Click aqui e cadastre para seguir este Blog:

4º Trimestre - Lição 13 - Davi Segundo o Coração de Deus


Lemos no velho testamento, mais especificamente no livro de 1 Samuel, que Deus mandou Saul destruir o Ameleque e tudo o que ele possuía. A palavra de Deus diz que Saul desobedeceu aquilo que Deus ordenara e destruiu apenas aquilo que era vil e desprezível. Saul Poupou Agague, rei dos amalequitas e o melhor do gado, ovelhas, melhor que havia. Depois que ele poupou desobedecendo a Deus, ofereceu a Deus aquilo que sobrara…

Então ele queria cultuar a Deus com desobediência, com pecado – a bíblia diz (1Sm 15.22) “Tem porventura Deus prazer em holocaustos e sacrifícios, quanto em que se obedeça a sua palavra – obedecer é melhor do que sacrificar – rebelião é como pecado de feitiçaria – obstinação é como culto a ídolos – rejeitou a palavra, rejeitou a Ti.

Os quatro pecados de Saul foram a desobediência, revolta, teimosia, rejeição. E mesmo assim ele queria colocar-se diante de Deus; e Ele o rejeitou.


E a palavra diz , no capítulo 15 do mesmo livro,que Saul é rejeitado e no capítulo 16, Deus manda o profeta Samuel ir a casa de Jessé para ungir outro rei. E disse o Senhor (Sm 16.6): “O senhor não vê como o homem vê, o homem vê o exterior, mas Deus vê o coração”. E a bíblia diz que Jessé fez passar os 7 filhos diante de Samuel. E Deus disse: “Não é nenhum desses aí”. Samuel questiona: “Não tem mais nenhum por aí?” Jessé respondeu: “Existe o mais moço que está apascentando ovelhas”. E disse Deus a Samuel: “É esse!”. Um jovem… um adolescente!

No versículo 13 lemos que Samuel tomou o chifre do azeite e ungiu no meio dos seus irmãos e daquele dia em diante o Espírito do Senhor se apossou de Davi.

Porque Davi foi um homem segundo o coração de Deus? Quais são as características de um homem, mulher, ser humano, pessoa, jovem ou adolescente adolescente para agir segundo o coração de Deus? Marcas inconfundíveis, fundamentais?

1) Cheio do Espírito Santo. Cheio do poder – luz de Deus, unção – poder que o capacita, ilumina, consola, fortalece, instrui, faz amar a Deus acima de todas as coisas. Nós vimos que Deus ungiu Davi e a partir daí o Espírito se apossou dele. Davi não apenas possuía o Espírito, mais o Espírito possuía Davi. Havia ali unção, alegria, determinação, energia do céu de um Deus todo poderoso agindo no seu coração.

Davi foi segundo o coração de Deus por que era fiel nas pequenas coisas. Se você quer fazer grandes coisas, seja fiel nas pequenas. Se você quer ser usado com poder na frente dos outros, busque o poder quando ninguém está olhando… lá no escurinho, lá com os amigos do mundo, lá onde ninguém vê… Qual o seu testemunho? Tem gente infelizmente dando por aí um TRISTEMUNHO.

Deus nunca vai te colocar pra fazer grandes coisas se você é omisso, infiel, desobediente nas pequenas determinações e trabalhos que Deus coloca diante da sua vida.

A bíblia diz que Davi era fiel apascentando ovelhas, cuidando. E diz que Deus o ungiu com poder do alto para capacitação da obra. Ninguém pode ser segundo o coração de Deus se esse mesmo Deus não habitar em sua vida em toda a plenitude. Eu creio que uma das maiores perdas da igreja hoje é a perda da plenitude espiritual. O Espírito Santo veio para ficar pra sempre conosco e nos guiar em toda a verdade. Ele nos guia. Muitas pessoas que sentam nos bancos das igrejas hoje se guiam sozinhas.

Nós vimos que Davi foi ungido pelo poder do ES. E quando nós não somos ungidos pelo poder do ES não temos poder contra o pecado – alegria – paz – determinação – força pra agir, pregar, testemunhar, viver aquilo já determinou pra nossa vida…

A palavra de Deus diz que Davi foi ungido – é a primeira e grande perspectiva de uma vida pra ser usada pelo Senhor. Deus já conhecia a Davi – Se Davi dependesse dos outros pra ser ungido, jamais isso aconteceria!

Até o pai de Davi nunca podia imaginar que Deus iria usa-lo. Nem sequer o chamou! Samuel teve que perguntar: “Tem mais alguém?”

Pode ser você meu irmão que todo mundo já perdeu a esperança – família, amigos, igreja, presbitério, você mesmo!!

Mas Deus não perde a esperança que tem em você em nome de Jesus… por menor que seja – de fato muito simples! Deus pode fazer de você um homem, jovem ou adolescente segundo o Seu coração.

Davi era simples – tão simples que o pai nem o chamou se não fosse mandado pelo profeta. Os irmãos não o consideravam, mas Deus o considerava.

Quero falar pra você que Deus te conhece – e Deus quer ungir vc, capacitar vc com toda a plenitude do Espírito Santo! Deus sabe se você é fiel nas pequenas coisas ou não. Se você for, ele vai te dar grandes coisas.

2) Davi o adorava em espírito e em verdade; oferecia a Deus o perfeito louvor e adoração. Ele não apenas tocava, cantava, falava com a voz – ele adorava – falava com o coração.

A bíblia diz em 1 Samuel 16 “Saul era atormentado por um espírito maligno do diabo. Buscai um homem que saiba tocar harpa. Tem que ser ungido, tem que ser de Deus”. No versículo 18: “conheço um homem que sabe tocar. É forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras e de boa aparência; O SENHOR É COM ELE.”

Amados, Davi já estava sendo reconhecido pelo louvor e adoração que ele prestava a Deus. Pela sua vida, santidade, pureza, determinação e habilidade.

Quando Davi começava a tocar harpa havia libertação. Os espíritos se retiravam para bem longe, não agüentavam o louvor, ungido, habilidoso, santo, que partia do coração. O poder não estava na harpa, o poder estava em quem tocava a instrumento!

Davi tocava, o espírito se retirava, Saul era aliviado, Deus era louvado – segundo o coração de Deus. Davi foi um instrumento de libertação das pessoas.

Pra você ser segundo coração de Deus é a sua vida que louva a Deus. Não são os instrumentos, a voz, a coreografia, a postura, não… é a sua vida – seu coração.

A palavra diz que onde Davi adorava o nome de Deus era exaltado.

Um pastor conta que esteve pregando em Irecê na Bahia, em um ginásio repleto de gente com várias bandas. Muito barulho realmente. Passaram o violão para um servo de Deus… uma pessoa que ninguém conhecia. Começou a adorar a Deus, glorificar a Jesus – de repente mudou o clima: o povo começou a adorar a Deus! Havia uma presença do Senhor ali, no meio do povo… unção pura! Unção é poder de Deus derramado em nossas vidas que nos capacita a sermos segundo o seu coração. O primeiro conjunto apresentou: foi um show! Havia habilidade; mas não havia sensibilidade e unção. Precisamos no louvor de unção! Poder de libertar o povo.

O homem segundo o coração de Deus quando louva, louva com a vida, santidade. Não só aqui na frente, mas aí no banco também. Quando você louva, canta, toca, você realmente faz de coração?

A vida de Davi fazia diferença

4º Trimdestre - Lição 12 - Davi e seu sucessor

Texto Áureo: “Eis que o filho que te nascer será homem de repouso, porque repouso lhe lhei de dar de todos os seus inimigos em redor, portanto, Salomão será o seu nome, e a paz e descaso darei a Israel nos seus dias.” (1 Cr 22.9)

Introdução

Salomão foi filho do homem mais importante de todo o Israel. O rei Davi é lembrado até os dias de hoje e seu túmulo o mais visitado de Jerusalém. Davi foi guerreiro, rei e músico.
Certa vez, olhando para o conforto e a pompa de seu palácio, Davi se sentiu incomodado, pois a Arca da Aliança era guardada em uma tenda. Disse o rei ao profeta Natã: “Eu moro em casa de cedros, e a Arca de Deus se acha numa tenda.” Deus, entretanto, não permitiu que Davi construísse com suas mãos o templo, por ser ele homem de guerra. “Porém Deus me disse: Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra e derramaste muito sangue”.(1 Crônicas 28:3).

Contudo, a promessa da permissão da construção do templo foi dada a Salomão. Podemos encontrar esse registro no livro de I Crônicas 22.9,10. “Eis que te nascerá um filho, que será homem sereno, porque lhe darei descanso de todos os seus inimigos em redor; portanto, Salomão será o seu nome; paz e tranqüilidade darei a Israel nos seus dias. Este edificará casa ao meu nome; ele me será por filho, e eu lhe serei por pai; estabelecerei para sempre o trono do seu reino sobre Israel.” Assim aconteceu e Salomão recebeu de Deus riquezas e sabedoria.
A Palavra de Deus relata, em Salmos 111:10, que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, ou seja, enquanto houver o temor de Deus dentro do homem, haverá sabedoria. Cessando, no entanto, esse temor, a sabedoria desaparece.
Deus fez de Salomão o homem mais sábio e inteligente do mundo, garantindo que após ele não viria outro com tanta sabedoria. “…dou-te coração sábio e inteligente, de maneira que antes de ti não houve teu igual, nem depois de ti o haverá.”
Em virtude de sua sabedoria, justiça e riqueza, foi afamado no mundo inteiro. Trouxe honra e glória ao Nome do Senhor, pelo uso dos talentos, habilidades e riqueza que recebeu, trazendo paz e harmonia a Israel e espalhando a verdade da Palavra de Deus aos reinos vizinhos.
Esse mesmo homem se entregou à idolatria de imagens. Mas como pode ser isso? O homem mais sábio do mundo cometer um dos pecados mais abomináveis aos olhos de Deus? A explicação é muito simples: Salomão perdeu o temor e, sem ele, cessou a sabedoria. Passou a ser escravo de seus sentimentos, perdeu a visão.
Seu desejo carnal gritou com mais força e Salomão sucumbiu à sua paixão por mulheres idólatras, cometendo, assim, graves ofensas contra Deus. Por conta disso, colheu um período de trevas em sua vida como resposta a seus pecados. Salomão caiu da glória para a desgraça. Seu erro foi esquecer a única e verdadeira Fonte de sua sabedoria e poder.
As coisas começaram a acontecer gradualmente. À medida que Salomão mudava suas prioridades e conceitos do que constitui a verdadeira grandeza, também mudava a maneira com que governava seu reino.
Quando começou a dar glória a si próprio em vez de dá-la a Deus, seu desejo por prazeres cresceu gradativamente. Não havia mais felicidade em Salomão, após experimentar tudo debaixo do sol, pois não havia mais paz em seu coração. “Pelo que aborreci a vida, pois me foi penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento”.(Eclesiastes 2.17)
Conclusão: ainda que o homem se supere em honra, riquezas, fama, poder e prazer, jamais conseguirá a felicidade plena fora dos preceitos de Deus. Somente o Senhor é capaz de oferecer ao homem a alegria que traz regozijo à alma.
“Assim como você não conhece o caminho do vento, nem como o corpo é formado no ventre de uma mulher, também não pode compreender as obras de Deus, o Criador de todas as coisas.” (Eclesiastes 11:5).

