1º Trimestre de 2011 - Lição 08
Santo Estêvão é o primeiro mártir do Cristianismo, sendo considerado santo por algumas das denominações cristãs (católica, ortodoxa e a anglicana). É celebrado em 26 de Dezembro no Ocidente e em 27 de Dezembro no Oriente por tais denominações.
Segundo os Actos dos Apóstolos, Estêvão foi um dos sete primeiros diáconos da igreja nascente, logo após a morte e ressureição de Jesus, pregando os ensinamentos de Cristo e convertendo tanto judeus como gentios. Segundo Étienne Trocmé, Estevão pertencia a um grupo de cristãos que pregavam uma mensagem mais radical, um grupo que ficou conhecido como os helenistas, já que os seus membros tinham nomes gregos e eram educados na cultura grega e que separou do grupo dos doze apóstolos. Também eram conhecidos como o grupo dos 7. Foi detido pelas autoridades judaicas, levado diante do Sinédrio (a suprema assembleia de Jerusalém), onde foi condenado por blasfémia, sendo sentenciado a ser apedrejado (Act, 8). Entre os presentes na execução, estaria Paulo de Tarso, o futuro São Paulo, ainda durante os seus dias de perseguidor de cristãos.
O seu nome vem do grego Στέφανος (Stephanós), o qual se traduz para aramaico como Kelil, significando coroa - e Santo Estêvão é, de resto, representado com a coroa de martírio da cristandade, recordando assim o facto de se tratar do primeiro cristão a morrer pela sua fé - o protomártir.
Durante os primeiros século do cristianismo, o túmulo de Estêvão achou-se perdido, até que em 415 (talvez pela crescente pressão dos peregrinos que se deslocavam à Terra Santa), um certo padre, de nome Luciano, terá dito ter tido uma revelação onírica de onde se encontrava a tumba do mártir, algures na povoação de Caphar Gamala, a alguns quilómetros a Norte de Jerusalém.
Gregório de Tours afirmou mais tarde que foi por intercessão de Santo Estêvão, que um oratório a ele dedicado, na cidade de Metz, onde se guardavam relíquias do santo, foi o único local da cidade que escapou ao incêndio que os Hunos lhe deitaram, no dia de Páscoa de 451.
O culto de Santo Estêvão encontra-se associado à festa dos rapazes nas aldeias de Trás-os-Montes, integradas no ciclo de festividades do Solstício do Inverno, no período que decorre do dia 24 de Dezembro ao dia 6 de Janeiro, e que no passado pagão terão sido dedicadas ao culto do Sol, num ritual em que intervêm os caretos, as máscaras tradicionais do extremo nordeste de Portugal .
Quando a Igreja de Cristo é Perseguida
TEXTO ÁUREO
"Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós, por minha causa" (Mt 5.11).
VERDADE PRÁTICA
Apesar das perseguições contra a Igreja de Cristo, o evangelho torna-se, a cada dia, mais universal e influente. Nenhuma perseguição haverá de deter o avanço da Igreja
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 8.1-8
1 - E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos.
2 - E uns homens piedosos foram enterrar Estêvão, e fizeram sobre ele grande pranto.
3 - E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.
4 - Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra.
5 - E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo.
6 - E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia;
7 - Pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados.
8 - E havia grande alegria naquela cidade.
I. INTRODUÇÃO
Como uma luz brilhante é dolorosa aos olhos, assim a luz da santidade de Deus é dolorosa ao pecador, e ele procura esconder-se dela. O crente, posto no mundo como luz, traz dor ao mundo. Não pode haver outra reação contra ele senão a de rejeição, perseguição, amargura e ódio. Por isso nosso Senhor disse: "Se o mundo vos odeia [e o texto original implica que certamente odiará], sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim" (Jo 15.18). J. Dwight Pentecost, em seu livro ‘O Sermão da Montanha’, afirma: “O ódio é compreensível e, à luz da situação do mundo, é perfeitamente natural, lógico, e deve acontecer. O amor do crente ao mundo é tão anormal quanto o amor do mundo ao crente. O primeiro motivo que Cristo apresenta é: "Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia" (Jo 15.19). Quando disse "Se vós fosseis do mundo", estava dizendo: "Se extraísseis do mundo vossos padrões de vida; se modelásseis vossa conduta segundo os padrões do mundo; se recebêsseis inspiração do mundo", o mundo vos aprovaria, porque haveria unidade entre vós e o mundo. Se vossa vida girasse em torno do mundo, serieis aprovados. Visto como a vossa vida tem um novo padrão, um novo alvo, um novo centro, o mundo não entende”. Aquilo que não se pode compreender é de pronto rejeitado e o mundo interpreta esta atitude do crente em seguir padrões avessos ao comum como complexo de superioridade por parte do crente, daí o ódio que nos tem. Não aceita que haja algo de maior valor em conhecer a Jesus Cristo e que Cristo seja superior ao deus deste mundo. Entende mal e interpreta mal. O fato de a pessoa deixá-los é um testemunho do alto valor daquilo que a leva a abandoná-los. O indivíduo saiu do seio do mundo. Não podendo entender porque ele fez isso, o mundo o odeia. Boa aula!
