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2º Trimestre - Lição 8

O PODER DA VERDADEIRA PROFECIA

Texto Áureo: Isaías 8.20 “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”

Leitura Bíblica em Classe - Jeremias 28.5-12,16,17

O PODER DA PROFECIA ESTÁ NA SUA LEGITIMIDADE

1. TODA PROFECIA DEVE SER JULGADA

A profecia não pode ser produzida pelo homem - 2 Pe 1.21 Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
A profecia deve ser entregue com o aval divino - Dt 18.20 Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá.
A profecia deve estar de acordo com a palavra - Is 55.11 Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
2. TODA PROFECIA DEVE SER PROVADA

Os eventos preditos por Deus tem que acontecer - Dt 18.22 Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.
A predição só é legítima quando procede de Deus - I Jo 4.1 Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
O que é de Deus jamais contradiz seus princípios - Nm 23.19 Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?
3. TODA PROFECIA DEVE TER EFEITOS

Quando o Senhor fala tem resultados - Is 14.24 O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.
Quando o Senhor fala tudo acontece - Is 14.27 Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará voltar atrás?
Quando o Senhor fala não há confusão - I Co 14.33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.Como trabalhar com o esboço: O esboço tem uma estrutura de três tópicos e nove sub tópicos. Os três tópicos são extraídos do texto áureo da lição que é o versículo chave. Os sub tópicos são extraídos dos textos da leitura bíblica em classe através de uma exegese do texto, com começo meio e conclusão. Cada sub tópico tem uma ou duas referências bíblicas que deve ser consultada através de um bom comentário bíblico e assim haverá um entendimento mais profundo de cada referência e com isso o ministrador pode dar uma aula com segurança, confiança e sabedoria.

2º Trimestre - Lição 07


Texto Áureo:

JOÃO 10.11. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.

Leitura Bíblica em Classe:

JEREMIAS 23.1-4.

JOÃO 10.1-5.


Pastor é aquele que cuida das ovelhas.

No Novo Testamento, o termo poimên ocorre 9 vezes nos evangelhos sinóticos, 6 vezes em João, uma vez em Hebreus, em 1Pedro e em Efésios. Temos, também, com menor freqüência, a expressão poimnê o poimnion, que significa rebanho, e o verbo poimainô que é o verbo pastorear.

Mas, em Efésios 4 encontramos a conotação carismática do pastor.

Ef.4.11. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres…[termo toùs dè poimenas kaì didaskalous] que deixa claro que há um carisma, trazido por aquele que enche todas as coisas: Jesus. (cf. Ef 4.8-11).

Referência Contextual:

Jr.22.22. O vento apascentará a todos os teus pastores, e os teus namorados irão para o cativeiro; certamente então te confundirás, e te envergonharás por causa de toda a tua maldade.

Referência Profética:

I Rs.22.17. Então disse ele: Vi a todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa.

Localize:

1-UMA DENÚNCIA DO PRÓPRIO Deus pela boca do Profeta Jeremias;
2-Uma Promessa de RECOLHER o Remanescente de Israel;

3-Faze-lo VOLTAR do Cativeiro;

4-LEVANTAR UM RENOVO, melhor dizendo O RENOVO!

Renovo, aqui tem um sentido messiânico.

Zc.3.7-8.Assim diz o Senhor dos Exércitos: Se andares nos meus caminhos[…]guardarás os meus átrios[…]tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens portentosos; EIS QUE EU FAREI VIR O MEU SERVO, O RENOVO…eis aqui a pedra…sobre esta pedra única estão sete olhos…e tirarei a iniqüidade desta terra num só dia.

Zc.6.12-13. …e fala-lhe, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar, […]; receberá a honra real, assentar-se-á no seu trono, e dominará.[…]haverá entre os dois o conselho de paz.

Levantar o Verdadeiro Reino Davídico, o qual será suscitado.

INTRODUÇÃO:


Embora em aparente tema em dissonância com o Tema da lição do trimestre, o Pastor Claudionor nos leva a um tema envolvente e atual.

Ser aparentemente destoante, na realidade trata-se de uma das linhas mestras do livro do profeta Jeremias.

Jeremias é chamado pelo Senhor exatamente pela falta de pastores em Israel.

Israel estava sem direção espiritual não por falta de pastores, mas por falta de zelo dos pastores. É um axioma visível na leitura acurada do Livro profético.

Mesmo a presença de pastores não é algo aceitável diante de Deus, pois deixaram o povo prevaricar, então se tornam como os que não teêm pastores.