Davi na História da Sucessão (2 Sm 9-1 Rs 2)

A partir de 2 Sm 9 começa a história da família de Davi. Essa narrativa se estende até 1 Rs 2, que contém o fim da história da sucessão ao trono de Davi. Aqui se trata mais propriamente das peripécias relacionadas à sucessão de Davi no trono.
Sobre a história da sucessão no trono de Davi, temos em mãos uma obra historiográfica excelente, possivelmente contemporânea em seu cerne, que foi inserida no conjunto da exposição deuteronomista da história de Israel: 2 Sm (7) 9-20 e 1 Rs 1-2. Ela descreve os acontecimentos desencadeados, durante o tempo de vida de Davi e logo após sua morte, pelos problemas da sucessão no trono e responde à pergunta de como, após consideráveis dificuldades e desvios, ocorreu o estabelecimento da dinastia davidica.
A narrativa da sucessão no trono de Davi constitui, do princípio ao fim, salvo raras inserções, uma unidade literária. Nisto difere das grandes exposições que temos analisado até aqui e que constituíram evidentemente, a partir de uma quantidade enorme de unidades, histórias originariamente independentes. Sob o aspecto literário, pois, é uma exposição histórica com certas pretensões. Sua coesão quase perfeita garante uma unidade espiritual e teológica bem maior que era possível em escritos compostos de fragmentos que já traziam, cada um deles, sua marca individual.
Davi construiu um governo onde quase todos os setores estavam centralizados na sua pessoa. Isso suscitou mais tarde o problema da sucessão. Davi tinha muitos filhos com diferentes mulheres e durante quase todo o seu reinado não se manifestou a favor de nenhum deles. Essa atitude provocou rivalidade dos príncipes entre si e em Israel havia o costume de seguir uma liderança carismática.
Começa a disputa entre seus filhos para convencer o povo qual deles era o próximo a exercer a função pai (2Sm 15,1-6,1 Rs 1,5). Para dar continuidade à dinastia teria de ter uma instituição e esta deveria ser estabelecida pela vontade designativa de Javé. Surge a partir de então a ideologia real que legitimou Davi como filho de Javé e assegurou a sua continuidade.
Está bem claro que o tipo e o caráter da estrutura do reino davídico praticamente impunha uma consolidação institucional da monarquia nos moldes de uma dinastia assim. Davi esteve confrontado com o problema de sua sucessão, ao menos desde o momento em que seu reino se completou e ele estava destinado a ser o único problema que, em sua brilhante carreira ele não conseguiu resolver a contento.
Após a morte de Saul pairava uma suspeita, tendo em vista que os filisteus
foram grandes inimigos do povo de Israel. Havia os que acreditavam que conspirou contra os sucessores de Saul, eram parentes do rei como foi Simei (2Sm 16, 5-8). O povo do norte só pediu-lhe que fosse rei de Israel depois que Isbaal e Abner foram assassinados em circunstâncias estranhas.
As tendências centralizadoras, o sistema de distribuição, a administração que apresentava chancelaria, secretariado, um harém, a corvéia e uma corte sofisticada,provocou desestrutura na infra-estrutura tribal e empobrecimento dos camponeses.
Esses acontecimentos ocasionaram vários movimentos de rebelião no meio das tribos (2Sm 20,1). Havia entre os familiares de Saul os que duvidavam do seu comportamento (2Sm 3,1). Apesar de Davi ser casado com Mical, filha de Saul, eles não tiveram filhos. Isso minou as esperanças de ganhar a simpatia dos seguidores de Saul. Pairava a suspeita que ele havia conspirado para ser rei (2 Sm 16,8).
Davi não lançou tributos sobre as tribos de Israel, mas o recenseamento trouxe fundamentos de uma reorganização fiscal, como também o recrutamento que buscou contingentes israelitas para servir no exército com baixo custo, o que afetava as forças de produção. As tribos do norte acreditavam que ele teria favorecido a tribo de Judá (2Sm 19,41-44).
Entre os reinos do Norte e do Sul existiam diferenças e tensões de ordem teológica, institucional, social e econômica. As tribos do Norte tinham suas preferências pelas antigas tradições (o binômio “Moisés- Sinai”). Parecia-lhes que a monarquia dinástica introduzida por Davi não respeitava suficientemente os direitos do povo, posto que não tinha voz na hora de eleger reis. Eles viam-se submetidos a trabalhos forçados (1Rs 5,27-32; 9,15-21), serviços próprios de escravos e prisioneiros de guerra. Enfim sentiam-se discriminados.
Davi cometeu diversas falhas e se mostrou fraco para com seus filhos, o que revelou um exemplo negativo. A rebelião de Absalão, filho de Davi, começou com um incesto. Ammon, filho mais velho, enamorou-se de sua meio irmã Tammar. Ele a violentou e depois a humilhou. Davi não repreendeu ao filho, atitude que levou Absalão à indignação e tramar a morte do irmão. Após dois anos, Absalão assassinou Ammon a sangue frio. Para Lamadrid (1996, p. 82), “o núcleo principal da história da sucessão é formado pela seção de Absalão”. A rebelião de Absalão provocou uma série de crises e dissensões que colocaram em jogo a estabilidade do rei Davi e do seu reino.
Absalão ficou afastado do país por três anos, indo para junto do seu avô paterno e aguardando que a ira do pai aplacasse. Voltou graças à interferência de Joab (2Sm 14, 1-23). Davi não o recebeu na corte por mais dois anos. Logo depois, Absalão começou a planejar uma rebelião, mostrando-se simpático aos problemas do povo, ouvindo suas queixas e conquistando as graças e a aprovação dos israelitas (2Sm 15,1-6). Mentiu para o pai alegando o cumprimento de um voto. Foi para Hebrom e lá se ungiu rei, o que pode ter sido uma surpresa para Davi. Muitas pessoas apoiavam a Absalão, inclusive os familiares de Saul. Ele aproveitou-se das queixas do povo e ganhou adeptos em Judá e até entre os conselheiros de seu pai.
Aitofel era avô de Bate-Seba e ele provavelmente não perdoou a Davi por ter seduzido sua neta e ordenado a morte do seu marido Urias.
Nem todos apoiaram a Absalão, que era um iniciante. Davi tinha a seu favor a maior parte da corte, as autoridades sacerdotais e sua tropa pessoal. Um conselho derrotou Absalão. Entre Husai e Aitofel, Absalão optou por ouvir a Husai que o orientou a mobilizar todo o exército popular de Judá e Israel e derrotar o rei Davi e seu exército em campo aberto (2Sm 17).
A batalha ocorre na floresta de Efraim (2 Sm 18). Davi ficou em Maanaim,
enviando Joab, general do seu exército de mercenários, para lutar contra Absalão.
Na batalha, Absalão e seus seguidores são derrotados. Ainda neste confronto entre Joab e Absalão, Joab mata Absalão com uma facada, desobedecendo à ordem expressa do rei Davi para poupar a vida de Absalão. Com este ato, a rebelião chegou ao fim.
Com a vitória, Davi se prepara para retornar a Jerusalém. A tribo de Judá
tinha dado apoio ao filho rebelde. Ainda assim, Davi aceitou ser conduzido para Jerusalém pela casa de Judá, tratando-os com cordialidade (2Sm 19,12).
Nesse momento desenvolveu-se outro levante inciado por Seba, um benjaminita que se declarou em oposição ao rei. Davi, então, convoca Amasa para suprimir a rebelião. E promete a ele que iria colocá-lo no lugar de Joab, pois este tinha assassinado Absalão contra a sua expressa ordem. Esse levante evidenciava que Israel do norte tinha receios contra a monarquia. Como Amasa estava demorando, o rei enviou suas tropas pessoais. Quando Amasa aparece com sua tropa, Joab mata-o com sua espada traiçoeiramente e retoma o comando.
O emprego da violência evidenciou a fragilidade da unidade do norte com o sul, uma previsão da futura divisão. E a imagem de Davi saiu prejudicada; para alguns era o rei, para outros, um tirano. O drama da sucessão davídica perdurou. Davi envelheceu e não se manifestava a favor de nenhum de seus filhos. A sua atitude reservada provocou a rivalidade entre os herdeiros. Com a morte de Amon e Absalão, Adonias, filho de Davi, era o próximo na linha de sucessão e acreditava ser o herdeiro da coroa. Ele contava com o apoio de Joab que não mais contava com a estima de Davi e do sacerdote Abiatar. Estes eram influentes conservadores e providenciariam para que ele fosse ungido rei.
Salomão era filho de Bate Seba que descendia da nobreza citadina jebusita de Jerusalém. Seus interesses eram defendidos por Zadoque, Natã e Benaia. A atitude de Adonias em se proclamar rei levou-os a pedir a Davi que agisse rápido e tomasse uma decisão a favor de Salomão. É possível que ele prometeu a Bate Seba o trono para seu filho (1Rs1,17). O rei consagrou a Salomão ordenando a sua tropa que o escoltasse e o ungiu em Giom (1Rs 1,38-40). A população de Jerusalém se juntou na celebração pública; Salomão não apresentava dons carismáticos, mas é convocado pelo pai a obedecer à lei de Moisés (1 Rs 2 ,1-12).
Salomão, ao assumir o trono, procurou eliminar qualquer possível conspirador. Adonias, após a tentativa frustrada de sua coroação, pede indulto ao rei, mas logo reivindica a Abisague como esposa, com este gesto procurava dar ao povo a impressão de ser ele o verdadeiro rei. Abisague era considerada esposa do falecido rei Davi. Salomão aproveitou-se do fato e mandou executar a seu irmão.
Abiatar foi banido para Anatote. Joab foi executado e Simei ficou sob livramento condicional. Salomão chegou ao poder com um império já formado. Com ele, iniciou a dinastia davídica da família de Judá.
O amor e o ódio, as intrigas, a ambição, as humilhações, a astúcia e as provas de verdadeira fidelidade desfilam diante do leitor pensativo, sem que se censure as suas sombras ou se exalte a sua luz. O historiador conservou sempre a sua liberdade em face do rei, aquele que era absolutamente único em todo o Oriente Próximo. Não procurou manter artificialmente a tenção do leitor. Fugiu do sensacionalismo e da prolixidade. Guardou, em sua obra, o espírito de perfeita distinção.
Na narrativa da sucessão von Rad ( 1973, p. 304) afirmou que o historiador
teve a intenção de familiarizar o leitor com a complexidade política do novo reino,sendo que Davi foi “o homem de violentos contrastes”.

