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2º Trimestre de 2011 - Lição 03

O Que é Batismo com o Espirito Santo

Texto Áureo - Mt 3.11

E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.

** Nota 1** João Batista ensina que a obra do Messias vindouro inclui batizar seus seguidores com o Espírito Santo e com fogo,batismo este que outorga grande poder para vivermos por Ele e testemunhar dEle.

** Nota 2**O batismo com [ou em] o Espírito Santo (cf. Mt 3.11), que Cristo outorga aos seus seguidores, é o novo sinal de identificação do povo de Deus.

(1) Foi prometido em Jl 2.28 e reafirmado por Cristo depois da sua ressurreição em 24.49; At 1.4-8. Essa predição teve seu cumprimento inicial no dia do Pentecoste (ver At 2.4,).

(2) O ministério de Cristo, de batizar no Espírito Santo, é um ministério contínuo durante toda a era atual. Assim, deixa claro o texto grego de Jo 1.33 ( o que batiza com o Espírito Santo ); essa expressão emprega o particípio presente (ho baptizon), que significa aquele que continuará a batizar . Logo, as referências em Lc e Jo não somente dizem respeito ao primeiro derramamento do Espírito Santo no Pentecoste, mas também à missão principal e ao ministério de Jesus, como aquele que batiza no Espírito Santo durante toda a era atual: porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe (At 2.39).


**Nota 3**O batismo com o Espírito Santo é identificado em outras passagens. Em Atos 1:4-5, Jesus o prometeu aos apóstolos. Ele cumpriu essa promessa em Atos 2:1-4. Outra vez, ele concedeu o batismo com o Espírito Santo à família de Cornélio (Atos 10:44-48; 11:15-17).

Mas, o que é o batismo com fogo? Alguns sugerem que o fogo se refere às "línguas, como de fogo" que pousaram sobre os apóstolos em Atos 2:3. Mas, tal interpretação não explica adequadamente o comentário de João Batista. No contexto imediato (Lucas 3:17; Mateus 3:12), João explica que o fogo representa castigo em fogo inextinguível. Alguns de seus ouvintes seriam batizados com o Espírito Santo, e outros deles seriam imersos no fogo do castigo eterno. João mencionou esses batismos principalmente para ensinar a superioridade de Jesus (veja João 3:30). João, sendo mero homem, tinha autoridade para controlar as águas que ele usava nos batismos de milhares de judeus. Mas Jesus, sendo o Filho de Deus, mostraria seu poder ilimitado. Ele enviaria o Espírito Santo e, também, rejeitaria algumas pessoas eternamente. João e outros pregadores na Bíblia não falaram do inferno sem propósito. Não falaram desse assunto para assustar os ouvintes, nem para sugerir que Jesus fosse somente severo (veja Romanos 11:22). Quando pregaram sobre o castigo eterno, eles estavam nos ajudando a entender a importância de obediência a Cristo. Se não aceitarmos a salvação que ele oferece, teremos o destino infeliz "em chama de fogo" (2 Tessalonicenses 1:7-8).


O batismo com o Espírito Santo é identificado em outras passagens. Em Atos 1:4-5, Jesus o prometeu aos apóstolos. Ele cumpriu essa promessa em Atos 2:1-4. Outra vez, ele concedeu o batismo com o Espírito Santo à família de Cornélio (Atos 10:44-48; 11:15-17).

* Você tem lembraça do dia e em que circustância fui batisado com o Espirito Santo"? * Tente memorisar e voltar aquele seu primeiro amor...Deus e contigo.
* Se caso ainda não recebeu, procure o batismo, e revestimento nescessário para obra à que Jesus lhe chamou.

Verdade Prática

O batismo com o Espírito Santo é uma experiência subseqüente à salvação, concedida por Deus a seus servos, tornando-os aptos a cumprir a missão de pregar o Evangelho.

Leitura Bíblica em Classe At2.1-4,7,8

1 - E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar;

2 - E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.

3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

4 - E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. 7 -E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? 8 - Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?