I Rs.22 - evento envolvendo o rei Jeosafá e o rei de Israel, sobre o profeta Micaías e os profetas que viviam ao redor do rei Acabe, entre eles Zedequias, que quebrou o queixo de Micaías, em nome de um pretenso ‘espiritualismo’ único ‘controlável’ e com exclusividade, a sua pessoa.

O período dos reis em Israel posterior a Salomão é marcado pela dispersão cultual, com a modificação do status dos sacerdotes.

Jr.2313. Nos profetas de Samaria bem vi loucura; profetizavam da parte de Baal, e faziam errar o meu povo Israel.

14 Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os seus moradores como Gomorra.

15 Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra.

16 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor.

Jr. 2.8. Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheciam, e os pastores prevaricavam contra mim, e os profetas profetizavam por Baal, e andaram após o que é de nenhum proveito.

A- Jeremias vai além da crítica espiritual, mas baseado na espiritualidade que deveria ser inerente a Israel.

A falta de espiritualidade genuína, javística, isto é, centrada no culto a Jeová dilapidou:

1-A moralidade da Nação;

2-Dos líderes;

3-Das relações sociais;

4-Das relações geo-políticas;

5-Dos jovens;

6-Dos meninos;

7-Dos príncipes;

8-Dos sacerdotes;

9-E dos Pastores - condutores de Israel.

B- Jeremias demonstra que a prática religiosa correta fora deturpada, e isto, trouxe ao seio de Israel a clara existência de ovelhas de um rebanho sem pastor.

Esta era a percepção político-religiosa de Jeremias, em lente aumentada pelo Espírito de Deus em convocá-lo para Profetizar contra os pastores de Israel.

Estes que deveriam ser orientadores do povo se ajuntaram, em várias épocas e reinados, em conluio para formar uma ‘casta‘ de homens que se locupletavam de alguns fatos:

Sacerdotes aliançados com os Reis, vivendo em palácios [poderíamos colocar nesta ordem, alguns profetas palacianos],

-Usando o povo como fonte de riqueza

-Usando seu posto de pastores de Israel para manipular o povo como seus sustentadores, além do que a Lei permitia.

-Usando a posição como meio de poder junto aos reis

-Usando a posição como meio de indicarem alianças geopolíticas.

Não seria um erro, seria até mesmo uma cultura, devido a teocracia inerente a Nação de Israel, mas o que se fazia no tempo de Jeremias era diferente do tempo e do que fazia Isaías.

A perícope deste texto é revelatória sobre a situação vivenciada pelo profeta.

A introdução está no versículo 5: “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade, e tornando- se levianos?“.

C- Jeremias destaca que a idolatria é contrária a prática solidária da religião nacional, em servir só ao Senhor. Ver quadro abaixo.

Há uma práxis político-religiosa, que desautoriza ao povo servir de forma real e leal ao Senhor Deus.

I- Corrupção Pastoral:


Jer 50:6 - Ovelhas perdidas tem sido o meu povo, os seus pastores as fizeram errar, para os montes as desviaram; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar do seu repouso.

A evidencia histórica aponta para uma demasiada falta de temor e tremor ao Senhor [Jd. 12.Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; ], por parte dos condutores, aí entram todos, sejam sacerdotes, anciãos ou príncipes, deixaram de seguir o exemplo de Josias, o bom rei e se envolveram com outros povos, em uma evidente decadência cultual, cultural e litúrgica.

Ele está apontando, para os que deveriam ser orientadores do povo, se corromperam diante das facilidades de seus cargos e deixaram seus compromissos com o Divino pelo compromisso com o poder humano e político.

Jr. 2.8. Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheciam, e os pastores prevaricavam contra mim, e os profetas profetizavam por Baal, e andaram após o que é de nenhum proveito.

Hananias, o profeta, salientava-se bastante nesta conjuntura, mas Jeremias opôs-se firmemente à proposta.

Ver, por exemplo, o capítulo 28, com o seu oráculo do jugo de ferro.

Jr. 28.10-17. Então Hananias, o profeta, tomou o jugo do pescoço do profeta Jeremias, e o quebrou. E falou Hananias na presença de todo o povo, dizendo: Assim diz o Senhor: Assim, passados dois anos completos, quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei de Babilônia, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, seguiu o seu caminho. Mas veio a palavra do Senhor a Jeremias, depois que Hananias, o profeta, quebrou o jugo de sobre o pescoço de Jeremias, o profeta, dizendo: Vai, e fala a Hananias, dizendo: Assim diz o Senhor: Jugos de madeira quebraste, mas em vez deles farás jugos de ferro.Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei de Babilônia, e servi-lo-ão, e até os animais do campo lhe dei.E disse o profeta Jeremias ao profeta Hananias: Ouve agora, Hananias: Não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras.Portanto, assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês.

