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2º Trimestre de 2011 - Lição 04

Espirito Santo - Agente capacitador da Obra de Deu

Subsídios para o Estudo da Revista da CPAD


TEXTO ÁUREO
"E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, pois, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49).
A promessa de meu Pai refere-se ao derramamento do Espírito Santo. Vemos esta promessa no AT, em Is 32.15, 44.3; Jl 2.28; Ez 39.29; e no NT, em Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7; At 1.4-8; 2.17,18,33,38,39. Os discípulos aguardaram o cumprimento desta promessa em oração perseverante. O crente atual que busca o batismo no Espírito Santo deve fazer a mesma coisa .

VERDADE PRÁTICA
O Espírito Santo ajuda-nos a viver de maneira santa e habilita-nos a realizar com eficácia, a obra do Senhor Jesus Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 24.46-49; Atos 1.4-8
46 E disse-lhes: nAssim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos;
47 e, em seu nome, se pregasse o arrependimento oe a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.
48 E dessas coisas psois vós testemunhas.
49 E qeis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.

Atos 1.4-8
4 E, eestando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim fouvistes.
5 Porque, gna verdade, João batizou com água, hmas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
6 Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: iSenhor, jrestaurarás tu neste tempo o reino a Israel?
7 E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.
8 Mas mrecebereis a virtude do nEspírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis otestemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins
da terra.

INTRODUÇÃO

PENTECOSTE (at. 2)
Pentecoste era a segunda grande festa sagrada do ano judaico. A primeira grande festa era a Páscoa. Cinqüenta dias após esta, vinha a festa de Pentecoste, nome este derivado do gr. penteekostos (=qüinquagésimo). Era também chamada Festas das Colheitas, porque nela as primícias da sega de grãos eram oferecidas a Deus (cf. Lv 23.17). Da mesma forma, o dia de Pentecoste simboliza, para a igreja, o início da colheita de almas para Deus neste mundo.
2.2,3 UM VENTO... IMPETUOSO, E... LÍNGUAS REPARTIDAS, COMO QUE DE FOGO. As manifestações externas de um som como de um vento poderoso e das línguas de fogo
(vv. 2,3) demonstram que Deus estava ali presente e ativo, de modo poderoso (cf. Êx 3.1-6; 1 Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e a separação dos crentes para Deus, visando a obra de glorificar a Cristo (Jo 16.13,14) e de testemunhar dEle (1.8). Estas duas manifestações antecederam o batismo no Espírito Santo, e não foram repetidas noutros relatos similares do livro de Atos.
CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO
Qual é o significado da plenitude do Espírito Santo recebida no dia de Pentecoste?
(1) Significou o início do cumprimento da promessa de Deus em Jl 2.28,29, de derramar seu Espírito sobre todo o seu povo nos tempos do fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver Jl 2.28,29 nota).
(2) Posto que os últimos dias desta era já começaram (v. 17; cf. Hb 1.2; 1 Pe 1.20), todos agora se vêem ante a decisão de se arrependerem e de crerem em Cristo (3.19; Mt 3.2; Lc 13.3; ver At 2.17 notas).
(3) Os discípulos foram do alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os capacitou a testemunhar de Cristo, a produzir nos perdidos grande convicção no tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento divino, e a desviá-los do pecado para a salvação em Cristo (cf. 1.8 notas; 4.13,33; 6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8 nota).
(4) O Espírito Santo já revelou sua natureza como aquele que anseia e pugna pela salvação de pessoas de todas as nações e aqueles que receberam o batismo no Espírito Santo ficaram cheios do mesmo anseio pela salvação da raça humana (vv. 38-40; 4.12,33; Rm 9.1-3; 10.1). O Pentecoste é o início das missões mundiais (1.8; 2.6-11,39).
(5) Os discípulos se tornaram ministros do Espírito. Não somente pregavam Jesus crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas ao arrependimento e à fé em Cristo, como também influenciavam essas pessoas a receber o dom do Espírito Santo (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no Pentecoste. Mediante este batismo no Espírito, os seguidores de Cristo tornaram-se continuadores do seu ministério terreno. Continuaram a fazer e a ensinar, no poder do Espírito Santo, as mesmas coisas que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar.
COMEÇARAM A FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS
Para um exame do significado do falar em línguas ocorrido no dia de Pentecoste e noutras ocasiões, na igreja do NT, e da
possibilidade de falsas línguas estranhas.

I. O Relacionamento do Espírito Santo com a Humanidade

1 - O Espírito Santo operando em nosss faculdades.

DEFINIÇÃO DA VONTADE DE DEUS. De modo geral, a Bíblia refere-se à vontade de Deus em três sentidos diferentes.
(1) A vontade de Deus é outra maneira de se identificar a Lei de Deus. Davi, por exemplo, forma um paralelo entre a frase “tua lei” e “tua vontade” no Sl 40.8. Semelhantemente, o apóstolo Paulo considera que, conhecer a Deus é sinônimo de conhecer a sua vontade (Rm 2.17,18). Noutras palavras: como em sua Lei o Senhor nos instrui no caminho que Ele traçou, ela pode ser apropriadamente chamada “a vontade de Deus”. “Lei” significa essencialmente “instrução”, e inclui a totalidade da Palavra de Deus.
(2) Também se emprega a expressão “a vontade de Deus” para designar qualquer coisa que Ele explicitamente quer. Pode ser corretamente designada de “a perfeita vontade” de Deus. E a vontade revelada de Deus é que todos sejam salvos (1Tm 2.4; 2Pe 3.9) e que nenhum crente caia da graça. Isso não quer dizer que todos serão salvos, mas apenas que Deus deseja a salvação de todos.
(3) Finalmente, a “vontade de Deus” pode referir-se àquilo que Deus permite, ou deixa acontecer, embora Ele não deseje especificamente que ocorra. Tal coisa pode ser corretamente chamada “a vontade permissiva de Deus”. De fato, muita coisa que acontece no mundo é contrária à perfeita vontade de Deus (e.g., o pecado, a concupiscência, a violência, o ódio, e a dureza de coração), mas Ele permite que o mal continue por enquanto. A chamada de Jonas para ir a Nínive fazia parte da perfeita vontade de Deus, mas sua viagem na direção oposta estava dentro de sua vontade permissiva (ver Jn 1). Além disso, a decisão de muitas pessoas permanecerem sem salvação é permitida por Deus. Ele não impõe a fé aos que recusam a salvação mediante o seu Filho. Semelhantemente, muitas aflições e males que nos acometem são
permitidos por Deus (1Pe 3.17; 4.19), mas não é desejo seu que soframos.

2. O Espirito Santo operando nos sentimentos e vontades.

FAZENDO A VONTADE DE DEUS.
Afeta a nossa vida diária como crentes.
(1) Primeiro, devemos descobrir qual é a vontade de Deus, conforme revelada nas Escrituras. Como os dias em que vivemos são maus, temos de entender qual a perfeita e agradável vontade de Deus (Ef 5.17).
(2) Uma vez que já sabemos como Ele deseja que vivamos como crentes, precisamos dedicar-nos ao cumprimento da sua vontade. O salmista, por exemplo, pede a Deus que lhe ensine a “fazer a tua vontade” (Sl 143.10). Ao pedir, igualmente, que o Espírito o guie “por terra plana”, indica que, em essência, está rogando a Deus a capacidadede viver uma vida de retidão. Semelhantemente, Paulo espera que os cristãos tessalonicenses sigam a vontade divina, evitando a imoralidade sexual, e vivendo de maneira santa e honrosa (1Ts 4.3,4). Noutro lugar, Paulo ora para que os cristãos recebam a plenitude do conhecimento da vontade divina, a fim de viverem “dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo” (Cl 1.9,10).
(3) Os crentes são exortados a orarem para que a vontade de Deus seja feita (cf. Mt 6.10; 26.42; Lc 11.2; Rm 15.30-32; Tg 4.13-15). Devemos desejar, com sinceridade, a perfeita vontade de Deus, e ter o propósito de cumprí-la em nossa vida e na vida de nossa família (ver Mt 6.10 nota). Se essa for a nossa oração e compromisso, teremos total confiança de que o nosso presente e futuro estarão sob os cuidados do Pai (cf. At 18.21; 1Co 4.19; 16.7). Se, porém, há pecado deliberado em nossa vida, e rebelião contra a sua Palavra, Deus não atenderá as nossas orações. Não poderemos esperar que a vontade divina seja feita na terra como no céu, a não ser que nós mesmos procuremos cumprir a sua vontade em nossa própria vida.
(4) Finalmente, não podemos usar a vontade de Deus como desculpa pela passividade, ou irresponsabilidade, no tocante à sua chamada para lutarmos contra o pecado e a mornidão espiritual. É Satanás, e não Deus, o culpado por essa era maligna, com a sua crueldade, maldade e injustiça (ver 1Jo 5.19 nota). É também Satanás quem causa grande parte da dor e sofrimento no mundo (cf. Jó 1.6-12; 2.1-6; Lc 13.16; 2Co 12.7). Assim como Jesus veio para destruir as obras do diabo (1Jo 3.8), assim também é da vontade explícita de Deus que batalhemos contra as hostes espirituais da maldade por meio do Espírito Santo (Ef 6.10-20; 1Ts 5.8.)

3. O Espirito Santo e a adoração.

8.14 GUIADOS PELO ESPÍRITO DE DEUS. O Espírito Santo habita no crente como filho de Deus, a fim de levá-lo a pensar, falar e agir de conformidade com a Palavra de Deus. (1) Ele orienta o crente, principalmente, por impulsos que:
(a) são exortações interiores para o crente cumprir a vontade de Deus e mortificar as obras pecaminosas do corpo (v. 13; Fp 2.13; Tt 2.11,12);
(b) estão sempre em harmonia com as Escrituras (1 Co 2.12,13; cf. 2 Pe 1.20,21); (c) visam a dar orientação na vida (Lc 4.1; At 10.19,20; 16.6,7);
(d) opõem-se aos desejos pecaminosos oriundos das tendências naturais do crente (Gl 5.17,18; 1 Pe 2.11);
(e) têm a ver com a culpa do pecado, o padrão da justiça de Cristo e o juízo divino contra o mal (Jo 16.8-11);
(f) exortam o crente a perseverar na fé e o advertem contra a apostasia da sua fé em Cristo (v.13; Hb 3.7-14);
(g) enfraquecem à medida que o crente deixa de obedecer aos apelos do Espírito (1.28; Ef 4.17-19,30,31; 1 Ts 5.19);
(h) resultam em morte espiritual quando rejeitados (vv. 6,13); e (i) resultam em vida espiritual e em paz quando obedecidos (vv. 6,10,11,13; Gl 5.22,23).
(2) Os avisos ou a voz interior do Espírito vêm através de:
(a) ler a Palavra de Deus (Jo 14.26; 15.7,26; 16.13; 2 Tm 3.16,17);
(b) orar fervorosamente (8.26; At 13.2,3);
(c) ouvir a pregação e ensino sadios e santos (2 Tm 4.1,2; Hb 13.7,17);
(d) exercitar as manifestações do Espírito (ver 1 Co 12.7-10; 14.6); e
(e) acatar os conselhos de pais cristãos e de líderes espirituais fidedignos (Ef 6.1; Cl 3.20).
O Espírito Santo nos transmite a confiança de que, por Cristo e em Cristo, agora somos filhos de Deus (v. 15). Ele torna real a verdade de que Cristo nos amou, ainda nos ama e vive por nós no céu, como nosso Mediador (cf. Hb 7.25).
O Espírito também nos revela que o Pai nos ama como seus filhos por adoção, não
menos do que Ele ama seu Filho Unigênito (Jo 14.21,23; 17.23). Finalmente, o Espírito cria em nós o amor e a confiança que nos capacitam a lhe clamar: "Aba, Pai" (v. 15).
At 8.17 SE... COM ELE PADECEMOS. Paulo nos faz lembrar que a vida vitoriosa no Espírito Santo não é nenhum caminho fácil. Jesus sofreu, e nós que o seguimos sofreremos
também. Esse sofrimento é considerado um sofrimento em conjunto com Ele (cf. 2 Co 1.5; Fp 3.10; Cl 1.24; 2 Tm 2.11,12) e advém do nosso relacionamento com Deus como seus
filhos, da nossa identificação com Cristo, do nosso testemunho dEle e da nossa recusa de nos conformar com o mundo (cf. 12.1,2).

