A Importância da Disciplina na Igreja
TEXTO ÁUREO
"Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça." (Hb 12.11).
-VERDADE PRÁTICA
A essência da disciplina é o ensino e o seu objetivo é levar-nos a andar de acordo coma vontade de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 5.1-11
1 - Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade,
2 - E reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.
3 - Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?
4 - Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
5 - E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram.
6 - E, levantando-se os moços, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram.
7 - E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido.
8 - E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto.
9 - Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti.
10 - E logo caiu aos seus pés, e expirou. E, entrando os moços, acharam-na morta, e a sepultaram junto de seu marido.
11 - E houve um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Reconhecer que a disciplina é uma prova do amor de Deus;
- Explicar a necessidade da disciplina, e
- Saber que todo ato gera uma conseqüência.
I. INTRODUÇÃO
[*] Na maioria das Igrejas protestantes, são apenas dois os sacramentos, que são o Batismo e a Eucaristia (Santa Ceia). Martinho Lutero definiu sacramento como um elemento, uma coisa material, que através da palavra de Deus, vira uma coisa diferente. Não no sentido material, pois água continua a ser água e pão continua pão, mas pela promessa divina é atribuido um poder vinculado a essa matéria. Muitos protestantes vêem os sacramentos apenas "como sinais que estimulam a fé". Na maioria das igrejas evangélicas os dois sacramentos são: batismo e a santa ceia. As igrejas anglicanas tem normalmente sete sacramentos, mas consideram a Santa Ceia e o Batismo como os principais. Há ainda algumas denominações protestantes como os Quakers que negam qualquer instituição de sacramentos por Jesus Cristo. Várias igrejas evitam a palavra sacramento, porque ela está associada a prática sacerdotal católica.
II. DESENVOLVIMENTO
I. A DISCIPLINA E SUA NECESSIDADE
1. Definindo a disciplina.
Antes de definir o significado de ‘disciplina’, é sumariamente necessário esclarecer que ela não deve ser confundida com ‘castigo’. Essas duas palavras necessitam de uma definição cuidadosa. ‘Castigo’ provém do latim castus (puro, casto), e está relacionado com castidade. O castigo é corretivo e seu propósito envolve misericórdia. Seu significado está claramente descrito em Hebreus 12.5-11. O castigo se apresenta ali como evidência do amor e interesse do Pai por seus filhos ao corrigi-los. Castigo sem disciplina é ineficaz. ‘Disciplina’ – do Latim discipulus, ‘aquele que aprende’, do verbo discere, ‘aprender’. De discipulus veio disciplina, ‘instrução, conhecimento, matéria a ser ensinada’. Gradualmente se agregou um novo significado, o de ‘manutenção da ordem’, que é necessária para fornecer instrução. É instrução e direção para um estilo de vida ordenado que chega a se tornar uma segunda natureza para a pessoa envolvida [como sou militar, nesta minha área, por exemplo, a disciplina é considerada uma qualidade a ser perseguida pelos soldados, com o objetivo de torná-los aptos a não se desviarem de uma conduta padrão, desejável para o bem comum da tropa, mesmo em situações de pressão extrema]. Segundo a Palavra de Deus, a disciplina é para purificação. Há ainda, uma outra definição para o termo que vem da palavra grega que quer dizer ‘uma mente sã’. Assim ‘disciplinar’ é ‘consertar os pensamentos’ da pessoa que não está pensando certo de forma a corrigir a sua atitude e colocá-la no caminho correto. Deus quer que seus filhos pensem e ajam conforme a Sua ordem. Deve ser claro que o elemento principal na disciplina não é o castigo. Geralmente este processo traz tristeza e dor, mas depois, quando a lição é entendida, traz alegria e ‘fruto de justiça’ (Hb 12.11). Podemos usá-lo para referir-nos a uma área de ensino, ao exercício da ordem, ao exercício da piedade ou a medidas corretivas no seio da igreja. A disciplina do Senhor tem dois propósitos:
- que não sejamos, por fim, condenados com o mundo (1Co 11.31,32), e
- que compartilhemos da santidade de Deus e continuemos a viver uma vida santificada, sem a qual nunca veremos o Senhor (1Pe 1.15,16).