II. DESENVOLVIMENTO
I. OS EFEITOS DA MORTE DE ESTÊVÃO
“Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra”. (At 8.4). Na perseguição iniciada com a morte de Estevão, a igreja em Jerusalém dispersou-se por toda a terra. Alguns chegaram até Damasco e outros até a Antioquia. Por qual motivo sobreveio então as perseguições? “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. (Mc 16.15). A partir desta perseguição, os cristãos fugiam, porém pregavam o evangelho e testemunhavam das maravilhas que Jesus operava. Os primeiros agentes da expansão missionária provavelmente foram os convertidos do dia de Pentecostes (At 2.9-11) que levaram o evangelho consigo quando voltaram para casa. As regiões alistadas no texto já indicam a larga gama de países do mundo de então. Uma segunda leva de "missionários" foram aqueles que foram espalhados por toda parte na perseguição que seguiu o martírio de Estevão (At 8.4). Estes foram pregando na Fenícia, em Chipre e em Antioquia, mas sempre aos helenistas. Um dos convertidos de Chipre e de Cirene (atual Líbia) pregaram aos helenos (gregos) em Antioquia. Como resultado da evangelização do eunuco por Filipe surgiu a Igreja na Etiópia (At 8.26-39).
1. Sobre Paulo.
Como jovem judeu, ele recebera educação ministrada aos jovens judeus de futuro e foi educado aos pés de Gamaliel.(Gamaliel é citado no discurso do apóstolo Paulo, em Atos dos Apóstolos 22:3, como sendo o seu mestre.Lucas, autor do Atos dos Apóstolos, em 5:34-39, refere-se a Gamaliel como um estudioso da Lei de Moisés. No episódio quando defende os apóstolos, a sua autoridade no Sinédrio foi tão grande que eles aceitaram o seu conselho. Nesta ocasião, quando Pedro e os outros apóstolos foram trazidos perante o Sinédrio, Gamaliel ilustrou a sabedoria de não se interferir na obra dos apóstolos, e então acrescentou: “Se este desígnio ou esta obra for de homens, será derrubada; mas, se for de Deus, não podereis derrubá-los... podereis talvez ser realmente achados como lutadores contra Deus.” — Atos 5:34-39.)Poucos podiam se orgulhar de ter mais instrução do que Paulo no que dizia respeito à educação religiosa judaica e poucos se aproveitaram tanto quanto ele da educação que recebeu (Fp 3.4-6). Se perguntarmos o que causou a conversão de Paulo, só existe uma resposta possível. O que sobressai na narrativa é a graça soberana de Deus através de Jesus Cristo. Paulo não se “decide por Cristo”, como poderíamos dizer. Pelo contrário, ele estava perseguindo Cristo. É melhor dizer que Cristo se decidiu por ele e interveio em sua vida. A evidência disso é inquestionável. Lucas o mencionou três vezes, sempre como feroz adversário de Cristo e sua igreja. Ele nos conta que, no martírio de Estevão, “as testemunhas deixaram suas vestes ao pés de um jovem chamado Saulo” (7.58), que “Saulo consentia na sua morte” (8.1), e que, em seguida, “Saulo assolava a igreja” (8.3), procurando cristãos casa por casa, arrastando homens e mulheres para a prisão. Agora, Lucas resume a história dizendo que ele estava respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor (9.1). Ele não tinha mudado desde a morte de Estevão; ele ainda estava na mesma condição mental de ódio e hostilidade. John Stott afirma que “Alguns dos termos que Lucas usa para descrever Paulo antes da sua conversão parecem ser deliberadamente escolhido para retratá-lo como “um animal selvagem e feroz”. O verbo lymainomai, cuja única ocorrência no Novo Testamento se encontra em 8.3, em referência à “destruição” que Saulo causou a Igreja, é empregada no Salmo 8.13 (LXX), em relação a animais selvagens destruindo uma vinha; o seu sentido específico é “destruição de um corpo por um animal selvagem”. Um pouco mais tarde, os cristãos de Damasco o descreveram como aquele que tinha causado um “extermínio” em Jerusalém (v. 21), onde o verbo empregado é portheo (como em Gálatas 1.13,23), que