Aqueles que se levantam contra os profetas legítimos serão aniquilados.

A- Hoje é comum:

Pastores que querem conquistar a popularidade do povo, através de palavras fáceis:

”Livrar do cativeiro”;

“Vai te livrar do jugo”;

”Venha e esta noite a tua história vai mudar”;

B - Exceções há! Lógico, quando Deus quer dar livramento Ele o faz.

Jeremias opunha-se vigorosamente a estes funcionários da corte.

Como porta-voz de Jeová, denunciava-os como falsos profetas, afirmando que as suas atividades pró-Egito eram contrárias à Sua vontade e teriam um resultado trágico.

Sem dúvida se consideravam verdadeiros patriotas, e é evidente que o seu ódio feroz a Jeremias se fundamentava no fato de, na opinião deles, o profeta ser um traidor confesso.

Chamando-lhes falsos profetas, Jeremias não implica necessariamente que fossem homens cruéis, mas antes que a sua intuição ou critério não eram inspirados por Iavé.

A sua acusação contra os seus adversários é que não fora Iavé quem os mandara, mas que eles se destacam por iniciativa própria, pelo que as suas predições não se realizarão.

Era, pois, aí que residia a falsidade.

Falavam em nome de Iavé quando, afinal, Ele não lhes tinha ordenado que o fizessem.

C - Falar em Nome do Senhor é Falta de Cuidado com o Povo:

De tudo isto se depreende que a sinceridade não basta; só a inspiração divina é que faz de alguém um profeta.

Assim como, só a boa-vontade, não basta para ser pastor ou dirigir um povo, é necessário qualidades especiais para tal compromisso com o povo de Deus.

Cuidado;

Amor;

Chamada com Unção - carismático;

Vocação;

Escolha;

Em tempos de crise é necessário apontarmos os desvios da ação pastoral, sem o que chegaremos a pontos e caminhos que Igrejas seculares, acabaram sendo atingidas e deformadas pelo descaso de suas lideranças.

Isa 56:11 - E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte.

II- Localizando as Características Dos Descuidados:

A- Cuidados com:

Os ‘gulosos’.

Os que devoram a carne das ovelhas; Mc.12.40. Que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação.

Os que não se fartam com o que obtêm, mesmo com prejuízo das ovelhas;

A ganância de alguns; Ez.22.25. Conspiração dos seus profetas há no meio dela, como um leão que ruge, que arrebata a presa; eles devoram as almas; tomam tesouros e coisas preciosas, multiplicam as suas viúvas no meio dela.

A incompreensão de lideranças, com o povo; Isa 56:11 - E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem;

A busca pelo que é “seu” que na realidade não o é;

Com os que buscam seus próprios caminhos;

Sonhadores e Dorminhocos, Aproveitadores: Isa 56:10 - Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; deitados, sonham e gostam de dormir.

Beberrões: Isa 56:12. - Vinde, dizem, trarei vinho, e nos encheremos de bebida forte; e o dia de amanhã será como hoje, ou ainda mais festivo. Mas, o dia de amanhã seria festivo, tão somente para os inimigos de Israel, o dia de amanhã seria de choro para o povo.

Jr 13.12,13. Portanto, dize-lhes esta palavra: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Todo o odre se encherá de vinho; e dir-te-ão: Porventura não sabemos nós muito bem que todo o odre se encherá de vinho? Mas tu dizes-lhes: Assim diz o Senhor: Eis que eu encherei de embriaguez a todos…aos reis da estirpe de Davi, que estão assentados sobre o seu trono, e aos sacerdotes, e aos profetas…

Corruptos;

Interesseiros:

Jd. 10-12. Estes, porém, dizem mal do que não sabem;…Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré. Estes são manchas em vossas festas de amor…sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;

Tudo o que você espera destas nuvens é uma gota d’água, mas elas só tem aparência, como a figueira cheia de folhas, mas não dão nenhum fruto, só teêm aparência.

III- A Identificação do Pastor:

A- Primeiro:

Deus é o paradigma bíblico de Pastor no AT.

B- Segundo:

E agora após ter exaltado o seu Filho, temos na Teologia Neotestamentária, Deus em Jesus Cristo, como Sumo Pastor das Ovelhas.

Deus é o meu pastor. Sl.23.

Com vara e cajado.

A- A figura do Pastor é, antes de tudo, identificada com Deus no Antigo Testamento.

1-Javé é o único Pastor do seu povo.

Jeremias podia entender isto, Jeová, O Senhor era o Pastor, que deixara de ser a única fonte de inspiração profética para os pastores do povo.