II O E. S. na Vida do Crente.

1 - A presença constante do Epirito Santo.

Jo 14.16 O CONSOLADOR. Jesus chama o Espírito Santo de "Consolador". Trata-se da tradução da palavra grega parakletos, que significa literalmente "alguém chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar". É um termo rico de sentido, significando Consolador, Fortalecedor, Conselheiro, Socorro, Advogado, Aliado e Amigo. O termo grego para "outro" é, aqui, allon, significando "outro da mesma espécie", e não heteros, que significa outro, mas de espécie diferente. Noutras palavras, o Espírito Santo dá prosseguimento ao que Cristo fez quando na terra.
(1) Jesus promete enviar outro Consolador. O Espírito Santo, pois, faria pelos discípulos, tudo quanto Cristo tinha feito por eles, enquanto estava com eles. O Espírito estaria ao lado deles para os ajudar (cf. Mt 14. 30,31), prover a direção certa para suas vidas (v. 26), consolar nos momentos difíceis (v. 18), interceder por eles em oração (Rm 8.26,27; cf. 8.34) e permanecer com eles para sempre.
(2) A palavra parakletos é aplicada ao Senhor Jesus em 1 Jo 2.1. Jesus, portanto, é nosso Ajudador e Intercessor no céu (cf. Hb 7.25) enquanto que o Espírito Santo é nosso Ajudador e Intercessor, habitando em nós, aqui na terra (Rm 8.9,26; 1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; 2 Tm 1.14).
Jo 14.17 HABITA CONVOSCO E ESTARÁ EM VÓS. Cristo declara que o Espírito Santo habitava agora com os discípulos, e lhes promete que futuramente Ele estaria "em vós". A promessa do Espírito Santo para habitar nos fiéis cumpriu-se depois da ressurreição de Cristo, quando Ele assoprou sobre eles e disse-lhes: "Recebei o Espírito Santo". A seguir, Cristo lhes ordenou a aguardarem uma outra experiência no Espírito Santo, que lhes daria grande poder para testemunhar. "Mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias... recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós" (At 1.5,8; 2.4, para a operação do Espírito Santo na regeneração do pecador.
Jo 14.17 O ESPÍRITO DA VERDADE. O Espírito Santo é chamado "O Espírito da verdade" (15.26; 16.13; cf. 1 Jo 4.6; 5.6), porque Ele é o Espírito de Jesus, que é a verdade (18.37), instrui quanto à verdade, expõe a mentira (At 5.1-9) e guia o crente em toda a verdade (16.13). Aqueles que querem sacrificar a verdade em favor da unidade, do amor, ou outra qualquer razão, negam o Espírito da verdade, que os tais alegam ter. A igreja que abandona a verdade, abandona a seu Senhor. O Espírito Santo não será conselheiro dos que são indiferentes à fé ou a seu compromisso com a verdade. Ele vive somente nos que adoram ao Senhor "em espírito e em verdade" (4.24).
Jo 14.18 VOLTAREI PARA VÓS. Jesus se revela ao crente obediente mediante o Espírito Santo, que torna conhecida a presença pessoal de Jesus na, e com a pessoa que o ama (v. 21). O Espírito nos torna conscientes da presença de Jesus e da realidade do seu amor, bênção e socorro. Essa é uma das suas missões principais. É mediante o Espírito Santo que Cristo vive no crente, que por esta razão deve expressar amor, adoração e dedicação a Deus.
Jo 14.21 AQUELE QUE TEM OS MEUS MANDAMENTOS. Guardar os mandamentos de Cristo não é uma questão de opção para quem quer ter a vida eterna (3.36; 14.21,23; 15.8-10,14; Lc 6.46-49, Tg 1.22; 2 Pe 1.5-11; 1 Jo 2.3-5). (1) A nossa obediência a Cristo, embora nunca perfeita, deve porém ser real. Ela é um aspecto essencial da fé salvífica que brota do nosso amor a Ele. O amor a Cristo é o alicerce da verdadeira obe-diência (vv. 15,21,23,24). Sem amor a Cristo, o esforço humano de guardar seus mandamentos torna-se legalismo. (2) À pessoa que ama a Cristo e se esforça por guardar de modo correto os seus mandamentos, Ele promete amor, graça, bênçãos especiais e sua real presença no seu interior (cf. v. 23).

2 - O desenvolvimento constante do Espírito Santo

Jo 1.10 O MUNDO NÃO O CONHECEU. O "mundo" se refere à totalidade da sociedade organizada e que age independente de Deus, da sua Palavra e do seu governo. O mundo nunca concordará com Cristo; permanecerá indiferente ou hostil a Cristo e ao seu evangelho, até o final dos tempos (ver Tg 4.4). O mundo é o grande oponente do Salvador na história da salvação (cf. Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17; 4.5).
Jo 1.12 FILHOS DE DEUS. O homem tem o poder -(o direito) de se tornar filho de Deus somente se crer no nome de Cristo. Quando ele o recebe, nasce de novo e é feito filho de Deus (3.1-21). Portanto, nem todas as pessoas são "filhos de Deus" no sentido bíblico.
Jo 1.12 CRÊEM. É importante notar que João nunca emprega o substantivo "fé" (gr. pistis). Entretanto, emprega o verbo "crer" (gr. pisteuo) 98 vezes. Para João, a fé salvífica é, pois, uma atividade; algo que as pessoas realizam. A verdadeira fé não é crer e confiar de modo estático em Jesus e na sua obra redentora, mas uma dedicação amorosa e abnegada que continuamente nos aproxima dEle como Senhor e Salvador (cf. Hb 7.25).
Jo 1.12 RECEBERAM... CRÊEM. Este versículo retrata claramente como a fé salvífica é tanto um ato instantâneo como uma atitude da vida inteira. (1) Para alguém se tornar filho de Deus, deve "receber" (gr. elabon, de lambano) a Cristo. O tempo pretérito do aoristo aqui denota um ato definido de fé. (2) Após este ato de fé, de receber a Cristo como Salvador, deve haver da parte do pecador uma ação contínua de crer. O verbo "crer" (gr. pisteuosin, de pisteuo) é um particípio presente ativo, indicando a necessidade da perseverança no crer. A fé genuína precisa continuar após o ato inicial da pessoa aceitar a Cristo para que ela seja salva. "Aquele que perseverar até ao fim será salvo" (Mt 10.22; 24.12,13; Cl 1.21-23; Hb 3.6, 12-15).
Jo 1.13 NASCERAM... NEM DA VONTADE DA CARNE. Esta passagem mostra que Deus não tinha obrigação de prover salvação para o homem mediante a morte de Cristo. Na
provisão da salvação, Deus não teve outra compulsão senão o seu próprio amor e compaixão. A iniciativa em prover a salvação do perdido pecador, parte de Deus.

3 - Ser "Cheio do Espirito Santo".

Ef 5.18 ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO. "Enchei-vos" (imperativo passivo presente) tem o significado, em grego, de "ser enchido repetidas vezes". A vida espiritual do filho de Deus deve experimentar a renovação constante (3.14-19; 4.22-24; Rm 12.2), mediante enchimentos repetidos do Espírito Santo.
(1) O cristão deve ser batizado no Espírito Santo após a conversão (ver At 1.5; 2.4), mas também deve renovar-se no Espírito repetidas vezes, para adoração a Deus, serviço e testemunho (ver At 4.31-33 nota).
(2) Experimentamos enchimentos repetidos do Espírito Santo quando mantemos uma fé viva em Jesus Cristo (Gl 3.5), estamos repletos da Palavra de Deus (Cl 3.16), oramos, damos graças e cantamos ao Senhor (1 Co 14.15; Ef 5.19,20), servimos ao próximo (Ef 5.21 ) e fazemos aquilo que o Espírito Santo quer (Rm 8.1-14; Gl 5.16ss.; Ef 4.30; 1 Ts 5.19).
(3) Alguns resultados de ser cheio do Espírito Santo são: (a) falar com alegria a Deus, em salmos, hinos e cânticos espirituais (v. 19), (b) dar graças (v. 20) e (c) sujeitar-nos uns aos outros (v. 21).

III O Batismo com E.S. Capacita-nos a Fazer a Obra de Deus

1 - Intrepidez para testemunhar.

O batismo no Espírito Santo não somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador, como também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26; 15.26,27).
(1) O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal de Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio Jesus Cristo resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradar nosso Salvador.
(2) O Espírito Santo dá testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a Cristo (Jo 16.14), não somente com palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do Espírito Santo a respeito da obra redentora de Jesus Cristo, manifestará com certeza, à semelhança de Cristo, o amor, a verdade e a justiça em sua vida (cf. 1 Co 13).
(3) O batismo no Espírito Santo outorga poder para o crente testemunhar de Cristo e produz nos perdidos a convicção do pecado, da justiça e do juízo. Os efeitos desta convicção se tornarão evidentes naqueles que proclamam com sinceridade a mensagem da Palavra e naqueles que a recebem (2.39,40).
(4) O batismo no Espírito Santo destina-se àqueles cujos corações pertencem a Deus por terem abandonado seus maus caminhos (2.38; 3.26), e é mantido mediante a mesma dedicação sincera a Cristo.
(5) O batismo no Espírito Santo é um batismo no Espírito que é santo (cf. Espírito de santificação , Rm 1.4). Assim, se o Espírito Santo realmente estiver operando em nós plenamente, viveremos em maior conformidade com a santidade de Cristo. À luz destas verdades bíblicas, portanto, quem for batizado no Espírito Santo, terá um desejo intenso de agradar a Cristo em tudo o que puder. Noutras palavras: a plenitude do Espírito complementa (i.e., completa) a obra salvífica e santificadora do Espírito Santo em nossa vida. Aqueles que afirmam ter a plenitude do Espírito, mas vivem uma vida contrária ao Espírito de santidade, estão enganados e mentindo. Aqueles que manifestam dons espirituais, milagres, sinais espetaculares, ou oratória inspiradora, mas não têm uma vida de verdadeira fé, amor e retidão, não estão agindo segundo o Espírito Santo, mas segundo um espírito impuro que não é de Deus (Mt 7.21-23; cf. Mt 24.24; 2 Co 11.13-15.

2 - Formação de discípulos

A experiência do Pentecoste sempre envolve a responsabilidade humana. Aqueles que desejam o derramamento do Espírito em sua vida, para terem poder para realizar a obra de Deus, devem colocar-se à disposição do Espírito Santo mediante sua submissão à vontade de Deus e à oração (v. 4; 2.38; 9.11-17; cf. Lc 11.5-13; 24.49; Is 40.29-31). Note os paralelos entre a vinda do Espírito sobre Jesus e os discípulos.
(1) O Espírito desceu sobre eles depois que oraram (Lc 3.21,22; At 1.14; 2.2-4).
(2) Houve manifestações visíveis do Espírito (Lc 3.22; At 2.2-4).
(3) Os ministérios, tanto de Jesus como dos discípulos, começaram depois do Espírito Santo vir sobre eles (cf. Mt 3.16 com 4.17; Lc 3.21,22 com 4.14-19; At 2.14-47).

3 - Chamados para servir.

At 4.18 ME UNGIU. Aqui, Jesus explica o propósito do seu ministério ungido pelo Espírito Santo.
(1) É para pregar o evangelho aos pobres, aos necessitados, aos aflitos, aos humildes, aos abatidos de espírito, aos quebrantados de coração e aos que temem a sua Palavra (cf. Is 61.1-3 nota; 66.2 nota).
(2) É para curar os aflitos e oprimidos. Essa cura envolve a pessoa inteira, tanto física quanto espiritual.
(3) É abrir os olhos espirituais dos que foram cegados pelo mundo e por Satanás, para agora verem a verdade das boas-novas de Deus (cf. Jo 9.39).
(4) É para proclamar o tempo da verdadeira liberdade e salvação do domínio de Satanás, do pecado, do medo e da culpa (cf. Jo 8.36; At 26.18).
Todos os que são cheios do Espírito Santo devem participar do ministério de Jesus, da maneira descrita acima. Para fazermos assim, precisamos estar profundamente conscientes da extrema necessidade e miséria da raça humana, resultante do pecado e do poder de Satanás uma condição de escravidão do mal, desolação, cegueira espiritual e males físicos.

