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2º Trimestre de 2011 - Lição 02

Nomes e Símbolos do Espírito Santo

TEXTO ÁUREO

"E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele" (Mt 3.16).

VERDADE PRÁTICA

A pluralidade dos nomes e símbolos do Espírito Santo revela sua divindade, obra e ministério na vida da Igreja de Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 1.29-33; Rm 8.9-11, 14,15

I. INTRODUÇÃO

Através da Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa, com sua própria individualidade (2Co 3.17,18; Hb 9.14; 1Pe 1.2). Ele é uma Pessoa divina como o Pai e o Filho (5.3,4). O Espírito Santo não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: Ele pensa (Rm 8.27), sente (Rm 15.30), determina (1Co 12.11) e tem a faculdade de amar e de deleitar-se na comunhão. Foi enviado pelo Pai para levar os crentes à íntima presença e comunhão com Jesus (Jo 14.16-18,26). À luz destas verdades, devemos tratá-lo como pessoa, que é, e considerá-lo Deus vivo e infinito em nosso coração, digno da nossa adoração, amor e dedicação. Além das numerosas referências nominais ao Espírito, tanto no Antigo como no Novo Testamento, o Espírito é mencionado freqüentemente pelo uso de uma variedade de símbolos. Unicamente pelo conhecimento dos símbolos, emblemas ou ilustrações utilizados para o Espírito podem Sua obra e ministério na vida do crente ser entendidos adequadamente. Os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas, tais como a terceira Pessoa da Trindade. Os símbolos do Espírito Santo também são arquétipos. Em literatura, arquétipo é uma personagem, tema ou símbolo comum a várias culturas e épocas. Em todos os lugares, o vento representa forças poderosas, porém invisíveis; a água límpida que flui representa o poder e refrigério sustentador da vida a todos que têm sede, física ou espiritual; o fogo representa uma força purificadora (como na purificação de minérios) ou destruidora (freqüentemente citada no juízo).

II. DESENVOLVIMENTO

I. A PLURALIDADE DOS NOMES DO ESPÍRITO SANTO

Para muitas pessoas de nossa sociedade, os nomes pessoais não têm a mesma relevância que os da literatura bíblica. Os pais dão nome às crianças sem pensar no significado, simplesmente copiando dos parentes, amigos ou personagens públicas. Um casal pode dar o nome de Betânia a um filho, sem o mínimo conhecimento do significado original do nome (Casa do pobre). Os pais que têm um tio muito querido, chamado Samuel (“Seu nome é Deus”), talvez dêem o mesmo nome a um filho. Para um israelita, o nome Samuel proclamava que o portador do nome era um adorador de Deus. Os nomes e títulos do Espírito Santo nos revelam muita coisa a respeito de quem é o Deus Espírito Santo. Embora o nome “Espírito Santo” ocorra apenas três vezes no Antigo Testamento (Sl 51.11; Is 63.10, 11), vários títulos equivalentes são usados.

1. Nomes do Espírito Santo relacionados à Trindade.

O título mais freqüente no Antigo Testamento é “o Espírito de Yaweh” (heb. Ruach YHWH [Yahweh]), ou, conforme consta nas Bíblias em português, “o Espírito do Senhor”. Considerando o ataque que os críticos modernos fazem à presença do Espírito Santo no Antigo Testamento, talvez devamos usar o nome pessoal de Deus, “Yahweh”, ao invés do título “Senhor” (que os judeus dos tempos posteriores ao Antigo Testamento substituíram pelo nome). O que nos interessa aqui é um dos significados de Yahweh: “aquele que cria, ou faz existir”. Cada emprego do nome Yahweh é uma declaração a respeito da criação. O “Senhor dos Exércitos” é melhor traduzido como “aquele que cria as hostes” — tanto as hostes celestiais (as estrelas e os anjos, de acordo com o contexto) quanto às hostes do povo de Deus. O Espírito de Yahweh estava ativo na criação, conforme revela Gênesis 1.2, com referência ao “Espírito de Deus” (heb. ruach ’elohim). Vários títulos do Espírito Santo podem ser encontrados nas Epístolas: “o Espírito de santificação” (Rm 8.2); “o Espírito de adoção de filhos” (Rm 8.15); o “Espírito Santo da promessa” (Ef 1.13); “o Espírito eterno” (Hb 9.14); “o Espírito da graça” (Hb 10.29); e “o Espírito da glória” (1 Pe 4.14).

