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3º trimestre - Lição 09


TEXTO ÁUREO
"E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos"
(Lc 24.44).


VERDADE PRÁTICA


O Senhor Jesus é o centro das Escrituras Sagradas e está presente em seu conteúdo, história e instituições, de maneira direta e indireta.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 3.18-26
16 E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde.
17 E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignoráncia, como também os vossos príncipes.
18 Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado; que o Cristo havia de padecer.
19 Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor,
20 E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado.
21 O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.
22 Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser.
23 E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo.
24 Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também predisseram estes dias.
25 Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades.


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


Identificar as figuras proféticas que apontavam para Cristo.


Explicar as profecias diretas sobre o nascimento de Jesus.


Reconhecer que as obras de Jesus foram e são proféticas.



INTRODUÇÃO


O conteúdo do Antigo Testamento acerca da obra redentora de Deus, em Cristo, é muito rico em detalhes e não se restringe às profecias. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo na história da redenção, nas instituições e nas festas sagradas do Antigo Testamento.
Em toda extensão do A.T. percebemos como Deus desenvolve o plano progressivo de redenção da humanidade, através de mensagens proféticas, das alianças, das instituições, tipos, eventos e simbologias com o objetivo de revelar o salvador do mundo. A pessoa de Jesus é o tema central de toda a Bíblia, pois sua finalidade era: “buscar e salvar o que se havia perdido”(Lc 19:10).

A Festa (Levítico 23) O Cumprimento em Cristo
Páscoa (abril) Morte de Cristo (1 Coríntios 5:7)
Pães Ázimos (abril) O Andar Puro (1 Coríntios 5:8)
Primícias (abril) Ressurreição (1 Coríntios 15:23)
Pentecostes (junho) Derramamento do espírito (Atos 1:5; 2:4)
Trombetas (setembro) Reajuntamento de Israel (Mateus 24:31)
Expiação (setembro) Purificação por Cristo (Romanos 11:26)
Tabernáculos (setembro) Descanso e reunião com Cristo (Zacarias 14: 16:18)

festas sagradas do Antigo Testamento: A idéia básica é, "observar uma festa" ou celebrar um dia de santificação.
O Sábado. "Shabat": O Sábado foi santificado pelo Senhor, a fim de comemorar o ato da criação (Gn 16:22-30).
Pessach" Páscoa:Instituída por Adonai (Ex 12) ela acontece no décimo quarto dia do primeiro mês (Abibe ou Nisã, entre a metade de Março e a metade de Abril). É seguida no décimo quinto dia, pela Festa dos Pães Asmos, que dura uma semana com uma celebração especial no último dia. (Ex 13:3-10) (Lv 23:4-8) (Dt 16:1-8)
Hag Shavuot", Festa de Pentecoste.Ela é observada 50 dias depois do primeiro dia da Festa dos Pães Asmos. Originalmente, é uma celebração do começo da colheita (Dt 16:9-11)
Hag Zikarou Teruah" Festa das Trombetas - O alarme das trombetas."No sétimo mês, no primeiro dia do mês, tereis santa convocação" (Lv 29:1).No hebraico é: (terêuva) alarme, som de trombeta.
"Hag Sucot" Festa dos Tabernáculos: festa da colheita ou da Sega dura uma semana, começando com o décimo quinto dia do mês. Celebra o fim da colheita.
"Guardarás a Festa da Sega dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo. Guardarás a Festa da Colheita à saída do ano, quando tiveres recolhido do campo os frutos do teu trabalho." (Ex 23:16)


I. FIGURAS PROFÉTICAS

1.As prefigurações. v.t. Figurar ou representar antecipadamente; pressupor. / &151; v.pr. Afigurar-se, parecer.

A paixão de Cristo foi prefigurada na instituição da páscoa, no Egito (Êx 12.3-13).
10 pragas/onde Moises retirou o povo do Egito.
.f. Festa anual dos judeus em comemoração da saída do Egito.
Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família.
4 Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro.
5 O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras.
6 E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde.
7 E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
8 E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão.
9 Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura.
10 E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo.
11 Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR.
12 E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR.
13 E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.
O cordeiro sacrificado diariamente apontava para Cristo que padeceu durante a comemoração dessa grande festa judaica (Lc 22.15)
15 E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça;
, pois "Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós" (1 Co 5.7 Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.).
Os sofrimentos de Davi, descritos no Salmo 22, prefiguram os vitupérios (Sombaria)e flagelos de Jesus: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Sl 22.1; Mt 27.46; Mc 15.34).
1 – Cordeiro – Cristo
2 – Umbrais – sua vida

2. A linguagem profética.

Ao retornar do Egito, a sagrada família foi habitar em Nazaré: "E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno" (Mt 2.23). O profeta Jeremias, por exemplo, predisse que Jesus seria traído conforme lemos em Mateus 27.9 .
9 Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram,

Leia também o que escreveu Zacarias (Zc 11.12,13)
12 Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.
13 O SENHOR, pois, disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro, na casa do SENHOR.
Os profetas, segundo podemos observar, eram harmônicos entre si, pois todos eram inspirados por um único Espírito - o Espírito Santo de Deus.

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A profecia do Antigo Testamento fala por intermédio de prefigurações, tanto por imagens quanto por linguagem profética. .


II. INSTITUIÇÕES PROFÉTICAS (organizações)


1.Israel.

Quando José, Maria e o menino Jesus retornaram do Egito, depois da morte de Herodes, o Grande, Mateus registrou esse fato como o cumprimento de uma profecia: "Do Egito chamei o meu Filho" (Mt 2.15)
15 E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho.
Essa passagem está em Oseias 11.1: "Quando Israel era menino, eu o amei; do Egito chamei a meu filho". Qualquer hebreu do mundo pré-cristão, ao ler essa passagem, logo concluiria tratar-se da saída dos filhos de Israel do Egito, e não estaria errado, pois o profeta está, de fato, referindo-se ao evento da libertação do Egito. No entanto, vemos aqui também uma profecia messiânica.
O que o Profeta fala de Jesus no Antigo se cumpre o novo.

2.O tabernáculo.

Representava a presença de Deus no meio do povo. Deus mandou Moisés construir o tabernáculo, porque almejava habitar no meio dos filhos de Israel: "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles" (Êx 25.8). No tabernáculo (Êxodo caps. 25 - 40) está a figura de Cristo: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.14). Não somente isso, mas cada peça e utensílio do tabernáculo apontam igualmente para Cristo e sua obra salvífica (Hb 9.8-10).
Em 12 de janeiro de 2010, no meu Blog: estudo Êxodo – Tabernáculo
Em 9 de fevereiro de 2010 – Instruções sobre os sacrifícios e santificação
www.estudos-biblicos1.blogspot.com




3.O sacerdócio.

A ordem de Arão(Arão foi um homem escolhido por Deus. Era o filho mais velho de Anrão e Joquebede, da tribo de Levi. Era três anos mais velho que Moisés mas foi escolhido por Deus para ser assistente de Moisés. Durante o Êxodo (saída do Egito), Arão deveria ser o porta-voz de Moisés. Depois da lei ter sido entregue e o Tabernáculo construído, devia ser o sumo sacerdote. Arão e sua esposa, Eliseba, tiveram quatro filhos: Nadabe, Abiu, Eleazar e Itamar. Esses filhos também iriam servir no sacerdócio), também conhecida como sacerdócio levítico, foi instituída por Moisés como o sistema sacerdotal dos hebreus. Era o exercício do santo ministério no Antigo Testamento. A consagração de Arão e o seu ministério prefiguram a obra de Cristo; isso está muito claro na epístola aos Hebreus (Hb 5.4,5 Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho?). Já no Antigo Testamento, a palavra profética anunciava a mudança no sistema sacerdotal
(Jr 31.31-34 )
31 - Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá.
32 - Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o SENHOR.
33 - Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
34 - E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao SENHOR; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.
; Hb 8.8-12) e a substituição do sacerdócio arônico pela ordem sacerdotal de Melquisedeque (Sl 110.4; Hb 7.11,17).

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Israel, o Tabernáculo e o Sacerdócio são instituições proféticas que identificam o Messias nas profecias para o seu povo.


III. PROFECIAS DIRETAS ACERCA DO NASCIMENTO DE JESUS

1.A origem humana de Jesus.