CONCLUSÃO

Mt 28.19 IDE... ENSINAI... BATIZANDO. Estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a
responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja.
(1) A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação no NT, da parte de Cristo e dos apóstoloS. Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 13.1-4).
(2) O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão (perdão) dos pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento de o dom do Espírito Santo (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de Jesus, do céu (At 3.19,20; 1 Ts 1.10).
(3) O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observarão os
mandamentos de Cristo. Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e vontade (cf. Jo 8.31).
(4) Note-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo. Aqueles que crêem em Cristo devem abandonar o presente sistema mundano maligno e separar-se da sua imoralidade (Rm 13.12; 2 Co 6.14, e ao mesmo tempo expor a sua malignidade (Ef 5.11).
(5) Os que crêem em Cristo e no evangelho devem ser batizados em água. Este ato representa o compromisso que assumiram, de renúncia à imoralidade, ao mundo e à sua própria natureza pecaminosa e de se consagrar sem reservas a Cristo e aos propósitos do seu reino.
(6) Cristo estará com seus seguidores obedientes, através da presença e do poder do Espírito Santo (cf. v. 20; 1.23; 18.20). Devem ir a todas as nações e testemunhar somente depois que do alto sejam revestidos de poder.

Mt 28.20 ESTOU CONVOSCO. Esta promessa é a garantia de Cristo para os que estão empenhados em ganhar os perdidos e ensinar-lhes a obedecer aos seus padrões de retidão. Jesus ressurgiu, está vivo, e pessoalmente tem cuidado de cada filho seu. Ele está contigo na pessoa do Espírito Santo (Jo 14.16,26), e através da sua Palavra (Jo 14.23). Não importa a tua condição - fraco, pobre, humilde, sem importância , Ele cuida de ti e vê com solicitude cada detalhe das lutas e provações da vida e concede a graça suficiente (2 Co 12.9), bem como a sua presença para te dar vitória até o fim (28;20, At 18.10). Esta é a resposta do crente, ante cada temor, dúvida, problema, angústia e desânimo.

BIBLIOGRAFIA

Bíblia NVI
Bíblia Petencostal CPAD
Revista Visão Missoinário
http://estudos-biblicos1.blogspot.com/
Revista Jovens e Adultos CPAD
Bom dia Espirito Santo - Benny Hinn

2º Trimestre de 2011 - Lição 03

O Que é Batismo com o Espirito Santo

Texto Áureo - Mt 3.11

E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.

** Nota 1** João Batista ensina que a obra do Messias vindouro inclui batizar seus seguidores com o Espírito Santo e com fogo,batismo este que outorga grande poder para vivermos por Ele e testemunhar dEle.

** Nota 2**O batismo com [ou em] o Espírito Santo (cf. Mt 3.11), que Cristo outorga aos seus seguidores, é o novo sinal de identificação do povo de Deus.

(1) Foi prometido em Jl 2.28 e reafirmado por Cristo depois da sua ressurreição em 24.49; At 1.4-8. Essa predição teve seu cumprimento inicial no dia do Pentecoste (ver At 2.4,).

(2) O ministério de Cristo, de batizar no Espírito Santo, é um ministério contínuo durante toda a era atual. Assim, deixa claro o texto grego de Jo 1.33 ( o que batiza com o Espírito Santo ); essa expressão emprega o particípio presente (ho baptizon), que significa aquele que continuará a batizar . Logo, as referências em Lc e Jo não somente dizem respeito ao primeiro derramamento do Espírito Santo no Pentecoste, mas também à missão principal e ao ministério de Jesus, como aquele que batiza no Espírito Santo durante toda a era atual: porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe (At 2.39).


**Nota 3**O batismo com o Espírito Santo é identificado em outras passagens. Em Atos 1:4-5, Jesus o prometeu aos apóstolos. Ele cumpriu essa promessa em Atos 2:1-4. Outra vez, ele concedeu o batismo com o Espírito Santo à família de Cornélio (Atos 10:44-48; 11:15-17).

Mas, o que é o batismo com fogo? Alguns sugerem que o fogo se refere às "línguas, como de fogo" que pousaram sobre os apóstolos em Atos 2:3. Mas, tal interpretação não explica adequadamente o comentário de João Batista. No contexto imediato (Lucas 3:17; Mateus 3:12), João explica que o fogo representa castigo em fogo inextinguível. Alguns de seus ouvintes seriam batizados com o Espírito Santo, e outros deles seriam imersos no fogo do castigo eterno. João mencionou esses batismos principalmente para ensinar a superioridade de Jesus (veja João 3:30). João, sendo mero homem, tinha autoridade para controlar as águas que ele usava nos batismos de milhares de judeus. Mas Jesus, sendo o Filho de Deus, mostraria seu poder ilimitado. Ele enviaria o Espírito Santo e, também, rejeitaria algumas pessoas eternamente. João e outros pregadores na Bíblia não falaram do inferno sem propósito. Não falaram desse assunto para assustar os ouvintes, nem para sugerir que Jesus fosse somente severo (veja Romanos 11:22). Quando pregaram sobre o castigo eterno, eles estavam nos ajudando a entender a importância de obediência a Cristo. Se não aceitarmos a salvação que ele oferece, teremos o destino infeliz "em chama de fogo" (2 Tessalonicenses 1:7-8).


O batismo com o Espírito Santo é identificado em outras passagens. Em Atos 1:4-5, Jesus o prometeu aos apóstolos. Ele cumpriu essa promessa em Atos 2:1-4. Outra vez, ele concedeu o batismo com o Espírito Santo à família de Cornélio (Atos 10:44-48; 11:15-17).

* Você tem lembraça do dia e em que circustância fui batisado com o Espirito Santo"? * Tente memorisar e voltar aquele seu primeiro amor...Deus e contigo.
* Se caso ainda não recebeu, procure o batismo, e revestimento nescessário para obra à que Jesus lhe chamou.

Verdade Prática

O batismo com o Espírito Santo é uma experiência subseqüente à salvação, concedida por Deus a seus servos, tornando-os aptos a cumprir a missão de pregar o Evangelho.

Leitura Bíblica em Classe At2.1-4,7,8

1 - E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar;

2 - E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.

3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

4 - E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. 7 -E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? 8 - Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?

Desenvolvimento

I O que não é o Batismo com o Espirito Santo

1 - O batismo com o Espirito Santo não é a regeneração espriritual do pecador. Jo 20.22 “E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” A outorga do Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no Espírito Santo como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4). Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do Cristo ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.
(1) Durante a última reunião de Jesus com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes prometeu que receberiam o Espírito Santo, como aquele que os regeneraria: “habita convosco, e estará em vós” (14.17 veja nota). Jesus agora cumpre aquela promessa.
(2) Da frase, “assoprou sobre eles”, em 20.22, infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega traduzida por “soprou” (emphusao) é o mesmo verbo usado na Septuaginta (a tradução grega do AT) em Gn 2.7, onde Deus “soprou em seus narizes [de Adão] o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se acha em Ez 37.9: “Assopra sobre estes mortos, para que vivam”. O uso que João faz deste verbo neste versículo indica que Jesus estava lhes outorgando o Espírito a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é, assim como Deus soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida, e o homem se tornou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, Jesus soprou espiritualmente sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas. Mediante sua ressurreição, Jesus tornou-se em “espírito vivificante” (1Co 15.45).
(3) O imperativo “Recebei o Espírito Santo” estabelece o fato que o Espírito, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal de “receber” está no aoristo imperativo (gr. lebete, do verbo lambano), que denota um ato único de recebimento. Este “recebimento” da vida pelo Espírito Santo antecede a outorga da autoridade de Jesus para eles (Jo 20.23), bem como do batismo no Espírito Santo, pouco depois, no dia de Pentecoste (At 2.4). (4) Antes dessa ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em Cristo, e seus seguidores, segundo os preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios do novo concerto baseado na morte e ressurreição de Jesus (ver Mt 26.28; Lc 22.20; 1Co 11.25; Ef 2.15,16; Hb 9.15-17. Foi, também, nessa ocasião, e não no Pentecoste, que a igreja nasceu, i.e., uma nova ordem espiritual, assim como no princípio Deus soprou sobre o homem até então inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).
(5) Este trecho é essencial para a compreensão do ministério do Espírito Santo entre o povo de Deus:
(a) os discípulos receberam o Espírito Santo (i.e., o Espírito Santo passou a habitar neles e os regenerou) antes do dia de Pentecoste; e
(b) o derramamento do Espírito Santo em At 2.4. Isto seguiu-se à primeira experiência. O batismo no Espírito no dia do Pentecoste foi, portanto, uma segunda e distinta obra do Espírito neles.
(6) Estas duas obras distintas do Espírito Santo na vida dos discípulos de Jesus são normativas para todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o Espírito Santo ao serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo no Espírito Santo para receberem poder para serem suas testemunhas (At 1.5,8; 2.4;).
(7) Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por Jesus do Espírito Santo em 20.22 era tão somente uma profecia simbólica da vinda do Espírito Santo no Pentecoste. Muitos confundem o batismo com Espirito Santo com a salvação e a santificação. Eles desconhecem que, na obra regeneradora, o Espirito Santo transmit nova vida ao pecador conforme a palavra que esta em 2 Co 5.17.Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

2 - O batismo no corpo de Cristo não é o batismo com Espirito Santo.

Veja e exegese do 1 Co 12.13(TODOS NÓS FOMOS BATIZADOS EM UM ESPÍRITO. O batismo "em um Espírito" não se refere, nem ao batismo em água, nem ao batismo no Espírito Santo que Cristo outorga ao crente como no dia de Pentecoste (ver Mc 1.8; At 2.4 nota). Refere-se, pelo contrário, ao ato do Espírito Santo batizar o crente no corpo de Cristo - a igreja, unindo-o a esse corpo; fazendo com que ele seja um só com os demais crentes. É a transformação espiritual (i.e., a regeneração) que ocorre na conversão e que coloca o crente "em Cristo" biblicamente.

3 - O batsimo com o Espirito Santo não é uma experiência exclusiva dos dias apostólicos.

Repare que me At 2.39 A VÓS, A VOSSOS FILHOS E A TODOS. A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste (v.4), mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era: a vós os ouvintes de Pedro; a vossos filhos à geração seguinte; à todos os que estão longe à terceira geração e às subseqüentes.
(1) O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecoste (cf. v. 38; 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica.
(2) É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido e concedido aos cristãos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49).

II O que é o Batismo com o Epirito Santo

1 - O falar em línguas com sinal de batismo. At 2.4

“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” O falar noutras línguas, ou a glossolália (gr. glossais lalo), era entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo (ver 2.4; 10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de hoje.
O VERDADEIRO FALAR EM LÍNGUAS.
(1) As línguas como manifestação do Espírito. Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo, i.e., uma expressão vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente fala numa língua (gr. glossa) que nunca aprendeu (2.4; 1Co 14.14,15). Estas línguas podem ser humanas, i.e., atualmente faladas (2.6), ou desconhecidas na terra (cf. 1Co 13.1). Não é “fala extática”, como algumas traduções afirmam, pois a Bíblia nunca se refere à “expressão vocal extática” para referir-se ao falar noutras línguas pelo Espírito.
(2) Línguas como sinal externo inicial do batismo no Espírito Santo. Falar noutras línguas é uma expressão verbal inspirada, mediante a qual o espírito do crente e o Espírito Santo se unem no louvor e/ou profecia. Desde o início, Deus vinculou o falar noutras línguas ao batismo no Espírito Santo (2.4), de modo que os primeiros 120 crentes no dia do Pentecoste, e os demais batizados a partir de então, tivessem uma confirmação física de que realmente receberam o batismo no Espírito Santo (cf. 10.45,46). Desse modo, essa experiência podia ser comprovada quanto a tempo e local de recebimento. No decurso da história da igreja, sempre que as línguas como sinal foram rejeitadas, ou ignoradas, a verdade e a experiência do Pentecoste foram distorcidas, ou totalmente suprimidas.
(3) As línguas como dom. Falar noutras línguas também é descrito como um dos dons concedidos ao crente pelo Espírito Santo (1Co 12.4-10). Este dom tem dois propósitos principais:
(a) O falar noutras línguas seguido de interpretação, também pelo Espírito, em culto público, como mensagem verbal à congregação para sua edificação espiritual (1Co 14.5,6,13-17).
(b) O falar noutras línguas pelo crente para dirigir-se a Deus nas suas devoções particulares e, deste modo, edificar sua vida espiritual (1Co 14.4). Significa falar ao nível do espírito (14.2,14), com o propósito de orar (14.2,14,15,28), dar graças (14.16,17) ou cantar(14.15)

OUTRAS LÍNGUAS, PORÉM FALSAS. O simples fato de alguém falar “noutras línguas”, ou exercitar outra manifestação sobrenatural não é evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios. A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se nossas experiências espirituais procedem realmente de Deus (ver 1Jo 4.1 nota).