Conclusão

A história da ascensão e a história da sucessão de Davi nos permitem
concluir que elas não seguiram juntas uma linha única e reta do começo até o final.
A narrativa da ascensão de Davi segue uma linha sempre ascendente do
personagem. Ela constitui o maior arsenal de dados sobre a trajetória de Davi junto ao rei Saul, sua vida na corte, passando pela perseguição do rei, sua fuga para o país de Gat e suas relações de vassalagens junto aos filisteus até a morte de Saul, quando então retorna para a sua terra e se torna rei das tribos de Judá e sete anos mais tarde de todo o Israel.
As divergências na narrativa da ascensão de Davi delineiam redações paralelas e em alguns casos versões diferentes, que sugerem uma reavaliação da imagem positiva do pastor que chegou ao reinado em Israel.
Nos capítulos 16-22 de 1 Sm encontramos vários relatos duplicados ou triplicados que apontam sempre na mesma direção: exaltação de Davi e humilhação de Saul. Por três vezes Davi toca sua lira para alegrar Saul, que reage agressivamente. Em duas ocasiões, Saul oferece a Davi alguma de suas filhas em casamento. As intervenções de Jônatas, filho de Saul, a favor de Davi, repetem-se várias vezes. Em diversas ocasiões, Davi foge de Saul, e por duas vezes se recusa a matá-lo. Por duas vezes procurou refugiar-se no país de Aquis, rei de Gat... Todos esses desdobramentos e repetições formam uma barreira de relatos que giram em torno do mesmo eixo central: a ascensão de Davi e o declínio de Saul.
Antes de Davi ser elevado ao trono, Saul tomou atitudes cruciais que não tiveram apenas conseqüências políticas, militares e religiosas em Israel, mas também um efeito significativo sobre a história de Davi. Na hora de comparar estes dois personagens, são significativos os feitos de Davi quando se tornou rei em Israel.
Ele organizou o exército, trouxe a arca para Jerusalém transformando-a centro
político e religioso e herdeiro das promessas de Deus na questão sucessória. As vozes críticas e negativas em relação a Saul são características do autor da história da ascensão de Davi. Esse ponto de vista originou-se nos conflitos entre Saul e Davi que era escolhido e orientado por Deus. O autor salienta a inveja, a oposição e a perseguição do rei a Davi.
Na história da ascensão, o autor procura não deixar dúvidas sobre o bom caráter de Davi. Ele chegou a ser rei em Israel não usurpando o lugar de Saul, mas chegou ao reinado pela unção do profeta de Deus, pela estima do povo, dos filhos de Saul, Jônatas e Micol e por sua conduta ilibada.
É preciso, contudo, recordar que a história da ascensão de Davi não constitui
uma verdadeira obra de história política em Israel. Esta história reflete uma ideologia que se esforça por apresentar o rei Davi sob a luz mais favorável, eliminando suspeitas e conjecturas que poderiam prejudicar a sua imagem. Este dado deve ser levado em conta, pois foi usado para justificar a legitimidade dos descendentes de Davi no trono.
O pacto de Deus com Davi e sua dinastia será o aval e o argumento que mantém alta a moral e viva a esperança do povo, nos momentos difíceis. Enquanto permanecer acesa a “lâmpada de Davi”, nada estará definitivamente perdido (1Rs 11,36; 15,4: 2 Rs 8,19). A profecia de Natã constitui o ponto de partida do chamado messianismo real, ou seja, a promessa ultrapassa Salomão, primeiro sucessor de Davi (v.13) e projeta-se para o futuro, à espera do rei ideal (Is 7;9 11; Mq 4-5, etc).
A imagem de Davi na história da sucessão se mistura a variadas percepções.
A característica mais saliente da narrativa da sucessão é a história da família e das pessoas que cercavam o rei Davi. Os acontecimentos que se seguem concentramse na pessoa de Davi e verifica-se o fenômeno contrário do Davi na história da ascensão. No caso do adultério com Bate-Seba e da morte do seu marido Urias, o autor responde a uma nova situação e descreve um Davi mais próximo da sua humanidade. Neste mesmo nível, o autor revela a fraqueza e covardia do rei.
A grandeza e a fidelidade de Urias contrastam com a baixeza e a mesquinhez de Davi. São como que dois painéis de um mesmo díptico, feito de luz e de sombras(...). Urias aparece no quadro moral pintado pelo autor de 1 Sm 11 como o protótipo de lealdade ao seu rei, da solidariedade aos colegas de armas e de devoção ao Deus presente na arca. É o painel de luz, de nobreza, de fidelidade. O painel de sombras cabe a Davi, convertido em prisioneiro das paixões mais vis e abjetas, que o levam a recorrer a artimanhas inconfessáveis para manter a imagem e as aparências, enquanto executa propósitos criminosos.
Na história da sucessão de Davi, os aspectos de sua vida familiar são descritos com senso de realidade. A despeito das informações prestadas, existem argumentos verdadeiros e próximos da realidade humana. Na história da ascensão pairam indagações e desconfianças sobre a progressiva “ascendência e magnanimidade” de Davi. O autor mostra a vinculação de Davi com Deus ao reconhecer o seu pecado diante do profeta Natã (2 Sm 12), mas também não suaviza a atitude do profeta em pronunciar diante do rei o seu erro. Davi, até ser descoberto pelo profeta, viveu um período de hipocrisia e de enganos para com todos que estavam a sua volta. Ele não mais fugia do seu perseguidor sem saber qual era a sua culpa como na história da ascensão; pelo contrário Davi cometeu adultério voluntário e conscientemente escondeu o fato dos que estavam a sua volta.
Os dados anteriores demonstram que o autor da “História da sucessão ao trono” adota diante de Davi uma posição muito distinta da tomada pelo autor da “História da subida ao trono”. Não é a defesa a todo transe do monarca. Pelo contrário, em muitos momentos temos a impressão de que se trata de um ataque sistemático. Os traços positivos são escassos e é preciso procurá-los com lupa. Dominam as sombras.
A história da sucessão se desencadeia numa série de brigas e assassinatos entre os filhos de Davi. São muitas as facetas de Davi e é possível verificar os degraus descendentes no seu caráter; o autor não nos surpreende ao revelar os problemas internos da família de Davi. Aos olhos do autor, a imagem de Davi é plural, o quadro que se apresenta não são fatos isolados nem improvisados, mas tudo transcorre em função da seqüência de erros e da ausência de Davi com relação aos seus filhos.

Respostas:
1 – Eles desejavam o poder.
2 – Aponta para o futuro e prediz o reino eterno do Messias.
3 – O conhecimento e cumprimento das leis imutáveis de Deus.
4 – Salomão reconheceu os atributos divinos, demonstrou humildade e senso de justiça.
5 – Resposta pessoal.

4º Trimdestre - Lição 12 - Davi e seu sucessor




4º Trimestre - Lição 11 - Davi e a Restauração do Culto a Jeová

Texto Áureo: “Daí ao SENHOR a gloria de seu nome; trazei presentes e vinde perante ele; adorai ao SENHOR na beleza da sua santidade.” (1 Cr 16.29)


Introdução

O modo de Davi exaltar a Deus e sua obras poderosas em favor de Israel consistia, em grande parte, em louvores e ações de graças. Segundo o novo concerto todos os crentes são sacerdotes de Deus e, como tais, devem desempenhar o ministério espiritual de louvores e ações de graças a Deus. “Portanto, oferecemos sempre, por ele, (Cristo) a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” O louvor e a adoração do crente devem ser com palavras e também com atos e são aceitáveis diante de Deus, somente à medida que o crente for dedicado à sua Palavra, e não conforme com o mundo.

l – O Culto e o seu Propósito

1 . Adoração

Ne 8.5,6, A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram à majestade do grande Deus do céu e da terra. Sendo assim, a adoração concentra-se em Deus, não no Ser humano. No culto cristão, nós nos acercamos de Deus em gratidão por aquilo que Ele tem feito por nós em Cristo e através do Espírito Santo. A adoração requer o exercício da fé e o e conhecimento de que Ele é nosso Deus e Senhor.
O ser humano adora a Deus desde o início da história. Adão e Eva tinham comunhão regular com Deus no jardim do Éden. Caim e Abel trouxeram a Deus oferendas de vegetais e animais. Os descendentes de Sete invocaram “o nome do SENHOR”. Noé construiu um altar ao Senhor para oferecer holocaustos depois do dilúvio. Abraão assinalou a paisagem da terra prometida com altares para oferecer holocausto ao Senhor e falou intimamente com Ele. Somente depois do êxodo, quando o Tabernáculo foi constituído, é que a adoração pública tornou-se formal. A partir de então, sacrifícios regulares passaram a ser oferecidos diariamente, e especialmente no sábado, e Deus estabeleceu várias festas sagradas anuais como ocasiões de culto público dos iraelistas. O culto a Deus foi posteriormente centralizado no templo de Jerusalém, planos de Davi. Quando o templo foi destruído em 586 a.C, os judeus construíram sinagogas como locais de ensino da lei e adoração a Deus enquanto no exílio, e aonde quer que venham a morar. As sinagogas continuaram em uso para o culto, mesmo depois de construído o segundo templo por Zorobabel. Nos tempos do NT havia sinagogas na Palestina e em todas as partes do mundo romano. A adoração na igreja primitiva era prestada tanto no templo de Jerusalém quanto em casas particulares. Fora de Jerusalém, os cristãos prestavam culto a Deus nas sinagogas, enquanto isso lhes foi permitido. Quando lhes foi proibido utilizá-las, passaram a cultuar a Deus noutros lugares, geralmente em casas particulares, mas, às vezes, em salões públicos.


2 . Comunhão


Ter comunhão com Deus é diferente de ter a vida de Deus. A vida de Cristo em nós é um fato (2Co 5.17; Cl 1.27; 3.4). Independe de qualquer esforço nosso e é produzida pelo Espirito Santo (Rm 8.9-11; Jo 1:13;3:6). A comunhão, por sua vez, é conquistada com diligência e esforço (1Co 9.23-27) "Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito , e para isto vigiando com toda perseverança" (Ef 6.18). A Vida É Fruto Do Nascimento - A Comunhão, Do Relacionamento.

Se qualquer criança começar a espernear e negar que tem um pai , isto não muda o fato: ela é resultado da vontade e semente do pai (Jo 1:13). Um filho é a extensão da vida dos pais. Também é assim no mundo espiritual: nascemos de Deus, pela vontade de Deus, da semente de Deus (Jo 1.12, 13; 3.3-7; Tg 1.18; 1Pd 1.23; 1Jo 3.9). Somos filhos de Deus. Temos a vida de Deus. Contudo, o nosso conhecimento de Deus no sentido de experimentar a sua "boa, agradável e perfeita vontade" (1Pd 2.3; Rm 12.1,2), e a nossa capacidade de realizar a sua obra (Jo 4:34) vão depender diretamente do quanto nos relacionamos com Ele.

Nenhum filho de Deus é mais filho ou menos filho que outro. Mas, certamente irá conhecê-lo melhor e agradá-lo mais e melhor fará a sua vontade aquele que mais se aproximar d’Ele.

Um homem disse a Deus: "Senhor tu tens filhos prediletos; tens aqueles a quem preferes". O Senhor lhe respondeu: "Eu não prefiro uns mais que outros; alguns há que me preferem mais que outros". Esta é a tônica da comunhão. O que vai determinar a minha vida de oração não é o quanto eu sei sobre oração, mas o quanto eu amo o estar em oração, o quanto eu amo estar na presença do Pai. "Jesus perguntou a Pedro: amas-me mais do que estes outros? &ldots;apascenta os meus cordeiros" (Jo 21.15). O serviço de Pedro estava condicionado ao seu amor a Jesus.

O marido é uma só carne com sua esposa - isso é um fato. Mas, se for privado da presença da mulher, pouco proveito ele terá desta verdade; só fica a saudade e o vazio. Somos um só Espírito com o Senhor (1Co 6.17), mas quanto deixamos de usufruir desta verdade só por falta de relacionamento! O Senhor Jesus ama e preza a companhia de sua santa noiva. "Ele cobiça a sua formosura" (Sl 45.1,2,10,11). As Escrituras dizem que a oração do justo é o contentamento do Senhor (Pv 15.8). Ele ama a nossa presença e a deseja. Ousaremos amar e desejar menos a sua?

O salmista amava Jerusalém a ponto de preferi-la à sua maior alegria (Sl 137.5,6).Por que? Porque lá estava a casa de Deus - o Tabernáculo. E no Tabernáculo, a Arca da Aliança - presença e glória de Deus. (Sl 122; Sl 84.1-4,10). Como precisamos aprender esta lição: buscar sempre a Sua presença (Sl 27.8). Não apenas nas dificuldades e angustias (Is 26.16) mas, por reconhecimento e prazer (Is 26.8-9).

II - O Culto e seus utensílios

1 - O altar do holocausto e incenso.

"e Farás também um altar para queimares nele o incenso; de madeira de acácia o farás. Terá um côvado de comprimento, e um de largura (será quadrado), e dois daltura; os chifres formarão uma só peça com ele. De ouro puro o cobrirás, a parte superior, as paredes ao redor e os chifres; e lhe farás uma bordadura de ouro ao redor. Também lhe farás duas argolas de ouro debaixo da bordadura; de ambos os lados as farás; nelas, se meterão os varais para se levar o altar. De madeira de acácia farás os varais e os cobrirás de ouro. Porás o altar defronte do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está sobre o Testemunho, onde me avistarei contigo. Arão queimará sobre ele o incenso aromático; cada manhã, quando preparar as lâmpadas, o queimará."(Êxodo 30:1-7)

No lugar Santo, tem a mesa dos pães, o candelabro e o altar do incenso. Passando pela mesa dos pães e o candelabro que está no lugar Santo, voltando novamente para o lugar Santíssimo, logo na entrada tem o altar do incenso. A cortina do altar do incenso, é de um côvado, e a altura de dois côvados, e depois que fizesse com a madeira de acácia, era coberto de ouro puro. Em Êxodo 30:7, está escrito: "Arão queimará sobre ele o incenso aromático; cada manhã". Todas as manhãs, Arão queimava o incenso aromático em cima do altar. Embora esse altar do incenso fosse o utensílio menos modernizado dentre os utensílios que tem no tabernáculo, mas foi deixado no lugar mais próximo onde Deus possa Se encontrar conosco, fazendo o papel de satisfazer a Deus sempre que encontrássemos com Ele. Esse altar do incenso representa a Jesus Cristo que é o nosso mediador

Embora nós sejamos sujos e fracos, mas por Deus se alegrar em aceitar a oração de Jesus, podemos ir corajosamente diante de Deus através da oração de Jesus que faz a oração de mediar.