2. A disciplina no Antigo Testamento.
Desde Gênesis até Apocalipse vemos que o nosso Deus é Deus de ordem. Seja com o Seu povo Israel ou com a sua Igreja na terra, Ele tem revelado um padrão para o comportamento do Seu povo. Este padrão é para o nosso bem e para o bem da Sua obra na terra e se um de seus filhos desviar-se desta ordem, Deus o corrige (Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus castiga; não desprezes, pois, o castigo do Todo-Poderoso. Jó 5.17). Nesta exortação que Elifaz dirige a Jó, ele inicia um com um correto pensamento, mas na sua conclusão seu pensamento está direcionado à conclusão de que se Deus repreende uma pessoa e ela corresponde devidamente, Deus a livrará de todos os seus males e aflições. O autor de Hebreus refuta essa idéia enganosa, ao declarar que alguns dos maiores heróis da fé, do Antigo Testamento, foram perseguidos, despojados de todos os seus bens, afligidos, maltratados e até mesmo mortos. Esses justos nunca experimentaram total livramento nesta vida (Hb 11.36-39). Note que não há na Bíblia ensinamento que Deus eliminará da nossa vida todas as aflições e sofrimentos. Os santos nem sempre são poupados de sofrimentos nesta vida. Note que, pela fé, alguns ‘escaparam do fio da espada’ e, também pela fé, alguns foram ‘mortos a fio de espada’ (Hb 11.34, 37). Na contra-mão de Elifaz, Salomão afirma que ‘o que aborrece a repreensão é um bruto’(Pv 12.1). Há ocasiões no decorrer de toda a nossa existência em que precisamos de repreensão e de correção. O orgulhoso detesta ser advertido, mas o humilde acolherá com naturalidade a crítica, e dela tirará proveito; o reverente temor do poder, majestade e santidade de Deus produzirá em nosso homem interior um santo temor em não transgredir a sua vontade revelada. Uma tal reverência é essencial para se obter um coração sábio. No Novo Testamento aprendemos que o sincero temor do Senhor em nosso coração será acompanhado pelo consolo do Espírito Santo.
3. A disciplina no Novo Testamento.
É notável que na primeira referência no Novo Testamento sobre a Igreja local (Mt 18:15-17), e também na última (Ap 3:19), o assunto é sobre a necessidade de disciplina na Igreja local. Mesmo quando os apóstolos estavam na terra havia necessidade de disciplina nas igrejas, e esta foi muito severa, como quando Ananias e Safira morreram em Jerusalém por causa da sua mentira (At 5.1-11). Deus não tolera pecado na igreja. Também nas cartas de Paulo há muito escrito sobre este assunto. Mesmo Tessalônica, que foi chamada de ‘modelo para todos os crentes da Macedônia e da Acaia’ (1Ts 1.7) tinha problemas também (1Ts 5.14 e 2Ts 3.6). A severidade como Deus tratou com Ananias e Safira levou a um aumento de humildade, reverência e temor do povo para com um Deus santo. Sem o devido temor do Deus santo e da sua ira contra o pecado, o povo de Deus voltará, em pouco tempo, aos caminhos ímpios do mundo, cessará de experimentar o derramamento do Espírito e a presença milagrosa de Deus e então lhe será cortado o fluxo da graça divina. Este é um elemento essencial da fé neotestamentária e do cristianismo bíblico hoje em dia. Muitos leitores da Bíblia ficam perplexos com esse juízo tão duro, vindo da parte de Deus. Alguns expositores têm procurado atenuar a narrativa com interpretações inconsistentes, considerando este registro um exagero por parte do ‘historiador’ Lucas, mas o fato acontece como está relatado. Lembremos que a narrativa de Atos não está encerrada e Deus não muda, ainda que o juízo de Deus nem sempre se manifesta dessa maneira, e por isso mesmo ainda não levamos a sério a obra do Senhor. Muitos estão a praticar coisas até mais graves, no entanto, Deus ainda está dando a oportunidade para a reconciliação.
II. A OFERTA DE ANANIAS E SAFIRA
Em Atos 2.47 e 4.34, ficamos sabendo que ‘todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos’. Dentre eles, destacou-se Barnabé, o único citado nominalmente, exceto Ananias e Safira, por causa de sua hipocrisia. O casal fez um voto, não o cumpriu, mas queria que a Igreja pensasse que o mesmo fora concretizado. A generosidade de Barnabé repercutiu entre os irmãos. Ninguém era obrigado a vender suas propriedades. A mãe de João Marcos, o sobrinho de Barnabé (Cl 4.16), possuía uma casa em Jerusalém (At 12.12) que servia como lugar de culto e reunião de oração. O texto afirma que eles venderam uma propriedade. Não diz qual o seu tipo e nem o seu valor. Também não deixa explícita a atitude estranha desse casal. É comum a interpretação de que aquele casal queria gozar do mesmo prestígio de Barnabé.
