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2º Trimestre - Lição 03 - Anunciando Ousadamente a Palavra de Deus


Texto Áureo: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”
(2 Cr 7.14).

Verdade Prática: A palavra de Deus não é para ser proclamada apenas aos incrédulos. Ela tem de ser ouvida e, incondicionalmente, acatada por aqueles que se chamam pelo nome de Deus.

Leitura Bíblica em classe: Jeremias 7.1-11 ARC.

INTRODUÇÃO

Deus convocou Jeremias para que se pusesse na entrada do templo de Jerusalém e anunciasse sua mensagem aos que ali viessem para adorar. A mensagem foi similar à que ficou registrada: “o povo tinha de reformar seus caminhos (Jr 3.12 e 26.13), se quisesse continuar vivo ali”. Para Judá, o templo era sacrossanto e, portanto, impregnável a todos os ataques. Se acontecesse o pior, Yhawé sem dúvida interviria para salvar a cidade onde colocara o Seu nome. Ora, Jeremias afirma aqui justamente o oposto. Também Silo era considerada inviolável, mas foi derrubada. O “sermão no templo” aqui reproduzido não menciona o alarme e a fúria que provocou. Todavia, no capítulo 26 essa informação é-nos dada entre os sumários históricos da segunda parte do livro, indicando-nos também o perigo a que o profeta se expôs no seu arrojado testemunho. Se, de fato, o capítulo 26 pertence à mesma época que estes “sermões no templo”, então o ano seria 608 A. C., ou seja, o começo do reinado de Jeoaquim. Esta seção constitui a terceira mensagem de Jeremias.

I. JEREMIAS É CHAMADO A PREGAR NA PORTA DO TEMPLO

A chamada do profeta ao povo para que se reúna às portas do templo era estratégica e objetiva com a finalidade de lembrar ao povo os seus pecados e chamá-los ao arrependimento antes de entrarem na casa de Deus para adorar “Ouvi a palavra do Senhor, todos de Judá”.

1. O ambiente da pregação.

O meio ambiente do sermão neste capítulo é a porta, apontando para o portão que separava os átrios. Jr 26.10 tem o sermão entregue na nova porta. Não há como identificar os dois sermões como se fosse um único, nem como afirmar que não é um só sermão, e em nada nos ajuda a vaga referência á porta. Jeremias demonstrou sua coragem entregando a mensagem na boca do leão, por assim dizer, e podemos ter certeza de que a forte oposição que se levantou contra ele foi parcialmente provocada por um desses atos ousados. Deus comissionou Jeremias a proferir uma mensagem para o povo de Judá à porta do templo. “Ouvi a Palavra do Senhor, todos de Judá” (Jr.7.2) sugere que a ocasião era uma festa nacional, uma em que todo o reino participava.

2. Nossa responsabilidade.


Anunciar a verdade de Deus em pleno século XXI é mais que um desafio, é uma questão de vida ou morte. O homem de Deus do presente século precisa assumir uma posição que vai na contra-mão da sociedade hodierna. Pregar a mensagem de Deus em meio tanto relativismo moral, filosófico e teológico não é fácil. Tanto Jeremias quanto Ezequiel viveram algo semelhante veja o que o profeta Ezequiel registrou em seu livro: “E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais prevaricaram contra mim, até este mesmo dia. E os filhos são de semblante duro e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor JEOVÁ. E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no meio deles um profeta” (Ez 2.3-5). Enfrentamos em nossos dias as mesmas dificuldades e sofremos as mesmas ameaças. Uma nação rebelde e apóstata tenta nos esmagar com as suas filosofias libertinas e diabólicas tentam nos calar da mesma forma que tentaram calar a boca de Jeremias, porém, precisamos olhar não somente para Jeremias, mas também para todos os homens que profetizaram antes e depois dele, homens que não tiveram a sua vida por preciosa homens que assumiram a responsabilidade de transmitir a mensagem de Deus em tempo e fora de tempo “Conjuro-te diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de Julgar vivos e mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e a fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2Tm 4.1-4).