2. O Consolador.

Uma preciosa série de títulos do Espírito Santo encontra-se em João 14 – 16. Jesus promete enviar outro Consolador (“Ajudador” ou “Conselheiro”). Uma preciosa série de títulos do Espírito Santo encontra-se em João 14 – 16. Jesus promete enviar outro Consolador (“Ajudador” ou “Conselheiro”). Outro: [Do Gr. Allos; Strong 243]: Alguém além de; outro da mesma espécie. A palavra mostra semelhanças, porém diversidade de operação e ministérios. O uso que Jesus faz de allos para enviar outro Consolador equipara-se a ‘alguém além de mim e em adição a mim, mas alguém como eu. Na minha ausência, ele fará o que eu faria se estivesse fisicamente presente com vocês’. A Vinda do Espírito garante a continuidade do que Jesus fez e ensinou [3]. A obra do Espírito Santo como Conselheiro inclui o papel do Espírito da Verdade, que habita dentro de nós (Jo 14.16; 15.26), como aquEle que ensina todas as coisas, como aquEle que faz lembrar tudo quanto Cristo tem dito (14.26) e como aquEle que convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16.8). O Dicionário VINE assim expressa o sentido do termo grego: “parakletos, literalmente, “chamado para o lado de alguém”, ou seja, para ajuda [...]. Então, em geral, aquele que pleiteia a causa de outrem, intercessor, advogado, como ocorre em 1Jo 2.1, que diz respeito ao Senhor Jesus” [3].

3. O Espírito da Verdade.

A obra do Espírito Santo, segundo se infere de Jo 16.7,8, é convencer do pecado da justiça e do juízo, e isso não concerne somente ao incrédulo, mas também àquele que serve ao Senhor, ensinando, corrigindo e guiando na verdade (Mt 18.15; 1 Tm 5.20; Ap 3.19). O Espírito Santo ensinará ao crente concernente ao pecado, a justiça de Cristo e ao julgamento da maldade com vistas a moldar o caráter à Cristo e aos seus padrões de justiça (2Co 3.18); guiar os crentes em toda verdade, e levá-los a viver para a glória de Deus. Deste modo, o Espírito Santo opera no crente para reproduzir no seu viver a vida santa de Cristo. Somente os que recebem a verdade e são "guiados pelo Espírito de Deus" são filhos de Deus (Rm 8.14), e assim podem continuar na plenitude do Espírito Santo.

4. O Espírito de Graça.

O Apóstolo João disse: “E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça.” (Jo 1.6). Graça é um conceito teológico fortemente enraizado no Protestantismo, definido como um dom gratuito e sobrenatural dado por Deus para conceder à humanidade todos os bens necessários à sua existência e à sua salvação. A graça capacita o que ela manda fazer. Esta dádiva é motivada unicamente pela misericórdia e amor de Deus à humanidade, logo, movida por Sua iniciativa própria, ainda que seja em resposta a algum pedido a Ele dirigido. E também por esta razão, a Graça é um favor imerecido pelo Homem, mas sim fruto da misericórdia e amor divinos. O fato de João afirmar que a graça vem da plenitude de Cristo, ensina que essa graça é mais do que a disposição de Deus ou favor impessoal. Trata-se de Deus atendendo nossas necessidades na Pessoa de Jesus Cristo, incluindo todo o seu poder e provisão. A outorga do Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no Espírito Santo como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4). Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do Cristo ressurreto saturavam e permeavam os discípulos[4]. A Bíblia ensina claramente que a obra do Espírito Santo de dar vida espiritual acontece antes que tenhamos fé em Cristo: é Ele quem convence do pecado da Justiça e do juízo (Jo 16.7,8)!