(1) Somente devemos aceitar as línguas se elas procederem do Espírito Santo, como em 2.4. Esse fenômeno, segundo o livro de Atos, deve ser espontâneo e resultado do derramamento inicial do Espírito Santo. Não é algo aprendido, nem ensinado, como por exemplo instruir crentes a pronunciar sílabas sem nexo.

(2) O Espírito Santo nos adverte claramente que nestes últimos dias surgirá apostasia dentro da igreja (1Tm 4.1,2); sinais e maravilhas operados por Satanás (Mt 7.22,23; cf. 2Ts 2.9) e obreirosfraudulentos que fingem ser servos de Deus (2Pe 2.1,2).

(3) Se alguém afirma que fala noutras línguas, mas não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito Santo (1 Jo 3.6-10; 4.1-3; cf. Gl 1.9 nota; Mt 24.11-24, Jo8.31).

2 - O dom de variedade de línguas Dom de Variedades de Línguas (12.10).

No tocante às “línguas” (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos: (

a) Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, e.g., “línguas... dos anjos” (13.1;)A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala (14.14), como pelos ouvintes (14.16).

(b) O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus (i.e., na oração, no louvor, no bendizer e na ação de graças), expressando-se através do espírito mais do que da mente (14.2, 14) e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da atividade da mente (cf. 14.2, 15, 28; Jd 20).

(c) Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (14.3, 27,28). Ela pode conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja (cf. 14.6).

(d) Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em “êxtase” ou “fora de controle”.

3 - A finalidade do dons de línguas

1Co 14.2(comentário do versiculo) O QUE FALA LÍNGUA.

Os coríntios exageravam a importância do dom de línguas no culto público e isso em detrimento dos outros dons. Além disso, usavam esse dom na igreja sem interpretação. Paulo procura corrigir esse abuso ao ressaltar que as línguas sem interpretação no culto público, de nada aproveitam. Segue-se um esboço desse capítulo:

(1) A profecia edifica a igreja, mais do que as línguas sem interpretação (vv. 1-4). (2) A profecia, e as línguas com interpretação, têm igual importância na igreja (v. 5).
(3) Falar em línguas no culto público, sem interpretação, não beneficia os outros (vv. 6-12).
(4) Os que falam ou oram em línguas na igreja, devem orar pedindo o dom da interpretação, para assim edificarem a igreja (v. 13).
(5) Na vida pessoal de Paulo, falar com Deus em línguas é um meio importante de adoração e de crescimento espiritual (vv. 14-19).
(6) A profecia é mais útil do que as línguas sem interpretação, visto que a profecia leva à convicção do pecado e a consciência da presença de Deus (vv. 20-25).
(7) O falar em línguas e o profetizar devem ser regulados a fim de que prevaleça a ordem na igreja (vv. 26-40).

1Co 14.2(comentário do versiculo) NÃO FALA AOS HOMENS, SENÃO A DEUS. Há, basicamente, duas maneiras de entender este versículo.

(1) Alguns entendem que ele mostra que a finalidade principal das línguas, quer na igreja, quer em particular, é falar primeiramente com Deus, e não aos homens (v. 2). Quando as línguas são dirigidas a Deus, envolvem a comunicação com Ele mediante o Espírito Santo, e podem tomar a forma de oração, de louvor, de cânticos, de invocação de bênçãos e de ação de graças. O que se fala em línguas são "mistérios", i.e., coisas incompreensíveis a quem fala e aos ouvintes (cf. vv. 2.13-17). A interpretação da expressão vocal (vv. 5,13) em línguas, permite a congregação participar dessa manifestação de adoração dirigida pelo Espírito e, assim, ela poderá dizer "amém" (v.16) à oração ou ao louvor inspirados pelo Espírito (v. 16; ver também v.6 nota).

(2) Por outro lado, é possível que a declaração de Paulo queira dizer que somente Deus compreende uma expressão em línguas, a não ser que seja interpretada (v. 5). O sentido seria que as línguas, quando interpretadas, são dirigidas aos homens. Esse ponto de vista é apoiado pela declaração de Paulo de que a razão pela qual as línguas não são dirigidas aos homens é porque "ninguém o entende" .

1Co 14.3(comentário do versiculo) PROFETIZA... PARA EDIFICAÇÃO. O dom de profecia na igreja é originado pelo Espírito Santo, não primeiramente para predizer o futuro, mas para fortalecer a fé do crente, sua vida espiritual e sua resolução sincera de permanecer fiel a Cristo e aos seus ensinos. Profetizar não é, porém, pregar um sermão preparado, mas transmitir palavras espontâneas sob o impulso do Espírito Santo, para a edificação do indivíduo ou da congregação.

1Co 14.4(cometário do versiculo) EDIFICA-SE A SI MESMO. Falar em línguas sem interpretação edifica (i.e., faz crescer a fé e a vida espiritual, ver v. 26 nota) a quem fala, porque coloca a pessoa em comunhão direta com Deus por meio do Espírito (cf. Ef 3.16; Jd 20), ultrapassando a capacidade da mente. Paulo declara que ele ora e tem comunhão com Deus desta maneira, e ao mesmo tempo ora com o seu entendimento (vv. 14,15).

1Co 14.5(cometário do versiculo) EU QUERO QUE TODOS VÓS FALEIS LÍNGUAS. O desejo de Paulo refere-se aqui ao falar em línguas a Deus nos momentos de devoção particular. Fica claro que línguas assim, têm valor para a adoração e oração pessoais do cristão individualmente (vv. 2,4). Paulo acrescenta que as línguas autênticas, acompanhadas de interpretação na assembléia, edificam a igreja, da mesma maneira que a profecia. Falar em línguas no culto, sem a interpretação, não contribui, em nada para a edificação da igreja (vv. 7-9).

1Co 14.6(comentário do versiculo) FALANDO LÍNGUAS ESTRANHAS, QUE VOS APROVEITARIA? Às vezes, as línguas faladas podem ser dirigidas à congregação. Paulo descreve a situação hipotética dele chegar a Corinto e falar em línguas no culto de adoração ali. Tal fala não lhes aproveitaria nada, a não ser que ele também lhes levasse alguma revelação ou conhecimento. O conteúdo deste versículo sugere que essas línguas, ao serem interpretadas, deveriam consistir de mensagem contendo revelação, conhecimento, profecia, ou ensino à congregação. Esse modo de entender tem apoio no versículo 8, onde Paulo apresenta a analogia da trombeta que transmite uma mensagem de preparo para a batalha. Noutras palavras, falar em línguas com interpretação pode resultar numa mensagem ao povo de Deus, de preparo para a guerra espiritual contra Satanás, contra o pecado e as coisas ímpias do mundo, ou pode nos conclamar ao preparo para a volta iminente de Cristo.

III A Experiência de Atos 2

1 - Glossolalia (do grego γλώσσα, "glóssa" [língua]; λαλώ, "laló" [falar]) é um fenômeno de psiquiatria e de estudos da linguagem. Por sua vez, glossolalia religiosa é um fenômeno geralmente ligado a situações de fervor religioso, em que o indivíduo crê expressar-se em uma língua por ele desconhecida e tida por ele como de origem divina. Essas falas são geralmente caracterizadas pela repetição da cadeia sonora, sem um significado sistemático e, ainda, com raras unidades linguísticas previsíveis. O falante costuma ser incapaz de repetir os enunciados já pronunciados. Algumas denominações pentecostais e correntes religiosas como a Renovação Carismática Católica se referem à glossolalia religiosa como dom de línguas, conectando-o ao evento descrito no segundo capítulo dos Atos dos Apóstolos, embora no referido livro o fenômeno seja explicado não como a fala de uma língua estrangeira, pura e simplesmente, mas sim o fato de os estrangeiros presentes em Jerusalém entenderem em seu próprio idioma o que os apóstolos diziam: "porque cada um os ouvia falar na sua própria língua".

2 - Xenolalia

O falar em línguas num idioma conhecido, estranho apenas a quem o fala.

[...] O interesse generalizado pelo batismo e dons do Espírito Santo convenceu alguns
[os evangélicos do século XIX] de que Deus concederia o dom de línguas a fim de equipá-los com idiomas humanos identificáveis (xenolalia) para que pudessem anunciar o Evangelho noutro países, agilizando assim a obra missionária.

[...] Em 1895, o autor e líder do Movimento da Santidade, W. B. Codbey, disse que o ‘dom de línguas’ era ‘destinado a desempenhar um papel de destaque na evangelização do mundo pagão e no cumprimento profético glorioso dos últimos dias. Todos os missionários nos países pagãos deviam buscar e esperar esse dom que os capacitaria a pregar fluentemente no vernáculo’.

[...] Entre os que esperavam o recebimento do poder do Espírito para evangelizar rapidamente o mundo, achava-se o pregador da Santidade, em Kansas, Charles Fox Parham e seus seguidores. Convencido pelos seus próprios estudos de Atos dos Apóstolos, e influenciado por Irwin e Sandford, testemunhou Parham um reavivamento notável na Escola Bíblica Bethel, em Topeka, Kansas, em Janeiro de 1901
. A maioria dos alunos, bem como o próprio Parham, regozijaram-se por terem sido batizados no Espírito e de haverem falado noutras línguas (xenolalia). Assim como Deus concedera a plenitude do Espírito Santo aos 120 no Dia do Pentecoste, eles também haviam recebido a promessa (At 2.39).

[...] Depois de 1906, os pentecostais passaram a reconhecer, cada vez mais, que, na maioria das ocorrências do falar em línguas, os cristãos realmente estavam orando em línguas não identificáveis e não em idiomas identificáveis (glossolalia ao invés de xenolalia). Embora Parham mantivesse sua opinião a respeito da finalidade das línguas na pregação transcultural, os pentecostais chegaram finalmente à conclusão: as línguas representavam a oração no Espírito, a intercessão e o louvor” (HORTON, S. M. et all. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.15-17,19,20).

3 - Atualidade das manifestações espirituais.

O falar em línguas é importante para a Igreja hoje? O batismo com o Espírito Santo só é válido com a evidência do falar em línguas? Afirmar que as manifestações espirituais foi exclusiva e necessária, tão somente para fortalecer a Igreja emergente, significa confinar o fato à história e desconhecer as dimensões da promessa apresentada por Pedro no seu discurso no dia de pentecostes. Citando Joel 2.23, 28, 29, declarou que seu cumprimento dava-se naquele momento. A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste, mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era: a vós - os ouvintes de Pedro; a vossos filhos - à geração seguinte; à todos os que estão longe - à terceira geração e às subseqüentes.
O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecoste (At 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica. É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido e concedido aos cristãos do NT (At 1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49). Por isso não podemos limitar, nem reter a ação do Espírito Santo na história. Ele foi enviado para acompanhar a Igreja até a volta de Jesus.

Conclusão

Pode-se indagar se o falar em línguas serve apenas como evidência do batismo no Espírito Santo. A resposta certamente é não, pois o fenômeno das línguas tem outras importantes funções. Em línguas, o crente adora a Deus em mistérios e edifica-se a si mesmo; orando em línguas, o crente expressa a Deus palavras que o Espírito concede que ele fale.
É o Espírito Santo que nos ajuda em nossas fraquezas porque não sabemos o que havemos de pedir como convém (Rm 8.26). Que riqueza gloriosa Deus coloca à disposição de seus filhos! O Espírito Santo atua na vida do crente produzindo alegria, mesmo diante de tribulação e angustia. Ele nos ajuda em nossas fraquezas intercedendo por nós. A necessidade hoje é a mesma!

VOCABULÁRIO

Cessacionista: Aquele que crê na cessação dos dons do Espírito Santo, ou seja, estes não estão disponíveis para a igreja hoje.
Linguístico: Relativo à linguística ou à língua, ou que tem por base a língua.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, S. M. A Doutrina do Espírito Santo. RJ: CPAD, 2001.
MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed., RJ: CPAD, 2005.
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL - CPAD

2º Trimestre de 2011 - Lição 02

Nomes e Símbolos do Espírito Santo

TEXTO ÁUREO

"E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele" (Mt 3.16).