Desenvolvimento

I O que não é o Batismo com o Espirito Santo

1 - O batismo com o Espirito Santo não é a regeneração espriritual do pecador. Jo 20.22 “E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” A outorga do Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no Espírito Santo como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4). Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do Cristo ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.
(1) Durante a última reunião de Jesus com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes prometeu que receberiam o Espírito Santo, como aquele que os regeneraria: “habita convosco, e estará em vós” (14.17 veja nota). Jesus agora cumpre aquela promessa.
(2) Da frase, “assoprou sobre eles”, em 20.22, infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega traduzida por “soprou” (emphusao) é o mesmo verbo usado na Septuaginta (a tradução grega do AT) em Gn 2.7, onde Deus “soprou em seus narizes [de Adão] o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se acha em Ez 37.9: “Assopra sobre estes mortos, para que vivam”. O uso que João faz deste verbo neste versículo indica que Jesus estava lhes outorgando o Espírito a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é, assim como Deus soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida, e o homem se tornou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, Jesus soprou espiritualmente sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas. Mediante sua ressurreição, Jesus tornou-se em “espírito vivificante” (1Co 15.45).
(3) O imperativo “Recebei o Espírito Santo” estabelece o fato que o Espírito, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal de “receber” está no aoristo imperativo (gr. lebete, do verbo lambano), que denota um ato único de recebimento. Este “recebimento” da vida pelo Espírito Santo antecede a outorga da autoridade de Jesus para eles (Jo 20.23), bem como do batismo no Espírito Santo, pouco depois, no dia de Pentecoste (At 2.4). (4) Antes dessa ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em Cristo, e seus seguidores, segundo os preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios do novo concerto baseado na morte e ressurreição de Jesus (ver Mt 26.28; Lc 22.20; 1Co 11.25; Ef 2.15,16; Hb 9.15-17. Foi, também, nessa ocasião, e não no Pentecoste, que a igreja nasceu, i.e., uma nova ordem espiritual, assim como no princípio Deus soprou sobre o homem até então inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).
(5) Este trecho é essencial para a compreensão do ministério do Espírito Santo entre o povo de Deus:
(a) os discípulos receberam o Espírito Santo (i.e., o Espírito Santo passou a habitar neles e os regenerou) antes do dia de Pentecoste; e
(b) o derramamento do Espírito Santo em At 2.4. Isto seguiu-se à primeira experiência. O batismo no Espírito no dia do Pentecoste foi, portanto, uma segunda e distinta obra do Espírito neles.
(6) Estas duas obras distintas do Espírito Santo na vida dos discípulos de Jesus são normativas para todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o Espírito Santo ao serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo no Espírito Santo para receberem poder para serem suas testemunhas (At 1.5,8; 2.4;).
(7) Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por Jesus do Espírito Santo em 20.22 era tão somente uma profecia simbólica da vinda do Espírito Santo no Pentecoste. Muitos confundem o batismo com Espirito Santo com a salvação e a santificação. Eles desconhecem que, na obra regeneradora, o Espirito Santo transmit nova vida ao pecador conforme a palavra que esta em 2 Co 5.17.Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

2 - O batismo no corpo de Cristo não é o batismo com Espirito Santo.

Veja e exegese do 1 Co 12.13(TODOS NÓS FOMOS BATIZADOS EM UM ESPÍRITO. O batismo "em um Espírito" não se refere, nem ao batismo em água, nem ao batismo no Espírito Santo que Cristo outorga ao crente como no dia de Pentecoste (ver Mc 1.8; At 2.4 nota). Refere-se, pelo contrário, ao ato do Espírito Santo batizar o crente no corpo de Cristo - a igreja, unindo-o a esse corpo; fazendo com que ele seja um só com os demais crentes. É a transformação espiritual (i.e., a regeneração) que ocorre na conversão e que coloca o crente "em Cristo" biblicamente.

3 - O batsimo com o Espirito Santo não é uma experiência exclusiva dos dias apostólicos.

Repare que me At 2.39 A VÓS, A VOSSOS FILHOS E A TODOS. A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste (v.4), mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era: a vós os ouvintes de Pedro; a vossos filhos à geração seguinte; à todos os que estão longe à terceira geração e às subseqüentes.
(1) O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecoste (cf. v. 38; 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica.
(2) É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido e concedido aos cristãos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49).