5. O Espírito de Vida.

O Espírito Santo é o agente da salvação. Nisto Ele convence-nos do pecado (Jo 16.7,8), revela-nos a verdade a respeito de Jesus (Jo 14.16,26), realiza o novo nascimento (Jo 3.3-6), e faz-nos membros do corpo de Cristo (1Co 12.13). No momento em que nascem de novo, os crentes em Jesus recebem o Espírito Santo, segundo a totalidade do Novo Testamento (At 2.28; Rm 8.9; 1Co 12.13). Regeneração é um ato soberano do Espírito Santo sobre o coração da pessoa, no qual o espírito é vivificado e permanentemente orientado numa direção centrada em Deus. “O grande trabalho do Espírito Santo é a obra de regeneração (Jo 3.3-6). Certa noite Nicodemus, um mestre de Israel, veio até Jesus, que lhe disse: “se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (...) O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito”. O nosso Senhor tendo o conhecimento de que a fé e a obediência a Deus, e a nossa aceitação da parte de Deus, dependem de um novo nascimento, fala a Nicodemus do quão necessário é nascer de novo. Nicodemus fica surpreso com isso, e assim Jesus segue adiante a ensinar-lhe que obra de regeneração é esta. Ele diz: “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (v.5). A regeneração, portanto, ocorre por meio “da água e do Espírito”. O Espírito Santo faz a obra de regeneração na alma do homem, da qual a água é o sinal exterior. Este símbolo externo é um solene compromisso e selo do pacto que até então lhes vinha sendo anunciado por João Batista. A água pode também significar o próprio Espírito Santo” [5].

II. OS SÍMBOLOS BÍBLICOS

1. A Bíblia e os símbolos.

Símbolos e tipos fazem parte do mesmo contexto dos hebraísmos. O símbolo é uma figura, objeto, número ou emblema, cuja imagem representa, de modo sensível, uma verdade moral ou religiosa. Através do símbolo, uma certa coisa, objeto ou verdade é substituído por um sinal. No símbolo, um conceito abstrato recebe uma correspondência material e concreta pela relação existente entre o conceito e o objeto ou símbolo por ele representado[6]. Pelo exposto, os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas, tais como a terceira Pessoa da Trindade. Os símbolos do Espírito Santo também são arquétipos. Em literatura, arquétipo é uma personagem, tema ou símbolo comum a várias culturas e épocas. Em todos os lugares, o vento representa forças poderosas, porém invisíveis; a água límpida que flui representa o poder e refrigério sustentador da vida a todos que têm sede, física ou espiritual; o fogo representa uma força purificadora (como na purificação de minérios) ou destruidora (freqüentemente citada no juízo). Tais símbolos representam realidades intangíveis, porém genuínas.

2. Jesus utilizou alguns símbolos.

Para ensinar as doutrinas do Senhor, os antigos hebreus utilizavam os símbolos. Através destes, de forma poética, diziam, com simplicidade e exatidão, tudo o que precisava ser dito. Jesus também lança mão desse expediente para ensinar por parábolas as verdades espirituais. O Senhor Jesus Cristo, nas Escrituras, também tem os seus símbolos: Ele é o Cordeiro de deus, o Leão de Judá, a Raiz de Davi, o Pão da vida, a Estrela da Manhã, o Esposo amado, o Sol, da Justiça, a Luz do Mundo... São imagens riquíssimas que nos apresentam o Salvador e que nos permitem saber que ele é e o que faz.

III. OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

1. Fogo (Lc 3.16).

O aspecto purificador do fogo é refletido claramente em Atos 2. Ao passo que uma brasa tirada do altar purifica os lábios de Isaías (Is 6.6, 7), no dia de Pentecostes são “línguas de fogo” que marcam a vinda do Espírito (At 2.3). Esse símbolo é empregado uma só vez para retratar o batismo no Espírito Santo. O aspecto mais amplo do fogo como elemento purificador encontra-se no pronunciamento — ou profecia — de João Batista: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará” (Mt 3.11, 12; ver também Lc 3.16, 17). As palavras de João Batista aplicam-se mais diretamente à separação entre o povo de Deus e os que têm rejeitado a Ele e ao Messias. Os o rejeitaram serão condenados ao fogo do juízo. Por outro lado, o fogo ardente e purificador do Espírito da Santidade também operam no crente (1Ts 5.19) [7].

2. Água, rio e chuva (Jo 7.37,38).

