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1º Trimestre de 2001 - Lição 03

O Derramamento do Espírito Santo no Pentecostes

TEXTO ÁUREO

"Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias." (At 1.5).


VERDADE PRÁTICA

Cremos na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais, conforme prometeu o próprio Cristo e ensinaram os santos apóstolos nas Escrituras.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 2.1-6, 12


COMENTÁRIO


(I. INTRODUÇÃO)


De acordo com o Novo Testamento, o batismo no Espírito Santo é uma experiência enviada por Jesus Cristo. Como registrado no Evangelho de Lucas, Jesus o descreveu como sendo "a promessa do Pai", através do qual os crentes em Cristo receberiam o "poder do alto."(Lc 24.49). O Espírito Santo concede dons espirituais (ou seja, habilidades), tais como os dons de profecia, de curas e o de falar e/ou interpretar uma variedade de línguas, entre outros. Alguns seguimentos evangélicos acreditam que esses dons foram derramados apenas sobre os cristãos do tempo do Pentecostes, (Cessacionistas), mas os proponentes do Batismo no Espírito acreditam que essas habilidades sobrenaturais estão ainda hoje disponíveis, de tal modo como ocorreu no evento de Pentecostes. Quem primeiro fala no batismo com o Espírito Santo diretamente é João Batista (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16 e Jo 1.33), o que deixa claro sua legitimidade como doutrina fundamental cristã. Sempre, em todas as passagens, ele faz uma COMPARAÇÃO entre o batismo que ele – João - praticava, apenas com água e para arrependimento, com o batismo que seria ministrado por Jesus Cristo, com o Espírito Santo. João fez questão de ressaltar essa diferença. Posteriormente, como se verá, os apóstolos também identificaram essa distinção básica entre o batismo de João e o de Jesus. Na teologia pentecostal o batismo no Espírito Santo é uma experiência cristã distinta, a base bíblica está fundamentada na descrição do Pentecostes em Jerusalém (At 2.1-4). Ser "batizado no Espírito Santo" é ser imerso no Espírito Santo, e subseqüente a experiência de conversão. Ou seja, ele é ao mesmo tempo distinto e posterior a salvação, que é em si uma obra definitiva do Espírito Santo. Boa aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO


Os líderes eclesiásticos agora citam o Pentecostalismo como ‘uma terceira força da Cristandade’, lado a lado com o catolicismo e o protestantismo [2]. Essa ‘terceira força’ passou a merecer a atenção dos teólogos, principalmente em razão de sua presença mundialmente visível. Ou seja: os estudiosos reconhecem o Pentecostalismo porque ele é ‘uma terceira força na sua doutrina1, especificamente a que trata do batismo no Espírito Santo. [3]. James D. G. Dunn observa que os católicos enfatizam o papel da Igreja e dos sacramentos, e subordinam o Espírito à Igreja. Os protestantes enfatizam o papel da pregação e da fé, e subordinam o Espírito à Bíblia. Os pentecostais, no entanto, reagem a esses dois extremos [...] e reclamam uma experiência vital com o próprio Deus no Espírito Santo [4]. A experiência normativa do Batismo no Espírito Santo tem um propósito bem claro nas Escrituras, com qualificação para o serviço cristão (cf. At 1.8). Uma maior eficácia na evangelização dos povos se dá por meio da experiência pentecostal; portanto, o Batismo no Espírito Santo apresenta uma relação missionária com os seus objetivos. Os que buscam o Batismo no Espírito Santo por mera curiosidade esotérica, onde querem experiências místicas e transcendentais, distorcem completamente o propósito do Batismo no Espírito Santo. Essa experiência deve ser buscada para aqueles que têm o coração no Reino de Deus e lutam por sua expansão. Lembrando que um não-batizado não está impossibilitado de fazer grandes trabalhos evangelísticos, pois nunca as Escrituras colocam que a evangelização está restrita aos que experimentam um poder carismático, mas é claro que o Batismo serve como um bom reforço! A distorção principal nos dias atuais referente ao propósito do Batismo no Espírito Santo é denominado de “reteté de Jeová”. Esse movimento prega experiência por experiência, sem propósito, cheio de desordem no culto e ainda associa espiritualidade com barulho. O “reteté”, longe de ser um reforço ao pentecostalismo, é uma verdadeira aberração que atrapalha o desenvolvimento de uma doutrina pentecostal sadia e bíblica, onde os dons e o Batismo no Espírito é pregado dentro dos limites das Sagradas Escrituras [5].

1. O batismo com o Espírito Santo. Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no Espírito Santo, o prometido dom do Pai (Jl 2.28,29; Mt 3.11). O Batismo no Espírito Santo pode ser definido, segundo o teólogo Antonio Gilberto, como "um revestimento e derramamento de poder do Alto, com a evidência física inicial de línguas estranhas, conforme o Espírito Santo concede, pela instrumentalidade do Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e eficiente serviço para Deus" [6]. O cumprimento desta promessa, no entanto, é descrito como ser cheios do Espírito Santo (At 2.4). Assim, batizado no Espírito e cheio do Espírito, às vezes, são usados como equivalentes nas Escrituras. A partícula grega que aparece nos pertinentes textos do NT leva para a tradução com ou no Espírito Santo, em se tratando do batismo pentecostal. Este batismo com ou no Espírito Santo, não deve ser identificado com o recebimento do Espírito Santo na ocasião da regeneração. São duas obras distintas do Espírito, muitas vezes separadas por um período de tempo [7].