A parte interna do lugar Santo (o altar do incenso está na entrada do templo)

Pensando na posição do altar do incenso, podemos ver uma coisa interessante. Vendo em Êxodo 30:6, está escrito: "Porás o altar defronte do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está sobre o Testemunho, onde me avistarei contigo."

Vendo aqui, Deus disse que o lugar onde Se avistará conosco é a parte de cima do propiciatório. E disse para colocar o altar do incenso defronte do propiciatório
A Bíblia diz que antes de termos recebido a salvação, éramos gentios na carne, estranhos às alianças da promessa(Efésios 2:11~12), éramos inimigos de Deus(Romanos 5:10), éramos filhos da ira(Efésios 2:3).

O altar tinha que ficar defronte o propiciatório para a fumaça cobrir o propiciatório. Deus Se nos olha por cima do propiciatório, mas por exemplo, se colocar o altar longe do propiciatório, então quando Deus Se avistar com nós, Ele não conseguirá sentir o cheiro do incenso. O motivo de ter colocado o altar perto do propiciatório, foi para Deus sentir o aroma. Por exemplo, se Deus ver as nossas origens, Ele não poderá Se avistar conosco por sermos sujos, e por motivo que Deus deseja nos encontrar no lugar onde tem a fumaça. Essa fumaça cheirosa significa que Jesus Cristo está fazendo a oração de intermédio.

E assim, sempre que nos encontrarmos com Deus, a oração de Jesus Cristo faz o trabalho de satisfazer a Deus. O sangue de Jesus derramado na cruz nos salvou de todos os pecados, e por ter finalizado com a ira de Deus direcionada para nós, podemos ir confiantemente diante de Deus. E essa fumaça que cobre o propiciatório, satisfaz a Deus.

O tabernáculo representa Jesus Cristo, e por outro lado, representa a vida dos Cristãos que nasceram de novo. Quanto mais nos aproximamos do lugar Santíssimo, mais percebemos as nossas fraquezas. O altar feito de acácia ter sido coberto pelo ouro, significa que a nossa fraca pessoa é o ouro. Isto é, sendo cobertos pela glória de Deus, estamos indo diante Dele independendo de nossas pessoas e fraquezas. Deus tem a glória suficiente para agüentar as nossas fraquezas, e Ele nos mostra o altar do incenso para que percebamos que podemos ir diante de Deus através de Jesus Cristo independente em qual posição estamos

Sacrificando no altar do incenso

A acácia representa a natureza humana de Jesus, e o altar do incenso mostra as partes mais profundas sobre a natureza humana de Jesus. O material do altar do incenso que representa o Filho de Deus, Jesus Cristo o qual faz a oração de nos intermediar, tem que ser somente de acácia. Porque o Intermediador entre Deus e nós, por ser humano, tem que saber perfeitamente das nossas condições e das nossas fraquezas.
Vendo em 1 Timóteo 2:5, está escrito:
"Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem."
Assim como está escrito, com certeza Jesus Cristo era homem. Por Jesus ter vindo na forma humana igual a nós, depois de jejuar 40 dias no deserto, teve fome, e quando cansado dormiu na polpa do barco, e quando exausto no caminho, sentou-se. Quando estava morrendo na cruz, foi chicoteado, espetado pela coroa de espinhos, e por fim, não conseguindo superar o sofrimento, morreu. E através dessas coisas, podemos saber que Jesus tinha o mesmo corpo que o nosso.

Jesus, o nosso perfeito Mediador, por ter vivido nessa terra com forma humana, Ele conhece muito bem as nossas fraquezas, necessidades e as incapacidades. Pelo Senhor ter sido tentado junto com nós e por ter sofrido, Ele não tem nenhuma necessidade para nos estabelecer diante de Deus. Deus não mandou fazer o altar do incenso de ouro ou prata, mas mandou fazê-lo de acácia, para mostrar que Jesus Cristo é homem. E a acácia ser coberta de ouro, significa que Jesus foi completamente coberto pela glória de Deus.

Em Êxodo capítulo 30, Deus disse para fazer o altar do incenso e colocar diante do propiciatório. Embora o sacerdote possa entrar somente uma vez por ano no lugar Santíssimo, mas Deus disse para colocar o incenso diante do propiciatório para que todas as manhãs e noites possam acender o incenso fazendo com que a fumaça chegue no templo de Deus. Embora nós não possamos ir todos os dias diante de Deus com a nossa carne, mas através da oração, o nosso coração pode se relacionar com Deus no trono Dele. E também, através da oração podemos consultar os problemas difíceis, e quando deixamos esses problemas nas mãos de Deus, com certeza Ele resolverá. E assim, esse altar do incenso é colocado diante do propiciatório fora do véu, na frente do lugar Santíssimo. Mesmo que a nossa carne não possa ficar a todo momento passando pelo véu a fim de entrar no lugar Santíssimo, mas o nosso coração pode alegrar a Deus glorificando a Deus no Seu trono. Agora, espero que vocês sempre possam ir confiantemente diante de Deus e ter uma vida preciosa tendo comunhão com Deus.

2 - A Arca

Arca da aliança

Depois que Deus tirou o povo de Israel do Egito, Ele desejou Se tornar o Deus deles para proteger e os abençoar habitando no meio deles. Mas por causa do pecado, Deus não pôde habitar no meio deles, por isso disse para construir um lugar santificado onde não há pecado.

"E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis." (Êxodo 25:8~9)

Mesmo o pecado que se multiplicou dentre o povo, Deus tinha conforto de habitar no tabernáculo. A primeira coisa que Deus mandou fazer dentre os utensílios foi a arca.

"Também farão uma arca de madeira de acácia; de dois côvados e meio será o seu comprimento, de um côvado e meio, a largura, e de um côvado e meio, a altura."(Êxodo 25:10)

A arca é um cesto coberto de ouro puro feito com a madeira de acácia.

A tampa da arca é o propriciatório. O propiciatório é coberto por dois querubins de ouro. Deus disse para colocar duas tábuas de pedras com as leis escritas, a vara florescente de Arão, e a urna de ouro contendo o maná.

A arca do testemunho é um dos utensílios mais importantes do tabernáculo, e se observarmos o significado espiritual da arca, na Bíblia em Inglês está escrito que arca é 'Ark'. E no Antigo Testamento sai três vezes essa palavra 'Ark'. A arca de Noé que é citada em Gênesis também diz que é 'Ark', e em Êxodo capítulo 2, o cesto de junco onde Moisés foi colocado também diz que é 'Ark'. Na época de Noé, o único lugar que não passava pelo julgamento de Deus, era na arca que estava pintada de betume por dentro e por fora. E quando Faraó disse para matar todos os meninos Hebreus recém nascidos, os pais de Moisés o criaram escondido e não podendo escondê-lo por mais tempo, largaram no rio Nilo, e o cesto de junco onde o menino foi colocado era pintado de betume. (O nome 'Moisés', significa 'resgate', isto é, significa 'salvação'.) Não sei porque chama a arca de 'Ark', mas uma coisa em comum das 'Ark' é que tem uma profunda relação com a salvação.

Embora a arca construída acácia que não servisse para nada, mas tem todas as condições em que Deus possa habitar no meio do povo de Israel. Da mesma forma, quando olhamos superficialmente para Jesus Cristo, embora Ele não tenha nenhum atrativo, Ele tem o poder de resolver todos os pecados a fim de que Deus não sinta falta de nada ao Se encontrar conosco. Assim como o povo de Israel obteve a vitória nas guerras por levarem a arca do testemunho, se Jesus Cristo estiver junto de nós, podemos ganhar qualquer batalha contra Satanás. Em outras palavras, embora a arca seja um cesto sem forma, tanto como a arca de Noé ou o cesto de junco de Moisés, representa o Senhor da 'salvação', isto é, Jesus Cristo. A arca representa a Jesus Cristo que tem o misterioso poder de lavar todos os nossos pecados a fim de que não falte nada quando nos estabelecer diante de Deus.

Figura a lado: A arca desmontada (a vara florescente de Arão, urna de ouro, e as tábuas dos mandamentos)

A arca é feita de cesto. Embora dentro desse cesto tenha a vara florescente de Arão, e a urna que contém o maná, mas o mais importante é que as tábuas dos mandamentos foram colocadas. A Bíblia chama essa tampa de cesto onde as tábuas foram colocadas de, propiciatório. Então como podemos falar que a tampa é o propiciatório e o cesto, é a arca? Por que Deus disse para colocar as duas tábuas de pedras onde estão escritas os mandamentos dentro da arca? Nós que estávamos sofrendo no pecado, Deus nos amou e desejou que fôssemos salvos desses pecados. Não é fazendo algo que seremos salvos, mas somente Deus terá que trabalhar.

Mas a maioria das pessoas, por não conhecerem o surpreendente caminho de Deus, estão presos no pensamento de que devem se esforçar a fim de receberem a salvação. Mesmo não existindo outro caminho para sermos salvos, além da graça de Deus, Satanás faz com que o nosso coração fique preso nas 'boas obras' e não na 'graça de Deus', para que tenhamos uma vida bem distante da graça de Deus. E Deus nos ensina que pelas obras ou esforços, jamais podemos ser salvos, para que os nossos corações voltem para Deus.

Quantas bondades podemos fazer nos esforçando? E o quanto podemos nos santificar trabalhando? Nós ficamos iludidos pensando que temos um poder infinito, pensando que podemos nos santificar e nos tornar bons dependendo de nossos esforços. Esse pensamento não é nosso, mas é o truque de Satanás. Jamais podemos ir diante de Deus pelas nossas obras. Por isso, para que percebamos essa verdade, Deus deseja nos mostrar o limite das nossas obras, e o resultado dos nossos esforços e trabalhos. Por isso, Ele nos dá as leis que contém os dez mandamentos. Nós pensamos que se nos esforçarmos conseguiremos cumprir as leis, mas se pensarmos bem, não existe nenhuma pessoa que consiga viver conforme os mandamentos de Deus. O Único que consiga cumprir os dez mandamentos perfeitamente é somente Jesus Cristo. Isto é, por ser a lei de Deus, somente Deus consegue cumprir. Por exemplo, se o homem conseguisse cumprir os dez mandamentos, então o homem estaria na mesma posição de Deus, e não numa criatura de Deus.

Propiciatório

Vendo em Êxodo capítulo 25, a partir do versículo 10, fala sobre a arca que está no tabernáculo.
"Também farão uma arca de madeira de acácia; de dois côvados e meio será o seu comprimento, de um côvado e meio, a largura, e de um côvado e meio, a altura. De ouro puro a cobrirás; por dentro e por fora a cobrirás e farás sobre ela uma bordadura de ouro ao redor. Fundirás para ela quatro argolas de ouro e as porás nos quatro cantos da arca: duas argolas num lado dela e duas argolas noutro lado. Farás também varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro; meterás os varais nas argolas aos lados da arca, para se levar por meio deles a arca. Os varais ficarão nas argolas da arca e não se tirarão dela. E porás na arca o Testemunho, que eu te darei."

Aqui fala sobre o modelo e a forma da arca. E à partir do versículo 17, fala sobre o propiciatório. O foco do tabernáculo está na arca. Quando o povo de Israel tinha dificuldade, eles levavam a arca para as guerras, quando deram as sete voltas no muro de Jericó, também carregaram a arca, e quando atravessavam o rio Jordão, a água parou no momento em que os pés do sacerdote que carregavam a arca encostou na água. Vendo todas estas coisas, podemos saber que o foco do tabernáculo estava na arca

A tampa da arca que está deitada (propiciatório)

Em Êxodo capítulo 25, a partir do vesículo 17, fala sobre o propiciatório que tampa a arca.
"Farás também um propiciatório de ouro puro; de dois côvados e meio será o seu comprimento, e a largura, de um côvado e meio. Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório; um querubim, na extremidade de uma parte, e o outro, na extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estenderão as asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório; estarão eles de faces voltadas uma para a outra,olhando para o propiciatório. Porás o propiciatório em cima da arca; e dentro dela porás o Testemunho que eu te darei. Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel."(Êxodo 25:17~22)

Quando Deus falou da arca em Êxodo 25:10~22, Ele falou oito vezes a palavra 'propiciatório'.
"Farás o propiciatório, farás dois querubins de ouro batido nas duas extremidades do propiciatório."
"De uma só peça com o propiciatório fareis os querubins e os querubins estenderão as asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório."
"estarão eles de faces voltadas uma para a outra, olhando para o propiciatório. Porás o propiciatório em cima da arca."
"Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório."