A água, assim como o fôlego, é necessária ao sustento da vida. Jesus prometeu rios de água viva, “e isso disse ele do Espírito” (Jo 7.39). O fôlego e a água, tão vitais na hierarquia das necessidades físicas humanas, são igualmente vitais no âmbito do Espírito. Sem o fôlego vivificante e as águas vivas do Espírito Santo, nossa vida espiritual não demoraria a murchar e a ficar sufocada. A pessoa que se deleita na Lei (heb. torah _ “instrução”) de Yahweh e nela medita de dia e de noite é “como a árvore plantada junta a ribeiros de águas… cujas folhas não caem” (Sl 1.3). O Espírito da Verdade flui da Palavra como águas vivas, que sustentam e refrigeram o crente e revestem de poder[7]. Quando o crente recebe o dom do Espírito Santo, passa a ter uma vida transbordante no Espírito. A seguir, essas "águas vivas correrão" para os outros com a mensagem sanadora de Cristo (10.10; 14.12; 15.5; Sl 46.4; Is 32.15; 44.3; 58.11; Jr 31.12; Ez 47.1-12; Jl 3.18; Zc 14.8). 3. Selo (2Co 1.21, 22; Ef 1.13). A palavra selo ou penhor vem do grego Arrabon e significa depósito antecipado ou garantia. – Theological Dictionary of The New Testament, pág. 80. Esse depósito antecipado torna-se uma garantia de que o comprador virá buscar o objeto comprado. Como símbolo da obra do Espírito Santo, este penhor significa o seguinte:
a) Assim como alguém paga um depósito antecipado pelo bem que virá buscar, Deus nos deu o Espírito Santo como garantia de que um dia virá para nos buscar. II Cor. 1:22 e Efés. 1:14.
b) A certeza de que a presença do Espírito Santo em nossa vida é uma garantia de que Deus virá nos dar a herança eterna é confirmada pala morte de Cristo na Cruz.
c) O selo é também sinal de propriedade. Jer. 32:9 e 10. O Espírito Santo na vida do crente é sinal de que ele pertence a Deus. – Arnold Wallenkampf, Renovados por El Espiritu, pág. 27.
d) O Espírito Santo é também uma garantia de que o crente está seguro nas mãos de Deus e ninguém poderá arrebatá-lo das mãos do Senhor. Ibidem [8].
Espírito Santo é o selo oficial da possessão de Deus, que marca o crente como sua propriedade e que produz um caráter santo na sua personalidade (cf. 3.18; Gl 5.22; Ef 1.13).
Como "selo", o Espírito Santo é dado ao crente como a marca ou evidência de propriedade de Deus. Ao outorgar-nos o Espírito, Deus nos marca como propriedade exclusiva sua (2 Co 1.22). Assim, temos a evidência de que somos filhos adotados por Deus, e que a nossa redenção é real, pois o Espírito Santo está presente em nossa vida (Gl 4.6). Podemos saber que realmente pertencemos a Deus, pois o Espírito Santo nos regenera e renova (Jo 1.12,13; 3.3-6), nos liberta do poder do pecado (Rm 8.1-17; Gl 6.16-25), nos faz conscientes de que Deus é nosso Pai (v. 5; Rm 8.15; Gl 4.6) e nos enche de poder para testemunhar (At 1.8; 2.4).

III. CONCLUSÃO

Paulo ao escrever sua epístola aos Efésios, centrou o assunto “O Espírito Santo e seu lugar na redenção do crente”. Segundo seu ensino, o Espírito Santo no crente é a marca ou sinal de propriedade de Deus; é a primeira "porção" ou "quinhão" da herança do crente; é o Espírito de sabedoria e de revelação; ajuda o crente a aproximar-se de Deus; edifica os crentes como templo santo; revela o mistério de Cristo. No dizer de Paulo, são quatro os aspectos da obra de Deus no crente, mediante o Espírito:
(1) O Espírito Santo firma o crente e o ajuda a perseverar na vida de fé (1 Pe 1.5);
(2) O Espírito Santo unge o crente para revesti-lo de poder para testemunhar (At 1.8), para realizar as obras de Cristo (Is 61.1; Mt 10.19,20; Jo 14.12; At 10.38) e para conhecer a verdade (1 Jo 2.20,27);
(3) O Espírito Santo é o selo oficial da possessão de Deus, que marca o crente como sua propriedade e que produz um caráter santo na sua personalidade (cf. 3.18; Gl 5.22; Ef 1.13); e
(4) O Espírito Santo que em nós habita é um "penhor", i.e., uma garantia para o crente e, ao mesmo tempo, as primícias da vida melhor com Cristo, no futuro (5.5; Rm 8.23; ver Ef 1.13,14).

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