2-O Povo de Israel é o Seu Rebanho:

Do mesmo modo, o povo de Israel é o seu rebanho (cf. Jr 13.17. e amargamente chorarão os meus olhos, e se desfarão em lágrimas, porquanto o rebanho do Senhor foi levado cativo; Ez 34.31; Zc 10.3; Sl 100.3).

Se lermos, com cuidado, veremos que esta figura simbólica, além de ter um forte elemento cultural de comunicação, representava o grande guarda do povo, pois seu cuidado garantia a base da economia em uma sociedade nômade e pastoril.

Não foi à toa que houve tentativa de transferir essa figura para os reis (cf. 1Cr 11.2. E também outrora…eras tu o que fazias sair e entrar a Israel; também o Senhor teu Deus te disse: Tu apascentarás o meu povo Israel…), embora não tenha se generalizado.

Na verdade, a responsabilidade de cuidar do povo de Deus, e levá-lo a uma vida de confiança e fidelidade a Deus era dos sacerdotes; os profetas foram veementes em sublinhar isso (cf. Jr 2.8; 23.1-4; Ez 34.1-11).

Jr 13.12,13. Portanto, dize-lhes esta palavra: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Todo o odre se encherá de vinho; e dir-te-ão: Porventura não sabemos nós muito bem que todo o odre se encherá de vinho?Mas tu dize-lhes: Assim diz o Senhor: Eis que eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, e aos reis da estirpe de Davi, que estão assentados sobre o seu trono, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos os habitantes de Jerusalém.

João 21.14-17. E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos. E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

É necessário a nós pastores que sejamos especialmente diferenciados como tal.

1 Pe.5. 2. Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade;

3 nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho.

Neste texto da Epístola Universal do Apóstolo São Pedro, vemos algumas das qualidades e obrigações do verdadeiro Pastor:

C - APASCENTAI O REBANHO DE DEUS:

COMO?

1-Maneira positiva:

-mas espontaneamente segundo a vontade de Deus;

-mas de boa vontade;

2-Maneira impositiva:

-não por força-

-nem como dominadores;

-nem por torpe ganância,

- servindo de exemplo ao rebanho.

Jd.12. Estes são os escolhidos…se banqueteiam convosco, pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos; são árvores sem folhas nem fruto, duas vezes mortas, desarraigadas;

Infelizmente muitas vezes é o que temos visto. Que Deus nos guarde destes.

Em que tempo?

1 Pe.5. 4. E, quando se manifestar o sumo Pastor…

Para receber, o que?

1 Pe.5. 4…. recebereis a imarcescível coroa da glória.

D- Pastorear:

Não é uma forma de estar sobre, mas estar no meio e ser reconhecido como.

O pastor é uma fonte a ser alcançada, onde serão cuidadas, como possível orientador para todas as causas do seu rebanho.

Assim ele deve ter uma Identidade como este possível orientador, consultor espiritual.

Ainda que nós assembleianos não tenhamos o confessionário, temos em nossa caminhada alguns dias que o nosso coração deve estar aberto a ouvir a voz do Senhor, para poder ouvir a voz do povo em suas necessidades.

Não há a necessidade, em muitos momentos, de que se inicie o diálogo, mas há a necessidade de que nós iniciemos a conversa.

1- Jesus o Pastor - Identificado no NT:
Na literatura neotestamentária o pastor é trabalhado com menos intensidade, sendo uma figura mais doce, pela Graça, manifesta em Jesus.

Assim, Jesus diz: Eu sou o Bom Pastor [ho poimên ho kalos], aquele que dá a vida pelas suas ovelhas.

No texto paradigmático de João 10.11, quando Jesus incube ao Apóstolo Pedro de apascentar a Sua Igreja[do Senhor], podemos ver o quanto é expressivo o texto sobre apascentar.

Este ponto é basal, e o seu ‘mitte‘ é o Amor.

Assim temos uma visão do Pastor como alguém que para exercer o pastorado deve estar centrado:

No AMOR

Tríplice:

Lendo no trecho encontrei uma revelação do Amor trinitário de Deus, na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

1-EM Jesus Cristo

2-NO Pai

3-NO Espírito

a-NO Amor ao rebanho

b-NO Amor a Deus

c-NO Amor aos que Jesus comissiona a seu rebanho…

Ao ponto de dar a sua vida pelo rebanho.

Joao 10.14,15. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas.

Esta é a visão neotestamentária do Cuidado pastoral, com as Ovelhas.

Esta é a receita que deve ser seguida por quem quiser ser servo e pastorear um rebanho de Deus.

IV- A Relação Entre Pastor E Ovelha.


Ovelha Não Escolhe Pastor.

Partindo do paradigma divino, a escolha do pastor é de total dependência divina.