VERDADE PRÁTICA

A pluralidade dos nomes e símbolos do Espírito Santo revela sua divindade, obra e ministério na vida da Igreja de Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 1.29-33; Rm 8.9-11, 14,15

I. INTRODUÇÃO

Através da Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa, com sua própria individualidade (2Co 3.17,18; Hb 9.14; 1Pe 1.2). Ele é uma Pessoa divina como o Pai e o Filho (5.3,4). O Espírito Santo não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: Ele pensa (Rm 8.27), sente (Rm 15.30), determina (1Co 12.11) e tem a faculdade de amar e de deleitar-se na comunhão. Foi enviado pelo Pai para levar os crentes à íntima presença e comunhão com Jesus (Jo 14.16-18,26). À luz destas verdades, devemos tratá-lo como pessoa, que é, e considerá-lo Deus vivo e infinito em nosso coração, digno da nossa adoração, amor e dedicação. Além das numerosas referências nominais ao Espírito, tanto no Antigo como no Novo Testamento, o Espírito é mencionado freqüentemente pelo uso de uma variedade de símbolos. Unicamente pelo conhecimento dos símbolos, emblemas ou ilustrações utilizados para o Espírito podem Sua obra e ministério na vida do crente ser entendidos adequadamente. Os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas, tais como a terceira Pessoa da Trindade. Os símbolos do Espírito Santo também são arquétipos. Em literatura, arquétipo é uma personagem, tema ou símbolo comum a várias culturas e épocas. Em todos os lugares, o vento representa forças poderosas, porém invisíveis; a água límpida que flui representa o poder e refrigério sustentador da vida a todos que têm sede, física ou espiritual; o fogo representa uma força purificadora (como na purificação de minérios) ou destruidora (freqüentemente citada no juízo).

II. DESENVOLVIMENTO

I. A PLURALIDADE DOS NOMES DO ESPÍRITO SANTO

Para muitas pessoas de nossa sociedade, os nomes pessoais não têm a mesma relevância que os da literatura bíblica. Os pais dão nome às crianças sem pensar no significado, simplesmente copiando dos parentes, amigos ou personagens públicas. Um casal pode dar o nome de Betânia a um filho, sem o mínimo conhecimento do significado original do nome (Casa do pobre). Os pais que têm um tio muito querido, chamado Samuel (“Seu nome é Deus”), talvez dêem o mesmo nome a um filho. Para um israelita, o nome Samuel proclamava que o portador do nome era um adorador de Deus. Os nomes e títulos do Espírito Santo nos revelam muita coisa a respeito de quem é o Deus Espírito Santo. Embora o nome “Espírito Santo” ocorra apenas três vezes no Antigo Testamento (Sl 51.11; Is 63.10, 11), vários títulos equivalentes são usados.

1. Nomes do Espírito Santo relacionados à Trindade.

O título mais freqüente no Antigo Testamento é “o Espírito de Yaweh” (heb. Ruach YHWH [Yahweh]), ou, conforme consta nas Bíblias em português, “o Espírito do Senhor”. Considerando o ataque que os críticos modernos fazem à presença do Espírito Santo no Antigo Testamento, talvez devamos usar o nome pessoal de Deus, “Yahweh”, ao invés do título “Senhor” (que os judeus dos tempos posteriores ao Antigo Testamento substituíram pelo nome). O que nos interessa aqui é um dos significados de Yahweh: “aquele que cria, ou faz existir”. Cada emprego do nome Yahweh é uma declaração a respeito da criação. O “Senhor dos Exércitos” é melhor traduzido como “aquele que cria as hostes” — tanto as hostes celestiais (as estrelas e os anjos, de acordo com o contexto) quanto às hostes do povo de Deus. O Espírito de Yahweh estava ativo na criação, conforme revela Gênesis 1.2, com referência ao “Espírito de Deus” (heb. ruach ’elohim). Vários títulos do Espírito Santo podem ser encontrados nas Epístolas: “o Espírito de santificação” (Rm 8.2); “o Espírito de adoção de filhos” (Rm 8.15); o “Espírito Santo da promessa” (Ef 1.13); “o Espírito eterno” (Hb 9.14); “o Espírito da graça” (Hb 10.29); e “o Espírito da glória” (1 Pe 4.14).

2. O Consolador.

Uma preciosa série de títulos do Espírito Santo encontra-se em João 14 – 16. Jesus promete enviar outro Consolador (“Ajudador” ou “Conselheiro”). Uma preciosa série de títulos do Espírito Santo encontra-se em João 14 – 16. Jesus promete enviar outro Consolador (“Ajudador” ou “Conselheiro”). Outro: [Do Gr. Allos; Strong 243]: Alguém além de; outro da mesma espécie. A palavra mostra semelhanças, porém diversidade de operação e ministérios. O uso que Jesus faz de allos para enviar outro Consolador equipara-se a ‘alguém além de mim e em adição a mim, mas alguém como eu. Na minha ausência, ele fará o que eu faria se estivesse fisicamente presente com vocês’. A Vinda do Espírito garante a continuidade do que Jesus fez e ensinou [3]. A obra do Espírito Santo como Conselheiro inclui o papel do Espírito da Verdade, que habita dentro de nós (Jo 14.16; 15.26), como aquEle que ensina todas as coisas, como aquEle que faz lembrar tudo quanto Cristo tem dito (14.26) e como aquEle que convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16.8). O Dicionário VINE assim expressa o sentido do termo grego: “parakletos, literalmente, “chamado para o lado de alguém”, ou seja, para ajuda [...]. Então, em geral, aquele que pleiteia a causa de outrem, intercessor, advogado, como ocorre em 1Jo 2.1, que diz respeito ao Senhor Jesus” [3].

3. O Espírito da Verdade.

A obra do Espírito Santo, segundo se infere de Jo 16.7,8, é convencer do pecado da justiça e do juízo, e isso não concerne somente ao incrédulo, mas também àquele que serve ao Senhor, ensinando, corrigindo e guiando na verdade (Mt 18.15; 1 Tm 5.20; Ap 3.19). O Espírito Santo ensinará ao crente concernente ao pecado, a justiça de Cristo e ao julgamento da maldade com vistas a moldar o caráter à Cristo e aos seus padrões de justiça (2Co 3.18); guiar os crentes em toda verdade, e levá-los a viver para a glória de Deus. Deste modo, o Espírito Santo opera no crente para reproduzir no seu viver a vida santa de Cristo. Somente os que recebem a verdade e são "guiados pelo Espírito de Deus" são filhos de Deus (Rm 8.14), e assim podem continuar na plenitude do Espírito Santo.

4. O Espírito de Graça.

O Apóstolo João disse: “E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça.” (Jo 1.6). Graça é um conceito teológico fortemente enraizado no Protestantismo, definido como um dom gratuito e sobrenatural dado por Deus para conceder à humanidade todos os bens necessários à sua existência e à sua salvação. A graça capacita o que ela manda fazer. Esta dádiva é motivada unicamente pela misericórdia e amor de Deus à humanidade, logo, movida por Sua iniciativa própria, ainda que seja em resposta a algum pedido a Ele dirigido. E também por esta razão, a Graça é um favor imerecido pelo Homem, mas sim fruto da misericórdia e amor divinos. O fato de João afirmar que a graça vem da plenitude de Cristo, ensina que essa graça é mais do que a disposição de Deus ou favor impessoal. Trata-se de Deus atendendo nossas necessidades na Pessoa de Jesus Cristo, incluindo todo o seu poder e provisão. A outorga do Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no Espírito Santo como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4). Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do Cristo ressurreto saturavam e permeavam os discípulos[4]. A Bíblia ensina claramente que a obra do Espírito Santo de dar vida espiritual acontece antes que tenhamos fé em Cristo: é Ele quem convence do pecado da Justiça e do juízo (Jo 16.7,8)!

5. O Espírito de Vida.

O Espírito Santo é o agente da salvação. Nisto Ele convence-nos do pecado (Jo 16.7,8), revela-nos a verdade a respeito de Jesus (Jo 14.16,26), realiza o novo nascimento (Jo 3.3-6), e faz-nos membros do corpo de Cristo (1Co 12.13). No momento em que nascem de novo, os crentes em Jesus recebem o Espírito Santo, segundo a totalidade do Novo Testamento (At 2.28; Rm 8.9; 1Co 12.13). Regeneração é um ato soberano do Espírito Santo sobre o coração da pessoa, no qual o espírito é vivificado e permanentemente orientado numa direção centrada em Deus. “O grande trabalho do Espírito Santo é a obra de regeneração (Jo 3.3-6). Certa noite Nicodemus, um mestre de Israel, veio até Jesus, que lhe disse: “se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (...) O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito”. O nosso Senhor tendo o conhecimento de que a fé e a obediência a Deus, e a nossa aceitação da parte de Deus, dependem de um novo nascimento, fala a Nicodemus do quão necessário é nascer de novo. Nicodemus fica surpreso com isso, e assim Jesus segue adiante a ensinar-lhe que obra de regeneração é esta. Ele diz: “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (v.5). A regeneração, portanto, ocorre por meio “da água e do Espírito”. O Espírito Santo faz a obra de regeneração na alma do homem, da qual a água é o sinal exterior. Este símbolo externo é um solene compromisso e selo do pacto que até então lhes vinha sendo anunciado por João Batista. A água pode também significar o próprio Espírito Santo” [5].

II. OS SÍMBOLOS BÍBLICOS

1. A Bíblia e os símbolos.

Símbolos e tipos fazem parte do mesmo contexto dos hebraísmos. O símbolo é uma figura, objeto, número ou emblema, cuja imagem representa, de modo sensível, uma verdade moral ou religiosa. Através do símbolo, uma certa coisa, objeto ou verdade é substituído por um sinal. No símbolo, um conceito abstrato recebe uma correspondência material e concreta pela relação existente entre o conceito e o objeto ou símbolo por ele representado[6]. Pelo exposto, os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas, tais como a terceira Pessoa da Trindade. Os símbolos do Espírito Santo também são arquétipos. Em literatura, arquétipo é uma personagem, tema ou símbolo comum a várias culturas e épocas. Em todos os lugares, o vento representa forças poderosas, porém invisíveis; a água límpida que flui representa o poder e refrigério sustentador da vida a todos que têm sede, física ou espiritual; o fogo representa uma força purificadora (como na purificação de minérios) ou destruidora (freqüentemente citada no juízo). Tais símbolos representam realidades intangíveis, porém genuínas.

2. Jesus utilizou alguns símbolos.

Para ensinar as doutrinas do Senhor, os antigos hebreus utilizavam os símbolos. Através destes, de forma poética, diziam, com simplicidade e exatidão, tudo o que precisava ser dito. Jesus também lança mão desse expediente para ensinar por parábolas as verdades espirituais. O Senhor Jesus Cristo, nas Escrituras, também tem os seus símbolos: Ele é o Cordeiro de deus, o Leão de Judá, a Raiz de Davi, o Pão da vida, a Estrela da Manhã, o Esposo amado, o Sol, da Justiça, a Luz do Mundo... São imagens riquíssimas que nos apresentam o Salvador e que nos permitem saber que ele é e o que faz.

III. OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

1. Fogo (Lc 3.16).

O aspecto purificador do fogo é refletido claramente em Atos 2. Ao passo que uma brasa tirada do altar purifica os lábios de Isaías (Is 6.6, 7), no dia de Pentecostes são “línguas de fogo” que marcam a vinda do Espírito (At 2.3). Esse símbolo é empregado uma só vez para retratar o batismo no Espírito Santo. O aspecto mais amplo do fogo como elemento purificador encontra-se no pronunciamento — ou profecia — de João Batista: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará” (Mt 3.11, 12; ver também Lc 3.16, 17). As palavras de João Batista aplicam-se mais diretamente à separação entre o povo de Deus e os que têm rejeitado a Ele e ao Messias. Os o rejeitaram serão condenados ao fogo do juízo. Por outro lado, o fogo ardente e purificador do Espírito da Santidade também operam no crente (1Ts 5.19) [7].

2. Água, rio e chuva (Jo 7.37,38).