II O que é o Batismo com o Epirito Santo

1 - O falar em línguas com sinal de batismo. At 2.4

“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” O falar noutras línguas, ou a glossolália (gr. glossais lalo), era entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo (ver 2.4; 10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de hoje.
O VERDADEIRO FALAR EM LÍNGUAS.
(1) As línguas como manifestação do Espírito. Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo, i.e., uma expressão vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente fala numa língua (gr. glossa) que nunca aprendeu (2.4; 1Co 14.14,15). Estas línguas podem ser humanas, i.e., atualmente faladas (2.6), ou desconhecidas na terra (cf. 1Co 13.1). Não é “fala extática”, como algumas traduções afirmam, pois a Bíblia nunca se refere à “expressão vocal extática” para referir-se ao falar noutras línguas pelo Espírito.
(2) Línguas como sinal externo inicial do batismo no Espírito Santo. Falar noutras línguas é uma expressão verbal inspirada, mediante a qual o espírito do crente e o Espírito Santo se unem no louvor e/ou profecia. Desde o início, Deus vinculou o falar noutras línguas ao batismo no Espírito Santo (2.4), de modo que os primeiros 120 crentes no dia do Pentecoste, e os demais batizados a partir de então, tivessem uma confirmação física de que realmente receberam o batismo no Espírito Santo (cf. 10.45,46). Desse modo, essa experiência podia ser comprovada quanto a tempo e local de recebimento. No decurso da história da igreja, sempre que as línguas como sinal foram rejeitadas, ou ignoradas, a verdade e a experiência do Pentecoste foram distorcidas, ou totalmente suprimidas.
(3) As línguas como dom. Falar noutras línguas também é descrito como um dos dons concedidos ao crente pelo Espírito Santo (1Co 12.4-10). Este dom tem dois propósitos principais:
(a) O falar noutras línguas seguido de interpretação, também pelo Espírito, em culto público, como mensagem verbal à congregação para sua edificação espiritual (1Co 14.5,6,13-17).
(b) O falar noutras línguas pelo crente para dirigir-se a Deus nas suas devoções particulares e, deste modo, edificar sua vida espiritual (1Co 14.4). Significa falar ao nível do espírito (14.2,14), com o propósito de orar (14.2,14,15,28), dar graças (14.16,17) ou cantar(14.15)

OUTRAS LÍNGUAS, PORÉM FALSAS. O simples fato de alguém falar “noutras línguas”, ou exercitar outra manifestação sobrenatural não é evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios. A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se nossas experiências espirituais procedem realmente de Deus (ver 1Jo 4.1 nota).

(1) Somente devemos aceitar as línguas se elas procederem do Espírito Santo, como em 2.4. Esse fenômeno, segundo o livro de Atos, deve ser espontâneo e resultado do derramamento inicial do Espírito Santo. Não é algo aprendido, nem ensinado, como por exemplo instruir crentes a pronunciar sílabas sem nexo.

(2) O Espírito Santo nos adverte claramente que nestes últimos dias surgirá apostasia dentro da igreja (1Tm 4.1,2); sinais e maravilhas operados por Satanás (Mt 7.22,23; cf. 2Ts 2.9) e obreirosfraudulentos que fingem ser servos de Deus (2Pe 2.1,2).

(3) Se alguém afirma que fala noutras línguas, mas não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito Santo (1 Jo 3.6-10; 4.1-3; cf. Gl 1.9 nota; Mt 24.11-24, Jo8.31).

2 - O dom de variedade de línguas Dom de Variedades de Línguas (12.10).

No tocante às “línguas” (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos: (

a) Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, e.g., “línguas... dos anjos” (13.1;)A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala (14.14), como pelos ouvintes (14.16).

(b) O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus (i.e., na oração, no louvor, no bendizer e na ação de graças), expressando-se através do espírito mais do que da mente (14.2, 14) e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da atividade da mente (cf. 14.2, 15, 28; Jd 20).

(c) Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (14.3, 27,28). Ela pode conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja (cf. 14.6).

(d) Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em “êxtase” ou “fora de controle”.

3 - A finalidade do dons de línguas

1Co 14.2(comentário do versiculo) O QUE FALA LÍNGUA.

Os coríntios exageravam a importância do dom de línguas no culto público e isso em detrimento dos outros dons. Além disso, usavam esse dom na igreja sem interpretação. Paulo procura corrigir esse abuso ao ressaltar que as línguas sem interpretação no culto público, de nada aproveitam. Segue-se um esboço desse capítulo:

(1) A profecia edifica a igreja, mais do que as línguas sem interpretação (vv. 1-4). (2) A profecia, e as línguas com interpretação, têm igual importância na igreja (v. 5).
(3) Falar em línguas no culto público, sem interpretação, não beneficia os outros (vv. 6-12).
(4) Os que falam ou oram em línguas na igreja, devem orar pedindo o dom da interpretação, para assim edificarem a igreja (v. 13).
(5) Na vida pessoal de Paulo, falar com Deus em línguas é um meio importante de adoração e de crescimento espiritual (vv. 14-19).
(6) A profecia é mais útil do que as línguas sem interpretação, visto que a profecia leva à convicção do pecado e a consciência da presença de Deus (vv. 20-25).
(7) O falar em línguas e o profetizar devem ser regulados a fim de que prevaleça a ordem na igreja (vv. 26-40).

1Co 14.2(comentário do versiculo) NÃO FALA AOS HOMENS, SENÃO A DEUS. Há, basicamente, duas maneiras de entender este versículo.