C.S.C. Williams, traduz “espancar”. Continuando a mesma imagem, J.A. Alexander sugere que a menção de Saulo “respirando ameaças e morte” (v. 1) era uma “alusão ao arfar e ao bufar dos animais selvagens”, enquanto que mais tarde, de acordo com Calvino a graça de Deus é vista “não apenas em um lobo tão cruel sendo transformado numa ovelha, mas também em ele assumir o caráter de um pastor”. Esse era o homem (mais animal selvagem do que ser humano) que em poucos dias seria alcançado pela graça. Não estava propenso a considerar as reivindicações de Cristo. Seu coração estava cheio de ódio e sua mente estava envenenada por preconceitos, estava “demasiadamente enfurecido” (At 26.11). “Aprouve” a Deus, escreveu Paulo, “revelar Seu Filho a mim”. John Stott continua: “Em primeiro lugar, a conversão de Saulo não foi, de maneira alguma, uma “conversão repentina”, como se diz muitas vezes. É certo que a intervenção final de Deus foi repentina: “Subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor” (v. 3), e uma voz se dirigiu a ele. Mas essa não foi a primeira vez que Jesus Cristo falou com ele. De acordo com a própria narrativa de Paulo, Jesus lhe disse: “Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões” (26.14). Com esse provérbio (que parece ter sido bastante popular na literatura grega e latina) Jesus comparou Saulo a um touro jovem, forte e obstinado, e ele mesmo a um fazendeiro que usa aguilhões para domá-lo. A implicação disso é que Jesus estava perseguindo Saulo, usando esporas e chicotes, e era “duro” (doloroso, até mesmo fútil) resistir [1].
2. Sobre a Igreja.
A missão da Igreja é proclamar de modo persistente e incessante a obra redentora do Calvário a todos os povos. Jesus disse: “[...] e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra” (At 1.8). Entretanto, apesar dessa ordem e de já haver recebido o Espírito Santo no Pentecostes, a Igreja permaneceu limitada a Jerusalém, pelo menos até ao martírio de Estevão. A igreja estava muito concentrada no seu mundo cristão, que não justificava o poder através do derramamento do Espírito Santo, que eles tinham recebido. Para que houvesse a multiplicação da palavra de Deus, era necessário que alguma coisa de especial acontecesse. Foi aí que Deus permitiu aquela perseguição, para que o povo se espalhasse. Após a morte de Estevão (primeiro mártir da Igreja), houve “uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém” (8.1), de tal modo que os crentes tiveram que se dispersar. Os que “andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra” (v.4). A expressão “por toda parte” incluía regiões como a Fenícia, Chipre e Antioquia, muito além dos termos de Israel (At 11.19). Isso indica que a determinação do Mestre começou a ser cumprida segundo os termos da Grande Comissão. Certamente Deus permitiu tal perseguição com o intuito de retirar os discípulos do seu comodismo e inércia. A primeira reação contraria a expansão da igreja veio do judaísmo, que considerava a pregação cristã como um perigo ao ritualismo e a sua própria existência. Certo dia um grupo de judeus apoderou-se de Estevão e, o levou a presença do conselho do sumo sacerdote, acusando de blasfêmia por ter feito uma eloqüente defesa da fé cristã, explicando como Jesus Cristo havia cumprido as antigas profecias referentes ao Messias que libertava seu povo do pecado e da escravidão. Assim tomaram a iniciativa do apedrejamento de Estevão, transformando-o no primeiro Mártir da fé cristã. Logo após a morte de Estevão tiveram lugar ao martírio de Tiago e a prisão do apóstolo Pedro, por determinação do governador Herodes. Esse fato deu início a uma onda de perseguição que levou muitos cristãos a abandonarem Jerusalém (At 8.1), iniciando-se assim a dispersão de muitos cristãos propiciando um crescimento maior e mais rápido da igreja: "Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus." (Rm 8.28).