Imediatamente à Queda do homem, no Éden, Deus prometeu o Redentor, no entanto, o seu perfil foi sendo revelado por Ele, nas Escrituras, ao longo do tempo. O Antigo Testamento anunciou de antemão a divindade absoluta do Messias (Is 9.6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.; ler também Hb 1.8 Mas, do Filho, diz: O Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. ; Rm 9.5). Quanto à origem humana de Jesus, Ele é chamado de semente da mulher (Gn 3.15), ou seja, seria um ser humano nascido de mulher (Gl 4.4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, ), mas sem pecado (Mt 1.20; Hb 4.15).
A Queda do homem, no Éden, tornou-se a maior tragédia da humanidade, houve uma quebra na comunhão com Deus e essa separação fez do ser humano escravo de Satanás, perdendo a posição de honra que recebera do Senhor [...] Essa desobediencia arrastou toda a raça humana ao pecado: ‘por um homem entrou o pecado no mundo’ (Rm 5.12). Assim, o gigantesco plano divino de redenção, traçado antes da fundação do mundo é colocado em prática ao anunciar a vinda da semente da mulher para esmagar a cabeça da serpente (Gn 3.15)’ - SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 2010, p.166-167.Deus prometeu o Redentor, no entanto, o seu perfil foi sendo revelado por Ele, nas Escrituras, ao longo do tempo. Isaías previu o nascimento do Messias, Jesus Cristo num tempo e lugar específicos na história, e esse Filho Messiânico nasceria de modo único e maravilhoso (Is 9.6). Isaías vai além e traça o perfil ministerial que caracterizaria sua missão como o Messias: Maravilhoso - o próprio Messias em si seria uma maravilha sobrenatural; Conselheiro - o Messias seria a personificação da perfeita sabedoria e teria as palavras da vida eterna; Deus Forte - no Messias, toda a plenitude da deidade existiria em forma corpórea (Cl 2.9; Jo 1.1,14); Pai da Eternidade - Ele não somente viria a fim de revelar o Pai celestial, como também Ele mesmo agiria eternamente em favor do seu povo como um pai compassivo que ama, que guarda e que supre as necessidades dos seus filhos (Sl 103.13); Príncipe da Paz - o reino do Messias traria a paz com Deus à humanidade, mediante a libertação do pecado e da morte (11.6-9;. Rm 5.1; 8.2). Quanto à origem humana de Jesus, Ele é chamado de semente da mulher em Gn 3.15, a primeira promessa implícita do plano de Deus para a redenção do mundo. Deus promete aqui, que Cristo nasceria de uma mulher (Is 7.14), e que Ele seria ferido ao ser crucificado, porém, ressuscitaria dentre os mortos para destruir completamente a Satanás, o pecado e a morte, para salvar a humanidade (Is 53.5; Mt 1.20-23; Jo 12.31; At 26.18; Rm 5.18,19; 16.20; 1 Jo 3.8; Ap 20.10).

2.O descendente dos patriarcas de Israel.

Deus prometeu a Abraão, Isaque e Jacó, ancestrais do povo hebreu, que por meio deles seriam abençoadas todas as famílias da terra, uma promessa messiânica (Gn 12.3 E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.(falou para Abrão) ; 17.19; 24.14), que se cumpriu em o Novo Testamento (Lc 3.33, 34 ). A palavra profética foi tornando-se cada vez mais clara e específica, e revelou que Ele viria da descendência de Judá (Gn 49.10 O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. ), o que se cumpriu (Hb 7.14 Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio ). Os profetas disseram que o Salvador seria um descendente de Davi (Jr 23.5,6) e essa palavra também se cumpriu (Mt 22.42; Lc 1.32; Jo 7.42; Rm 1.3; Ap 22.16).
A bênção outorgada a Judá (vv. 8-12) indica que os direitos da primogenitura lhe foram concedidos, e, portanto, as bênçãos prometidas a Abraão (12.1-3). A suma dessa promessa é que todas as nações seriam abençoadas através de Judá pela semente da mulher. A Judá foi dito que seus descendentes governariam seus irmãos, até que venha Siló (Gn 49.8-10). Esta promessa foi parcialmente cumprida no fato da linhagem real de Israel ter sido a do rei Davi, um descendente de Judá. Siló provavelmente significa ‘aquele a quem pertence’ (Ez 21.27) e, em sentido pleno, refere-se ao Messias vindouro, Jesus Cristo, que veio através da tribo de Judá (Ap 5.5). Jacó profetizou que todos os povos lhe seriam sujeitos (v. 10; Ap 19.15), e que Ele traria grandes bênçãos espirituais (vv. 11,12). Os profetas disseram que o Salvador seria um descendente de Davi (Jr 23.5,6) e essa palavra também se cumpriu (Mt 22.42; Lc 1.32; Jo 7.42; Rm 1.3; Ap 22.16).

3.Nascido de uma virgem.

A palavra profética fala da concepção virginal de Cristo (Is 7.14). Deus interveio sobrenaturalmente, a fim de que a virgem concebesse sem haver tido qualquer contato com um homem. No entanto, havia uma dificuldade natural para que a profecia se cumprisse. Como poderia uma donzela aparecer grávida numa sociedade crente em Deus e conservadora como a judaica? Mas Deus tudo providenciou para que a sua palavra se cumprisse. Maria já estava casada; todavia, ainda não havia coabitado com José, seu marido (Mt 1.18; Lc 1.34,35).
Subsídio Teológico
Sobre o nascimento virginal de Jesus
Isaías 7, , com sua promessa de um filho que nascerá, é o pano de fundo do nascimento virginal. Muitas controvérsias têm girado ao redor do termo hebraico 'almah, conforme usado em Isaías 7.14 Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel. . A palavra é usualmente traduzida por Virgem, embora algumas versões traduzam-na por Jovem. No AT, sempre que o contexto oferece uma nítida indicação, a palavra significa uma virgem com idade para casamento. Parece que, no contexto dos capítulos 7 e 8 de Isaías, a profecia a respeito de 'almah tinha um significado bastante importante para a época do profeta. Em primeiro lugar, a profecia não fora direcionada somente ao rei Acaz, mas à totalidade da casa de Davi. O Senhor prometeu um sinal sobrenatural, não para Acaz, mas para a casa de Davi, sinal este que manteria sua importância no decurso da História. Note que o nome do menino seria Emanuel, Deus conosco. O uso de Isaías 7.14, em Mateus 18.22 , indica sua grande importância para a compreensão do nascimento do Senhor Jesus Cristo. O Evangelho de Mateus relata que a gravidez de Maria foi causada pela ação do Espírito Santo sobre ele, quando então concebeu Jesus no seu ventre. José, noivo de Maria, não o acreditou, até o anjo informar-lhe a respeito. Uma vez ocorrida a concepção, estava claro que se tratava do cumprimento da profecia de Isaías 7.14"

4.O local de nascimento de Jesus.

Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria o nascimento de Jesus, ela vivia em Nazaré (Lc 1.26, 27). A palavra profética, porém, indica a cidade de Belém de Judá como o local do nascimento do Messias (Mq 5.2). Para isso, Deus mobilizou o próprio imperador romano, César Augusto, para que baixasse um decreto, obrigando cada pessoa em Israel a alistar-se na cidade de seu nascimento. Sendo José belemita(nasc. Em Belém), foi com Maria para Belém, ocasião em que ela deu à luz o Salvador (Lc 2.9-11).
Miquéias profetiza que um governante surgiria de Belém para cumprir as promessas de Deus ao seu povo (Mq 5.2). Este texto refere-se a Jesus, o Messias (Mt 2.1,3-6), cuja origem é ‘desde os dias da eternidade’ (Jo 1.1; Cl 1.17; Ap 1.8). Não obstante, Ele nasceria como ser humano, para em tudo fazer-se semelhante a nós (v. 3; ver Jo 1.14; Fp 2.7-8). Lucas estabelece meticulsamente as circunstancias históricas que envolvem o nascimento de Jesus, relacionando-as com acontecimentos do império Romano. César Augusto foi imperador de 30 a.C. até 14 d.C., este ordenou o recenciamento com o objetivo de cobrança de impostos. O chefe de cada familia viajava para a cidade onde eram mantidos os registros de seus antepassados. Belém (hb בית לחם - Beit Lehem, Casa do Pão) é uma cidade palestina localizada na parte central da Cisjordânia, com uma população de cerca de 30.000 pessoas. É a capital da província de Belém, na Autoridade Nacional Palestina, e um centro de cultura e turismo no país. Localiza-se a cerca de 10 quilômetros ao sul de Jerusalém, a uma altitude de 765 metros acima do nível do mar. Belém é o local onde nasceu Jesus de Nazaré. A cidade é habitada por uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo, embora seu tamanho tenha se reduzido nos últimos anos, devido à emigração. A cidade também é a terra natal do rei Davi, e o local onde ele foi coroado rei de Israel. Foi saqueada pelos samaritanos em529 d.C., durante sua revolta, porém foi reconstruída pelo imperador bizantino Justiniano II. A Belém atual tem uma população majoritariamente muçulmana, porém também abriga uma das maiores comunidades de cristãos palestinos. Em Belém encontra-se ainda, a Tumba de Raquel, um importante local sagrado para o judaísmo.

5.O massacre das crianças de Belém.

O brutal assassinato das crianças da região de Belém por ordem de Herodes, o Grande (Mt 2.16), foi o cumprimento de uma profecia de Jeremias (Jr 31.15).
A violência e a arrogância de Herodes diante da possibilidade de perder seu poder diante de um menino recém-nascido. Quando ele percebe que os magos não voltaram com notícias a respeito de Jesus, Herodes manda que todos os meninos sejam mortos. Com isso ele quer ter a certeza de que Jesus também morra. Grande foi o lamento das mães em Belém diante de tal violência. Grande é o lamento de muitas mães que vêm seus filhos irem para a rua, sem nenhuma esperança, crianças abandonadas, menores recolhidos na FEBEM, jovens assassinados pela violência policial e pelo tráfico de drogas. Muitas mães são como Raquel. Elas choram seus filhos e filhas massacrados por todo tipo de violência presente em nossa sociedade.Para fugir da violência de Herodes, a família de Jesus deve migrar. Sair de sua terra e de seu ambiente familiar e ir para terras desconhecidas, viver em meio a desconhecidos. Também hoje no Brasil muitas são as famílias que migram em busca de rumos melhores ou de novas oportunidades para si e para os seus. Muitos pais e mães arriscam tudo na busca de vida melhor para seus filhos. Com isso estão expostos a todo tipo de incerteza e de violência.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

O perfil do nascimento do Redentor foi revelado por Deus através do desdobramento profético nas Escrituras.