Quem concede o pastor para a Igreja é o Espírito Santo.

Trata-se de algo irrecorrível.

O exemplo bíblico do AT nos mostra ao erro advindo da escolha humana do pastor pelo povo.

E mostra o acerto da escolha divina.

Israel tinha as duas experiências.

Uma com Moisés.

Outra com Davi.

E um erro com Saul.

1 Sm.8.6,7.Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor.E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado…sobre eles.

A- Qual Deve Ser A Posição da Igreja E A Nossa.

A autentica autoridade pastoral e a entrega de um Pastor à Igreja de Jesus Cristo acontece segundo algumas Premissas Divinas, conforme as Escrituras.

A- PREMISSAS:

Uma das premissas Neotestamentária é a Escolha:

João 15.16. Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.

Outra Dação por Jesus Cristo:

Ef. 4.11. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores…

A outra a da Vocação, no sentido latino etimológico da palavra.

Vocação, do latim ‘vocare’, quer dizer chamado. Chamamento, ato de chamar.

Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’.

No lugar desse ‘fazer‘ o vocacionado quer ‘realizar amor’ para com os que estão sob sua jurisdição.

Esta frase abaixo, mostra um pouco do que é o entendimento de ser pastor, numa cultura oriunda do nomadismo, como a cultura de Israel.

a-Quem foi o primeiro Pastor de Israel - Deus, O Eu Sou O que Sou.

Deus afirma em Jeremias, que Ele continuava como Pastor de Israel:

Jr.23.2-4. Portanto assim diz o Senhor Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor.

E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão.

E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor.

Deus faz uma afirmação com duas vertentes:

Ele poderia usar alguém como pastor para Israel.

b-Para O Israel Físico:

Levantou a Ciro.

II Cr.36. 23. Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá;

Is.44. 28. Que digo de Ciro: Ele é meu pastor, e cumprira tudo o que me apraz.

Como alguém comissionado,o que nos leva a extrair um pensamento:

Deus ainda é o Pastor de Seu Povo, e não os desprezou.

Ele ainda apascentará a Israel, na pessoa do Sumo-Pastor: Jesus Cristo.

I Pe.2. 25. Porque éreis desgarrados, como ovelhas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.

5. 4. E, quando se manifestar o Sumo Pastor…

c-Para o Israel Espiritual:

O Capítulo 23 nos dá uma visão do Reino Messiânico, do Pastor Messiânico:

Jesus Cristo.

O contexto interno e imediato do capítulo nos diz:

Em um Oráculo Messiânico:

5 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e procederá sabiamente, executando o juízo e a justiça na terra.

6 Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este é o nome de que será chamado: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.

Utilizando a revelação eterna da Palavra de Deus e a sua utilidade permanente, hoje na vida da Igreja, no conceito hermenêutico e exegético, e também escatológico, podemos dizer:

Ele é o Pastor da Igreja, e dá a Pastores chamados por Ele, o pastoreio de seu Povo, o Israel de Deus:A Igreja!

d-Israel E Sua Cultura Sobre O Pastor:

A própria cultura de Israel era formada pelo conhecimento pastoril.

A formação da etnia do povo hebreu, que desceu ao Egito com Jacó era formada, conforme Gênesis era formada por pastores.

Este era um tema comum a este povo.

Gn.46.31-32. Depois disse José a seus irmãos…anunciarei a Faraó…a casa de meu pai…de Canaã, vieram a mim!E os homens são pastores de ovelhas, porque são homens de gado, e trouxeram consigo as suas ovelhas, e as suas vacas, e tudo o que têm.

“Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oásis. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’”.

Rubem Alves

Veja a frase adaptada por outro texto, a partir deste original:

“Se perguntássemos a um profeta hebreu o que é ser pastor? Ele nos responderia: A arte de cuidar do jardim para o uso das ovelhas“. Por Dirceu G. Junior em terça-feira, 14 abril 2009

Pastor é como Deus, o seu paradigma gosta de cuidar de jardins, e jardim é a Igreja: Jardim Fechado!

e-Pastor é como Jardineiro:

Dar a água na quantidade certa, na hora certa.

Andar no meio do jardim.

f-Relação Pastor e Ovelha:

-Pastor conhece as ovelhas e por ela é conhecida até a sua voz. Evangelho de João, capítulo 10, 1-10.

-Pastor coloca ovelhas nos ombros e a leva até o redil, quando ela está cansada.

-Pastor tosquia a ovelha, sem a ferir.

-Pastor, à noite, vela pelo redil e dorme na porta do curral, na realidade no conceito bíblico e prático, Pastor é a própria porta do redil.