II. QUANDO A IGREJA É PERSEGUIDA
Paulo alista "tribulações" como uma das bênçãos da salvação em Cristo. A palavra "tribulação" refere-se a todos os tipos de provações que podem nos afligir. Isto inclui a perseguição, maus tratos ou desprezo. Em meio a estas aflições, a graça de Deus nos capacita a buscar mais diligentemente a sua face e produz em nós um espírito e caráter perseverantes, que vencem as provações e as aflições da vida. É notável que a tribulação, ao invés de nos levar ao desespero e à desesperança, produz em nós a paciência, a paciência produz a experiência, e a experiência resulta numa esperança madura que não decepciona (Rm 5. 5).
1. Perseguição física.
O sofrimento não é novo na história do povo de Deus. Em Atos capítulo 8, a Igreja que amava a Jesus e se ajuntava em Jerusalém passou por uma de suas mais fortes provações. No primeiro verso deste capítulo Lucas nos diz que a Igreja era “perseguida”, utilizando aqui um vocábulo grego – diogmos - que significa um forte e visível ataque. Indicava que o sofrimento da Igreja nesta época de dispersão era perceptível por todos. Homens e mulheres eram mortos, outros encarcerados, famílias partidas ao meio e aqueles que conseguiam fugir deixavam para trás suas vidas e história. Esta “perseguição” era, portanto, um terrível sofrimento físico, visível e violento. No segundo verso Lucas nos diz que a Igreja “pranteava” a morte de Estêvão. O autor, inspirado, escolhe a expressão grega kopeton que significa a dor da alma, ou bater no peito para expressar este pranto. Mostra que esta Igreja se melancolizava pelo caos ao seu redor e, assim, não havia apenas dor no corpo, mas também na alma. Esta Igreja chorava de forma visceral a morte de Estevão, e tantos outros, sofrendo tanto física quanto emocionalmente. No terceiro verso somos levados a ler que Saulo “assolava” o povo de Deus, utilizando-se aqui a expressão elumaineto que possui a mesma raiz da usada em Jo 10.10 ligada à destruição da fé e das convicções quando se refere àquele que veio roubar, matar e destruir. Trata-se de um sofrimento espiritual quando os alicerces das convicções mais profundas são atacados. Estes três níveis de sofrimento descritos em contexto de perseguição em Atos oito (físico, emocional e espiritual) podem muito bem ilustrar as vias de dor da Igreja ao longo de sua história, bem como nos dias de hoje. Deve nos ensinar que:
-(1) seguir a Cristo – e mesmo fazê-lo com devoção e fidelidade – não isenta o crente do sofrimento;
-(2) em meio a estes sofrimentos não estamos sós, pois maior é Aquele que está em nós;
-(3) o sofrimento é uma oportunidade de se alicerçar a fé - daquele que é provado no dia mau – e de expressar amor e sincera solidariedade - por parte daquele que pode estender a mão [2].