IV. PROFECIAS SOBRE AS OBRAS DE JESUS

1.A visão messiânica em Moisés (vv.22,23).

O Novo Testamento revela que o povo judeu aguardava a vinda do Messias, conforme escrevera Moisés: "havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei" (Jo 1.45). O apóstolo Paulo explicou: "dando testemunho, tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer" (At 26.22). O apóstolo Pedro, na sua pregação na área externa do Templo, afirma que Moisés anunciou a vinda do Messias, e que a missão deste seria semelhante à do legislador dos hebreus - fazer a mediação entre o povo e Deus (1 Tm 2.5).
A predição de Moisés em Dt 18.17,18: ‘Então o SENHOR me disse: Bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu...’, foi uma profecia a respeito de Jesus Cristo. De que maneira foi Jesus semelhante a Moisés?
- (1) Moisés foi ungido pelo Espírito (Nm 11.17); o Espírito do Senhor estava sobre Jesus na pregação do evangelho (Lc 4.18,19);
- (2) Deus usou Moisés para introduzir a antiga aliança; Jesus introduziu a nova aliança;
- (3) Moisés conduziu Israel, tirando-o do Egito para o Sinai, e estabeleceu o pacto de seu relacionamento com Deus; Cristo redimiu seu povo do pecado e da escravidão de Satanás, e estabeleceu um novo e vivo pacto com Deus, por meio do qual seu povo pudesse entrar na sua própria presença;
- (4) Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício de cordeiros para prover em figura a redenção; o próprio Cristo tornou-se o Cordeiro de Deus para prover salvação a todos quantos o aceitarem;
- (5) Moisés conduziu o povo à lei, mostrando-lhe a sua obrigação em cumprir seus estatutos para ter a bênção divina; Cristo chamava o povo a si mesmo e ao Espírito Santo, como a maneira de Deus cumprir a sua vontade, e dos fiéis receberem a bênção divina e a vida eterna (Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, nota At 3.29).


2.Sua vida e ministério.

O profeta Isaías anunciou que o Messias haveria de habitar em Naftali, nos confins de Zebulon (Is 9.1-4); o Novo Testamento o confirma (Mt 4.13). O profeta Zacarias predisse a sua entrada triunfal em Jerusalém, montado num jumento (Zc 9.9); os Evangelhos registram o referido acontecimento (Mt 21.1-11). A palavra profética anuncia também a sua traição; seria traído por um amigo (Sl 41.9), ou seja, por Judas Iscariotes (Mt 26.14-16; Jo 13.2; 17.12).
O NT aplica-a à Jesus Cristo, o Filho de Deus. Essa profecia revela várias verdades importantes sobre o ministério do Messias: Ministraria principalmente na Galiléia (Mt 4.13,14); Traria a luz da salvação e da esperança (Mt 4.15,16); Aumentaria o número do povo de Deus, sobretudo pela admissão dos gentios à família da fé (At 15.13-18). O profeta Zacarias predisse a sua entrada triunfal em Jerusalém, montado num jumento (Zc 9.9). Um motivo ainda maior para o regozijo é a vinda do Rei, não em esplendor, mas em humildade (Fp 2.5-8), montado sobre um jumento. A profecia de Zacarias prevê a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-5). Ao entrar dessa maneira na cidade santa, Jesus declarou ser Ele o Messias e o Salvador, pronto a submeter-se à cruz. A palavra profética anuncia também a sua traição; seria traído por um amigo (Sl 41.9) LEVANTOU CONTRA MIM O SEU CALCANHAR. Jesus citou este versículo e o aplicou a Judas Iscariotes que, sendo um amigo de confiança, traiu o Salvador (Mt 26.14-16,20-25; Jo 13.18; Lc 22.3).


3.Seu sofrimento, morte e ressurreição (vv. 18,26).

O Antigo Testamento anunciou com abundância de detalhes a paixão de Cristo, principalmente o capítulo 53 de Isaías (ver Lição 5). Todavia, Deus prometeu ressuscitá-lo da morte (Sl 16.10); os Evangelhos narram esse sublime acontecimento (Mt 28.1-5). O apóstolo Pedro ressalta esse fato e o seu cumprimento (At 2.25-32), o qual tornou-se o tema principal da mensagem apostólica (1 Co 15.4-20). Seu retorno ao céu também estava na mensagem dos profetas (Sl 24) e cumpriu-se 40 dias depois de sua ressurreição (At 1.9-11).
O Antigo Testamento anunciou com abundância de detalhes a paixão de Cristo, principalmente o capítulo 53 de Isaías. O Servo Sofredor é reputado como ‘ferido de Deus’ em Is 53.4, e a Lei diz “O que for pendurado no madeiro é maldito de Deus” (Dt 21.23). Quando tornou-se realidade, os espectadores pensavam que Cristo estava sofrendo somente o que merecia, mas a sua experiência de dor e angustia era por seu povo (1Pe 2.24). Cristo sofreu a maldição do pecado, aceitando a punição que os nossos pecados mereceram, provendo perdão e liberdade. Esse extremo de seu sofrimento mostra que a sua compaixão é real e não teórica. Somente aquele que tinha sido tentado de todas as maneiras possíveis, como nós, podia ser o misericordioso sumo-sacerdote (Hb 2.17,18). Em obediência e submissão completa ao Pai, o Servo Sofredor em seu julgamento e morte é comparado ao cordeiro levado ao matadouro e à ovelha muda diante de seus tosquiadores: Ele "não abriu a sua boca" (v.7), sendo morto como resultado de uma injustiça. Em At 8.32, Filipe discorre sobre esta passagem explicando-a ao eunuco etíope, levando-o a converter-se a Cristo. Ele morreu como um sacrifício propiciatório, que satisfaz o julgamento divino contra os pecadores, produzindo perdão e justificação e trazendo a reconciliação de partes que estavam alienadas entre si. A expiação realiza-se por ressarcir os danos, apagando os delitos e oferecendo satisfação pelas injustiças cometidas. A continuação do versículo (“E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte;”) profetiza o seu sepultamento decente e honrado na tumba de José de Arimatéia, o que verdadeiramente aconteceu, fato esse ratificado pelos quatro evangelhos que citam a José de Arimatéia como quem assumiu o papel de líder no sepultamento de Jesus, mostrando, assim, a autenticidade da profecia bíblica.

SINÓPSE DO TÓPICO (4)

As profecias do Antigo Testamento anunciam com detalhes o sofrimento, a morte e a ressurreição do Senhor Jesus.


CONCLUSÂO

Jesus é o começo e o fim do Antigo Testamento, cujos livros concentram-se no Messias. Ele é o centro das Escrituras Sagradas. Tudo o que estudamos na presente lição prova de maneira consistente e robusta que é impossível a alguém manipular tais circunstâncias, a fim de forçar o cumprimento das profecias bíblicas.
Neste pequeno espaço, juntamos profecias importantíssimas do Antigo Testamento, sobre o Messias, com a intenção de podermos mostrar como estas profecias se realizaram no Senhor Jesus Cristo e na Igreja do Novo Testamento. Não obstante a distancia temporal que separa a igreja de hoje das profecias do Antigo Testamento quando proferidas pelos santos profetas, em nada perderam sua atualidade. Elas nos ajudam a entendermos melhor e mais profundamente a nossa fé. Aos descrentes elas atuam como provas da existência de Deus e de Sua participação na vida das pessoas. Tudo o que estudamos na presente lição prova de maneira consistente e robusta que é impossível a alguém manipular tais circunstâncias, a fim de forçar o cumprimento das profecias bíblicas.

EXERCÍCIOS

1. De que se trata a profecia de Mt 2.23?
R. Do Messias que seria chamado o Nazareno.

2. Que figura encontramos no Tabernáculo?
R. A figura de Cristo.

3. Quem Deus mobilizou para fazer cumprir a profecia em Belém da Judeia?
R. O imperador romano César Augusto.

4. Que lugar no Antigo Testamento fala a respeito da ressurreição de Cristo?
R. Em Salmos 16.10.

5. O que Jesus é em si mesmo em relação ao Antigo Testamento?
R. É o começo e o fim do Antigo Testamento, o centro das Escrituras.

3º Trimestre - Lição 08



TEXTO ÁUREO

"A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele"
(Lc 16.16).


VERDADE PRÁTICA

João Batista convocou o povo ao arrependimento, confissão de pecados e retorno a Deus, bem como foi o precursor de Jesus, o Messias.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 11.7-15

7 - Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.

8 - Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.

9 - E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?

10 - E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?

11 - Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?

12 - Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.

13 - Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;

14 - E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

15 - Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


Explicar a missão de João Batista


Descrever a personalidade de João Batista


Conscientizar-se do privilégio de fazer parte do Reino de Deus.



COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO


João Batista é o personagem que demarca a transição da Antiga para a Nova Aliança e serve de ponte entre o Antigo e o Novo Testamento. Além disso, foi o precursor do Messias e tinha como uma de suas principais atividades o batismo em água. De certa forma, acabou introduzindo o rito, que veio a tornar-se a primeira ordenança da Igreja. Nesta oportunidade, trataremos da origem, ministério e mensagem de João Batista, o último profeta veterotestamentário.

Estudo de Apoio à Lição 08

A profecia aponta para a obra de preparo feita por João. Ele é a voz do deserto clamando: "Preparai o caminho do Senhor" (Isaías 40:3). Malaquias disse que João haveria de preparar "o caminho diante" do Senhor (Malaquias 3:1-2). O preparo espiritual de João é um indício da natureza espiritual do reino.
João começa a sua obra identificando-se. "Eu não sou o Cristo " (João 1:20), disse ele. Ele é aquela voz que prepara o caminho do rei (João 1:23). Um anjo resumiu a obra de João: "Irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado" (Lucas 1:17).