João 10.7;9.Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará PASTAGENS.

g-Obedecer ao Pastor é o primeiro passo para quem quer ser seguidor de Jesus.

O Pastor - chamado - sabe onde está o verdadeiro alimento, o lugar melhor, mesmo que para chegar lá seja preciso atravessar um deserto.

O Pastor conhece o melhor caminho, sabe cuidar de suas ovelhas.

Quando duvidamos e começamos a dar ouvidos à outras vozes que não a do Pastor, nos perdemos, como ovelhas desgarradas.

CONCLUSÃO:


CUIDADO COM AS OVELHAS!

Devemos ter cuidado com o rebanho de Deus, pois o rebanho não é nosso, assim como o Rebanho de Mídiã, não pertencia a Moisés, e ele as pastoreava, e pôde ver neste exercício pastoral, a Glória manifesta de Deus, o capacitando e o escolhendo, para uma Obra Maior.

Assim, nós que pastoreamos, bem como, os que almejam esta Obra, e ainda a Igreja, também deve ver a pessoa do Pastor, como alguém que pastoreia um rebanho que não é seu e tem de dar conta ao seu Senhor, quando ele vir buscar e contar o que lhe foi dado.

CUIDADO COM AS OVELHAS!

Por isto, precisamos ter sempre em vista o melhor pasto para alimentar o rebanho do Senhor, e buscar a boa semente para plantar nos corações dos crentes e assim ela produzir outras Ovelhas.

-Quanto multiplicou;

-Quantas Ovelhas se perderam, e porque elas se perderam;

Hb.13. 17. Obedecei a vossos pastores [guias], sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.

Obedecendo ao Pastor local , você está obedecendo aqueles aos qual o Pastor, que é Deus comissionou esta tarefa. Para que quando ele vir encontre você dentro do redil e não fora.Não pule a cerca da Doutrina!

Uma Palavra para você que está pastoreando no deserto ou atrás da malhada, nas “montanhas”:

Deus, ainda tem muito para lhe mostrar, e lhe encaminhar para pastorear e livrar um grande povo no Egito, simbolizado no Mundo.

Davi estava atrás das Ovelhas do Seu Pai [tipo de Deus, como tipo era imperfeito e se esqueceu por instantes do pequeno pastor], e de trás da malhada Deus lhe deu um rebanho maior: Israel!

Jesus quebrando a parede de separação pode hoje governar um Só Rebanho!

CUIDADO COM AS OVELHAS!

1 Pe.5. 2. Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade;

3 nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho.

2º Trimestre - Lição 06


TEXTO ÁUREO

Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?( Rm 9.21)

VERDADE PRÁTICA

Em sua inquestionável soberania, Deus trata as suas criaturas como bem lhe aprouver. Submetamo-nos, pois, à sua perfeita, infinita e sábia vontade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Je 18.1-10

1 A palavra do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo:
2 Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.
3 E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas,
4 Como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer.
5 Então veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
6 Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o SENHOR. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.
7 No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir,
8 Se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.
9 No momento em que falar de uma nação e de um reino, para edificar e para plantar,
10 Se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que lhe faria.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Explicar por que Deus enviou Jeremias à casa do oleiro.
Conscientizar-se de que Deus é soberano.
Compreender que a soberania de Deus está baseada em sua onipotência, onipresença e onisciência.


INTRODUÇÃO


Primeiramente, analisaremos a visita de Jeremias à casa do oleiro. Essa visita servirá de instrução para que entendamos a soberania e a vontade de Deus. Ao final, destacaremos a relevância de observamos a vontade de Deus, haja vista ser essa boa, perfeita e agradável.

I. A Visita à Casa do Oleiro

1. Na casa do Oleiro
No capítulo 18, Jeremias recebeu uma instrução do Senhor a partir do trabalho do oleiro no manejo da argila. Essa era uma profissão bastante comum no Oriente Médio, nos tempos do Profeta. Na condução do seu trabalho, o oleiro dispunha de um par de pedra que circulavam atadas num eixo vertical; a inferior era girada pelo pé do oleiro e isto fazia com que a de cima também girasse a argila que estava no meio e recebia sua forma pelas mãos, à medida que a roda girava. Certamente Jeremias deva ter passado na casa do oleiro muitas vezes, mas, nessa ocasião especial, o Senhor lhe daria um ensinamento. O Profeta observou que, com freqüência, surgiam defeitos, fossem eles de forma, tamanho ou firmeza. Quando isto ocorria, o oleiro fazia uma massa informe do pote que estava fazendo e recomeçava sua tarefa, a fim de transformar a matério num recipiente útil. Através daquele ato, Jeremias ficou abismado com a capacidade do oleiro controlar o barro. Sem desistir, ele trabalhava o material até moldá-lo conforme seu intento. O Profeta aprendeu que Deus também tem o controle sobre o seu povo e dirige os destinos de acordo com Seus Planos (Rm. 9.19,20; 11.34). O ensinamento que aprendemos através da visita de Jeremias à casa do oleiro é que Deus também não desiste de nós. Nenhum fracasso em nossas vidas pode ser fatal, ainda que soframos as conseqüências dos pecados. Homens de Deus falharam, tais como Abraão, Moisés, Davi, Jonas e Pedro, mesmo assim, o Senhor os transformou em vasos úteis para a Sua obra.

