e inerente na palavra "santo" é "separado para o evangelho de Deus", todos os crentes sinceros são separados do pecado e do mundo, aproximados de Deus e consagrados para servi-lo (cf. Êx 19.6; Lv 11.44). Através da oração, o Espírito renova o caráter do crente na verdadeira santidade (At 9.13; Ef 4.23,24). Para um relacionamento desse nível com Deus, o crente deve viver sempre pela fé, e, assim fazendo, continua a viver uma vida, espiritualmente cada vez mais rica (Hb 10.38), "De fé em fé" - literalmente "fé do começo ao fim" (Rm 1.17). Note que a fé inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade a Jesus Cristo, que se expressam na confiança, amor, gratidão e lealdade para com Ele. A fé, no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de abnegação para com Cristo (Mt 22.37; Jo 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1Pe 1.8). Dedique um tempo para conversar com o Pai, deseje estar a sós com Ele. "Um relacionamento com Deus fundamentalmente acontece pelo Espírito, através da Palavra." John Owen. “O que um relacionamento com Deus significa é que nós recebemos comunicações de Deus sobre Ele tanto através da Sua Palavra como através da história. Ele vem até nós em Jesus Cristo, no Seu ensino, na Sua cruz, nos Seus apóstolos, através da Sua Palavra, e Ele está falando conosco. E o Seu falar é tornado vital para nós pela presente presença do Espírito Santo que habita dentro de nós. Isso é a metade do relacionamento. Ele toma a iniciativa. "Um relacionamento com Deus fundamentalmente acontece pelo Espírito, através da Palavra. "Nós recebemos as comunicações dEle e, pelo Espírito, somos tornados vivos para elas. Nós as vemos chegando - suas comunicações de Si mesmo, Seu caráter e a Sua obra em nosso favor – e então somos despertados para elas. Nós passamos a admirá-las, a deleitarmo-nos com elas, e ficamos contentes, esperançosos e encorajados. Então nós devolvemos a Ele - também por meio da Palavra, pelo Espírito, e pelo nome de Jesus Cristo - orações, ações de graças, resoluções de lutar a batalha da fé e atos de obediência. O resultado é que nossas vidas caminham em direção a Deus enquanto a Sua vida para nós caminha em direção ao homem. Esse é o relacionamento.” John Piper
Crendo N’Aquele que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6),

EXERCÍCIOS
1. Quando a Igreja foi instituída?
R. No dia de Pentecoste.
2. Qual fator impulsionou o início da Igreja?
R. A descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste.
3. Quem prepara e capacita os obreiros para a obra do Senhor?
R. O Espírito Santo
4. Como a igreja pode se tornar poderosa em suas ações?
R. Mediante a oração com propósito unânime.
5. O que leva o crente a ser generoso e solidário?
R. O predomínio do Espírito Santo.