II. A MENSAGEM DE JEREMIAS


1. O alcance da mensagem de Jeremias.

A mensagem de Jeremias tinha que ter um alcance nacional. Jerusalém não estava imune aos ataques do exército babilônico somente porque o templo ficava ali. O povo de Judá já havia rejeitado tudo quanto o templo representava, em sua franca idolatria pagã e em seu sincretismo que combinava yahwismo e culto pagão. Até os profetas e os sacerdotes tinham desertado os antigos caminhos da lei. (Jr 5.31). A mensagem começa com uma advertência. “Melhorai os vossos caminhos”, Judá deve deixar a idolatria, mas também precisa: 1) abandonar a opressão, 2) não mais levar vantagem sobre o pobre (”órfão e viúva”), e 3) manter um sistema judiciário honesto. O louvor a Deus e a moralidade são os pilares duplos sobre os quais a sociedade deve repousar.

2. O chamado ao primeiro amor.


A única coisa que poderia deter o juízo de Deus sobre Judá era o arrependimento e o retorno ao primeiro amor. Se a igreja hodierna deseja experimentar o verdadeiro avivamento e a ação sobrenatural de Deus, precisa voltar urgentemente ao primeiro amor. Lugares sagrados e símbolos sagrados nada são a vista de Deus, quando o coração não é reto por dentro, de nada vale todos os rituais nem todos os sacrifícios se o coração não esta cheio de amor por aquele que é a essência da nossa própria vida. Voltemos ao primeiro amor “Só assim o povo de Deus será conhecido como povo que se chama pelo seu nome” (2Cr 7.14).

III. JEREMIAS COMBATE A TEOLOGIA DO TEMPLO.

Toda e qualquer conquista sempre levará os seres humanos a tentação. O sentimento de que a conquista é o ponto chave para nossa segurança sempre permeia nossas vidas quando alcançamos o alvo. O povo de Judá estava pensando exatamente assim e por isso não aceitavam o que era proferido por Jeremias: “Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este” (Jr 7.4).

1. A teologia do templo.


A teoria de que o templo era um local completamente seguro e que jamais seria destruído pelos inimigos era uma farsa. Toda nação pecava de forma continua contra o Senhor. Até a adoração estava corrompida. No que é conhecida como a teologia do templo, o Senhor repete zombeteiramente a declaração do povo de se sentir seguro, porque tem o templo de Jeová diante deles. Com certeza, nada aconteceria com eles no templo, certo? Durante todo o tempo, a Babilônia se aproxima com seus exércitos. E o Senhor repreende-os por intermédio de Jeremias (Jr 7.9-11).

2. A desmistificação da teologia do templo.

Não é de admirar que em pleno século XXI existam pastores que atribuam o crescimento suntuoso dos seus templos à aprovação Divina. Dizem eles: “Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este” (Jr 7.4). O povo de Judá também acreditava que pelo simples fato de terem o templo como lugar de adoração estavam livres para cometer todo o tipo de pecado. Precisamos entender que o compromisso de Deus é com o seu povo e não com o templo. Deus firmou um compromisso com o seu povo e não com uma denominação evangélica. O templo era considerado uma fortaleza invencível para o povo de Judá, o lugar santo onde os inimigos jamais entrariam. Hoje são muitos os que se deixam iludir pelo tamanho do templo onde congregam e até mesmo por fazer parte de uma denominação centenária como se Isso fosse alguma coisa diante de Deus. O povo se deixava enganar pelas mensagens dos falsos profetas de que aquele era o templo do Senhor, grande ilusão!

3. O comportamento reprovável dos judeus.

Toda nação pecou contra o Senhor. Eles queimavam os seus filhos e filhas no fogo em adoração a Moloque, oferecendo os membros de sua própria família em sacrifício humano em sua religião falsa e detestável! Eles chegaram a um impasse terrível em que Deus não se importava com a adoração religiosa vazia deles. Eles entravam na casa de Jeová e, às vezes, faziam a coisa certa, mas o Senhor sabia todas as outras coisas que estavam fazendo. Deus sabia que eles não se importavam mais com a sua palavra (Jr 6. 19,20). Na verdade sua palavra tornara-se “vergonhosa” para eles (Jr 6.10). O templo do Senhor se tornara um covil de mentirosos, ladrões, juízes corruptos, sacerdotes profanos e adúlteros etc. O pecado de Judá superou o pecado das nações pagãs vizinhas algo que Deus não podia suportar mais.