A água, assim como o fôlego, é necessária ao sustento da vida. Jesus prometeu rios de água viva, “e isso disse ele do Espírito” (Jo 7.39). O fôlego e a água, tão vitais na hierarquia das necessidades físicas humanas, são igualmente vitais no âmbito do Espírito. Sem o fôlego vivificante e as águas vivas do Espírito Santo, nossa vida espiritual não demoraria a murchar e a ficar sufocada. A pessoa que se deleita na Lei (heb. torah _ “instrução”) de Yahweh e nela medita de dia e de noite é “como a árvore plantada junta a ribeiros de águas… cujas folhas não caem” (Sl 1.3). O Espírito da Verdade flui da Palavra como águas vivas, que sustentam e refrigeram o crente e revestem de poder[7]. Quando o crente recebe o dom do Espírito Santo, passa a ter uma vida transbordante no Espírito. A seguir, essas "águas vivas correrão" para os outros com a mensagem sanadora de Cristo (10.10; 14.12; 15.5; Sl 46.4; Is 32.15; 44.3; 58.11; Jr 31.12; Ez 47.1-12; Jl 3.18; Zc 14.8). 3. Selo (2Co 1.21, 22; Ef 1.13). A palavra selo ou penhor vem do grego Arrabon e significa depósito antecipado ou garantia. – Theological Dictionary of The New Testament, pág. 80. Esse depósito antecipado torna-se uma garantia de que o comprador virá buscar o objeto comprado. Como símbolo da obra do Espírito Santo, este penhor significa o seguinte:
a) Assim como alguém paga um depósito antecipado pelo bem que virá buscar, Deus nos deu o Espírito Santo como garantia de que um dia virá para nos buscar. II Cor. 1:22 e Efés. 1:14.
b) A certeza de que a presença do Espírito Santo em nossa vida é uma garantia de que Deus virá nos dar a herança eterna é confirmada pala morte de Cristo na Cruz.
c) O selo é também sinal de propriedade. Jer. 32:9 e 10. O Espírito Santo na vida do crente é sinal de que ele pertence a Deus. – Arnold Wallenkampf, Renovados por El Espiritu, pág. 27.
d) O Espírito Santo é também uma garantia de que o crente está seguro nas mãos de Deus e ninguém poderá arrebatá-lo das mãos do Senhor. Ibidem [8].
Espírito Santo é o selo oficial da possessão de Deus, que marca o crente como sua propriedade e que produz um caráter santo na sua personalidade (cf. 3.18; Gl 5.22; Ef 1.13).
Como "selo", o Espírito Santo é dado ao crente como a marca ou evidência de propriedade de Deus. Ao outorgar-nos o Espírito, Deus nos marca como propriedade exclusiva sua (2 Co 1.22). Assim, temos a evidência de que somos filhos adotados por Deus, e que a nossa redenção é real, pois o Espírito Santo está presente em nossa vida (Gl 4.6). Podemos saber que realmente pertencemos a Deus, pois o Espírito Santo nos regenera e renova (Jo 1.12,13; 3.3-6), nos liberta do poder do pecado (Rm 8.1-17; Gl 6.16-25), nos faz conscientes de que Deus é nosso Pai (v. 5; Rm 8.15; Gl 4.6) e nos enche de poder para testemunhar (At 1.8; 2.4).

III. CONCLUSÃO

Paulo ao escrever sua epístola aos Efésios, centrou o assunto “O Espírito Santo e seu lugar na redenção do crente”. Segundo seu ensino, o Espírito Santo no crente é a marca ou sinal de propriedade de Deus; é a primeira "porção" ou "quinhão" da herança do crente; é o Espírito de sabedoria e de revelação; ajuda o crente a aproximar-se de Deus; edifica os crentes como templo santo; revela o mistério de Cristo. No dizer de Paulo, são quatro os aspectos da obra de Deus no crente, mediante o Espírito:
(1) O Espírito Santo firma o crente e o ajuda a perseverar na vida de fé (1 Pe 1.5);
(2) O Espírito Santo unge o crente para revesti-lo de poder para testemunhar (At 1.8), para realizar as obras de Cristo (Is 61.1; Mt 10.19,20; Jo 14.12; At 10.38) e para conhecer a verdade (1 Jo 2.20,27);
(3) O Espírito Santo é o selo oficial da possessão de Deus, que marca o crente como sua propriedade e que produz um caráter santo na sua personalidade (cf. 3.18; Gl 5.22; Ef 1.13); e
(4) O Espírito Santo que em nós habita é um "penhor", i.e., uma garantia para o crente e, ao mesmo tempo, as primícias da vida melhor com Cristo, no futuro (5.5; Rm 8.23; ver Ef 1.13,14).

2º Trimestre de 2011 - Lição 01


Quem é o Espírito Santo?

TEXTO ÁUREO


"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (Jo 14.16).

VERDADE PRÁTICA

O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Trindade Santíssima e, à semelhança do Pai e do Filho, é Deus.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 14.16, E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; 17.O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.

26; Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.

João16.13,Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. 14,Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. 15,Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.


I. INTRODUÇÃO

Após concluirmos o estudo do livro de Atos dos Apóstolos, onde aprendemos que o Espírito Santo dado à Igreja no dia de Pentecostes, orientou a expansão do evangelho por todo o mundo conhecido àquela época, iniciamos um segundo trimestre estudando acerca desse Espírito que foi derramado sobre os discípulos naquele dia, o fundamento da fé pentecostal que professamos.

(Também nos lembrando dos 100anos da Igreja AD no Brasil). O espírito Santo que opera como Consolador para a Igreja, não é impessoal. Todas as características de uma personalidade lhes são intrínsecas. Seu ministério é predominantemente orientado a Cristo, parte do qual é ensinar e lembrar aos discípulos o que Jesus ensinou em pessoa. A importância do estudo do Espírito Santo deve-se a quem ele é, o que ele fez, faz e ainda fará na história da humanidade. Entendemos que o Espírito Santo é Deus, e aquilo que se conhece verdadeiramente do Senhor, só é possível por sua pessoa. Mark D. McLean afirma: ‘A tarefa dada à Igreja do século XX é pregar a totalidade do Evangelho. O que necessitamos não é um Evangelho diferente, mas a plenitude do Evangelho conforme registrado no Novo Testamento. Destacamos esse fato, porque o Espírito Santo tem sido negligenciado no decurso dos séculos. Temos a tarefa de entender de novo a Pessoa e a obra do Espírito Santo, conforme reveladas na Bíblia e experimentadas na vida da Igreja hoje’.

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II. DESENVOLVIMENTO

I. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO


1. A doutrina do Espírito Santo.


Em Teologia Cristã, pneumatologia se refere ao estudo do Espírito Santo. Pneumatologia, do gr. Pneumatos, Espírito, e Lógos, revelação; palavra; discurso; doutrina; raciocínio. O termo significa, então, ‘doutrina do Espírito’. Nesta doutrina Cristã, o Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. Algumas formas de Cristianismo negam que o Espírito Santo seja pessoal, embora assegurando que pode, em algumas ocasiões, influenciar as pessoas. Apesar de nos dizer em Jo 4.24 que Deus é Espírito, o nome se aplica mais particularmente à terceira pessoa da trindade. O termo hebraico com o qual ele é designado é ruach, e o grego é pneuma, ambos como o vocábulo latino spiritus, derivam de raízes que significam ‘soprar’, ‘respirar’. Daí também podem ser traduzidos por ‘sopro’ ou ‘fôlego’ (Gn 2.7; 6.17; Ez 37.5,6), ou ‘vento’ (Gn 8.1; 1Rs 19.11; Jo 3.8).


2. O Espírito Santo no Antigo e no Novo Testamento.


O Espírito Santo existia antes do Pentecostes como a terceira pessoa da Trindade, e nessa qualidade esteve sempre ativo, mas o período que antecedeu a este dia, não foi os de sua atividade especial. O período do Antigo Testamento foi de preparação e espera. As verdades conhecidas então, eram verdades simples e dadas por meio de lições objetivas. Só havia e só podia haver bem pouco contato pessoal entre o homem e Deus. Ocasionalmente, um patriarca ou profeta falava face a face com Ele, naturalmente que o Espírito esteve ativo durante aquele período; Ele descia sobre os homens apenas temporariamente, a fim de inspirá-los para algum serviço especial, e deixava-os quando essa tarefa ficava terminada, não permanecia com os homens nem neles habitava. Existem várias referências ao Espírito Santo de Deus distribuídas pelo Velho Testamento. Mesmo que a doutrina da Trindade não esteja muito clara no Velho Testamento, a personalidade e a divindade do Espírito Santo ali são reveladas. No primeiro versículo da Bíblia (Gen. 1:1), a palavra hebraica para Deus, é usada no plural. Em Gen. 1:2, o Espírito é expressamente mencionado. Deus também refere-se a si mesmo no plural (Gen. 1:26; 11:7) e em Is 48:16, as três pessoas da Trindade são mencionadas juntas. Muitos dos títulos atribuídos ao Espírito Santo podem ser encontrados no Velho Testamento (Salms 51:11; Zac 12:10, Jó 33:4). O Antigo Testamento geralmente emprega o termo ‘espírito’ sem qualitativos, ou fala do ‘Espírito de Deus’ ou ‘Espírito do Senhor’ e utiliza a expressão ‘Espírito Santo’ somente em Sl 51.11; Is 63.10,11, enquanto no Novo testamento esta veio a ser uma designação da terceira pessoa da Trindade. Louis Berkhof afirma que “é um fato notável que, enquanto o Antigo Testamento repetidamente chama a Deus ‘o Santo de Israel’, o Novo testamento raramente aplica o adjetivo ‘santo’ a Deus em geral, mas o utiliza freqüentemente para caracterizar o Espírito. Com toda a probabilidade isso se deve ao fato de que foi especialmente no Espírito e sua obra santificadora que Deus se revelou como o Santo. É o Espírito Santo que faz sua habitação nos corações dos crentes, que os separa para Deus e que os purifica do pecado”[3].


2. O Espírito Santo na atualidade.


O estágio atual, período que se estende do dia de Pentecostes até os nossos dias, pode legitimamente ser chamado de ‘dispensação do Espírito’. A partir dali marcou o raiar de um novo dia nas relações com a humanidade. Desde então habitou nos homens, e na Igreja; Todo o trabalho eficaz que a Igreja tem feito tem sido realizado no poder do Espírito. Ela é o verdadeiro corpo de Cristo, habitado pelo Espírito Santo, e como tal é indestrutível, idêntica ao reino e trono de Deus. A obra do Espírito Santo na atualidade caracteriza-se por Ele habitar no crente (1Co 6.15-19; 3.36; Ro 8.9). O Espírito Santo vem habitar ou fixar residência na vida do crente, por ocasião da regeneração, e ali permanece, seja qual for o grau de imperfeição ou imaturidade desse crente. Assim Ele possibilita o crescimento da nova vida iniciada. Ele gera a certeza de salvação (Ro 8.16; 2Co 1.22; Ef 1.14). O Espírito não só testemunha aos crentes da filiação atual, mas dá garantia de salvação final. A presença do Espírito em nossos corações proporciona um antegozo do céu e é uma garantia de que receberemos a herança incorruptível e impoluta, que não fenece, reservada no céu (1Pe 1.4,5). Ele sela os seus (Ef 1.1-14; 4.30). Ele sela divinamente o pecador, no momento em que crê, tornando-o então propriedade sua, e dando a garantia da herança eterna. Ele liberta (Jo 8.32,36; Ro 7.9-24, 8.2). Ele liberta o homem, da lei do pecado e da morte. É obra dele livrar-nos do domínio desta lei, e capacitar-nos a andar em harmonia com Deus. Ele fortalece (Ef 3.16-19). Os resultados desse fortalecimento são claramente vistos. O seu poder se torna operante em nossas vidas corporificando e entronizando realmente Cristo, o que é descrito como sua habitação em nossos corações. Ele enche o crente (Ef 5.18-20). Ser cheio do Espírito, não é limitado a uma única experiência, mas pode ser repetida incontáveis vezes.