1. O pecado contra o Espírito Santo e a Igreja.
A fim de obterem prestígio e reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante da igreja a respeito das suas contribuições. Deus considerou um delito grave essas mentiras contra o Espírito Santo. As mortes de Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude de Deus para com qualquer coração enganoso entre aqueles que professam ser cristãos. Note, também, que mentir ao Espírito Santo é a mesma coisa que mentir a Deus, logo, o Espírito Santo também é Deus (vv. 3,4; ver Ap 22.15) [1]. É fundamental o temor a Deus, reconhecer a sua santidade, justiça e retidão como complemento do seu amor e misericórdia, isto é, conhecê-lo e compreender plenamente quem Ele é (Pv 2.5). Andrew Murray afirma que ‘O orgulho, ou a perda dessa humildade, então, é a raiz de todo pecado e mal. Foi quando os anjos agora caídos começaram a olhar para si mesmos com autocomplacência que foram levados à desobediência, e foram expulsos da luz do céu para as trevas exteriores. E também foi quando a serpente exalou o veneno do seu orgulho, o desejo de ser como Deus, no coração de nossos primeiros pais, que eles também caíram da sua posição elevada para toda a desgraça na qual o homem está, agora, afundado. No céu e na terra, orgulho — auto-exaltação — é a porta, o nascimento e a maldição do inferno[2]. Deus feriu com severidade a Ananias e Safira para que se manifestasse sua aversão a todo engano, mentira e desonestidade no reino de Deus. Um dos pecados mais abomináveis na igreja é enganar o povo de Deus no tocante ao nosso relacionamento com Cristo, trabalho para Ele, e a dimensão do nosso ministério. Entregar-se a esse tipo de hipocrisia significa usar o sangue derramado de Cristo para exaltar e glorificar o próprio eu diante dos outros. Esse pecado desconsidera o propósito dos sofrimentos e da morte de Cristo (Ef 1.4; Hb 13.12), e revela ausência de temor do Senhor e de respeito e honra ao Espírito Santo, e merece o justo juízo de Deus.
2. Uma oferta como a de Caim.
O Senhor aceitou a oferta de Abel, porque este compareceu diante dEle com fé genuína e consagração (Hb 11.4; 1Jo 3.12; Jo 4.23,24). A oferta de Caim foi rejeitada porque ele estava destituído de fé sincera e obediente, e porque as suas obras eram más (Gn 4. 6,7; 1 Jo 3.12). Caim e Abel eram filhos de um mesmo casal, receberam a mesma instrução religiosa e foram criados no mesmo ambiente, não obstante isso, um temia ao Senhor e outro não. Muitas vezes ouvimos sermões onde afirma-se que Deus recusara a oferta de Caim por constituir-se de cereais e a de Abel era perfeita por ser figura do sacrifício do Messias prometido. Mas na verdade não foi por isso, ainda mais que, esses rituai só foram prescritos muitos anos depois, por Moisés (Nm 15.4-9). Deus tem prazer em nossas ofertas e ações de graça tão somente quando nos esforçamos para viver uma vida reta, de conformidade com a sua vontade (Dt 6.5).
III. O EXTREMO DA DISCIPLINA
A igreja é o povo santo de Deus, foi comprada pelo sangue precioso de Cristo e santificada pelo Espírito Santo. No entanto, Cristo ainda não apresentou diante do trono sua noiva sem manchas nem rugas. O Senhor não tem prazer na morte de alguém, pois Deus é amor. No entanto, foi necessário que Ele agisse assim, ceifando a vida de Ananias e Safira, para preservar a noiva sem mancha e também para suscitar temor na nova comunidade.