I. A ORIGEM DE JOÃO BATISTA

1. Sua família.

João Batista veio de uma piedosa família, formada pelo sacerdote Zacarias e Isabel, sua esposa. Seu pai era "da ordem de Abias" e sua mãe "das filhas de Arão" (Lc 1.5). Na época de Davi, o número de sacerdotes havia se multiplicado de tal modo que o segundo rei de Israel resolveu estabelecer o sistema de serviço, do qual a ordem de Abias era a oitava (1 Cr 24.3-6,10). Os descendentes de Arão continuaram a se multiplicar tanto que, nos anos que precederam o nascimento de Jesus, o sacerdote só tinha uma oportunidade na vida de servir no altar (Lc 1.8-10). E foi nesse contexto que o anjo Gabriel anunciou a Zacarias o nascimento de João Batista (Lc 1.13).

2. Seu nome e seu nascimento.

O anúncio, a escolha do nome e a concepção de João Batista demonstram que ele teria uma importante missão a cumprir. Tudo aconteceu em razão de uma intervenção direta de Deus, pois Isabel, sua mãe era estéril e, além disso, ela e Zacarias "eram avançados em idade" (Lc 1.7), à semelhança de Abraão e Sara (Gn 11.30; 21.2). Isso prova que algo incomum estava acontecendo. Até mesmo o nome da criança foi uma escolha divina, pois o anjo ordenara a Zacarias que pusesse no menino "o nome de João" (Lc 1.13).
Apesar de ser um nome comum naquela época, não o era na família de Zacarias (Lc 1.59-63). A alcunha de "Batista" foi dado em função de o seu ministério consistir em grande parte na prática de batizar. Literalmente, João Batista significa João, o Batizador. Conforme o anjo ainda comunicara a Zacarias, "muitos" se alegrariam com o nascimento de João (Lc 1.14,58), pois tal acontecimento era prova inequívoca de que o Senhor ainda amava Israel (Lc 1.65-80).

3. Sua estatura espiritual e sua missão.

O anjo Gabriel discorre sobre a estatura espiritual de João Batista, declarando que ele seria "grande diante do Senhor" e "cheio do Espírito Santo, desde o ventre de sua mãe" (Lc 1.15). Sua missão era converter os filhos de Israel a Deus e "preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Lc 1.16,17). "Bem disposto" para o quê? Sem dúvida alguma, para o que o próprio pai, Zacarias, profetizou por ocasião da circuncisão do menino, afirmando que a criança seria profeta do Altíssimo e precursor do Messias (Lc 1.76).


João Batista (AO 1945: Baptista), também chamado de João, o Batizador (AO 1945: Baptizador) (Judeia, 2 a.C. - 30 d.C.) foi um pregador judeu, do início do século I, citado por inúmeros historiadores, entre os quais estão Flávio Josefo e os autores dos quatro Evangelhos da Bíblia.

Segundo a narração do Evangelho de São Lucas, João Baptista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel (ou Elizabete), prima de Maria, mãe de Jesus. Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Jesus Cristo. Baptizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão, e introduziu o baptismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adoptados pelo cristianismo.

João nasceu numa pequena aldeia chamada Aim Karim, a cerca de seis quilômetros lineares de distância a oeste de Jerusalém.[carece de fontes?] Segundo interpretações do Evangelho de Lucas, era um nazireu de nascimento. Outros documentos defendem que pertencia à facção nazarita da Palestina, integrando-a na puberdade, era considerado, por muitos, um homem consagrado. De acordo com a cronologia neste artigo, João teria nascido no ano 7 a.C.; os historiadores religiosos tendem a aproximar esta data do ano 1º, apontando-a para 2 a.C..

Como era prática ritual entre os judeus, o seu pai Zacarias teria procedido à cerimónia da circuncisão, ao oitavo dia de vida do menino. A sua educação foi grandemente influenciada pelas acções religiosas e pela vida no templo, uma vez que o seu pai era um sacerdote e a sua mãe pertencia a uma sociedade chamada "as filhas de Araão", as quais cumpriam com determinados procedimentos importantes na sociedade religiosa da altura.

Aos 6 anos de idade, de acordo com a educação sistemática judaica, todos os meninos deveriam iniciar a sua aprendizagem "escolar". Em Judá não existia uma escola, pelo que terá sido o seu pai e a sua mãe a ensiná-lo a ler e a escrever, e a instruí-lo nas actividades regulares.

Aos 14 anos há uma mudança no ensino. Os meninos, graduados nas escolas da sinagoga, iniciam um novo ciclo na sua educação. Como não existia uma escola em Judá, os seus pais terão decidido levar João a Engedi (atual Qumram) com o fito de este ser iniciado na educação nazarita.

João terá efectuado os votos de nazarita que incluíam abster-se de bebidas intoxicantes, o deixar o cabelo crescer, e o não tocar nos mortos. As ofertas que faziam parte do ritual foram entregues em frente ao templo de Jerusalém como caracterizava o ritual.

Engedi era a sede ao sul da irmandade nazarita, situava-se perto do Mar Morto e era liderada por um homem, reconhecido, de nome Ebner.

Morte dos pais e início da vida adulta
O pai de João, Zacarias, terá morrido no ano 12 d.C.. João teria 18-19 anos de idade, e terá sido um esforço manter o seu voto de não tocar nos mortos. Com a morte do seu pai, Isabel ficaria dependente de João para o seu sustento. Era normal ser o filho mais velho a sustentar a família com a morte do pai. João seria filho único. Para se poder manter próximo de Engedi e ajudar a sua mãe, eles terão se mudado, de Judá para Hebrom (o deserto da Judeia). Ali João terá iniciado uma vida de pastor, juntando-se às dezenas de grupos ascetas que deambulavam por aquela região, e que se juntavam amigavelmente e conviviam com os nazaritas de Engedi.

Isabel terá morrido no ano 22 d.C. e foi sepultada em Hebrom. João ofereceu todos os seus bens de família à irmandade nazarita e aliviou-se de todas as responsabilidades sociais, iniciando a sua preparação para aquele que se tornou um “objectivo de vida” - pregar aos gentios e admoestar os judeus, anunciando a proximidade de um “Messias” que estabeleceria o “Reino do Céu”.

De acordo com um médico da Antioquia, que residia em Písia, de nome Lucas, João terá iniciado o seu trabalho de pregador no 15º ano do reinado de Tibério. Lucas foi um discípulo de Paulo, e morreu em 90. A sua herança escrita, narrada no "Evangelho segundo São Lucas" e "Actos dos Apóstolos" foram compiladas em acordo com os seus apontamentos dos conhecimentos de Paulo e de algumas testemunhas que ele considerou. Este 15º ano do reinado de Tibério César terá marcado, então, o início da pregação pública de João e a sua angariação de discípulos por toda a Judeia em acordo com o Novo Testamento.

Esta data choca com os acontecimentos cronológicos. O ano 15 do reinado de Tibério ocorreu no ano 29 d.C.. Nesta data, quer João Baptista, quer Jesus teriam provavelmente 36 a 37 anos de idade.



SINÓPSE DO TÓPICO (1)

João Batista foi oriundo de uma família piedosa, teve um nascimento miraculoso e sua missão foi converter os israelitas a Deus e preparar o caminho do Messias.


II. A PERSONALIDADE DE JOÃO BATISTA

1. O testemunho de Jesus (v.7a).

Pouco tempo após batizar o Senhor Jesus, João Batista foi preso. Ao ouvir acerca das realizações de Cristo, ele mandou que dois de seus discípulos fossem até ao Senhor e o inquirisse acerca do cumprimento de sua missão messiânica (Mt 11.3). Jesus mandou então que contassem a Batista, na prisão, "as coisas que ouvis e vedes: Os cegos veem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho" (Mt 11.4,5). Isto é, não havia apenas sinais no ministério do Senhor Jesus Cristo, mas também e, principalmente, a mensagem do evangelho.

2. Sua espiritualidade e devoção (v.7b).

Após essa resposta, o Senhor Jesus passa a falar sobre a grandiosidade do ministério de João Batista. O Filho de Deus revela que o povo não saiu ao deserto para ouvir qualquer pessoa, mas um homem destemido e cheio do Espírito Santo; um homem que falava a verdade divina, exortando os pecadores ao arrependimento; um homem que não temia as ameaças dos poderosos. Era inconcebível pensar que João Batista havia fraquejado por estar preso, pois ele não era "uma cana agitada pelo vento", mas um vigoroso cedro capaz de resistir a fortes tempestades. Ele estava na masmorra de Herodes (Mt 14.10-12), porém, demonstrava um forte compromisso e preocupação com a obra de Deus.

3. Sua personalidade (v.8).

Com as perguntas retóricas - "Que fostes ver no deserto? [...] Um homem ricamente vestido?" - Jesus estava dizendo que esse tipo de personalidade não caracterizava João. Pois, os que o ouviram no deserto podiam estar certos de que, mesmo encarcerado, o Batista continuaria sendo o mesmo João: um homem santo e destemido que, por opção própria, usava vestes de pelos de camelo e cinto de couro.