II. A ASEIDADE DO ESPÍRITO SANTO


1. A aseidade do Espírito Santo.


Uma das razões porque se atribui personalidade ao Espírito Santo é o fato de que a Bíblia lhe concede certos nomes. Um dos Seus grandes títulos é o CONSOLADOR (Jo 14.16,26; 16.7-13). Consolador significa “alguém chamado para estar ao lado”, indicando o ministério confortador do Espírito Santo. A palavra grega “Paracleto” significa: para = ao lado, e kaleo = chamar ou pedir. O espírito Santo hoje é o nosso Paracleto e Consolador. As Escrituras ensinam enfaticamente a Divindade do Espírito Santo. Isto se entende que Ele é Um com Deus, fazendo parte da Divindade, sendo co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai e com o Filho. As Escrituras não apenas revelam o Espírito Santo como uma Pessoa, mas também atesta a sua divindade, quando afirma que Ele é Deus. O incidente da tentativa do logro praticada por Ananias e Safira em Atos 5 serve para ilustrar a divindade do Espírito Santo. Pedro acusou Ananias de ter mentido ao Espírito Santo (v. 3). No versículo seguinte Pedro disse: “mentiste a Deus”.


2. Atributos incomunicáveis do Espírito Santo. Outra prova da divindade do Espírito encontra-se nas qualidades divinas atribuídas a Ele:


Eternidade—Hb 9:14;


Onipresença — Sl.139:7-10;


Onipotência - Lc 1:35; Rm 15:18-19:


Onisciência — I Co 2:10; Jo 14:26, 16:13;


Amor—Rm 15:30;


Verdade—Jo 16:13;


Soberania—I Co 2:11.


No Seu próprio nome “Espírito Santo”, vemos a santidade. Somente Deus possui estas qualidades. Notemos também o poder criativo do Espírito Santo: na criação do mundo o Espírito trouxe a vida — Gn 1:2; Jó 26:13; 33:4; Sl 104:30.4.


a. Onipresença. Isto é, Ele está presente em todos os lugares a um só tempo.


b. Onisciência. Ele sabe todas as coisas. Ele conhece, não somente nosso procedimento, mas também nossos próprios pensamentos.


c. Onipotência. Isto é, Ele é Todo-Poderoso e detém autoridade sobre todas as coisas e sobre todas as criaturas.


III. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO


1. O Espírito Santo tem personalidade.


Muitas pessoas pensam que o Espírito Santo é uma mera força intocável, ou apenas uma misteriosa influência que ninguém define. Essa opinião está bem longe da verdade, pois o Espírito Santo é uma pessoa, a Terceira Pessoa da Trindade (Jo 14.1,9,17; Mt 3.13-17). Ter personalidade implica na qualidade ou fato de ser uma pessoa. Quanto ao Espírito Santo, isto é um fato descrito na Bíblia, tanto quanto a personalidade do Pai e do Filho. As igrejas primitivas o conheciam como uma pessoa Divina, que poderia ser seguida (At 13.2), e com quem poderiam ter comunhão (2Co 13.13; 1Jo 5.7). Pode se dizer que a personalidade existe quando se encontram em uma única combinação, inteligência, emoção e volição, ou ainda, auto-consciência e auto-determinação. Quando um ser possui atributos, propriedades e qualidades de personalidade, então esta se pode atribuir a esse ser inquestionavelmente. Características pessoais são atribuídas ao Espírito Santo. Por características não nos referimos a mãos, pés ou olhos, pois essas coisas denotam corporeidade, mas, antes, qualidades como: conhecimento, sentimento e vontade, que indicam personalidade. Uma forma corpórea não se faz necessário para que haja personalidade. Entretanto, encontramos os três seguintes atributos numa personalidade: a.Intelecto — habilidade para pensar (Rm 8 27; I Co 2:10,11 13; 12:8). b.Sensibilidade — habilidade para sentir (Is 63.10, Rm 15.30; Ef. 4.30). c.Volição — habilidade para escolher (At 16.6-11; 1Co 12.11).


2. O Espírito Santo tem emoções.


Sensibilidade — habilidade para sentir (Is 63.10, Rm 15.30; Ef. 4.30). Habitando no ‘homem interior’ (Ef 3.16), se Ele está triste, o crente será o primeiro a saber. Ele pode sentir intensa mágoa ou tristeza, assim como o próprio Jesus sentia quando chorou por causa de Jerusalém, e em outras ocasiões (Mt 23.37; Mc 3.5; Lc 19.41; Jo 11.35).


3. O Espírito Santo tem vontade.


Volição — habilidade para escolher (At 16.6-11; 1Co 12.11). Vontade é a capacidade de fazer escolhas e tomar decisões. O Espírito Santo tem vontade própria. Isto está evidenciado em suas atitudes, tanto no Antigo como no Novo Testamento:


a) No repartir os dons liberalmente (1Co 12.11): “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas cousas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.”;


b) No permitir ou impedir (At 16.7): O Espírito tem a direção da vida do crente. Todo aquele que é guiado por Ele deve estar pronto para fazer a sua vontade. Ele pode permitir, assim como impedir, aquilo que desejamos fazer;


c) No convidar (Ap 22.17) Quando alguém realiza uma festa, convida a quem quer para participar. O Espírito convida o homem para aceitar Jesus, que disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”, Mt 11: 28, e


d) No orientar (At 13.2) Quando há oração e consagração em busca da vontade de Deus, o Espírito Santo orienta.


III. CONCLUSÃO


A doutrina do Espírito Santo ocupa lugar central no movimento pentecostal. Muito se tem ensinado sobre o Deus Pai e o Deus Filho, mas pouco se ensina sobre o Espírito Santo. Alguns grupos heréticos afirmam que o Espírito é meramente uma força ou influência impessoal, o que não é verdade. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, negam tanto a deidade do Espírito Santo, como sua pessoalidade, afirmando ser ele uma "força ativa" impessoal. Um dos primeiros argumentos usados para defender esta idéia é: Como pode o Espírito Santo ser uma pessoa, e alguém estar cheio dele, e ele habitar em alguém? Esta é a importância do estudo do Espírito Santo, pelo o que Ele é, o que ele fez, faz e ainda fará na história da Igreja. Ele é o alicerce da vida do crente; Enquanto o mundo associa-o ao fanatismo, ele no entanto se mantém ativo em todas as áreas da vida, sendo dela o criador. Também trabalha na providência, na política, nos talentos humanos, na salvação e no crescimento espiritual. Inspirou a Bíblia e agora ilumina as nossas mentes para que possamos entendê-la. Sua vinda ao mundo era tão necessária à nossa salvação quanto a vinda de Cristo. Sem o Espírito Santo nossa religião é vã e não temos provas de nossa salvação (Rm. 8.9,16). É ele quem nos dá a vida física (Jó 33.4), espiritual e ressurreta (Jo 3.5; Rm 8.11), sendo Ele o autor de tudo que é bom e agradável em nossa existência (Gl 5.19-22).


APLICAÇÃO PESSOAL


Em épocas passadas, a impressão de um selo indicava a resolução do proprietário do selo como sinal de que alguma coisa lhe pertencia. Os crentes são propriedade de Deus, e a habitação do Espírito Santo neles é a prova desta possessão divina (Rm 8.9). Quando Jesus foi sepultado, os principais sacerdotes pretenderam manter a Sua sepultura em segurança, selando-a e conservando-a sob guarda (Mt 27.66). Violar aquele selo implicava afrontar o governo romano. Assim, aquele que fere um filho de Deus, selado com o Espírito Santo, fere a autoridade do Governo Celestial que nos tem autenticado como verdadeiros Filhos de Deus. O Espírito Santo investido em nós é o título de Deus para nos possuir inteira e eternamente (Ef 1.14). N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),



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Espírito Santo é o termo usado para traduzir o termo hebraico Ruach HaKodesh, utilizado na Bíblia hebraica (Velho Testamento) para se referir à presença de Deus na forma experimentada por um ser humano. A maioria dos cristãos considera o Espírito Santo como o próprio Deus, parte da Santíssima Trindade.


A visão judaica do Espírito Santo


A literatura midrash contém muitas afirmações acerca do Espírito Santo. É escrito que o Espírito Santo, sendo de origem celeste, é composto, como tudo aquilo que vem do céu, de luz e de fogo. Quando descansou sobre Finéias, a sua face ardeu como um archote (Midrash Lev. Rabbah 21). Quando o Templo foi destruído e o povo de Israel foi para o exílio, o Espírito Santo regressou ao céu, o que é indicado em Eccl. 12:7: "o espírito voltará para Deus" (Midrash Eccl. Rabbah 12:7). O espírito por vezes fala com voz masculina, e outras com voz feminina (Eccl. 7:29). Isto é, como a palavra "ruah" é tanto masculina como feminina, o Espírito Santo foi concebido como sendo por vezes como um homem e outras como uma mulher. De acordo com a tradição Judaica, o Espírito Santo se apresenta apenas a uma geração digna, e a frequência das suas manifestações é proporcional à retidão. Não se registraram manifestações deste no tempo do Segundo Templo (Talmude, Yoma 21b), embora se dessem muitas no tempo de Elias (Tosefta ao Talmude Sotah, 12:5). De acordo com 28:25, o Espírito Santo repousa sobre os Profetas em vários graus, alguns profetizando o conteúdo de apenas um livro, outros preenchendo dois livros (Midrash Lev. Rabbah 15:2). Ainda assim não repousava sobre eles continuamente, mas apenas por períodos de tempo. Os estágios de desenvolvimento, dos quais o mais elevado é o Espírito Santo, são os seguintes: zelo, integridade, pureza, santidade, humildade, temor do pecado, o Espírito Santo. O Espírito Santo conduziu Elias, o qual traz os mortos à vida (Yer. Shab. 3c, acima, e passagem paralela). O pacto sagrado através do Espírito Santo (Midrash Tanhuma, Vayeki, 14); qualquer um que ensine a Torah em público partilha do Espírito Santo (Midrash Canticles Rabbah 1:9, end; comp. Midrash Lev. Rabbah 35:7). Quando Finéias pecou, o Espírito Santo apartou-se dele (Midrash Lev. Rabbah 37:4). A tradição Judaica divide os livros da Bíblia Hebraica em três categorias, de acordo com o nível de profecia que os seus autores terão alcançado. Os resultados visíveis da actividade do Espírito Santo, de acordo com a concepção Judaica, são os livros da Bíblia, os quais terão sido, na sua totalidade, compostos sob a sua inspiração. Todos os Profetas falaram "no Espírito Santo"; e o sinal mais característico da presença do Espírito Santo é o dom de profecia, no sentido em que a pessoa sobre a qual ele repousa vê o passado e o futuro. De acordo com o Talmude, com a morte dos três últimos profetas, Ageu, Zacarias, e Malaquias, o Espírito Santo cessou de se manifestar em Israel; mas o Bat Kol (voz celestial) ainda estava disponível. A Torah (cinco livros de Moisés) diz-se ter sido escrita por Moisés através de uma revelação verbal directa de Deus. Os Nevi'im (profetas) são livros escritos por pessoas que receberam um elevado nível de profecia. Os Ketuvim (escritos, agiógrafa) são escritos por pessoas que possuem um menor nível de profecia conhecido como inspiração divina, Ruach HaKodesh. De acordo com uma das perspectivas do Talmude, o Espírito Santo estava entre as dez coisas que foram criadas por Deus no primeiro dia (Talmude Bavli, Hag. 12a, b). Embora a natureza do Espírito Santo, na realidade, não esteja descrita em lugar algum, o seu nome indicia que era concebido como uma espécie de vento que se manifestava através de som e luz. De especial interesse é a distinção feita pelas antigas autoridades Judaicas entre o "Espírito do Senhor" (o qual é o termo mais comum para referir o Espírito Santo no Tanakh) e a Shekinah, a presença de Deus. Esta distinção é feita no Talmude, o qual nos dá uma lista das coisas que se encontravam no primeiro Templo de Jerusalém, mas ausentes do segundo Templo. Esta lista inclui o Espírito Santo e a Shekinah. A diferença não é facilmente compreendida, mas parece que a glória da Shekinah era, de alguma forma, mais tangível do que o Espírito. Isto poderia referir-se à presença literal de Deus no Santo dos Santos, e à presença de Deus que dele emanava em alguma forma especial, em oposição à presença do Espírito Santo, o qual estaria em muitos locais mundo fora, e especialmente em indivíduos. No Tanakh, entretanto, esta presença do Espírito é reservada para os reis, profetas, sumo sacerdotes, etc. e não é concedida ao crente comum. O Espírito Santo é referido com menor frequência nos Apócrifos e pelos escritores Judeus Helénicos; isto pode significar que a concepção do Espírito Santo não era proeminente entre o povo Judeu da época, especialmente na Diáspora. Na profecia de I Macabeus 4,45. 14,41 é referido como algo há muito perdido. Sabedoria 9,17 refere-se ao Espírito Santo enviado por Deus dos céus, através do qual os decretos de Deus são reconhecidos. A disciplina do Espírito Santo protege do logro (ib. i. 5). Diz o Salmo de Salomão, 17,42, em referência ao Messias, o filho de David: "ele é poderoso no Espírito Santo"; e em Susana, 45, que "Deus elevou o Espírito Santo num jovem, cujo nome era Daniel." [editar] Dons do Espírito Santo Dons do Espírito Santo, segundo a Bíblia, são atributos proporcionados sobrenaturalmente aos cristãos pelo Espírito Santo. Segundo o texto bíblico da 1ª carta de Paulo aos Coríntios,[1] existem nove diferentes dons possíveis de serem alcançados pelo cristão. Estes dons são postos em prática em comunidades cristãs, independentemente de sua razão confessional, por pessoas reconhecidamente cristãs em sua e prática. Foram bastante importantes na igreja cristã primitiva para a evangelização do mundo então conhecido. Atualmente, verifica-se a utilização de tais dons na renovação carismática, movimento que tem seu esteio na Igreja Católica Apostólica Romana, nas igrejas protestantes pentecostais e neopentecostais. É uma expressão estudada na teologia cristã. Segundo o autor da Primeira Epístola aos Coríntios, seria doado para o que fosse útil (12:7), e repartido a cada um segundo a vontade do Espírito Santo (12:11); existindo diferentes tipos de dons: A enumeração dos dons é proferida, ainda que incompletamente, na Primeira Epístola aos Coríntios, no capítulo 12, sendo eles: Palavra da sabedoria; Palavra do conhecimento; Fé; Dons de curar; Operação de maravilhas; Profecia; Discernimento de espíritos; Variedade de línguas; Interpretação de línguas.