Está falando diversas vezes sobre propiciatório. Vendo estas coisas, podemos ver que o coração de Deus está no propiciarório. Antes de Deus dar as leis no monte Sinai, muitos pecados habitavam dentre o povo de Israel. Eram tantos pecados que, mesmo Moisés julgando de manhã até a noite, não tinha fim. E havia muitas contendas em relação ao pecado.

Mas mesmo assim Deus deu as leis.

Antes dessas leis chegarem, o povo não consideravam o pecado, por isso nada se tornava problema, mas logo que desceram as leis, continuamente o povo de Israel tinham que morrer por serem julgados pelo pecado. Houve pessoas que morreram fazendo madeira no dia de descanso, quando fizeram o bezerro de ouro no dia em que desceram as leis, e continuamente houve mortes.

Podemos ver que teve menor número de pessoas no povo de Israel quando entraram na terra de Canaã do que quando saíram do Egito. Durante quarenta anos no deserto, a população aumentou, mas depois que receberam as leis a população diminuiu. Vendo isso, podemos ver que eles morriam através da maldição das leis. Por isso Deus disse para construir o tabernáculo. O altar do holocausto, a bacia, o altar do insenso, o candelabro, a mesa dos pães, todos esses utensílios são importantes, mas o mais importante do que todos os outros utensílios que tem no tabernáculo, é a arca de testemunho. O motivo de Deus ter dado mais importância para a arca, é por causa do propiciatório. Por exemplo, se não tivesse o propiciatório no precioso tabernáculo de Deus, como o povo de Israel poderiam ir diante de Deus ao pecarem? Então todo o povo de Israel teriam que receber a maldição e morrer por causa dos pecados. O mais importante para o povo de Israel ir diante de Deus, é o propiciatório. Esse propiciatório é a tampa da arca. Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório e os querubins estenderão as asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório; estarão eles de faces voltadas uma para a outra, olhando para o propiciatório. Os nossos pecados são lavados através do sangue ser aspergido no propiciatório. Por isso que Deus pode Se encontrar com nós.

Em Êxodo 25:21~22, está escrito:

"Porás o propiciatório em cima da arca; e dentro dela porás o Testemunho, que eu te darei. Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório, do meio dos querubins que estão sobre a arcado Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel."

Da mesma forma, Deus disse que viria Se encontrar com o povo de Israel no propiciatório. As pessoas que estão presas pelo pecado, não podem se encontrar com Deus.

Hoje em dia, embora algumas pessoas teanaham pecado em seus corações, mas pensam que se orar esforçadamente, Deus irá ouví-lo. Aquele que tem pecado, primeiro terá que ir diante do propiciatório e lavar os pecados para poder se encontrar com Deus. Porque jamais poderá se encontrar com Deus tendo pecado no coração.

Nós somente podemos nos encontrar com Deus quando recebermos o perdão dos pecados. Em Êxodo capítulo 25, está escrito que Deus nos verá em cima do propiciatório. Se não tiver o propiciatório, não podemos ouvir a voz de Deus. E se não tiver o propiciatório não conseguiremos receber o perdão dos pecados, por isso nem podemos nos encontrar com Deus. Isso é o profundo segredo que Deus está os ensinando.

O Sangue do cordeiro que é aspergido em cima do propiciatório, significa o sangue de Jesus Cristo que foi derramado por nós. Pelo sangue de Jesus Cristo ter sido derramado por nós, esse sangue fez com que pudéssemos nos encontrar com Deus depois que recebêssemos o perdão dos pecados no propiciatório e se tornassem tão brancos como a neve. Assim, se não tivermos o propiciatório no coração, não temos como receber o perdão dos pecados, e nem podemos ouvir a voz de Deus

Eterna redenção Negrito

Aspergindo o sangue no propiciatório

O tabernáculo que está na terra, foi construído da mesma forma que o tabernáculo do céu. E assim como no tabernáculo tem o altar do holocausto, a bacia, o altar do incenso, a mesa dos pães, o candelabro, etc, no tabernáculo do céu também tem as mesmas coisas. Então podemos até questionar: 'Se o céu é um lugar em que os pecadores não podem entrar, então porque construíram o tabernáculo no céu?'

É claro que no céu não existe pecador e nem cometem pecado, mas para poder conduzir muitas pessoas, foi necessário o tabernáculo. Vendo em Hebreus 9:11~12, está dizendo:
"Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção." Jesus ter sido pendurado bem no alto na cruz, significa que Ele não morreu na terra e, sim no céu. Jesus obteve a eterna redenção aspergindo o seu próprio sangue no tabernáculo que está no céu.

Não é pelo nosso esforço que podemos ter a vida de fé. Quando Deus fez o homem, não nos fez corajoso como o leopardo ou grande e forte como o elefante, mas fraco em muitas partes. Não somente o nosso corpo, mas também fez o nosso coração fraco para que possamos viver recebendo a graça de Deus. Por exemplo, se nós fôssemos fortes e saudáveis, não tivéssemos nenhuma necessidade, então será que precisaríamos receber a graça de Deus? Se não cometêssemos nenhum erro e pecado, como poderíamos receber a graça de Deus? Isso é impossível. Por exemplo, se nós fôssemos perfeitos, e não pecássemos e nem errássemos, então não precisaríamos da graça de Deus, da cruz, e nem do propiciatório. Deus fez o propiciatório para conceder a graça para nós, que somos tão fracos e temos muitas necessidades. Não é por não cometermos pecado e por fazermos muitas bondades que iremos diante de Deus, pelo contrário, iremos diante de Deus para receber a graça levando as nossas necessidades e fraquezas.

Quando Deus realizou esta surpreendente salvação, Ele fez com que fosse realizado no propiciatório.

Sempre que o povo de Israel cometessem o pecado, tinham que ir para o altar que está no lugar Santo, e matando o cordeiro, tinham que passar o sangue no altar e assim o pecado deles eram remidos. No dia 10 do mês 7, no dia da remissão, não faziam no altar que ficava no lugar Santo e sim, o sumo sacerdote Arão entrava no lugar Santíssimo e remia todos os pecados do povo.

O sumo sacerdote Arão, entrava no lugar Santíssimo uma vez por ano e primeiro remia o seu próprio pecado e depois pegava o sangue do sacrifício pelo pecado do povo, entrava até o propiciatório e aspergia o sangue. Através desse sangue aspergido, todo o pecado do povo de Israel era remido. Por aspergir o sangue em cima do propiciatório, os dois querubins que estendiam as asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório e colocavam as faces voltadas uma para a outra, estavam na posição de observarem a remissão dos pecados no propiciatório. Embora esses dois querubins ocupassem uma posição tão boa, mas infelizmente, mesmo vendo o sangue sendo aspergido, eles não descobrem o segredo da salvação.

Hoje em dia tem muitas pessoas que querem entender essa grande salvação pela teoria, mas essa salvação é o segredo que Deus tem escondido. Essa salvação só tem como perceber através da santa trindade, O Pai, Filho e o Espírito Santo. Aquele que escondeu esse segredo da surpreendente salvação foi Deus. Por isso, não é pelo nosso esforço que podemos nos arrepender mas, temos que receber o perdão dos pecados pelo sangue de Jesus Cristo. E, isto entrará em nossos corações quando Deus nos fizer perceber esse segredo da redenção. Deus não deu a sabedoria de perceber essa salvação para qualquer pessoa, mas somente para o Filho e o Espírito Santo. No momento em que recebemos o perdão dos pecados, o Espírito Santo entra dentro de nossos corações, e então perceberemos a verdade surpreendente da salvação. Em outras palavras, não é por acaso que conheceremos o segredo da surpreendente salvação, mas quando percebermos que realmente somos pecadores, e quando dependermos do sangue de Cristo, então recebermos o perdão dos pecados. É nesse momento que o Espírito Santo entra em nossos corações nos dando a percepção da salvação e nos faz perceber o novo nascimento através do Espírito.

Deus disse que não Se lembrará dos nossos pecados. Por exemplo, quando nos encontrarmos com Deus, e Ele Se lembrar de todos os nossos pecados cometidos no passado, as contrariações que fizemos a Deus, então nós ficaríamos tristes e Deus também teria fardo. Deus não somente lavou os nossos pecados, mas também eliminou esses pecados do pensamento Dele para que nós possamos ter a verdadeira liberdade no céu.

Embora o lugar Santíssimo que é a focalização do tabernáculo seja um lugar precioso e brilhante feito de ouro, mas a aparência da parte de fora do tabernáculo é como uma cortina que não tem decoração. Da mesma forma, Jesus Cristo também não tem nenhum atrativo externamente, mas ao conhecermos mais profundamente, podemos saber que Ele é como o tesouro agradável. Hoje em dia, tem muitas pessoas que lêem a Bíblia e vivem a vida de fé, mas sofrem no coração por não conhecerem a verdadeira vontade de Deus, e a Jesus.

Nós devemos conhecer a Jesus através da Bíblia e devemos perceber a verdadeira aparência Dele. Aquelas pessoas que mesmo vivendo a vida de fé, continuam sofrendo e desesperados não sabendo o que fazer, são pessoas que continuamente olham para as suas próprias pessoas. Mas pelo contrário, aquelas pessoas que são libertadas do pecado e tem liberdade, são pessoas que estão olhando somente para Jesus Cristo. Aquela pessoa que não conhece a Jesus Cristo, olhando para a sua pessoa, somente poderá perambular olhando para o pecado, sofrimento, medo, e vergonha. O sangue que Jesus Cristo derramou na cruz, tem muito mais poder de salvar do que os pecados que temos cometido. Por isso que pode nos libertar perfeitamente do peso na consciência e do medo. E através da fé desse sangue, nós podemos ir diante de Deus confiantemente e livremente.

"Que a sua iniqüidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados."(Isaías 40:2)

Por Jesus ter sido julgado o dobro do pecado que cometemos, não precisamos mais temer e ficar preso no pecado. Deus não deseja que fiquemos olhando para a nossa pessoa suja e má. Depois de termos descoberto a nossa pessoa suja, Deus deseja que possamos conhecer a Jesus Cristo que nos tornou limpo. Se somente conhecermos a nossa pessoa e não conhecermos o poder de Jesus Cristo, então sempre ficaríamos presos dentro de nossos pecados imundos. Mas se percebermos e experimentarmos o poder de Jesus Cristo, podemos nos libertar do pecado e obtermos a liberdade.

III - O Culto e sua Liturgia

1 - A liturga na Velha Aliança

Tem sido dito, e com acerto, que a adoração é a razão de ser da Igreja de Cristo. W. T. Conner escreveu: “O negócio primário, pois, da igreja não é a evangelização, nem as missões, nem a benevolência; é a adoração. A adoração a Deus em Cristo deveria estar no coração de tudo o que a igreja fizesse. Ela é a mola mestra de toda a atividade da igreja”. (2) Isto está de acordo com a revelação bíblica, que nos diz muito enfaticamente que a igreja existe “para o louvor da Sua glória” (Efésios 1:6) (3).

Por outro lado, a igreja é chamada a render uma liturgia (Adoração) contínua a Deus, que é caminho para o crescimento espiritual, tanto pessoal como corporativo (Romanos 12:1-2, I Pedro 2:9-10). Pessoal porque o trato primário de Deus é a nível individual e corporativo porque a experiência de adoração envolve não apenas aspectos psicológicos, mas também sociais, culturais e históricos. Estas duas coisas são inseparáveis. Muitas vezes a vida litúrgica, ou seja, a prática cultual de nosso povo não é uma manifestação da realidade da vida, mas se reduz a um conjunto de práticas religiosas separadas da realidade, que não são outra coisa que um artificialismo, ou seja, somente uma atividade que realizamos por costume. Perde-se muitas vezes de vista o fato de termos sido chamados para viver “para louvor da Sua glória”. Não deveríamos adorar para manter uma atividade na igreja, já que isto estaria colocando a atividade como o assunto de primeira importância e a adoração como secundária. (4) Primordialmente a adoração é nosso reconhecimento daquilo que Deus é; é nossa resposta por amor e não pelo bem que Ele nos possa fazer. (...) Adoração cristã significa encontro com Deus. Isto é, diálogo - revelação e resposta. Deus revela a Si mesmo ao ser humano e este responde a essa revelação. (5) Revelação que pode dar-se através da leitura da Bíblia, a pregação, os hinos, o batismo e a comunhão e que, entre os batistas, é fundamentada e reafirmada pelo conceito da adoração corporativa, quer dizer, a adoração congregacional. Em outras palavras, (...) o desenvolvimento da vida espiritual tem sua base mais forte no conceito doutrinário do sacerdócio de todo crente, o qual adquire sentido e prática dentro do marco da congregação local. (...)