O preparo para a vinda do reino foi feito por meio da proclamação de advertência e da necessidade de arrependimento. João advertiu os fariseus e os saduceus: "Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo" (Mateus 3:10). Multidões escutavam o apelo de João: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mateus 3:2). Os que atendiam ao chamado e se arrependiam se tornavam um povo preparado produzindo "frutos dignos de arrependimento" (Mateus 3:8). Muitos foram batizados por João no rio Jordão. Uma geração de víboras rejeitou a mensagem, ao passo que outros permitiram que o mensageiro de Deus os preparasse.João Batista veio com a disposição e o poder de Elias (Lucas 1:17). Em nenhum lugar isso é mais claro do que na descrição de Lucas 3:18-19: "Assim, pois, com muitas outras exortações anunciava o evangelho ao povo; mas Herodes, o tetrarca, sendo repreendido por ele, por causa de Herodias, mulher de seu irmão, e por todas as maldades que o mesmo Herodes havia feito". O preparo para o reino espiritual que estava por vir exigia uma obra de escavação. Os vales tinham de ser preenchidos, e os montes tinham de ser rebaixados. Assim como Elias fez o que pôde para tirar a idolatria, o assassínio e a desonestidade (1 Reis 18, 19), também João opôs-se aos pecados da nação e os desmascarou. Entre esses pecados estavam "todas as maldades que o mesmo Herodes havia feito".
O caminho do rei foi preparado por João, mostrando especificamente a mudança que deve ocorrer na vida dos homens. João não só condenava o mal, mas salientava a mudança que Deus espera das pessoas perdoadas. Os publicanos, os soldados e o povo em geral perguntavam: "Que havemos, pois, de fazer?". A Voz exigia generosidade (Lucas 3:11), honestidade (Lucas 3:13) não-violência e contentamento (Lucas 3:14). A preparação feita por João foi para um caminho de santidade, e o povo de Deus deve andar nesse caminho (Isaías 35:8-10).
João preparava para o reino vindouro referindo-se ao rei do reino. Não bastava advertir a nação judaica para que fugissem da ira de Deus (Mateus 3), nem instruí-los com respeito ao procedimento esperado por Deus (Lucas 3), mas era essencial que o rei que estava por vir fosse identificado. João tinha estado batizando em Betânia e, no dia seguinte, quando viu Jesus se aproximar dele, exclamou: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Jesus era visto por João como aquele tipificado no cordeiro pascal, e como aquele cordeiro que "foi levado ao matadouro" pelo pecado do homem (Isaías 53).A eficácia da obra de João é exemplificada no primeiro capítulo do livro de João. "No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus" (João 1:35-37). Ao levar esses dois discípulos ao rei do reino espiritual de Deus (João 18:36-37), João havia desempenhado bem a sua função. Dois homens preparados estavam prontos para se tornar discípulos de Cristo, e mais tarde seriam parte do fundamento do reino, no qual todos os santos seriam cidadãos (Efésios 2:18-22).


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

A personalidade de João Batista destemida e sensível ao Santo Espírito foi testificada por Jesus.


III. JOÃO BATISTA, O ÚLTIMO PROFETA

1. "Muito mais que profeta" (v.9).

O testemunho público de Jesus confirma o que o Espírito Santo havia falado por boca de Zacarias: João seria "profeta do Altíssimo" (Lc 1.76). Cristo foi além; afirmou que João era "muito mais do que profeta". Ele declarou ser o Batista um mensageiro enviado por Deus como o precursor do Messias (v.10), cumprindo assim a profecia de Malaquias (Ml 3.1). Jesus acrescentou que dentre os mortais, não houve ninguém maior do que João (v.11). E isso, por algumas razões: a) Porque os profetas falaram a respeito de João (Is 40.3; Ml 3.1); b) porque João teve o privilégio de ver o cumprimento principal dos oráculos proféticos do Antigo Testamento: O Senhor Jesus; c) por ter sido o precursor do Messias; d) porque batizou o Senhor Jesus nas águas; e) porque pode participar da salvação que os profetas apenas predisseram; e finalmente f) porque chegou ao clímax do ministério profético, tal como havia no Antigo Testamento (Lc 16.16).


2. O término da dispensação da Lei (v.13).

Pelas razões acima apresentadas, João é o mais excelente de todos os profetas; com ele se encerra a Antiga Aliança. João Batista é o único personagem do Novo Testamento com quem Deus se comunicava da mesma maneira que Ele falava aos profetas do Antigo Testamento: "[...] veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias" (Lc 3.2 - ARA; cf. Jr 1.2).

3. "O Elias que havia de vir" (v.14).

Ao comparar o ministério de João Batista ao de Elias, Jesus confirma o oráculo de Malaquias (4.5,6). Em outras palavras, João veio na virtude e no espírito de Elias (Lc 1.17), ou seja: exercendo um ministério igual ao de Elias. E o Senhor Jesus o reafirma em outra ocasião (Mt 17.12,13). Isso, porém, não deve levar ninguém a pensar que João era Elias reencarnado por duas razões básicas: Elias foi arrebatado vivo para o céu, portanto, não morreu (2 Rs 2.11). Além disso, reencarnação é algo que não existe e nem é permitido por Deus (2 Sm 12.23; Sl 78.39; Hb 9.27).

Elias e João Batista tinham as mesmas características: ambos vestiam-se de pelos e usavam cinto de couro (2 Rs 1.8; Mt 3.4), ministravam no deserto (1 Rs 19.9,10,15; Lc 1.80), e eram incisivos ao pregarem contra reis ímpios (1 Rs 21.20-27; Mt 14.1-4).

É perspectiva comum que a principal influência na vida de João terá sido o registos que lhe chegaram sobre o profeta Elias. Mesmo a sua forma de vestir com peles de animais e o seu método de exortação nos seus discursos públicos, demonstravam uma admiração pelos métodos antepassados do profeta Elias. Foi muitas vezes chamado de “encarnação de Elias” e o Novo Testamento, pelas palavras de Lucas, refere mesmo que existia uma incidência do Espírito de Elias nas acções de João.
O Discurso principal de João era a respeito da vinda do Messias. Grandemente esperado por todos os judeus, o Messias era a fonte de toda as esperanças deste povo em restaurar a sua dignidade como nação independente. Os judeus defendiam a ideia da sua nacionalidade ter iniciado com
Abraão, e que esta atingiria o seu ponto culminar com achegada do Messias. João advertia os judeus e convertia gentios, e isto tornou-o amado por uns e desprezado por outros.
Importante notar que João não introduziu o baptismo no conceito judaico, este já era uma cerimónia praticada. A inovação de João terá sido a abertura da cerimónia à conversão dos gentios, causando assim muita polémica.
Numa pequena aldeia de nome “Adão” João pregou a respeito “daquele que viria”, do qual não seria digno nem de apertar as alparcas (as correias das sandálias). Nessa aldeia também, João acusou Herodes e repreendeu-o no seu discurso, por este ter uma ligação com a sua cunhada Herodíades, que era mulher de Filipe, rei da Ituréia e Traconites (irmão de
Herodes Antipas I). Esta acusação pública chegou aos ouvidos do tetrarca e valeu-lhe a prisão e a pena capital por decapitação alguns meses mais tarde.

O baptismo de Jesus - Na hora - a apresentação do Pai, filho e Espirito Santo.
Pessoalmente para João, o
baptismo de Jesus terá sido o seu auge experiencial. João terá ficado admirado por Jesus se ter proposto para o baptismo. Esta experiência motivou a sua fé e o seu ministério adiante.
João baptizava em Pela, quando Jesus se aproximou, na margem do
rio Jordão. A síntese bíblica do acontecimento é resumida, mas denota alguns factores fundamentais no sentimento da experiência de João. Nesta altura João encontrava-se no auge das suas pregações. Teria já entre os 25 e os 30 discípulos e baptizava judeus e gentios arrependidos. Neste tempo os judeus acreditavam que Deus castigava não só os iníquos, mas as suas gerações descendentes. Eles acreditavam que apenas um judeu poderia ser o culpado do castigo de toda a nação. O baptismo para muitos dos judeus não era o resultado de um arrependimento pessoal. O trabalho de João progredia.
Os relatos Bíblicos contam a história da voz que se ouviu, quando João baptizou Jesus, dizendo “este é o Meu filho amado no qual ponho toda a minha complascência”. Refere que uma pomba esvoaçou sobre os dois personagens dentro do rio, e relacionam essa ave com uma manifestação do Espírito Santo. Este acontecimento sem qualquer repetição histórica tem servido por base a imensas doutrinas religiosas.
[
editar] Prisão e morte
O aprisionamento de João ocorreu na Pereia, a mando do Rei
Herodes Antipas I no 6º mês do ano 26 d.C.. Ele foi levado para a fortaleza de Macaeros (Maqueronte), onde foi mantido por dez meses até ao dia de sua morte. O motivo desse aprisionamento apontava para a liderança de uma revolução. Herodias, por intermédio de sua filha, conseguiu coagir o Rei na morte de João, e a sua cabeça foi-lhe entregue numa bandeja de prata e depois foi queimado em uma fogueira numa das festas palacianas de Herodes.
Os discípulos de João trataram do sepultamento do seu corpo e de anunciar a sua morte ao seu primo Jesus.



SINÓPSE DO TÓPICO (3)

João Batista não somente encerrou o Profetismo em Israel, mas também foi o arauto de Cristo.