(1) Alguns entendem que ele mostra que a finalidade principal das línguas, quer na igreja, quer em particular, é falar primeiramente com Deus, e não aos homens (v. 2). Quando as línguas são dirigidas a Deus, envolvem a comunicação com Ele mediante o Espírito Santo, e podem tomar a forma de oração, de louvor, de cânticos, de invocação de bênçãos e de ação de graças. O que se fala em línguas são "mistérios", i.e., coisas incompreensíveis a quem fala e aos ouvintes (cf. vv. 2.13-17). A interpretação da expressão vocal (vv. 5,13) em línguas, permite a congregação participar dessa manifestação de adoração dirigida pelo Espírito e, assim, ela poderá dizer "amém" (v.16) à oração ou ao louvor inspirados pelo Espírito (v. 16; ver também v.6 nota).

(2) Por outro lado, é possível que a declaração de Paulo queira dizer que somente Deus compreende uma expressão em línguas, a não ser que seja interpretada (v. 5). O sentido seria que as línguas, quando interpretadas, são dirigidas aos homens. Esse ponto de vista é apoiado pela declaração de Paulo de que a razão pela qual as línguas não são dirigidas aos homens é porque "ninguém o entende" .

1Co 14.3(comentário do versiculo) PROFETIZA... PARA EDIFICAÇÃO. O dom de profecia na igreja é originado pelo Espírito Santo, não primeiramente para predizer o futuro, mas para fortalecer a fé do crente, sua vida espiritual e sua resolução sincera de permanecer fiel a Cristo e aos seus ensinos. Profetizar não é, porém, pregar um sermão preparado, mas transmitir palavras espontâneas sob o impulso do Espírito Santo, para a edificação do indivíduo ou da congregação.

1Co 14.4(cometário do versiculo) EDIFICA-SE A SI MESMO. Falar em línguas sem interpretação edifica (i.e., faz crescer a fé e a vida espiritual, ver v. 26 nota) a quem fala, porque coloca a pessoa em comunhão direta com Deus por meio do Espírito (cf. Ef 3.16; Jd 20), ultrapassando a capacidade da mente. Paulo declara que ele ora e tem comunhão com Deus desta maneira, e ao mesmo tempo ora com o seu entendimento (vv. 14,15).

1Co 14.5(cometário do versiculo) EU QUERO QUE TODOS VÓS FALEIS LÍNGUAS. O desejo de Paulo refere-se aqui ao falar em línguas a Deus nos momentos de devoção particular. Fica claro que línguas assim, têm valor para a adoração e oração pessoais do cristão individualmente (vv. 2,4). Paulo acrescenta que as línguas autênticas, acompanhadas de interpretação na assembléia, edificam a igreja, da mesma maneira que a profecia. Falar em línguas no culto, sem a interpretação, não contribui, em nada para a edificação da igreja (vv. 7-9).

1Co 14.6(comentário do versiculo) FALANDO LÍNGUAS ESTRANHAS, QUE VOS APROVEITARIA? Às vezes, as línguas faladas podem ser dirigidas à congregação. Paulo descreve a situação hipotética dele chegar a Corinto e falar em línguas no culto de adoração ali. Tal fala não lhes aproveitaria nada, a não ser que ele também lhes levasse alguma revelação ou conhecimento. O conteúdo deste versículo sugere que essas línguas, ao serem interpretadas, deveriam consistir de mensagem contendo revelação, conhecimento, profecia, ou ensino à congregação. Esse modo de entender tem apoio no versículo 8, onde Paulo apresenta a analogia da trombeta que transmite uma mensagem de preparo para a batalha. Noutras palavras, falar em línguas com interpretação pode resultar numa mensagem ao povo de Deus, de preparo para a guerra espiritual contra Satanás, contra o pecado e as coisas ímpias do mundo, ou pode nos conclamar ao preparo para a volta iminente de Cristo.

III A Experiência de Atos 2

1 - Glossolalia (do grego γλώσσα, "glóssa" [língua]; λαλώ, "laló" [falar]) é um fenômeno de psiquiatria e de estudos da linguagem. Por sua vez, glossolalia religiosa é um fenômeno geralmente ligado a situações de fervor religioso, em que o indivíduo crê expressar-se em uma língua por ele desconhecida e tida por ele como de origem divina. Essas falas são geralmente caracterizadas pela repetição da cadeia sonora, sem um significado sistemático e, ainda, com raras unidades linguísticas previsíveis. O falante costuma ser incapaz de repetir os enunciados já pronunciados. Algumas denominações pentecostais e correntes religiosas como a Renovação Carismática Católica se referem à glossolalia religiosa como dom de línguas, conectando-o ao evento descrito no segundo capítulo dos Atos dos Apóstolos, embora no referido livro o fenômeno seja explicado não como a fala de uma língua estrangeira, pura e simplesmente, mas sim o fato de os estrangeiros presentes em Jerusalém entenderem em seu próprio idioma o que os apóstolos diziam: "porque cada um os ouvia falar na sua própria língua".