2. Seus instrumentos de trabalho.
Posto que eficazes, eram bem simples os instrumentos dos oleiros: constituíam-se de duas rodas superpostas. A inferior, acionada com os pés, movimentava a superior, onde o oleiro colocava a argila, a fim de moldá-la de acordo com a sua concepção. E, assim, em movimentos simples, mas seguros, era o barro transformado em vasos e outras vasilhas tão úteis no dia-a-dia das senhoras hebréias

3. A visita à casa do oleiro.
Buscava Deus, com esta parábola, deixar uma importante lição para os filhos de Israel. Pensavam estes que, pelo simples fato de serem descendência de Abraão, achavam-se a salvo dos juízos e dos castigos divinos. O Senhor, porém, mostra-lhes que todos, judeus e gentios, nos encontramos sob a sua jurisdição. Assim como o oleiro tem poder sobre a argila, de igual modo trata-nos Deus consoante à sua soberania, levando sempre em conta, naturalmente, o livre-arbítrio com que Ele nos dotou.
Para se compreender melhor a parábola do Oleiro, é necessário que se estude os capítulos nove, dez e onze da Epístola de Paulo aos Romanos. No capítulo nove, discorre o apóstolo acerca da eleição de Israel; no dez, fala sobre a rejeição de Israel como povo eleito; e no onze, trata da futura reconciliação de Israel com o Messias. Aos que não aceitam a forma como Deus trata com o seu povo, aduz Paulo: "Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?" (Rm 9.21).

II. A SOBERANIA E AUTORIDADE DE DEUS

Deus está no comando de todas as coisas, pois sustenta todas elas pelo Seu poder. A Confissão de fé de Westminster diz que “Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece”. A Bíblia confirma esse ensinamento ao ensinar que nenhum dos Seus planos podem ser frustrados (Jo. 42.2), e que Ele pode fazer tudo o que Lhe agrada (Sl. 115.3; 135.6) e que ninguém é capaz de resistir à Sua mão (Dn. 4.35). Tudo se encontra debaixo do Seu comando, os reis da terra (Pv. 21.1; Ap. 19.16); os acontecimentos humanos (Dn. 2,7; 4.17; Is. 55.11), os anjos de Deus (Cl. 1.16; I Rs. 22; Jo. 1.6; 2.1; Ne. 9.6; Ap. 4.18), os anjos rebeldes (Ef. 1.21; Fp. 2.10; Is. 45.22,23; I Rs. 22.19-22), e o próprio Satanás (Jô. 1.6; 2.1; Ap. 20.2). Mas isso não dispensa a doutrina bíblica do livre-arbítrio, pois Deus, soberanamente, permite que o ser humano responda à Sua vontade. Quando a Bíblia trata a respeito da predestinação, aborda-a em seu sentido coletivo, tanto em relação à Israel quanto à igreja (Ef. 1.11-13). Deus pode chamar as pessoas individualmente para o ministério, mas, para a salvação, deixa que elas decidam se querem se arrepender e crer no Filho Unigênito (Lc. 13.3; Jo. 3.16-18; 6.29; 11.40; 12.36). Somente através da fé o ser humano pode experimentar a salvação providenciada por Deus (At. 16.31; 17.30; 20.21), e essa fé, ao contrário do que afirma alguns teólogos, é nossa e não de Deus (Hb. 11.6; Rm. 3.22; 4.11,24; 10.9,14; I Co. 1.21; Gl. 3.22; Ef. 1.16; I Ts. 1.7; 4.14; I Tm. 1.16; Lc. 7.50; Rm. 4.5; Mt. 9.2).