Infelizmente nos últimos anos se está experimentando um “desapego” à Bíblia como fundamento e guia. Pode ser algo inconsciente, mas é real. É provável que os “ares pós-modernos” estejam ajudando a esta realidade. Fala-se muito de “experiências”, de sentir, de gozar, de adoração contemporânea, de adoração tradicional, de adoração contextual, de adoração equilibrada, de adoração “conectada”, de revelações, etc., mas pouco da Bíblia. Parece ser mais importante a experiência com Deus que o conhecimento da Palavra. Em não poucos casos se realiza uma prática cultual mais intuitiva que fundamentada na Escritura. Uma análise que C. Peter Wagner fez da adoração no nosso tempo ressalta o seguinte: “a adoração atual está conectada a três fontes importantes: 1) ao sistema de amplificação de som; 2) ao Espírito Santo e 3) à cultura contemporânea”. (6) A pergunta que então surge é: Que lugar é dado à Bíblia na adoração atual? Não é possível uma direção genuína do Espírito Santo sem inspiração e ação sobre a Palavra revelada de Deus. Bem o afirmou o Dr. Samuel Varrer em Niterói: “A busca de formas bíblicas e evangélicas de adoração para o futuro tem que ir às fontes permanentes da vida espiritual: Deus o Espírito, a Palavra de Deus, o Povo de Deus. Deus continua falando hoje como nos tempos do salmista: no livro de sua criação e da história, e na palavra dos profetas e os apóstolos”. (7)

Se quisermos experimentar uma adoração legitimamente cristã, é necessário reconhecer o fundamento da Palavra de Deus, a Bíblia, como vital no conhecimento e revelação do Deus a quem pretendemos adorar. Reconhecer a Bíblia, como a autoridade, que nos informa, que nos adverte, que nos compartilha a experiência de tão “grande nuvem de testemunhas” que em seu tempo, contexto e cultura adoraram genuinamente a Deus de acordo a Seu desejo.

Através de toda a Bíblia observamos paradigmas ou esquemas litúrgicos nos quais ressaltam princípios aplicáveis ao contexto e tempo de cada ser humano. No Antigo Testamento há direção precisa e detalhada de Deus para o povo que adora. Um exemplo claro é o livro de Levítico, onde até o mínimo detalhe é indicado Por Deus. Levítico é por excelência o “livro do culto” na Bíblia. Encontramos outros exemplos nas diretrizes explícitas para os levitas, os músicos no Templo, os cantores etc. O Novo Testamento não provê exemplos tão específicos e detalhados quanto o Antigo, a respeito da adoração. A informação parece ser muito mais vaga (8), porém ainda prevalecem princípios normativos. A este tema voltaremos mais adiante neste trabalho. Antes de citar alguns textos, que a meu entender transcendem a cultura, a história e o tempo e que nos localizam na soleira de nossa busca pela coerência, fundamento e excelência na adoração, gostaria de enfatizar o fato de que, embora no Novo Testamento o culto tenha um caráter diferente, a função sacerdotal está sob os mesmos princípios, ao ser considerada a Igreja como uma “comunidade sacerdotal” (I Pedro 2:5 e 9; Apocalipse 1:6; 5:10; 20:6). É necessário insistir, entretanto, que o sacerdócio da Igreja não é um sacerdócio independente do sacerdócio de Cristo, mas que se dá através, e como parte deste. (9)

De acordo com meu ponto de vista os textos seguintes indicam claramente as condições para que ocorra, na prática, uma adoração genuína:

“Temerás ao Senhor teu Deus e o servirás” - Deuteronômio 6:13

“Sereis santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”.– Levítico 19:2

“Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”.– Lucas 4:8

“Sereis santos, porque eu sou santo”.– I Pedro 1:16

Eis aqui a chave para uma adoração legitimamente bíblica. Ação e vida. Atitude e comportamento. Coração e mente. Contemplação e oferenda.

É muito provável que muitas vezes se ignorem na vivência os pressupostos básicos do culto, que não estejamos atentos ao desejo do coração de Deus e por isso, uma entrega consciente e gozosa a Deus em adoração se veja restrita.

A prioridade número um é conseguirmos uma compreensão mais clara da natureza do culto.

A. Questões semânticas

Dizemos que cada igreja tem sua liturgia e seu estilo de adoração. Isto não deixa de ser uma verdade. É impossível adorar a Deus sem algum tipo de liturgia, embora a adoração prescinda de formas convencionais. “Neste sentido, até os cultos assim mal chamados ‘não litúrgicos’ contêm este tipo de elementos. Tudo parece ser deixado à espontaneidade, mas a espontaneidade tem já seus canais fixos de expressão e forma”. (10)

1. Liturgia. O que é liturgia? A história do termo começa com uma palavra composta: “Leitourgia” de “ergón” (obra) e “leitos” (adjetivo derivado de “leos” ou “laos” - povo). Este termo significava ou indicava nas democracias gregas (segundo o grego clássico e helênico): “a prestação de um serviço por parte dos cidadãos de classe média no benefício da coletividade”. (11)

O termo se usa desta maneira também para referir-se a um serviço público, inclusive pago, no Egito ptolomaico e imperial. No período helenístico se estende à prestação de um serviço por parte de empregados ou escravos e desde o Século II a.C., também ao serviço público.

A Septuaginta emprega o termo “leitourgía” e seus derivados para designar o serviço do templo por parte dos sacerdotes e levitas, enquanto que os termos correspondentes em hebraico são usados também para serviços que não sejam de culto. (11) O termo, que tem aspectos míticos, políticos, ideológicos e religiosos, foi evoluindo em seu uso. Passou do mítico ao cultural e mais tarde especificamente ao religioso. Na realidade, se analisarmos a história do conceito, veremos que as primeiras definições aparecem no século XVII. (13)

Segundo um enfoque puramente semântico, literalmente pode significar festa, celebração, e ainda culto (Latreia). No Antigo Testamento, o equivalente para liturgia é festa (“Hag”: dança e “Saret”: serviço) e “Aboda” (obra, serviço) que também se usa para atos litúrgicos.

De acordo com Von Allmen, tanto o uso desta palavra no Antigo Testamento e no Novo, quanto sua acepção profana, dão duas indicações interessantes sobre o culto: 1) Por um lado, designa uma ação do povo ou comunidade; não do clero. Quer dizer, reivindica uma secularização do culto. 2) Por outro lado, designa um ato político, civil, em que os ricos substituem, por suas ações ou contribuições, aos pobres que não podem pagar.

Este termo indicaria que a igreja, por meio da liturgia substitui ao mundo que não sabe nem pode adorar ou glorificar ao Deus verdadeiro; (14) assim, por meio do culto, “a igreja substitui ao mundo diante de Deus e o protege”. (15) De modo algum isto substituiria a responsabilidade de cada ser humano de buscar a Deus, mas a comunidade cristã com sua “liturgia” estaria presente no mundo como “luz” e testemunho (Mateus 5:14).

É muito significativo notar que o Novo Testamento, ao referir-se a atos de culto, desconhece ou evita os termos “pré-cristãos”, mas usa “leitourgía” quando se refere à ação mediadora de Cristo como sacerdote e à ação comunitária. Então deduzimos que o termo é usado sem distinção ou indistintamente de seu paralelo “latreia” que pode significar ou incluir, como veremos, o aspecto mais profundo e espiritual do culto (Hebreus 8:5, 13-14, 9:9). Liturgia é, assim, o culto comunitário da igreja, que expande o sacerdócio de Jesus Cristo e tributa a Deus a mais alta glória por meio dEle.

(...) Na maioria dos casos a liturgia se interpreta como “forma de culto” e é obvio que a forma em si não assegura a realidade espiritual do culto, mas a falta de forma tampouco. A forma deveria servir como ajuda aos fiéis na adoração a Deus.

Gostaria de propor uma definição muito simples para o termo, a fim de poder usá-lo com melhor compreensão e eficácia no contexto latino. Em geral, quando pensamos em nossa relação com a igreja, fazemo-lo em termos de receber, de obter algo, seja isto o bem-estar ou o cumprimento dos desejos do coração. E isto não é mau; mas da perspectiva da liturgia, descobrimos que a relação com a igreja tem muito mais a ver com dar e oferecer do que com receber ou obter. Esta é outra realidade no contexto latino demonstrado a partir de uma perspectiva religiosa como uma cultura dependente. Proponho que liturgia é aquilo que temos à mão para oferecer a Deus um culto aceitável, genuinamente autêntico e que expressa nossa submissão, dependência e serviço a Ele.

Esta pode dever ser uma proposta de correção do conceito de liturgia e adoração, já que infelizmente, como afirmamos, o termo se tornou limitado ao identificar-se com o modo particular de celebração cultual de certas confissões. O conceito se refere mais corretamente à estrutura que ao serviço ofertado. Mas em realidade a liturgia vai além de “breviários ou formulários litúrgicos que não podem ser alterados. Liturgia quer dizer aquilo que se diz no culto público... da mesma maneira que ritual significa aquilo que se faz no culto público...”. (16) Uma compreensão adequada do termo deverá levar-nos a desejar uma prática cultual equilibrada, solidamente fundamentada na Palavra, “evitando o extravagante e extremo por um lado e o árido e descolorido pelo outro”. (17)

2. Culto. Etimologicamente a palavra significa mais ou menos o mesmo que liturgia. Os dois termos são usados em relação à expressão religiosa, tanto individual quanto corporativa. Culto vem de “latreia” (que simplesmente denota o culto de adoração a Deus). Em Hebreus se fala de “ofícios do culto”, quer dizer, adoração corporativa, mas também, por seu uso no Novo Testamento, se refere à consagração. Em outras palavras, o culto repousa, em última instância, em um profundo compromisso pessoal com Deus em amor e temor (Hebreus 6:9, Romanos 12:1). É significativo que, apesar de que “latreia” tem estes dois usos e de que também se refere “à homenagem que é rendida à divindade” (Mateus 4:10, Lucas 1:74), aflora novamente um princípio básico da genuína adoração cristã que é a “base da relação individual com Deus”. Quer dizer que, tanto o culto pessoal quanto o culto corporativo se fundamentam, não em um sistema ou ritual (embora o ser humano necessite deles como meio de expressão), mas na relação pessoal com Deus.

É que o culto é tão parte do novo Israel como foi do antigo. Assim como a Lei e os Profetas não foram destruídos com a aparição de Cristo, assim tampouco desaparece a idéia de um sistema de adoração pública. Em Cristo esse sistema foi reavaliado, recriado e transformado”. (18)

Sem a intenção de reafirmar ou justificar um sistema específico de prática cultual, faz-se necessário pelo menos mencionar algumas razões que mostrem a necessidade de ter uma prática cultual corporativa. A maior parte de nós, que assistimos à igreja cada semana, se formos sinceros, confessaremos que o fazemos, em parte pelo menos, porque sentimos a necessidade de fazê-lo. As necessidades para a prática cultual variam, mas há algumas necessidades básicas que, de certo modo, a justificam:

1) As necessidades sociais. O ser humano é um ser social por natureza. A necessidade de amizade e companhia é básica. Todas as classes e condições humanas podem encontrar laços no culto que transcendem as divisões sociais, de raça, de nacionalidade, acadêmicas ou de estado social.

2) As necessidades intelectuais. O culto oferece guia em meio da perplexidade e confusão que se cria na vida. O culto oferece o que se busca na vida: significado, perspectivas e propósitos sólidos para viver.