2 - Xenolalia

O falar em línguas num idioma conhecido, estranho apenas a quem o fala.

[...] O interesse generalizado pelo batismo e dons do Espírito Santo convenceu alguns
[os evangélicos do século XIX] de que Deus concederia o dom de línguas a fim de equipá-los com idiomas humanos identificáveis (xenolalia) para que pudessem anunciar o Evangelho noutro países, agilizando assim a obra missionária.

[...] Em 1895, o autor e líder do Movimento da Santidade, W. B. Codbey, disse que o ‘dom de línguas’ era ‘destinado a desempenhar um papel de destaque na evangelização do mundo pagão e no cumprimento profético glorioso dos últimos dias. Todos os missionários nos países pagãos deviam buscar e esperar esse dom que os capacitaria a pregar fluentemente no vernáculo’.

[...] Entre os que esperavam o recebimento do poder do Espírito para evangelizar rapidamente o mundo, achava-se o pregador da Santidade, em Kansas, Charles Fox Parham e seus seguidores. Convencido pelos seus próprios estudos de Atos dos Apóstolos, e influenciado por Irwin e Sandford, testemunhou Parham um reavivamento notável na Escola Bíblica Bethel, em Topeka, Kansas, em Janeiro de 1901
. A maioria dos alunos, bem como o próprio Parham, regozijaram-se por terem sido batizados no Espírito e de haverem falado noutras línguas (xenolalia). Assim como Deus concedera a plenitude do Espírito Santo aos 120 no Dia do Pentecoste, eles também haviam recebido a promessa (At 2.39).

[...] Depois de 1906, os pentecostais passaram a reconhecer, cada vez mais, que, na maioria das ocorrências do falar em línguas, os cristãos realmente estavam orando em línguas não identificáveis e não em idiomas identificáveis (glossolalia ao invés de xenolalia). Embora Parham mantivesse sua opinião a respeito da finalidade das línguas na pregação transcultural, os pentecostais chegaram finalmente à conclusão: as línguas representavam a oração no Espírito, a intercessão e o louvor” (HORTON, S. M. et all. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.15-17,19,20).

3 - Atualidade das manifestações espirituais.

O falar em línguas é importante para a Igreja hoje? O batismo com o Espírito Santo só é válido com a evidência do falar em línguas? Afirmar que as manifestações espirituais foi exclusiva e necessária, tão somente para fortalecer a Igreja emergente, significa confinar o fato à história e desconhecer as dimensões da promessa apresentada por Pedro no seu discurso no dia de pentecostes. Citando Joel 2.23, 28, 29, declarou que seu cumprimento dava-se naquele momento. A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste, mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era: a vós - os ouvintes de Pedro; a vossos filhos - à geração seguinte; à todos os que estão longe - à terceira geração e às subseqüentes.
O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecoste (At 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica. É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido e concedido aos cristãos do NT (At 1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49). Por isso não podemos limitar, nem reter a ação do Espírito Santo na história. Ele foi enviado para acompanhar a Igreja até a volta de Jesus.

Conclusão

Pode-se indagar se o falar em línguas serve apenas como evidência do batismo no Espírito Santo. A resposta certamente é não, pois o fenômeno das línguas tem outras importantes funções. Em línguas, o crente adora a Deus em mistérios e edifica-se a si mesmo; orando em línguas, o crente expressa a Deus palavras que o Espírito concede que ele fale.
É o Espírito Santo que nos ajuda em nossas fraquezas porque não sabemos o que havemos de pedir como convém (Rm 8.26). Que riqueza gloriosa Deus coloca à disposição de seus filhos! O Espírito Santo atua na vida do crente produzindo alegria, mesmo diante de tribulação e angustia. Ele nos ajuda em nossas fraquezas intercedendo por nós. A necessidade hoje é a mesma!

VOCABULÁRIO

Cessacionista: Aquele que crê na cessação dos dons do Espírito Santo, ou seja, estes não estão disponíveis para a igreja hoje.
Linguístico: Relativo à linguística ou à língua, ou que tem por base a língua.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, S. M. A Doutrina do Espírito Santo. RJ: CPAD, 2001.
MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed., RJ: CPAD, 2005.
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL - CPAD

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