1. A sentença de morte.
Muitos pregadores anunciam que Ananias e sua mulher Safira morreram porque retiveram a parte designada para o dízimo. É conveniente lembrar que em nenhum momento se pronunciou dízimo ou oferta neste texto. Ananias e Safira foram julgados por sua hipocrisia e mentira a Deus, não pela decisão de ficar com parte da sua propriedade pessoal. A severidade da punição para uma ofensa tão pequena parece intolerante e sem misericórdia, mas era necessário estabelecer autoridade apostólica naquela igreja como também garantir sua pureza. Voto é uma forma de promessa solene diante de Deus, que deve ser cumprida. É melhor deixar de fazer um voto, do que fazer e não cumpri-lo. O crente quando participa da Ceia do Senhor está também fazendo um voto de viver em santidade e dedicado a Deus. Logo, devemos temer, pois, buscar os prazeres do pecado depois de fazer tal voto a Deus, atrai a si ira e juízo, pois significa que aquele voto era realmente mentiroso. Mentir a Deus pode resultar em castigo severo como no exemplar caso de Ananias e Safira [4]: ‘Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o’ (Ec 5.4).
2. A maldição é retirada do arraial dos santos.
Entregar-se a esse tipo de hipocrisia significa usar o sangue derramado de Cristo para exaltar e glorificar o próprio eu diante dos outros. Esse pecado desconsidera o propósito dos sofrimentos e da morte de Cristo (Ef 1.4; Hb 13.12), e revela ausência de temor do Senhor e de respeito e honra ao Espírito Santo, e merece o justo juízo de Deus. Por que não falaram a verdade? Aquele que ordena a disciplina na igreja é o mesmo que estabelece o padrão a ser seguido no exercício da mesma. Esse padrão consiste primeiramente em amor paternal (Hb 12.4-13). É certo que o mundo vê a disciplina como expressão de ira e hostilidade, mas as Escrituras mostram que a disciplina de Deus é um exercício do seu amor por seus filhos. Amor e disciplina possuem conexão vital (Ap 3.19). Além do mais, disciplina envolve relacionamento familiar (Hb. 12.7-9), e quando os cristãos recebem disciplina divina, o Pai celestial está apenas tratando-os como seus filhos. Deus não disciplina bastardos, ou seja, filhos ilegítimos. O padrão de disciplina divina revela também maravilhosos benefícios. A disciplina que vem do Senhor ‘é para o nosso bem (v. 10).’ Ainda que seja inicialmente doloroso receber disciplina, a mesma produz paz e retidão. O propósito de Deus em disciplinar não é o de incapacitar permanentemente o pecador, mas antes de restaurá-lo à saúde espiritual. O julgamento divino contra o pecado de Ananias e Safira levou a um aumento de humildade, reverência e temor do povo para com um Deus santo. Sem o devido temor do Deus santo e da sua ira contra o pecado, o povo de Deus voltará, em pouco tempo, aos caminhos ímpios do mundo, cessará de experimentar o derramamento do Espírito e a presença milagrosa de Deus e então lhe será cortado o fluxo da graça divina. Este é um elemento essencial da fé neotestamentária e do cristianismo bíblico hoje em dia.
III. CONCLUSÃO
A correção é fonte de esperança para os que a aplicam e vida para aqueles que a recebem corretamente (Pv 19.18 e 4.13). A correta disciplina deve ser sempre aplicada com amor e não com ira (Pv 13.24). Segundo as Escrituras, a disciplina na igreja está fundamentada não apenas no exercício do bom senso, mas principalmente nos imperativos do Senhor. O mandato bíblico referente à disciplina é encontrado especialmente no ensino de Jesus (Mt 18.15-17) e nos escritos de Paulo (1Co 5.1-13). Também, há clara referência bíblica de que a igreja que negligencia o exercício desse mandato compromete não apenas sua eficiência espiritual, mas sua própria existência. A igreja sem disciplina é uma igreja sem pureza (Ef 5.25-27) e sem poder (Js 7.11-12). A igreja de Tiatira foi repreendida devido à sua flexibilidade moral (Ap 2.20-24). John Stott escreve: “A igreja tem dois estados em relação com a santidade; um é atual e o outro potencial. Por um lado, os cristãos já são santos, no sentido de ter sido separado para Deus. Por outro lado, são chamados para ser santos, a desenvolver uma vida de santidade. Neste sentido, a igreja se parece muito ao antigo povo de Israel. No Antigo Testamento, uma e outra vez se nomeia Israel como nação santa. Era a nação escolhida por Deus. No entanto, não era uma nação de pessoas santas senão mais bem ao contrário. Por isso, Deus constantemente os instava a voltar-se a Ele e a serem santos. A igreja hoje tem a mesma ambigüidade: já é santa e, ao mesmo tempo, Deus a chama para ser santa” [5]. Não é por acaso que na primeira referência no Novo Testamento sobre a Igreja local (Mt 18:15-17), e também na última (Ap 3:19), o assunto é sobre a necessidade de disciplina na Igreja para a ‘manutenção’ da santidade (Ef 5.27
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Estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe.