2. Perseguição cultural.
Cultura traduz-se por totalidade daquilo que foi elaborado pela atividade humana na construção de um mundo próprio, exteriorizado na forma de instrumentos materiais (como as ferramentas), ou espirituais (como a linguagem e a religião). A cultura torna-se o próprio mundo do indivíduo, pois, ele a recebe, assimila, elabora e age nela desde o nascimento. A cultura adotada como padrão aceito pela maioria dos membros de uma sociedade, e que está inserida em suas leis e principais costumes é o que se chama ‘Cultura Oficial’ e tem a principal função de manter a regularidade do sistema, ou establishment, que são as instituições e culturas já estabelecidas. A Bíblia traça um perfil claro do que a igreja está destinada a ser, e narra a história primitiva da igreja em dois contextos culturais: a sociedade judaica da Palestina e a sociedade greco-romana do primeiro século. Na base deste testemunho bíblico a igreja em cada época enfrenta a tarefa de formar as estruturas que forem mais compatíveis com sua natureza e missão dentro da sua cultura específica. A cultura oficial, não importando sua origem, é uma cultura que exclui a Deus, que glorifica a auto-suficiência humana, que faz do homem a autoridade suprema e que se recusa a reconhecer a revelação de Deus em Jesus Cristo. O crente deve manifestar desprezo segundo Deus, ante a sabedoria humana e a cosmovisão secular (1Co 1. 18-31; 2.1-16; At 17.18; Rm 1.20-32; Cl 2.8; 2 Ts 2.10-12; 2 Tm 3.1-9; 2 Pe 2.1-3,7; Jd 4-19). O evangelho e a mensagem da cruz nunca devem ser acomodados à cultura, à filosofia, à ciência ou a qualquer outra forma de sabedoria humana (2.4,5; Gl 6.14). O cristianismo não se identifica por uma prática religiosa, mas sim pela observação dos mandamentos de Jesus, logo, o crente deve se preocupar com a construção de uma sociedade justa, igualitária e praticante dos bons valores. O papel da igreja é o de transformar a sociedade oprimida por sistemas injustos, através da pregação do Evangelho da salvação e da libertação. Não existe uma cultura cristã, pois o cristianismo não é uma sociedade secular, mas sim uma ekklesia, a reunião de um povo, por convocação (gr. ekkaleo), o conjunto do povo de Deus em Cristo, que se reúne como cidadãos do reino de Deus (Ef 2.19), com o propósito de adorar a Deus. Paulo assevera que devemos reconhecer que o presente sistema mundano é mau (Gl 1.4), e que está sob o controle de Satanás (Jo 12.31; 1Jo 5.19). Devemos resistir às formas prevalecentes e populares do proceder deste mundo e em lugar disso proclamar as verdades eternas e os padrões justos da Palavra de Deus, por amor a Cristo (1Co 1.17-24).
3. Perseguição institucional.
Amparada pela ‘lei’, a perseguição institucional velada está a pleno vapor. Leis aprovadas pelos Congressistas visam reprimir o avanço do evangelho e menosprezam os valores morais bíblicos. Não que a dita ‘bancada evangélica’ não esteja atenta, mas sabemos que vence a maioria e, infelizmente, esta maioria está subordinada à cultura oficial. Os interesses do Reino de Deus não coadunam com os interesses deste mundo, mesmo perseguidos, ainda que veladamente, devemos desprezar e aborrecer aquilo que é mau e permanecermos amando aquilo que é justo (1Jo 2.15-17; Hb 1.9). A Bíblia diz que no fim dos tempos os filhos de Deus serão perseguidos e odiados. Veja abaixo alguns PROJETOS DE LEIS brasileiras, que, SE APROVADOS, impedirão a nossa ação a favor do Evangelho no Brasil:
* Será proibido fazer cultos ou evangelismo na rua (Reforma Constitucional).
* Cultos somente com portas fechadas (Reforma Constitucional).
* As igrejas serão obrigadas a pagarem impostos sobre dízimos, ofertas e contribuições.
* Programas evangélicos na televisão apenas uma hora por dia.
* Pastor só poderá fazer programa de televisão, se tiver faculdade de 'jornalismo'.
* Será considerado crime pregar sobre espiritismo, feitiçaria e idolatria, e também veicular mensagem no rádio, televisão, jornais e internet, sobre essas práticas contrárias a Palavra de Deus.
* Pastores que pregarem sobre dízimos e ofertas, dependendo do número de reclamações, serão presos.
* Pastores que forem presos por pregar sobre práticas condenadas pela Bíblia Sagrada (homossexualismo, idolatria e espiritismo), não terão direito a se defender por meio de ação judicial.
* Igrejas que não realizarem casamento de homem com homem e mulher com mulher, estarão fazendo 'discriminação', poderão ser multadas e os pastores processados.
* Querem que o dia do 'Orgulho Gay' seja oficializado em todas as cidades brasileiras.