CONCLUSÂO

João continua sendo um exemplo de coragem e humildade que devemos seguir. Essa voz no deserto precisa ser mantida contra o pecado e contra a corrupção. Oremos para que Deus continue a levantar homens e mulheres santos, destemidos e cheios do Espírito Santo para a expansão do Reino de Deus.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Bibliológico
João Batista como precursor do Messias; e a comparação com o profeta Elias
O papel de João Batista como um precursor do Messias o colocou numa posição de grande privilégio, descrito como 'muito mais do que profeta' (11.9), como não havendo ninguém maior do que ele. Nenhum homem jamais cumpriu este objetivo dado por Deus melhor do que João. Ainda assim, no Reino de Deus que está chegando, o menor terá uma herança espiritual maior do que João, porque ele viu e conheceu a Cristo e a sua obra concluída na Cruz. João morreria antes que Jesus morresse e ressuscitasse para inaugurar o seu Reino. Como seguidores de Jesus testemunharão a realidade do Reino, eles terão privilégios e um lugar maior do que João Batista. Todos os profetas das Escrituras tinham profetizado a respeito da vinda do Reino de Deus. João cumpriu a profecia, pois ele mesmo era o Elias que havia de vir (Ml 4.5). João não era Elias ressuscitado, mas ele assumiu o papel profético de Elias - o de confrontar corajosamente o pecado e mostrar Deus


VOCABULÁRIO
Veterotestamentário: Relativoao Antigo Testamento.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BOYER, Orlando. Espada Cortante 2. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. 2ª. ed.Rio de Janeiro, CPAD, 2004.


EXERCÍCIOS

1. Por que João é chamado de Batista?
R. O nome de "Batista" foi dado em função de o seu ministério consistir na prática de batizar.

2. O que Jesus revela ao povo acerca da estatura espiritual de João?
R. Que ele era um homem destemido e cheio do Espírito Santo.

3. Cite duas razões apresentadas por Jesus para demonstrar ser João muito mais que um profeta.
R. Os profetas falaram a respeito dele (Is 40.3; Ml 3.1), e ele teve o privilégio de ver o cumprimento dos oráculos proféticos do Antigo Testamento.

4. Em que se assemelham os profetas João e Elias?
R. Ambos se vestiam de vestes de pelos e cinto de couro; ambos ministraram no deserto; ambos eram incisivos e sem rodeios em suas palavras e pregaram contra reis ímpios.

5. O que significa a expressão: "Veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias"?
R. A expressão significa que João Batista é o único personagem do NT com quem Deus falava da mesma maneira que falava aos profetas do AT.


3º Trimestre - Lição 07

Os Falsos Profetas

TEXTO ÁUREO

"Quando o tal profeta falar em nome do SENHOR, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele
(Dt 18.22).


VERDADE PRÁTICA


O alvo dos falsos profetas é desconstruir a verdade do evangelho e combater os autênticos arautos do Senhor.
HINOS SUGERIDOS 288, 505, 508

LEITURA DIÁRIA


Segunda - 1 Rs 13.11,18
Devemos tomar cuidado com o profeta mentiroso S
Terça - 1 Rs 18.19
Jezabel e os profetas pagãos T
Quarta - 1 Rs 22.11,12
Os falsos profetas agradam o povo Q
Quinta -1 Rs 22.24
As atitudes de um falso profeta Q
Sexta - Jr 23.13
Profetas que falaram em nome de Baal S
Sábado - 2 Pe 2.1
Falsos profetas e doutores S

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Jeremias 28.2-4,12-15

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


Identificar a falsa mensagem profética de Hananias.


Explicar como Hananias foi desmascarado.


Conscientizar-se de que o discernimento é indispensável para o reconhecimento dos falsos profetas.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO


Dentre os falsos profetas do Antigo Testamento encontram-se também os das divindades pagãs. Vamos, porém, enfocar os falsos profetas de Israel que, por não terem o temor de Deus, usavam o nome do Senhor para enganar o povo. Há, especialmente, dois casos horrendos nas Escrituras Sagradas: o relato de Zedequias, filho de Quenaana, e seu grupo de profetas, que conseguiram impressionar o rei Acabe (1 Rs 22.5-28; 2 Cr 18.4-27), e o falso profeta Hananias.

I. A FALSA MENSAGEM PROFÉTICA

1. A celeste mensagem de Jeremias. No início do reinado de Zedequias, o profeta Jeremias colocou sobre seu pescoço uma canga de madeira com tiras de couro (27.1,2; 28.10,12,13) e foi enviado por Deus a Judá e a Jerusalém (27.3), exortando o povo à submissão ao rei de Babilônia (27.6-8). Assim como o boi é dominado pelo jugo de seu dono, as nações deveriam sujeitar-se ao domínio dos caldeus, pois seria inútil tentar livrar-se de Nabucodonosor (27.12,13).

2. O falso profeta Hananias (v.1). No mesmo ano em que o Senhor transmitiu essa mensagem por meio de Jeremias, surgiu um falso profeta - "Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeão" (v.1) - para confrontar a mensagem do arauto de Deus. O falso profeta desafiou Jeremias no Templo de Jerusalém diante do povo e dos sacerdotes. A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós, na própria igreja, falsos profetas (2 Pe 2.1,2; Leia ainda At 20.30; 1 Tm 4.1; 1 Jo 4.1).

3. A mensagem de Hananias (vv.3,4) e a reação do profeta de Deus. O farsante Hananias procurava contradizer a mensagem de Jeremias acerca do destino de Jeconias (nome alternativo de Joaquim, filho de Jeoaquim, também chamado de Conias [cf. Jr 37.1]) e do fim do cativeiro. O profeta de Deus afirmava ser impossível Jeoaquim retornar de Babilônia (Jr 22.24-27), o que realmente aconteceu, pois o rei veio a morrer em Babilônia durante o reinado de Evil-Merodaque (Jr 52.31-34; 2 Rs 25.27-30). Da mesma forma, os oráculos divinos anunciavam setenta anos para o domínio babilônio sobre os judeus (Jr 25.11; 29.10), o que, a despeito de o povo israelita ser escolhido de Deus, também veio a se cumprir (2 Cr 36.22,23; Dn 9.2).
Contudo, o falso profeta Hananias trouxe uma mensagem que todos queriam ouvir: a volta de Joaquim e o fim do jugo caldeu em dois anos (Jr 28.2-4). Era, portanto, a palavra dele contra a de Jeremias, e isso colocava o homem de Deus em desvantagem, pois o povo esperava uma mensagem de triunfo.

Entretanto, como se pode ver no capítulo 28 e versículos 5 a 9, Jeremias reitera a Palavra do Senhor, com destaque para o versículo 6, quando o profeta diz um "amém" irônico, advertindo o povo a não empolgar nem se entusiasmar com os oráculos de Hananias. Apesar de um discurso bonito e de uma mensagem agradável, faltava ainda o teste do tempo como ensina Deuterônomio 18.22. A Bíblia ensina que o profeta só será reconhecido como tal após suas predições se cumprirem (28.9).

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A falsa mensagem profética de Hananias legitimou a reação de Jeremias, que reiterou a Palavra do Senhor diante do falso profeta.

II.. O FALSO PROFETA DESMASCARADO

1. A arrogância de Hananias. Duas características de um falso profeta são a audácia e a arrogância. E o falso profeta Hananias apresentava essas más qualidades. A Palavra de Deus diz que, enquanto o profeta Jeremias representava a situação futura de Israel usando um jugo no pescoço, Hananias tomou o jugo e, diante do povo, quebrou-o, reafirmando seu discurso positivista: "Assim quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, depois de passados dois anos completos" (v.11). Era uma situação difícil para Jeremias, que limitou-se a "tomar o seu caminho". Para nós, que estamos cientes de que a verdade estava do lado de Jeremias, é fácil compreender. Todavia, imagine o povo naquela época assistindo esse embate, com o agravante do falso profeta usar a chancela (ainda que falsa) de uma suposta autoridade espiritual: "Assim fala o SENHOR dos Exércitos" ou "assim diz o SENHOR" (vv.2,4,11). Como discernir o verdadeiro do falso?

2. O jugo de madeira é substituído por um de ferro (vv.13,14). A ousadia de Hananias acarretou ainda mais a ira divina. Deus mandou Jeremias voltar e declarar ao falso profeta: "Jugos de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei jugos de ferro" (v.13). Dessa forma, a servidão seria ainda pior, pois, agora o jugo seria de ferro, ou seja, ninguém poderia quebrá-lo (v.14).

3. O julgamento do falso profeta Hananias e a confirmação de Jeremias como profeta de Deus (vv.15-17). Como tudo tem o seu tempo, chegou a hora de o falso profeta Hananias ser desmascarado. Disse-lhe Jeremias: "[...] não te enviou o SENHOR, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras" (v.15). A mensagem do falso profeta, apesar de agradável, era falsa; não provinha do Senhor. Noutras palavras, era uma mentira ruinosa que contribuiu para a queda da nação e o exílio do povo.
Hananias pagaria com a própria vida por sua rebelião contra o Senhor; disse-lhe Deus: "Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o SENHOR" (v.16). Essa era a pena que a lei determinava para os falsos profetas (Dt 18.20). O início do confronto entre o verdadeiro e o falso profeta aconteceu no "quinto mês" (v.1). Hananias morreu "no mesmo ano, no sétimo mês" (v.17). Isso mostra que a profecia de Jeremias cumpriu-se em menos de dois meses. Hananias foi desmascarado e morto; Jeremias, confirmado como profeta de Deus. Por que o povo não se arrependeu de seus pecados, e continuou a confiar nas mentiras dos falsos profetas? A resposta é simples: os rebeldes optam por acreditar apenas naquilo que lhes agrada. Essa é a tendência do ser humano.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

O falso profeta tem como características a arrogância e a audácia. Por essa razão, Deus derramou a sua ira sobre o falso profeta Hananias.