1. Definição.
A soberania de Deus é a autoridade inquestionável que Ele exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, de tudo dispondo conforme os seus conselhos e desígnios. Sua soberania está baseada em sua onipotência, onipresença e onisciência. Deus é absoluto e necessário - todos precisamos dEle para existir; sem Ele, não há vida nem movimento

2. Soberania não é arbitrariedade.
A soberania é um instrumento legítimo de Deus, através da qual executa Ele toda a sua vontade, visando a plena consecução de seus decretos.
Sendo infinitamente santo e justo, e Criador de quanto existe, tem o Senhor Deus autoridade sobre todas as criaturas morais, e tudo fará a fim de que o seu plano redentivo seja integral e perfeitamente cumprido. Deus jamais criaria uns para a salvação e outros para a danação eterna. Isto contrariaria os dois principais atributos de sua bondade: santidade e justiça.

3. Eleição e predestinação.
Como entender ambas as doutrinas? A predestinação é universal. Ou seja: Deus, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos os seres humanos à vida eterna (Jo 3.16). Por conseguinte, ninguém é chamado à vida para ser lançado no lago de fogo que, conforme bem o acentuou Jesus, fora preparado para o Diabo e aos seus anjos (Mt 25.41). Cumpre ressaltar, porém, que o fato de o homem ser predestinado à vida eterna não lhe garante a posse compulsória desta. É necessário creia ele no Evangelho e aceite e persevere em seguir a Jesus, a fim de que seja havido por eleito de Deus.
Nossa eleição, portanto, tem como base a soberania e a presciência divinas: geleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadash (1 Pe 1.2).

4. O profeta Jeremias e a soberania de Deus.
No capítulo dezoito de Jeremias, o Senhor está a ensinar-nos uma grande lição: embora hajamos sido escolhidos para ser a sua particular herança, devemos cumprir as cláusulas da aliança que Ele conosco estabeleceu por intermédio de Cristo Jesus (Hb 12,23,24). Caso contrário: haveremos de ser reprovados como o foram os israelitas. Não basta ser filho de Abraão; é necessário fazer as obras de Abraão (Mt 3.9; Jo 8.39).

III. O Crente e a Vontade de Deus

Cabe ao ser humano, pela fé, responder à vontade de Deus. Por isso, Paulo, em Rm. 12.1,2, diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Em consonância com essa passagem, devemos lembrar que, “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8.28). A realização da vontade de Deus na vida do cristão, portanto, não é simplesmente uma imposição religiosa. Ela é boa, agradável e perfeita, não apenas para Deus, mas também para aquele que a observa. Por isso, há circunstância que não entendemos os propósitos de Deus, já que os pensamentos dEle nem sempre são os nossos pensamentos (Is. 55.7-9). Por essa razão, conforme instruiu Paulo aos crentes de Roma, temos a convicção que Deus está no comando de todas as coisas, mesmo aquelas que fogem de toda e qualquer compreensão. Ele está trabalhando na vida daqueles que responderam ao sacrifício de Cristo pela fé. Seu propósito maior é moldar nosso caráter a fim de que alcancemos o padrão para o qual Ele nos escolheu. Portanto, “aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Fp. 1.6). Que o Sábio Oleiro trabalhe em nosso caráter, ainda que, para isso, tenhamos que passar por adversidades. Alegra-nos saber que Ele, em todas as circunstâncias, está conosco, e principalmente, não desistiu de cada um de nós.


CONCLUSÃO


Deus é soberano, Ele pode tudo, e sabe o que faz. As limitações humanas não são capazes de abarcar a grandeza de Deus. Mas esse Deus grandioso, soberanamente, quer se relacionar com os seres humanos. Para tanto, deu-nos o livre-arbítrio a fim de que encolhêssemos, entre segui-lo ou rejeitá-lo. Todos aqueles que se dobram perante a vontade de Deus descobrem, surpreendentemente, que esse é o melhor lugar para permanecer. A vontade de Deus, mesmo quando incompreendida, é sempre boa, agradável e perfeita.


EXERCÍCIOS

RESPONDA

1. Qual o tema central do capítulo 18 de Jeremias?
R. A soberania de Deus.

2. O que é a soberania divina?
R. É a autoridade inquestionável que Ele exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, de tudo dispondo conforme os seus conselhos e desígnios.

3. Qual a diferença entre soberania e arbitrariedade?
R. A soberania é um instrumento legítimo de Deus, através da qual executa Ele toda a sua vontade, visando a plena consecução de seus decretos. Deus não é arbitrário, pois Ele não anula o direito do homem fazer suas escolhas.

4. Com que base fomos nós eleitos por Deus?
R. Nossa eleição tem como base a sua soberania e presciência.

5. Por que devemos orar intercessoriamente.
R. Porque neste capítulo o Senhor ensina que embora tenhamos sido escolhidos para ser a sua particular herança, devemos cumprir as cláusulas da aliança que Ele conosco estabeleceu por intermédio de Cristo Jesus. Caso contrário: haveremos de ser reprovados, como os israelitas o foram.