III. COMO ENFRENTAR A PERSEGUIÇÃO
Depois de instruir seus apóstolos nos métodos de efetuar a pregação, Jesus advertiu-os a respeito de opositores. Ele disse: “Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos... Guardai-vos dos homens; pois eles vos entregarão aos tribunais locais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Ora, sereis arrastados perante governadores e reis, por minha causa.” Paulo escreveu: “Porque a vós vos foi concedida, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Fp 1.29). Além do mais temos que nos lembrar que “não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). Por trás de toda a perseguição está o diabo o qual, não podendo mais atacar a Deus diretamente, procura atacá-lo perseguindo a Igreja. A graça de Deus nos capacita a olhar além dos nossos problemas presentes, nossa ardente esperança em Deus e a certeza garantida da volta do nosso Senhor para estabelecer a justiça e a piedade no novo céu e nova terra (1Ts 4.13; Ap 19-22). Entrementes, enquanto estivermos na terra, temos o amor de Deus derramado em nosso coração pelo Espírito Santo a fim de nos consolar em nossas provações e trazer até nós a presença de Cristo (Jo 14.16-23).
1. Evangelizando e fazendo missões.
No início da narrativa de Atos, antes de pentecostes, Lucas esclarece que havia apenas cento e vinte pessoas que pertenciam à assembléia dos santos. Depois da descida do Espírito são convertidos quase três mil pessoas após a pregação de Pedro. Não é mais um pequeno grupo, mas uma grande multidão que cresce a cada dia. A igreja começa a crescer rapidamente de um modo que as pessoas ficam pasmas. Eles podem ver a obra grandiosa do poder de Deus na vida daquelas pessoas. A obra do Senhor começa a se espalhar em toda Jerusalém e que depois chegaria até aos confins da terra. É o evangelho sendo pregado pelo mundo inteiro. Porque o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.17). “o sangue dos mártires é a semente da igreja” - Isso foi dito por Tertuliano, que veio da igreja do Norte da África, igreja que foi dissipada. Se procurássemos a igreja mais saudável nos anos 400 e 500, olharíamos para o que chamamos de Tunísia e Algéria; o norte da África. Foi a terra de Agostinho. Depois, os árabes, os muçulmanos, chegaram. Eles conquistaram Cartago em 698 d.C. e aos poucos, o evangelho foi sendo sufocado e o número de crentes reduzido a quase nada. A nota principal da Igreja Copta (a igreja cristã do Egito, Etiópia e Eritréia), hoje, é a da perseguição por amor da justiça: uma igreja sacrificada pelos imperadores romanos pagãos, pelos imperadores cristãos e pelos árabes, quando o Islamismo conquistou o Egito. O martírio continuou até nossos dias. Em fins do século 20, os coptas têm sofrido forte opressão, tidos como estrangeiros em seu país, quando, na verdade, são os verdadeiros egípcios. O século XIX ficou conhecido como o "grande século do esforço missionário": Robert Morrison - estudou o mandarin e deixou um dicionário e uma Bíblia para os missionários, o que aconteceu em 1858; Charles Handon Spurgeon - Foi o mais proeminente pregador da Inglaterra em meados do século XIX. É conhecido como o príncipe dos pregadores; Dwight L. Moody - considerado um dos grandes evangelistas ele ajudou a fundar a sociedade de evangelização de Chicago em 1886 e no outono de 1889 surgiu o Instituto Bíblico Moody que teve como alunos em 1949 Billy Grahan e Samuel Doctorian; Hudson Taylor -- A china teve um progresso missionário com a sua presença. Rompeu com as tradições missionárias da época iniciando um trabalho pioneiro em missões transculturais, levou muitos camponeses a Cristo; Robert Reid Kalley e sua esposa Sara Poulton Kalley -- O protestantismo começou a arraigar-se e crescer no Brasil com a chegada de Kalley no Rio de Janeiro em 10/05/1855. Neste ano é inaugurada a Escola Dominical em Petrópolis pelo casal. No dia 11/07/1858 Pedro Nolasco de Andrade tornou-se o primeiro brasileiro batizado no Brasil na Igreja Evangélica Fluminense, onde Kalley era pastor, na época a igreja contava com 13 membros, 8 portugueses, 4 anglo-saxões e 1 brasileiro. Em 1868 a igreja alcançou 360 membros, uma segunda Igreja congregacional foi organizada em Recife no ano de 1873; Simonton -- chegou ao Brasil no dia 12/08/1859 e em 1862 fundou a primeira Igreja Presbiteriano no Rio de Janeiro; Willian Buck -- chegou ao Brasil em 1881 e no seguinte fundou a primeira igreja batista no Brasil em Salvador; Daniel Berg e Gunnar Vingren chegam a Belém do Pará, em 19 de novembro de 1910, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da Humanidade e a atualidade do Batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.