IV. A LIÇÃO DE SILÓ

A lembrança do que aconteceu em Siló é um retrocesso na história que Deus usou para lembrar o povo que Siló foi o lugar onde o Senhor fez habitar o seu nome (Jr 7.12). Siló tinha sido um lugar de adoração durante o período dos juízes, a cidade ficava quase 29 Km ao norte de Jerusalém, tendo sido um santuário de grande importância para Israel, durante longo tempo mas quando o povo fez da arca um fetiche (1Sm 4.34ss), a vila foi destruída. Deus disse: Vede o que lhe fiz (a Siló), por causa da maldade do meu povo […] Farei também a esta casa (o templo) […] como fiz a Siló (Jr 7. 12,14). Com essa predição, Jeremias tocou no nervo mais sensível da vida religiosa do povo. Eles reagiram (Veja o cap. 26) com ressentimento e ira, porque Jeremias expôs sua auto-ilusão e sua pobreza moral. Para satisfazer seus próprios desejos depravados, o povo foi tentado a fazer uma imagem de Deus, e reduziram os preceitos morais dele a ilusões supersticiosas. Aqui está uma tendência inerente da natureza caída do homem (Rm 1.22ss). Deus declarou: Vocês não estão seguros como acham que estão. Eu vos arrojarei da minha presença, como arrojei a todos os vossos irmãos […] de Efraim (Jr 7.15). Essa referência aqui é ao exílio de Judá. A auto ilusão sempre termina em tragédia e desolação (Mt 23).

1. As teologias modernas.

Os ensinos teológicos que norteiam as mais variadas denominações precisam passar pelo teste de veracidade canônica das Escrituras. Muito do que se tem ensinado hoje é mais que uma afronta ao cordeiro como diz o comentarista da lição. Fico triste quando vejo pastores na televisão dizerem o seguinte: “Se você não tem fé para receber o milagre ou não crê no milagre eu creio por você e se a cura não vier pela sua virá pela minha”. Quanta arrogância e prepotência nem Jesus curou aqueles que não tinham fé nele “E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13.58). “Não pode fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos” (MC 6.5), Esses pastores no mínimo se acham melhores e mais importantes do que Jesus. Outro ponto importante é o qual Paulo trata em uma de suas epístolas “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8). O que as modernas teologias ensinam não serve para edificar nem os seus próprios teólogos nem eles mesmos sabem discernir e perceber quão terrível será o julgamento de Deus sobre eles por estarem deturpando os princípios teológicos que correspondem à verdadeira fé cristã. Com tantas aberturas e supostas brechas teológicas os teólogos pós-modernos ensinam o relativismo moral, teológico, filosófico, social etc. apóiam todo o tipo de pecado e ensinam todo o tipo de mentira mascarada de verdade, falsos profetas isso é o que eles são.

2. O perigo de nossos triunfos.

O triunfo sempre será uma derrota quando nos leva à pensar que somos importantes, poderosos, auto-suficientes como pensou Nabucodonosor: “falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?”, para a desgraça de Nabucodonosor a sua megalomania teve um fim trágico: “Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Já passou de ti o reino. Serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; e far-te-ão comer ervas como os bois, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que aprendas que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer.No mesmo instante, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor; e foi expulso de entre os homens e passou a comer erva como os bois, o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceram os cabelos como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves” (Dn 4.30-33). Mais uma vez repito: “Deus tem compromisso com as pessoas e não com mega-construções e mega- templos ou entidades evangélicas. O Eterno deseja relacionar-se com os seres humanos e não com suas conquistas terrenas tudo isso é passageiro e transitório”. Jesus o Mestre por excelência nos recomendou: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (MT 6.19,21). O nosso maior triunfo será a conquista da coroa incorruptível e de glória que o Senhor preparou para todos aqueles que vencerem a carne, o mundo e o diabo através de uma vida santa por amor a Cristo.

CONCLUSÃO


O povo de Judá precisava se arrepender. Se assim não sucedesse, então Deus abandonaria o templo e, portanto a nação (realidade esta salientada também por Ezequiel nas suas profecias), sendo o resultado o derrubamento e o exílio. Se, porém, se arrependerem, Deus será com eles. As palavras vos farei habitar neste lugar podem ser traduzidas: “Então habitarei convosco”, isto é, no templo. O problema moral é evidente: o templo como covil de ladrões não é digno da Sua presença. Jeremias enfrentou todas as dificuldades e sofrimentos porém, não deixou de anunciar ousadamente a palavra de Deus. Esse é o nosso desafio - anunciar a palavra de Deus custe o que custar.

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