3) As necessidades psicológicas. A prática cultual desenvolve uma sólida afirmação de fé que garante a segurança frente à insegurança dos postulados da sociedade.

4) As necessidades religiosas. Não negamos a presença de Deus em todos os lugares, mas é evidente que o culto coletivo oferece solução a estas necessidades. A fome e a sede de um contato com Deus podem ser saciadas e mitigadas através do culto comunitário.

Por outro lado é inegável que a devoção do ser humano procura expressões externas audíveis e visíveis. Estas podem chegar a ser simplesmente manifestações separadas da vida cotidiana, atos religiosos. Entretanto, um bom entendimento do que é em realidade o culto integra à vida as expressões autênticas, nativas e devidamente canalizadas.

É importante esclarecer aqui que, embora seja certo que os termos liturgia e culto podem ter semelhanças da perspectiva etimológica, como já foi dito, não se dá necessariamente assim na prática religiosa. Ambos estão relacionados com a “expressão religiosa”. Mas em sua experiência vivencial o ser humano pode fazer liturgia sem que em realidade esteja rendendo culto. E pode realizar uma prática cultual onde a liturgia não seja mais que uma formalidade. Como anteriormente havíamos dito, podemos ter prática cultual simplesmente como parte das atividades da igreja. Liturgia e prática cultual podem permanecer simplesmente como formas, frias e “sem coração”. Mas para render autenticamente culto (Adoração) é necessária uma entrega ao ser ao qual oferecemos culto.

A heterogeneidade da igreja se reflete em sua prática cultual, de tal maneira que não podemos falar de um culto ou sistema litúrgico homogêneo. Como temos dito, cada igreja tem sua liturgia ou forma, mas estas formas deveriam ser um fator de unidade na diversidade, um fator formador do mosaico das diferentes culturas, sentimentos e riqueza dos povos. Na prática cultual da Igreja Primitiva existem fatores de unidade. Esses mesmos fatores dão a nossas celebrações litúrgicas o caráter de homogeneidade: Santa Ceia, cantos, orações, leituras bíblicas, pregação, ofertas, etc. (19) O culto, com suas formas, deve ajudar aos fiéis na adoração a fazer uma contribuição para a unidade na diversidade, que é princípio bíblico, eliminando as divisões produzidas por certas formas litúrgicas (Romanos 12:4-16, Efésios 4:1-15). Os padrões e cópias de cultos em diversas partes do mundo têm feito muito mal; de maneira especial ao evangélico latino, que sofre muitas vezes o transplante territorial e a imposição de formas litúrgicas que são de outras culturas e que abafam sua expressão mais autêntica.

3. Adoração. Esta palavra vem do grego koiné “Proskuneo” que significa reverenciar ou homenagear. É usada cerca de 59 vezes no Novo Testamento para indicar a comemoração que rende a uma pessoa ao prostrar-se a seus pés. Também indica o fato de prestar homenagem ou tributo divino (Mateus 4:10, João 4:20-21, Hebreus 1:6). Sua tradução literal seria: “Beijar a mão ou o piso diante de”. Neste sentido é mais esclarecedor que o vocábulo usado no Antigo Testamento mais de 170 vezes para indicar adoração, “Shachah” e que se traduz literalmente como inclinar-se, cair diante de, prostrar-se, ajoelhar-se. (20) Beijar denota contato, aproximação, relação. Pode-se reverenciar ou homenagear à distância, mas o beijo requer aproximação, contato.

Também consideramos importantes outros dois termos usados no Novo Testamento para indicar adoração: “Sebomai” (usado oito vezes), que tem sua raiz na palavra “Sebas” (temor) e “Latreia”, o qual já analisamos.

Em nossa língua o uso mais comum de “proskuneo” (Prós: em relação a; e Kuneo: beijar) é o que se refere à reverência que se rende a uma pessoa, especificamente a reverência e honra que se deve render a Deus. Apesar de que em nossa mentalidade a adoração tem mais a conotação de uma experiência “subjetiva e pessoal” em oposição a um “sistema litúrgico”, o termo se usa como equivalente do termo saxão weordhscipe (inglês arcaico), que se refere a “dar tributo de dignidade ou valor a um objeto ou pessoa”. (21) Atualmente em inglês se usa a palavra worship que é nada mais que uma contração do velho termo anglo-saxão mencionado. Mas worship transmite à mentalidade latina a idéia de um sistema litúrgico ou formas, mais que de relação pessoal com Deus. Quando nos referimos ao culto público ou reunião pública, geralmente traduzimos o termo como “serviço de adoração”, (worship service), que não indica em nossa mentalidade necessariamente adoração como experiência espiritual. Daí a necessidade de comparar o termo em inglês. Mais ainda, em nossa própria língua muitos não têm plena consciência de que adoração cristã, no sentido bíblico mais profundo, indica prostração, reconhecimento de autoridade e relação com essa autoridade. Mas isto faz ressaltar a experiência acima do sistema (Gênesis 24:48, Êxodo 4:31, II Reis 17:35, Salmos 5:7, 95:6-7, João 4:23). Donald P. Hustad enfatiza isto quando define adoração cristã como “a resposta afirmativa do ser humano a Deus, o qual revela-se a si mesmo como Deus Triúno”. (22) Nós não O buscamos às cegas ou no vazio. Ele dá o primeiro passo, revelando-se, mostrando-se a si mesmo em poder e amor. O ser humano lhe reconhece e lhe responde afirmativamente convertendo-se a Ele e começa assim uma relação experimental que é prioritária na adoração cristã.

Por outro lado, quando denominamos ao culto cristão como serviço de adoração, somos conscientes que nos estamos referindo a uma reunião pública e regular da igreja, em que o povo de Deus reconhece Seu valor e Lhe atribui a glória que Lhe pertence. W. T. Conner diz: “Quando dizemos que a adoração é o negócio primário da Igreja, devemos usar a palavra no sentido mais amplo. A adoração inclui a expressão, ou o anelo da alma em resposta à revelação que Deus nos faz de Si em Cristo. Inclui o canto, a oração, a leitura das Escrituras, as oferendas, o sermão, as cerimônias: a totalidade da entrega da alma, individualmente e como corpo, a Deus, em resposta a sua graça”. (23) Por isso é que, muito mais importante que a compreensão semântica destes termos em nosso idioma, é poder entender com clareza seu uso bíblico, a fim de que isto nos ajude a não reprimir a expressão de nossa adoração, porém procurar equilíbrio e maturidade em sua expressão.

Liturgia, culto e adoração são três termos importantes em relação à prática religiosa que, caso sejam bem compreendidos, enriquecerão nossa experiência espiritual. Nossas formas, atitudes e sentimentos são básicos na expressão do tributo que devemos a Deus e liturgia, culto e adoração têm que ver com eles. A liturgia tem que ver mais com nossas formas; culto, com nossas atitudes e adoração, mais com sentimentos e compreensão da relação de dependência e do sentimento de temor ao Deus a quem adoramos. Isto, de modo algum é absoluto e conclusivo, pois se assim o considerássemos, cairíamos em uma rigidez alheia à autêntica experiência de adoração cristã.

Um olhar retrospectivo à prática cultual no primeiro século pode nos ajudar a clarificar nosso conceito.

B. A realidade neo-testamentária.

Embora não temos uma vista muito clara do desenvolvimento da adoração e do culto dos primeiros cristãos, há algumas referências que podem nos ajudar no propósito de nosso trabalho.

1. A adoração e os primeiros cristãos. É impossível negar que o culto da sinagoga foi de grande influência na adoração dos primeiros cristãos. Eles, que na verdade eram judeus, não inauguraram um novo sistema de adoração. Rayburn afirma: “Jesus e seus discípulos adoraram em ambos os lugares, no Templo e na Sinagoga. Depois da ascensão, a comunidade cristã continuou observando muitas coisas de ambos os cultos”.(24) É óbvio que as formas foram se alterando através dos anos e é justamente aqui onde notamos a ausência de fontes que nos esclareçam o desenvolvimento dessas mudanças.

Havia uma grande diferencia entre ambos lugares quanto a suas celebrações ou cultos. As sinagogas foram centros de estudo da Palavra e oração para o povo judeu (Atos 6:9). Funcionavam como uma instituição laica, onde não se fazia necessária a presença de sacerdotes para oficiar, mas qualquer pessoa podia participar (Lucas 4:16-20, Atos 9:20, 18:4). Não era assim no Templo, onde, por causa da realização de sacrifícios, era necessária a presença de quem os oficiasse.

Os primeiros cristãos se encontraram, neste sentido, em uma situação muito significativa. Eles tiveram que desenvolver uma nova forma de adoração, tendo como marco de referência a liturgia da sinagoga, os rituais e liturgias do templo e o cumprimento das Escrituras por meio da presença e obra redentora do Jesus. É possível que isto os tenha levado, nos primeiros tempos, a adorar não apenas nas casas, mas também nas sinagogas (Atos 2:46, 3:1). Desta maneira acomodavam um grupo especial de judeus que acreditavam no Messias. Com o tempo esta dualidade na prática de culto se fez intolerável, o que os levou a reunir-se apenas em seus templos.

2. Liturgia e adoração. É evidente que a comunidade cristã copiou o estilo do culto da sinagoga, pondo ênfase no ensino da Palavra e na oração. O ensino chegou a ser sua maior característica na medida que se criava uma separação entre aqueles judeus “ciumentos da lei”, que continuavam com os costumes da lei, dos que se “convertiam” de coração a Cristo (Atos 21:20-21).

É, de qualquer forma, bem claro que a adoração dos primeiros cristãos estava baseada nos fundamentos dos escritos do Antigo Testamento. Na epístola aos Hebreus, nos é mostrado com maior clareza a continuidade entre a adoração de Israel e nossa própria adoração cristã; embora também se demonstre claramente que o antigo está bem contrastado com o cumprimento do plano de redenção de Cristo, por sua morte e ressurreição. Aqueles elementos da adoração na sinagoga que não refletiam a Cristo como o Filho de Deus e único e suficiente salvador, foram tirados. Por exemplo, não se encontra nenhuma referência ao uso, na adoração cristã, do “shema”, que era uma confissão de fé no Deus Único de Israel, com o qual começava o culto na sinagoga. Robert Rayburn diz: “O shema enfatizava o conhecimento formal de Deus através de sinais externos, enquanto que Cristo deu ênfase na atitude do coração, advertindo contra o perigo da mera formalidade e sinais externos”. (25) O “shema” não refletia ao Deus Triúno, que interveio na história enviando Jesus Cristo como o Salvador e estabelecendo seu reino - como enfatizavam os cristãos primitivos - no coração dos homens. Eles convidavam ao arrependimento e fé e a sua demonstração por meio do batismo; sinal externo de algo estabelecido no coração (Atos 2:38). Por isso a liturgia cristã foi purgada dos elementos que eram inconsistentes com a plena revelação de Deus em Cristo.

Por outro lado, é necessário destacar outro aspecto da adoração na Igreja Primitiva que demonstra sua simplicidade e singeleza, mas também a profunda convicção que a movia a celebrar a nova vida. Lucas nos diz: “...perseverando ... partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração” (Atos 2:46). Isto demonstra que viviam bem conscientes da grande mudança que Cristo tinha operado neles, mas também reflete a busca de um algo totalmente distinto à lei e o ritualismo judaico.

3. Adoração cristã: sistema ou experiência? Embora a adoração cristã, como vimos, tenha suas raízes nas práticas judaicas, não podemos dizer que os primeiros cristãos se aferraram a um sistema específico de adoração. Três formas litúrgicas se misturaram, a saber: a adoração no Templo, a adoração na sinagoga e o que Jones chama “a adoração semiprivada nos lares e outros lugares...”. (26) Estas formas fizeram dos primeiros cristãos um grupo peculiar que celebrou a nova vida em Cristo por meio de elementos litúrgicos que transcenderam um sistema.