2. Apresentando uma apologia de nossa fé.
Se perguntarmos à maioria das pessoas a razão por que crêem, muitas delas teriam dificuldade de oferecer uma base sólida para sua opinião. De modo geral, as convicções pessoais referem-se à lealdade a uma herança ou a uma tradição específica. É surpreendente notar o quanto a fé fundamenta-se na submissão a uma instituição, a um partido político, a uma igreja, ou a um sistema religioso, mas não em fatos. Muitas vezes a fé religiosa é mais uma demonstração de lealdade aos pais, ao sacerdote, ou ao pastor, do que uma convicção real fundamentada em evidência sólida[3]. Prontidão para confessar Cristo é um importante aspecto em colocar Cristo como Senhor. Essa prontidão é inclusive para a resposta a questionamentos abusivos e zombeteiros de pessoas hostis à mensagem do evangelho. Nessa defesa apologética inclui uma explanação dos pontos principais da fé cristã. No dizer de Pedro, devemos sempre estar dispostos a defender a causa de Cristo e a explicar o evangelho aos outros (Is 8.13). Assim sendo, devemos conhecer a Palavra de Deus e a sua vontade, a fim de testemunhar corretamente de Cristo e levar outras pessoas a Ele (Jo 4.4-26).
3. Conservando nossa identidade como povo de Deus.
O crente não deve ter comunhão espiritual com aqueles que vivem o sistema iníquo do mundo (Mt 9.11; 2Co 6.14) deve reprovar abertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11), deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13,14), deve amá-los (Jo 3.16), e deve procurar ganhá-los para Cristo (Mc 16.15; Jd 22,23). Nós os cristãos estamos unidos não só por nosso compromisso com Jesus Cristo, como também por nosso compromisso com a igreja de Jesus Cristo. Precisamos ter a mesma perspectiva da igreja que Jesus tinha, e redescobrir a visão de uma igreja viva, renovada pelo Espírito Santo, tal como foi nos seus primeiros tempos. Ricardo Cotta em seu livro ‘Defendendo a Igreja Evangélica’, faz o seguinte questionamento: QUE TIPO DE PESSOAS SÃO OS EVANGÉLICOS? São pessoas como qualquer outra, com qualidades e defeitos, com alegrias e tristezas, sujeitas a doenças e à morte. São chamados também de crentes ou protestantes. Em geral não têm vício de jogos, não fumam, não traficam nem usam drogas. Não bebem bebidas alcoólicas ou quando fazem uso, o fazem com moderação: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Normalmente não roubam, não matam nem se suicidam. Não são homossexuais, não se prostituem e procuram não adulterar, apesar de ocorrerem alguns casos. Procuram ser honestos e corretos em todos os seus negócios: “Dois pesos e duas medidas uns e outras são abomináveis ao Senhor” (Pv 20.10). O evangélico procura agir da maneira citada, apesar de falhar muitas vezes. Quando falha, o Espírito Santo o incomoda a reconhecer o erro, arrepender-se e mudar de atitude. Não pode haver outra reação contra o crente senão a de rejeição, perseguição, amargura e ódio. Por isso nosso Senhor disse: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim" (Jo 15.18).
III. CONCLUSÃO
Como uma luz brilhante é dolorosa aos olhos, assim a luz da santidade de Deus é dolorosa ao pecador, e ele procura esconder-se dela. O crente, posto no mundo como luz, traz dor ao mundo. Não pode haver outra reação contra ele senão a de rejeição, perseguição, amargura e ódio. Deixando o sistema do mundo e aceitando o padrão da Palavra de Deus, dizemos ao mundo: "encontrei em Cristo algo superior a tudo quanto tens." Não há necessidade de empregar palavras, pois a própria rejeição das coisas da velha vida e aceitação da nova com seus alvos e padrões, é testemunho silencioso de que encontramos algo superior. O mundo interpreta esta atitude como complexo de superioridade de nossa parte, daí o ódio que nos tem. Não aceita que haja algo de maior valor em conhecer a Jesus Cristo e que Cristo seja superior ao deus deste mundo. Entende mal e interpreta mal. O fato de a pessoa deixá-los é um testemunho do alto valor daquilo que a leva a abandoná-los. O indivíduo saiu do seio
do mundo. Não podendo entender porque ele fez isso, o mundo o odeia.
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