Pentecostes


Neste dia o dom do Espírito Santo permitiu a todos os apóstolos falarem em outras línguas (idiomas), sendo entendidos por pessoas de diferentes países. A primeira referência do derramamento do Espírito sobre a igreja está em Atos: “Quando chegou o dia de Pentecostes, todos os seguidores de Jesus estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho que parecia o de um vento soprando muito forte e esse barulho encheu toda a casa onde estavam sentados. Então todos viram umas coisas parecidas com chamas, que se espalharam como línguas de fogo; e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa.” (Atos 2.1-4)


Perspectivas cristãs do Espírito Santo Representação do dia de Pentecostes, (At 2,1-13). Nas principais correntes do Cristianismo, o Espírito Santo é uma pessoa da Trindade, co-igual com o Pai e o Filho (i.e. Jesus Cristo), parte da Deidade. Nas igrejas Unitárias, nas Testemunhas de Jeová, e em outras denominações cristãs que não aceitam a doutrina da Santissíma Trindade, o Espírito Santo é a força activa que procede de Deus e não uma pessoa Divina. Para a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias o Espírito Santo é um personagem de espírito, terceira pessoa da Deidade, no entanto separado e distinto do Pai e do Filho. O estudo do trabalho do Espírito Santo é chamado de Pneumatologia.


Novo Testamento


O Espírito Santoé frequentemente simbolizado pelo sinal de uma pomba branca, baseado no relato do Espírito Santo a descer sobre Jesus Cristo, após este ter sido batizado no rio Jordão, embora o texto bíblico não diga que foi em forma de pomba, e sim como uma pomba, numa comparação. O livro de Atos descreve o Espírito Santo a descer sobre os Apóstolos durante o Pentecostes na forma de um vento e línguas de fogo, que repousavam sobre a cabeça dos Apóstolos. Baseado nesta imagem, o Espírito Santo é frequentemente simbolizado por uma chama. No Evangelho de João, no Novo Testamento, a ênfase é colocada, não no que o Espírito Santo fez por Jesus, mas no facto de Jesus ter dado o Espírito aos seus discípulos. No Cristianismo tradicional, o qual foi o mais influente para o desenvolvimento posterior da doutrina da Trindade, Jesus é visto como o cordeiro sacrificial, e como vindo aos homens para conceder o Espírito de Deus à humanidade. Embora a linguagem utilizada ao descrever Jesus a receber o Espírito Santo no Evangelho de João seja um paralelo dos relatos nos outros Evangelhos, João relata este episódio com o objectivo de mostrar que Jesus tinha uma especial posse do Espírito para que o podesse conceder aos seus seguidores, unindo-os a Si mesmo, e em Si mesmo unindo-os também com o Pai. (Ver Raymond Brown, The Gospel According to John, capítulo sobre Pneumatologia).


Perspectivas de diferentes denominações


Os Cristãos crêem que é o Espírito Santo que conduz as pessoas à fé em Jesus Cristo e aquele que lhes dá a capacidade para viverem um vida Cristã e dá credito. O Espírito Santo figurativamente habita dentro de cada cristão verdadeiro, e se manifesta em ações de graça. Ele é descrito como um "ajudador" (em gr. paraclite), guiando-os no caminho da verdade. O 'Fruto do Espírito' (isto é, o resultado da sua influência) é "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança" (Gálatas 5:22). Ele também concede dons (isto é, habilidades) aos Cristãos tais como os dons de profecia, línguas e conhecimento, embora alguns Cristãos acreditem que isto apenas aconteceu nos tempos do Novo Testamento. O movimento Pentecostal e Neo-pentecostal coloca uma ênfase especial nas obras do Espírito Santo, em especial nos dons acima mencionados, acreditando que estes são ainda hoje concedidos. Os Pentecostais acreditam que o batismo no Espírito Santo é uma obra distinta do novo nascimento. Os Pentecostais crêem que é Jesus quem batiza com o Espírito Santo, e que este batismo é evidenciado pelo falar em línguas estranhas. Uma parte minoritária dessas Igrejas afirmam que esse batismo do Espírito Santo é o verdadeiro sinal de Cristianismo numa pessoa, ou seja, que até uma pessoa ter experimentado o baptismo do Espírito Santo, ela não pode estar certa da sua salvação. De acordo com os dispensacionalistas, estamos agora a viver a Era do Espírito. O período do Velho Testamento, nesta corrente, pode ser chamado a Era do Pai; o período coberto pelos Evangelhos, a Era do Filho; do Pentecostes até ao segundo advento de Cristo, a Era do Espírito. Há ainda os cristãos que creem que o Espírito Santo é apenas um meio de manifestação de Jesus Cristo. Ou seja, Espírito Santo é mais um Título Santo dado à Jesus, o Deus encarnado.


A perfeição do Espírito


Para uma possível perfeição de uma personalidade, esta tem que ser submetida a uma trinitarização. O conceito trinitário é a forma ideal como três funções são ligadas embora agindo de forma independente. O Espírito Santo, ou Espírito Infinito como também é conhecido, é o reflexo da ordem e comando de Deus-Filho. O empenho do Espírito é a ação fruto do comando do Filho. Esse é o seu contributo em toda a acção criadora constante do universo. O comando do Filho é fruto da vontade de Deus-Pai. O empenho do Filho é o comando e ordenanças da Vontade de Deus-Pai. A vontade de DEUS-PAI reflete-se no comando de DEUS-FILHO que por sua vez complementa-se na ação do DEUS-ESPÍRITO SANTO. É a união destas três forças fundamentais que se traduz o segredo da perfeição absoluta e última. O Espírito Santo é o relacionamento entre Pai e Filho que é derramado no coração do homem através do batismo.


O género do Espírito Santo


A palavra hebraica presente na Bíblia para espírito é ruwach, que significa vento fôlego, inspiração; o substantivo é, gramaticalmente, feminino. No Cânticos dos Cânticos, o mais antigo hinário cristão, o Espírito Santo é, gramaticalmente, feminino. A palavra grega para espírito, pneuma, não tem género gramatical. O Espírito Santo é traduzido para o masculino apenas em línguas como o Latim e o Inglês.


Na cultura popular Coroa do Espírito Santo, Ilha de Santa Maria (Açores, 2008). O culto ao Divino Espírito Santo, em suas diversas manifestações, é uma das mais antigas e difundidas práticas do catolicismo popular brasileiro. Sua origem remonta às celebrações realizadas em Portugal a partir do século XIV, nas quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade era festejada com banquetes e distribuição de esmolas aos pobres. Essas celebrações aconteciam cinquenta dias após a Páscoa, comemorando o dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu do céu sobre os apóstolos de Cristo sob a forma de línguas como de fogo, segundo conta o Novo Testamento. Desde seus primórdios, os festejos do Divino, realizados na época das primeiras colheitas no calendário agrícola do hemisfério norte, são marcados pela esperança na chegada de uma nova era para o mundo dos homens, com igualdade, prosperidade e abundância para todos. A devoção ao Divino encontrou um solo fértil para florescer nas colônias portuguesas, especialmente no arquipélago dos Açores. De lá, espalhou-se para outras áreas colonizadas por açorianos, como a Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América, e diversas partes do Brasil. É provável que o costume de festejar o Espírito Santo tenha chegado ao Brasil já nas primeiras décadas de colonização. Hoje, a festa do Divino pode ser encontrada em praticamente todas as regiões do país, do Rio Grande do Sul ao Amapá, apresentando características distintas em cada local, mas mantendo em comum elementos como a pomba branca e a santa coroa, a coroação de imperadores e a distribuição de esmolas.


Interpretação de Espírito Santo segundo o Espiritismo


Segundo a Doutrina Espírita, o termo “Espírito Santo” apresenta uma conotação bastante diferente da apresentada por outras religiões. Para compreender a interpretação Espírita, é necessária uma análise dos textos evangélicos originais (Novo Testamento), os quais foram escritos em um tipo de grego denominado Koiné, ou seja, popular, diferentemente do grego clássico. Esta língua não possuía artigos indefinidos (UM, UMA, UNS, UMAS). Logo, quando a palavra era determinada, sempre se usava artigos definidos (O, A, OS, AS), e sendo indeterminada, não era precedida de artigos. Segundo o Espírita Carlos Torres Pastorino, estudioso do Novo Testamento que traduziu o texto evangélico do original em grego, pois teve acesso aos mesmos quando foi seminarista em Roma, antes de se converter ao Espiritismo, não há a expressão “O Espírito Santo”, mas em todas as ocasiões lê-se “UM Espírito Santo”(Pneuma Hagion, em Grego) -, sem o artigo definido ho, “o”, e sem o indefinido “um”, porque este não existe em Grego, o que, entretanto, não dispensa de colocá-lo nas traduções para as línguas que o têm. O termo definido "O Espírito Santo" surgiu primeiramente na tradução do original grego para o latim, na versão da Bíblia conhecida como Vulgata, a qual foi elaborada pela Igreja Católica muito tempo depois que os originais em grego estavam escritos. Nas versões originais em grego, portanto, o termo aparece indefinido, como nos trechos abaixo: No caso do filho de Zacarias e Isabel (João Batista). “Luc.1:15 …porque ele será grande diante do Senhor e não beberá vinho nem bebida forte; já desde o ventre de sua mãe será cheio do espírito santo,…” No caso de Jesus, filho de Maria. “Luc.1:35 Respondeu-lhe o anjo: ‘o espírito santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te envolverá com sua sombra; e por isso o nascituro será chamado santo, Filho de Deus.” Em ambos os casos, segundo o Espiritismo, Isabel e Maria receberam por via mediúnica a revelação de que dariam à luz filhos que eram Espíritos já santificados, ou seja, com um grau evolutivo moral acima da média (João) ou pleno (Jesus, por isto chamado de Filho de Deus). Logo, o ato de receber um Espírito Santo, significaria dar condições para a reencarnação de um Espírito bom, missionário, nestes casos de gravidez/nascimento. Nas ocasiões em que homens ou outras pessoas “recebessem” ou “ficassem cheios” do Espírito Santo, o Espiritismo interpreta como a “incorporação” mediúnica de um espírito mensageiro cuja elevação moral e boas intenções emprestariam a ele o título de Santo. A descrição do Pentecostes, quando alguns discípulos de Jesus receberam o Espírito Santo, apresenta todos os elementos clássicos de uma reunião mediúnica, conforme descrita pelo senhor Allan Kardec em suas obras de estudos Epíritas, tais como fenômenos luminosos, incorporação e fala em outras línguas. (baseado em: A Sabedoria do Evangelho, vol 1 - 1964, de Carlos Torres Pastorino).