III. O DOM DE DISCERNIR É O GRANDE INIMIGO DOS FALSOS PROFETAS

1. O discernimento do povo de Deus. Um dos dons espirituais mais necessários é o de discernimento. Isto porque o falso profeta, sendo um imitador muito eficiente, pode confundir o povo de Deus, uma vez que suas mensagens concordam com aquilo que as pessoas esperam, gostam e sonham. Entretanto, o crente que teme a Deus tem o discernimento, mediante o Espírito Santo, para distinguir a verdade do erro. Alguns exemplos bíblicos demonstram que, às vezes, a mentira e a verdade estão mais que evidentes (Êx 7.12; 1 Rs 22.18,37). Oremos, pois, a Deus, rogando-lhe o dom de discernimento de espíritos.

2. A luta da verdade de Deus contra a mentira diabólica. O apóstolo Pedro deixou claro que a presença do verdadeiro não é suficiente para impedir a manifestação do falso. Ao falar dos autênticos profetas hebreus do Antigo Testamento, o apóstolo ressaltou que "também houve entre o povo falsos profetas" (2 Pe 2.1). Ao longo dos séculos, percebeu-se que onde há o verdadeiro, há também o falso. Para cada Moisés, há um Janes e Jambres (2 Tm 3.8); para cada Micaías, há um Zedequias, filho de Quenaana (1 Rs 22.11); para cada Jeremias, há um Hananias, filho de Azur.

3. Os discípulos do profeta Hananias. À semelhança de Hananias, muitos falsos profetas estão por aí causando estragos nas igrejas e trazendo problemas até para a sociedade. Portanto, estejamos atentos e vigilantes.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

O discernimento espiritual é fundamental para desmascarar o falso profeta. Assim, a verdade de Deus prevalecerá sobre a mentira diabólica.

CONCLUSÂO

Os falsos profetas continuam a arruinar a vida de muita gente. Por causa deles, muitos alteram e comprometem o plano de Deus para a sua vida e ministério. Outros, afastam-se de seus familiares e amigos e passam a evitar a igreja, rejeitando os pontos fundamentais da fé cristã. Que Deus nos livre de tais embusteiros. Fiquemos, pois, com as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo: "Acautelai-vos, que ninguém vos engane" (Mt 24.4).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO


Subsídio Devocional
A mensagem contemporânea de Jeremias
"Jeremias iniciou a sua mensagem com "Quanto aos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim..." [capítulo 23] (v.9). Os profetas aos quais ele se referia não eram aqueles de um deus ou ídolo falso. Não, estes eram profetas de Israel, os mesmos que falavam em nome de Jeová. Eles eram muito conhecidos e aceitos entre os crentes, mas Deus lamentava: "até na minha casa achei a sua maldade" (v.11). Isso partiu o coração de Jeremias. Hoje em dia é diferente? Não, aqueles que têm uma compreensão do que é verdadeiramente profético podem entender com facilidade a sua tristeza. Não são falsos profetas os adivinhadores que leem a palma da mão, cartas de tarô ou falam segundo as estrelas, que entristecem profundamente aqueles que anseiam por ver a Deus glorificado. Na verdade, são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências os que partem o coração dos justos. Eles se entristecem porque, embora o ministério seja apresentado no nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito"
(BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006, pp.60-1).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teológico
Discernimento de Espírito
"[...] O fato é que a palavra discernimento significa formar um juízo e se relaciona com a palavra usada para julgar profecias. Envolve uma percepção que é dada de modo sobrenatural, para diferenciar entre os espíritos, bons e maus, genuínos ou falsos, a fim de chegarmos a uma conclusão.
João diz que não devemos crer em todos os espíritos, mas prová-los (1 João 4.1). [...] A Bíblia, na realidade, fala em três espíritos: o de Deus, o do homem e o do Diabo (com os maus espíritos ou demônios com ele associados). Na operação deste dom na congregação, parece que o espírito do homem talvez cause mais problemas. Mesmo com as melhores intenções, é possível que algumas pessoas tenham a impressão de que seus próprios sentimentos são a voz do Espírito Santo. Ou por causa do zelo excessivo ou da ignorância espiritual de como a pessoa se rende ao Espírito Santo, seu espírito possa intrometer-se"
(HORTON, Stanley. A doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD, pp.300-1).


VOCABULÁRIO
Embusteiro: Mentiroso, impostor.
Jugo: Sujeição; Submissão.
Ruinoso: Prejudicial, mau,nocivo.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.
STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. Rio de Janeiro, CPAD.

SAIBA MAIS


Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 43, p.39.


EXERCÍCIOS

1. O que significava o jugo de madeira no pescoço de Jeremias?
R. A sujeição das nações ao domínio dos caldeus.

2. Qual o tempo de reconhecimento do profeta?
R. O profeta seria reconhecido como tal após suas predições se cumprirem.

3. Cite duas características do falso profeta.
R. Audácia e arrogância.

4. Por que o dom de discernir é fundamental?
R. Porque o falso profeta, sendo um imitador eficiente, pode confundir o povo de Deus.

5. O que o Senhor Jesus nos ensina sobre o assunto?
R. "Acautelai-vos, que ninguém vos engane" (Mt 24.4).

3º Trimestre - Lição 06




TEXTO ÁUREO

"E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras"
(Lc 24.27).


VERDADE PRÁTICA

Embora sejam classificados em maiores e menores, os profetas do Antigo Testamento foram todos, de igual modo, inspirados verbal e plenariamente pelo Espírito Santo de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 9.25-29

25 - Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada.

26 - E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo.

27 - Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.

28 - Porque ele completará a obra e abreviá-la-á em justiça; porque o Senhor fará breve a obra sobre a terra.

29 - E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência, Teríamos nos tornado como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra.


INTERAÇÃO

A Bíblia e, particularmente os livros proféticos, tem uma ordem sistematizada que ajuda a entender os seus respectivos contextos. Deus inspirou os profetas a falar a sua verdade. As verdades de Deus em muitas ocasiões são repetidas por distintos profetas (Os contemporâneos Sofonias e Jeremias, por exemplo, chegaram a profetizar acerca do mesmo tema). Compreendendo a organização dos livros proféticos e, consequentemente, de toda a Bíblia, o seu aluno terá uma base firme para prosseguir nos estudos bíblicos e teológicos.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Explicar a interpretação apostólica na citação de Oseias e Isaías.

Classificar os livros proféticos da Bíblia.

Conscientizar-se de que conhecer a organização dos livros da Bíblia é requisito básico para o aprofundamento do conhecimento bíblico.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, faça um esquema na lousa ou reproduza cópias, conforme o quadro da estrutura da Bíblia Hebraica. Explique aos seus alunos a importância de compreender a ordem dos livros proféticos (e também os demais). É possível você constatar em sua turma alguns alunos com dificuldades de manusear os livros da Bíblia. Utilizando o índice bíblico, proponha-lhes um exercício: destacar os grupos de livros do Antigo e Novo Testamentos. Depois, incentive-os a fazerem um plano de leitura anual da Bíblia. Você pode achar esses planos em diversas Bíblias ou em livros do gênero. Boa aula!


COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Todos os profetas, tanto os pré-clássicos como os clássicos, têm a mesma autoridade divina e igualmente falaram em nome do Senhor. Os chamados clássicos são os profetas literários, divididos em dois grupos: Maiores e Menores. A lição de hoje apresenta um breve estudo do texto da Leitura Bíblica em Classe e, em seguida, uma explanação acerca de dois grupos dos livros proféticos em consideração.

I. OSEIAS - O PROFETA MENOR

1. Oseias em o Novo Testamento. É sabido que a "Bíblia" dos tempos do Novo Testamento consistia exatamente no que hoje conhecemos como o Antigo Testamento. Por isso, o apóstolo Paulo fundamentava sua pregação e seu ensino na Lei e nos Profetas e dizia que não pregava outra coisa senão o que "os profetas e Moisés disseram que devia acontecer" (At 26.22). No texto de Romanos 9, por exemplo, o apóstolo dos gentios cita o nome de Oseías (v.25a) e faz referência ao texto do profeta (Os 2.23).
Note na Leitura Bíblica em Classe que, em seguida, o apóstolo Paulo cita outro profeta, Isaías. Algo que chama a atenção é o fato de o apóstolo citar os dois profetas exatamente na ordem em que se encontram em nossa Bíblia: Oseías, o primeiro dos Profetas Menores e Isaías, dos Maiores.

2. A vocação dos gentios prevista em Oseias. A história deste profeta, como já foi dito na segunda lição, é um dos casos raros em que a condição pessoal do profeta serviu para retratar a mensagem divina; é o que chamamos de "oráculo por ação". Sua história dramática é conhecida por todos os que leem a Palavra de Deus. Até mesmo os nomes de seus filhos descreviam a situação do relacionamento entre o Senhor e Israel. Lo-Ami, terceiro filho de Gomer, mulher do profeta Oseias, era ilegítimo, pois ela havia adulterado (Os 1.8,9). Esse nome significa "não-povo-meu", isto é, "não és meu filho".
Assim como o adultério rompe os laços matrimoniais, Israel, por causa de sua infidelidade a Deus, havia quebrado o concerto divino firmado no Sinai. Entretanto, a profecia contempla um fim glorioso para Israel: "[...] a Lo-Ami direi: Tu és meu povo!" (Os 2.23). É exatamente essa a mensagem que o apóstolo aplica aos gentios que se convertem mediante o evangelho de Cristo: "Chamarei meu povo ao que não era meu povo" (Rm 9.25).