A adoração cristã é, primariamente, a celebração dos atos de Deus manifestados em Jesus Cristo. Entretanto, se examinarmos a relação que Jesus tinha com o Templo, a sinagoga e as demais celebrações religiosas judaicas, concluiremos que Ele não rechaçou o sistema. Lucas registra que Jesus ia regularmente à sinagoga para ensinar e adorar (Lucas 4:16-21). Também pelos evangelhos sabemos que Jesus participou das festas do povo judeu (João 7:2; 10:22). Outros detalhes, por exemplo, de como celebrou a última ceia, são uma clara evidência de que Jesus conhecia e apreciava a maior festa do Israel e suas formas (Mateus 26:1-30; Marcos 14:1-26. Lucas 22:1-23; João 13:1-30). Em outras palavras, “não houve descontinuidade radical entre a adoração do Antigo Testamento e a que começou no Novo”. (27)

Por outro lado, Jesus apresentou uma nova opção que destruiu alguns elementos da liturgia antiga. Ele via as instituições de adoração do Antigo Testamento apontando para Ele. Por exemplo, a purificação do Templo teve a ver com o ponto de vista de Jesus com relação aos sacrifícios. Ele indicou a si mesmo como o culto sacrifical, o que fez do rito sacrifical do Templo um ato obsoleto. Também assinalou aos fariseus, que Lhe repreendiam sobre o dia de repouso, que “um maior que o templo” estava ali (Mateus 12:6). Tudo isso demonstra que Jesus assumiu o direito de “reinterpretar” os costumes de adoração judaicos. Desta maneira Ele preparou o caminho para mudanças significativas que precisavam ocorrer na adoração e que observamos nos primeiros cristãos. A prática cultual foi desenvolvendo-se em uma adoração que descrevia o cumprimento do Antigo Testamento em Jesus Cristo.

A adoração cristã se desenvolveu, não rivalizando-se com a adoração antiga, mas manifestando de forma aprimorada à nova vida, com os elementos litúrgicos que ajudariam a uma celebração concordante com a obra de Deus em Cristo. A experiência de celebração do Cristo vitorioso e ressuscitado não podia ser contida em um único sistema litúrgico realizado em um lugar específico. As implicações da nova concepção ou opção pela presença de Cristo são tremendas, pois agora se pode adorar a Deus em qualquer lugar e não somente no Templo ou na sinagoga. Sua presença é respaldada pela Palavra: “Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles”. (Mateus 18:20). A adoração, pois, não é só um sistema ou uma experiência. É em realidade uma profunda experiência espiritual, a qual nós sistematizamos parcialmente com elementos que nos ajudam a revitalizar continuamente essa experiência.

2 - Liturgia no Nova Aliança


Que significa quando a Bíblia menciona a Nova Aliança entre nós e Deus? A Nova Aliança é a melhor solução que Deus nos deu para a rebelião humana. A Bíblia diz em Jeremias 31:33 “Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.”
Recebemos a Nova Aliança através da morte de Jesus Cristo. A Bíblia diz em Lucas 22:20 “Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós.”
A Nova Aliança significa que podemos ir directamente a Deus, através de Cristo. A Bíblia diz em Hebreus 7:22 “De tanto melhor pacto Jesus foi feito fiador.”
Sómente através da Nova Aliança existe perdão para os nossos pecados. A Bíblia diz em Hebreus 9:14-15 “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo? E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna.”
Sob a aliança antiga, que prometeu o povo fazer? A Bíblia diz em Êxodo 24:3 “Veio, pois, Moisés e relatou ao povo todas as palavras do Senhor e todos os estatutos; então todo o povo respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado faremos.”
Sob a Nova Aliança, que promete Deus fazer? A Bíblia diz em Hebreus 8:10 “Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.”

Conclusão
•O fim principal do homem é glorificar a Deus e fazer o que Ele manda. Este é também o propósito da Igreja no culto que oferece ao Senhor. Esse propósito se constitui do seguinte:
•(1) - Louvar a Deus - Sl 84:4;
•(2) - Edificar a Igreja pela Palavra e pela oração - Sl 84:1-12; I Cor 14:4-26;
•(3) - Fazer discípulos por meio da proclamação da Palavra e pelo ensinamento das doutrinas do Senhor - Mt 28:19-20;
•(4) - Expressar a unidade do povo de Deus - At 2:13-14, 46

Respostas:
1 - A adoração ao Senhor.
2 - Significa culto frio e sem propósito.
3 - Como uma especie de amuleto, fetiche.
4 - Consistia numa liturgia complexa e infexivel.
5 - Descência e ordem.

4º Trimestre - Lição 11 - Davi e a Restauração do Culto a Jeová





4º trimestre - Lição 10 - Davi e o preço da negligência na família



Referente ao texto Aureo:

Uma qualificação de destaque para o candidato que aspira ao pastorado é fidelidade com o casamento e nos relacionamentos familiares.




INTRODUÇÃO

Numa sociedade marcada pela competitividade, o sucesso pessoal, na maioria das vezes, é colocado como meta a ser alcançada a qualquer preço. Mas essa não é uma prerrogativa dos dias atuais. Davi, no tempo em que viveu, usufruiu de bom êxito em seus projetos, por outro lado, sua família entrou em decadência. A derrocada da sua família será o tema da lição de hoje. Destacaremos, a princípio, a situação familiar de Davi, em seguida, trataremos a respeito dos problemas familiares que enfrentou, e ao final, apontaremos algumas perspectivas cristãs para a família.




1. A FAMÍLIA DE DAVI

Davi conseguiu ter bom êxito em praticamente tudo o que fez, exceto na edificação da sua família. No capítulo 13 de I Samuel, lemos a respeito do caso de estupro de Tamar, que fora violentada por Amnom. Essa, na verdade, era meia-irmã de Amnom, e irmã total de Absalão. Aquele, a fim de coabitar com sua meia-irmã, finge estar doente, e pede que seja por ela alimentado. Após violentar sua meia-irmã, Amnon, a rejeita e o “amor” que por ela sentia se transformou em ódio (v. 15). O fato de ter sido abusada sexualmente por Amnon encheu o coração de Tamar de tristeza. Absalão, ao perceber o que havia acontecido, resolveu ordenar o assassinato do seu meio-irmão Amnom (v. 24-29). Como Davi havia perdido o controle sobre os seus filhos, haja vista esses terem deixado a capital, não houve outra saída senão prantear prostrado pelo ocorrido. No capítulo 15, Absalão se revolta contra Davi, seu pai. O contexto da Escritura nos revela algum ressentimento desse filho do rei, certamente por causa da falta de atitude em relação ao estupro da sua irmã. As pessoas ressentidas tendem a fazer oposição àquelas que julgam as ter ofendido. Absalão planejou, ao longo de quatro anos (I Sm. 15.7,8), um esquema para usurpar o trono de seu pai, assumindo o controle total da situação (v. 10,11). Errante, por causa da perseguição do filho, Davi perdeu o comando do rei e da própria vida. Mas suas angústias paternas ainda não tinham chegado ao fim. Absalão, após ficar dependurado numa árvore, fique à mercê dos soldados de Davi, foi morto. Ao receber mais essa notícia Davi entra nos seus aposentos para chorar a morte do filho (I Sm. 18.31-33). O lamento reservado do rei revelou sua consciência da falta de direcionamento familiar. O casamento com várias mulheres, os filhos que não se toleravam, resultaram em tragédia para a família de Davi.



2. OS PROBLEMAS FAMILIARES DE DAVI

O Senhor havia dito a Davi, por intermédio do profeta Nata, que por causa do seu pecado, a espada jamais se apartaria da sua casa (II Sm. 12.10-11). Essa profecia se cumpriu cabalmente na família do rei de Israel, demonstração contundente da lei da semeadura (Gl. 6.7-8). É digno de destaque que Deus perdoa os pecados, mas essa não prática não deva ser estimulada. Há inclusive quem peque antecipando a promessa do perdão de I João 1.9. Mas o fato de Deus perdoar os pecados não implica necessariamente que ele reverterá as conseqüências. Os problemas familiares começaram a se acumular na vida de Davi: seu filho Absalão coabitou com as esposas de seu pai (II Sm. 12.11; 16.21-22), ele perde o filho decorrente do relacionamento com Bate-Seba (II Sm. 12.15,18), Amnom estrupra sua irmã Tamar (II Sm. 13.1,2), presenciou o ódio intenso entre os seus filhos (II Sm.13.21,27), é obrigado a conviver com a ameaça do próprio filho (II Sm. 14.28), e dele começa a fugir, abdicando do trono (II Sm. 15.14). A atitude dos filhos de Davi refletem os valores que ele mesmo defendia. Ele se deixou levar pelas paixões carnais, por isso, como seu pai Davi, Amnom entregou-se ao desejo sexual (II Sm. 13.1). Amnom não conseguia olhar para a Tamar com respeito, antes, como fez Davi com Bate-Sabe, a transformou em objeto da sua concupiscência. A cultura daquele tempo, bem como a dos dias atuais, é pautada no sexo fácil, na satisfação imediata, em atitudes irresponsáveis. Os sentimentos do outro não são levados em conta. As pessoas não mais falam em amor, na verdade, dizem que “fazem amor”, e, para tanto, agem egoisticamente, sem medir as conseqüências. Não poucas vezes utilizam as pessoas como se fossem copos descartáveis. Davi também demonstrou ser condescendente com as atitudes erronias dos filhos. Ao invés de tomar posição, o rei não se posicionou em relação ao incesto (Lv. 20.17) de Amnom, acentuando a ira de Absalão. Alguns psicólogos modernos defendem esse tipo de omissão paterna. O resultado dessa conivência, no entanto, já começa a ser percebido na sociedade. Filhos rebeldes que não atentam para a autoridade e que se acham donos do mundo.



3. FAMÍLIA: UMA ABORDAGEM CRISTÃ

A família é a célula mãe da sociedade, assim, se tivermos famílias bem estruturadas, também teremos sociedades solidificadas. A família cristã é aquela que reconhece Deus como o mentor de toda e qualquer decisão. Ele é a cabeça, protetor, guia e instrutor da família, e esta se pauta pela Sua palavra, não pelas tendências humanas. Uma abordagem cristã em relação à família consideração as instruções de Cristo e dos apóstolos. Jesus apelou para a criação como fundamento para a organização monogâmica da família (Mt. 5.27-32; 18.19,20). Deu o devido lugar às crianças, apontando-as como exemplo de simplicidade (Mt. 19.13-15). Alguns milagres do Senhor foram realizados em contextos familiares (Mt. 8.1-15; 9.18-26; 15.21-28; Jô. 2.1-11; 4.46-54; 7.11-17; 11.1-46; 21.6-11). Vários textos dos apóstolos referendam o posicionamento de Jesus quanto ao valor da família. Paulo dedica todo o capítulo 7 da I Epístola aos Coríntios a fim de demarcar o posicionamento cristão na família. Outras passagens podem ser destacadas: II Co. 6.14; Ef. 5.22; Clk. 3.18; I tm. 5.8; I Pe. 3.1-7. Em suma, os textos do Novo Testamento sobre a família resguardam o ato sexual para o casamento, determina o homem como o cabeça da mulher, que as relações devam ser contraídas dentro do convívio cristão, e o marido deve amar a esposa como Cristo amou a igreja, mas a esposa deve ser submissa em amor a esse. Os filhos devem obedecer aos pais para que tenham muitos anos de vida sobre a terra, mas os pais, por outro lado, não deve favorecer à irritação dos filhos.

CONCLUSÃO

Davi teve tudo o que desejou na vida, mas, em certas circunstâncias, colocou seus desejos acima dos interesses da família. Como resultado, precisou conviver com uma série de desavenças familiares. Sua conivência, e talvez falta de autoridade para repreender o pecado dos filhos, levou sua família à destruição. Que Deus preserva nossas famílias, que não sejamos levados pela ganância, que a busca desenfreada pelo sucesso não nos distancie de Deus. De nada adiantar ocupar o trono de Israel e não ser capaz de governar sua própria casa.

Respostas:

1 - Ele estava dominado pela atração fisica, à procura de sexo e demostrava ser um homem impulsivo e não racional.
2 - Significa "levantar-se contra a autoridade constituida".
3 - Um bom pai deve acompanhar seus filhos de perto, orientando-os inclusive em relação às suas companhias.
4 - Os pais devem ser os melhores amigos dos filhos, sem, contudo serem cúmplices.
5 - Resposta pessoal.