É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrija?
Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.
Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?
Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.
Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. (Hebreus 12:5-11)
PENSAMENTO:
Através deste estudo, veremos como Deus disciplina (educa) seus filhos. A salvação não se perde, mas Ele disciplina a seus amados. Deus disciplina aos que ama. Isto tudo para que possamos participar de sua Santidade.
1. Deus garante que proverá este cuidado a todos os seus filhos (eleitos).
a) O Senhor ao que ama disciplina.
Hb 12:6
"porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe."
b) De Deus não se zomba; o que o homem semear, colherá.
Gl 6:7-10
"Não vos enganeis: de Deus não se zomba(1); pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.
Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.
E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos(2).
Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé."
2. Disciplina é da parte de Deus e não do homem.
a) Minha é a vingança, diz o Senhor.
Rm 12:19
"não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei diz o Senhor."
b) Castigados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
I Co 11:31,32
"Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo(3)."
3. Os bastardos (filhos do diabo) não são disciplinados por Deus porque não são seus filhos.
a) Se estão sem disciplina são bastardos.
Hb 12:8
"Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos(4) e não filhos."
4. Exemplos bíblicos de bastardos e filhos do diabo.
a) Jd 4
"Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação(5), os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem(6) a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo."
b) I Jo 2:19
"Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos, porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos."
c) Jo 17:12
"Quando estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura."
d) Mt 7:21-23
"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos(7) demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade(8)."
e) II Ts 3:2
"e para que sejamos livres dos homens perversos e maus; porque a fé não é de todos."
f) II Ts 2:3
"Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha apostasia(9) e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição."
5. Deus tem três medidas.
a) Disciplina.
Hb 12:10
"Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade."
b) Correção.
Sl 94:12,13
"Bem-aventurado o homem, Senhor, a quem tu repreendes, a quem ensinas a tua lei,
para lhe dares descanso dos dias maus, até que se abra a cova para o ímpio."
c) Açoite.
I Jo 5:16
"Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para a morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue."
I Co 5:5
"entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus."
6. Exemplos bíblicos sobre a disciplina.
a) Sansão;
b) Davi;
c) O povo de Israel;
d) Pedro;
e) Ananias e Safira (açoite).
7. A disciplina não é só aplicada por atos pecaminosos, mas também por se fazer afronte ao Espírito de Graça.
a) Hb 10:26-31
"Porque, se vivermos deliberadamente(10) em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados;
pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários.
Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés.
De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou(11) o sangue da aliança com o qual foi santificado e ultrajou o Espírito da graça?
Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.
Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo."
8. Versículos do antigo testamento sobre a disciplina de Deus.
a) Bem aventurado a quem Deus corrige.
Sl 94:12,13
"Bem-aventurado o homem, Senhor a quem tu repreendes, a quem ensinas a tua lei,
para lhe dares descanso dos dias maus, até que se abra a cova para o ímpio."
b) Não menospreze a correção do Senhor nem desmaies.
Pv 3:11,12
"Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão.
Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem."
c) Regerei com vara de ferro e açoitarei, mas não mudarei minha misericórdia.
Sl 89:30-36
"Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos,
se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos,
então, punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniqüidade,
Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade.
Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.
Uma vez jurei por minha santidade (e serei eu falso a Davi?):
A sua posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol perante mim."
PALAVRA FINAL: A disciplina de Deus não permite que o crente viva em atos de libertinagem, já que o Espírito Santo o corrigirá a todo tempo. Não menosprezes a Disciplina, pois isto mostra que estás sendo santificado em tua conduta.
Lembre-se sempre. A Palavra de Deus é algo tremendo, de tal maneira que homem nenhum pode questionar ou julgar. O filho de Deus, que é sábio, apenas ouve e guarda no coração, sem questionamentos, desde que ela testifique em seu coração. Como diz em I Co 2:13 : "Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo cousas espirituais com espirituais."
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