3. A interpretação apostólica. Assim como os hebreus desviados dos dias de Oseías ofereciam sacrifícios aos deuses falsos, os gentios adoravam aos ídolos. Tais cultos eram, na verdade, oferecidos aos demônios (1 Co 10.20). Entretanto, Deus mudaria a sorte de "Lo-Ami" (nesse caso, a utilização de seu nome consiste em uma sinédoque representando Israel), pois "no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo" (Os 1.10). Da mesma forma, Paulo interpretou o texto de Oseías, declarando que o Senhor Deus igualmente mudou a condição dos gentios que se converteram à fé cristã: "Vós não sois meu povo, aí serão chamados filhos do Deus vivo" (v.26).

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

O livro de Oseías tem sua autoridade escriturística reconhecida pelo apóstolo Paulo, que vê neste livro prevista a vocação dos gentios como povo de Deus.

II. ISAÍAS - O PROFETA MAIOR

1. Explanação apostólica (v.27). O apóstolo Paulo aplica a profecia de Isaías acerca do remanescente fiel aos judeus de sua geração, porque apenas uma minoria deles veio a crer em Jesus. A explanação apostólica tem sua razão de ser. O profeta Isaías, preanunciando a destruição do Reino do Norte pelos assírios, destaca "os resíduos" de Israel (Is 10.20), que, sendo poupados por Deus, viriam posteriormente a se converter (v.21). Em outras palavras, a maior parte daquele povo ia perecer (Is 10.22).

2. O cumprimento das promessas de Deus (v.28). Na realidade, não somente o versículo 28, mas toda esta seção (vv.27-29) demonstra que o cumprimento das promessas do Senhor é um fato. Contudo, este se concretiza no tempo de Deus, e não o contrário. Assim, a despeito de a rejeição de Israel a Deus ser uma realidade e a aceitação da mensagem de salvação pelos gentios ser um fato observável, as promessas do Senhor para os judeus não falharam. O profeta fala de uma parte de Israel que será salva, ou seja: o remanescente fiel.

3. A graça de Deus prenunciada por Isaías (v.29). No versículo 29, o apóstolo Paulo volta a citar o profeta messiânico, fazendo alusão a Isaías 1.9. Ele faz coro com o profeta, reconhecendo que se não fosse a misericórdia de Deus, o remanescente de Israel teria desaparecido da terra assim como aconteceu com Sodoma e Gomorra. O apóstolo Paulo está, com isso, advertindo os judeus a reconhecerem a graça de Deus e a converterem-se ao Senhor, a fim de serem salvos (Rm 3.9,23,30; Gl 3.22).

SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O profeta Isaías é referido pelo apóstolo como autoridade escriturística em relação à rejeição de Israel.

III. CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS PROFÉTICOS

1. Os Profetas Maiores. É uma designação utilizada para identificar o primeiro conjunto de cinco livros dos profetas. Eles são chamados de "maiores" por causa do volume do seu conteúdo literário. Os três mais volumosos são Isaías, Jeremias e Ezequiel. Apesar de o livro de Lamentações conter apenas cinco capítulos e o de Daniel doze, ambos pertencem ao grupo dos profetas maiores.

2. Os Profetas Menores. São os doze livros que sucedem os profetas maiores: Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Apesar de ser doze o número de livros, todo o material literário dos profetas menores é considerado como um só livro no cânon judaico. A designação deve-se ao seu pequeno volume literário em comparação aos de Isaías, Jeremias e Ezequiel, e não quanto à qualidade da inspiração divina.

3. A autoridade do ministério profético do Antigo Testamento na Nova Aliança. O apóstolo Paulo citou Oseias e Isaías, reconhecendo a inspiração e a autoridade divinas de ambos. Eles clara e distintamente ouviram a voz de Deus, tendo plena consciência da revelação recebida do Senhor por intermédio do Espírito Santo.
Todos eles foram impelidos pelo Espírito do Senhor para declarar os oráculos divinos ao povo. Alguns dos profetas menores foram contemporâneos dos maiores, como Oseias, Amós e Miqueias, que viveram na mesma época de Isaías. Os últimos dias da vida de Sofonias, por exemplo, coincidiram com os primeiros de Jeremias. Seus temas foram os mesmos, porquanto profetizaram a respeito do Messias, de Israel, das nações vizinhas e da justiça social.
As Escrituras Sagradas não fazem distinção entre os dois grupos. Com exceção de Lamentações, Ezequiel, Obadias e Sofonias, que não são citados diretamente em o Novo Testamento (apesar de haver no texto neotestamentário inúmeras reminiscências de tais livros), todos os demais livros são citados diretamente pelo Senhor Jesus e pelos seus apóstolos. Seis deles são citados por nome: três Maiores: Isaías (Mt 3.3), Jeremias (Mt 2.17) e Daniel (Mt 24.15); e três Menores: Oseias (Rm 9.25), Jonas (Mt 12.39-41) e Joel (At 2.16). Uma curiosidade é que depois do livro dos Salmos, Isaías é o mais citado em o Novo Testamento.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

A Escritura Sagrada classifica os livros proféticos em dois grupos: maiores e menores, que têm sua autoridade escriturística reconhecida por Jesus e seus apóstolos.

CONCLUSÂO

Os livros dos profetas menores não são secundários, nem os dos maiores mais importantes. Todos são inspirados verbal e plenariamente pelo Espírito Santo. Sem eles, jamais viríamos a entender o plano de Deus para Israel, para os gentios e para a nossa vida em particular.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Bibliográfico
"Os Profetas Escritores
Os profetas são divididos entre "profetas escritores", cujas mensagens estão preservadas como livros do AT, e 'profetas oradores', cujo ministério é descrito, mas não fizeram nenhuma contribuição ao cânon. A importância de um profeta na história não pode, entretanto, ser medida por essas categorias. Elias e Eliseu são profetas oradores. Contudo, esses dois, com sucesso, resistiram aos vigorosos esforços de Acabe e Jezabel em substituir Yahweh por Baal como deidade 'oficial' de Israel (1 Rs 16; 2 Rs 10). As obras dos profetas escritores são divididas em duas categorias. Há os profetas maiores, cujas obras são especialmente longas e, os assim chamados profetas menores, cujos trabalhos são menores"
(RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ, CPAD, 2005, p.405).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Estrutura dos livros
"O Antigo Testamento é a primeira das duas principais partes da Bíblia, e contém 39 livros, classificados em quatro grupos: Lei, Históricos, Poéticos e Proféticos. Essa ordem é padronizada, aqui, no Ocidente, pois em outros cânones há alterações, ainda mais nos outros ramos do cristianismo como os católicos romanos, ortodoxos, armênios, etíopes, cópticos, siríacos, nestorianos, que incluem os livros apócrifos, e em alguns casos os pseudígrafos. O Antigo testamento Hebraico não contém os apócrifos, porém, estão arranjados de forma diferente [vide o arranjo dos livros dos profetas no cânon judaico no esquema da orientação didática].

Sua Mensagem
O assunto do Antigo Testamento é a redenção humana. O Antigo Testamento não é um tratado de Teologia Sistemática, mas a teologia está presente do começo ao fim, nos relatos históricos, nas poesias, nas profecias, nos preceitos morais e cerimoniais. É, portanto, a fonte de toda a teologia. Não é também um compêndio sistemático da fé de Israel em Deus, cujo clímax dessa revelação é Jesus (Jo 1.18). Toda a história do Antigo Testamento mostra como Deus operou no processo da redenção humana. Registra o relacionamento de Deus com o homem até que o plano de redenção fosse realizado na cruz do Calvário.
Como os primeiros cristãos viam o Antigo Testamento? Era aceito como coletânea de livros inspirados por Deus (2 Tm 3.16). Os cristãos e os judeus preservaram o Antigo Testamento até os nossos dias. A Igreja usou essa parte das Escrituras para a evangelização no seus primeiros dias (At 17.2,3; 24.14; 26.22). O fato de esses cristãos serem judeus justificaria a preservação de suas Escrituras, mas essa preservação não foi só por isso. Além disso, eles reconheciam-na ainda como o núcleo básico de sua fé ampliada em Jesus. O Novo Testamento apresenta com muita frequência o Antigo Testamento como a base para a fé cristã. (SOARES, Ezequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD, 2003, p.23-4).



VOCABULÁRIO

Cânon Judaico: 24 livros agrupados em Lei ou Instrução, Profetas e Escritos.
Reminiscência: Memória, recordação.

EXERCÍCIOS

1. Qual o primeiro livro dos Profetas Maiores e dos Profetas Menores?
R. Os livros de Isaías e Oseias.

2. Qual é a ordem dos livros proféticos em nosso Cânon?
R. Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel. Profetas menores: Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

3. Por que esses livros são chamados de "Profetas Maiores" e "Profetas Menores"?
R. Porque estas designações estão de acordo com o conteúdo literário dos livros.

4. Como é considerado o material literário dos profetas menores no Cânon Judaico?
R. Como um só livro.

5. Quais os profetas maiores e menores mencionados por nome em o Novo Testamento?
R. Maiores: Isaías, Jeremias e Daniel; Menores: Oseias, Jonas e Joel.