2. A evidência inicial e física do batismo com o Espírito Santo. As evidências do batismo no Espírito Santo são parte central do debate contemporâneo. A literatura teológica atual revela considerável diversidade de posições quanto ao falar em outras línguas. Os pentecostais crêem ser as línguas evidência física inicial do batismo no Espírito Santo, especialmente baseados em relatos de Atos. O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo (2.4; 10.45,46; 19.6). Nos três casos relatados por Lucas, os pormenores de como os indivíduos receberam o batismo no Espírito Santo, o falar em outras línguas – glossolalia – as quais não dominavam em circunstancias normais (At 2.4). Stanley Horton, em sua Teologia Sistemática, cita a declaração de Ralph M. Riggs: ‘Esse falar em outras línguas veio, então, a ser o sinal e evidência de que o Espírito Santo descera sobre os cristãos neotestamentários’. O falar noutras línguas, ou a glossolália (gr. glossais lalo), era entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo (At 2.4; 10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de hoje.


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

O batismo com o Espírito Santo tem como evidência inicial, e física, o falar em línguas


II. FUNDAMENTOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO


Em princípio, podemos dizer que a base exegética da doutrina do batismo no Espírito Santo recebe uma ênfase especial no livro de Atos dos Apóstolos, mas há outras revelações sobre esta verdade até mesmo no Antigo Testamento. Se nos voltarmos para o AT veremos que os profetas Joel e Ezequiel, por exemplo, tinham indicado sobre o derramamento do Espírito Santo sobre Israel (Ez 39.29) e sobre toda carne (Jl 2.28, Is 32.15; 44.3). Deus através dos profetas havia predito sobre o derramamento do Espírito Santo. Até mesmo João Batista falou a respeito da promessa do Pai (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Posteriormente, o próprio Jesus falou sobre o derramamento do seu Espírito (At 1.5). Se observarmos o sermão de Pedro no dia de pentecostes, veremos que ele cita o profeta Joel.

1. Moisés. No evento onde Moisés se queixa a Deus do pesado fardo de gerir o povo, YAHWEH tira do Espírito que estava sobre Moisés e o pôs sobre os setenta anciãos escolhidos, e o texto afirma que, quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram. As Escrituras ensinam que quando o Espírito de Deus prevalece sobre o seu povo, a profecia geralmente se manifesta (cf. 1 Sm 10.5,6; 2 Cr 20.14-17; Jl 2.28). O relato em Atos a respeito do derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecoste, e depois daí, indica que os crentes cheios do Espírito Santo profetizavam e falavam noutras línguas sob o impulso do Espírito (At 2.4; 10.44-47; 19.6). Quando Eldade e Medade continuaram profetizando no arraial, Josué queria que Moisés os proibisse. Moisés, no entanto, percebera que, na vida espiritual, o normal seria que todo o povo de Deus pudesse profetizar quando o Espírito de Deus viesse sobre ele. Nos tempos do AT, o Espírito Santo descia ou enchia alguns, revestindo-os de poder para cumprirem missões ou profetizarem.

2. Isaías. Embora Israel fosse, em grande parte, uma nação desviada de Deus, no tempo de Isaías, este profetizou que, um dia, o Espírito Santo seria derramado sobre uma sua geração futura (cf. 32.15; Jr 31.33,34; Ez 36.26,27; 39.29; Zc 12.10 13.1). Essa profecia teve seu cumprimento parcial no dia do Pentecoste (cf. Jl 2.25-29; At 2.17,18; ver At 1.8 e 2.4). Seu pleno cumprimento para Israel terá lugar quando os israelitas aceitarem Cristo como o seu Messias (ver Rm 11.25,26s) [8].

3. Joel. Joel predisse o tempo em que todo o povo de Deus seria cheio do Espírito (Jl 2.28,29). Essa profecia cumpriu-se no Dia de Pentecoste quando, então, o Espírito foi derramado sobre "toda a carne" (At 2.4,16,17). Os crentes não batizados no Espírito Santo não estão experimentando o que Deus lhes prometeu, e que Jesus anela lhes conceder (At 1.8; 2.39; 1 Co 14.1,2,5,39). Joel prediz um dia em que Deus derramará o seu Espírito sobre todo aquele que "invocar o nome do Senhor" (Jl 2.32). Este derramamento resultará num fluir sobrenatural do Espírito Santo entre o povo de Deus. Pedro citou este trecho no dia de Pentecoste, e explicou que o derramamento do Espírito Santo, naquele dia, era o começo do cumprimento da profecia de Joel (At 2.14-21). Esta profecia é uma promessa perpétua para todos quantos aceitem a Cristo como Senhor, pois todos os crentes podem e devem receber a plenitude do Espírito Santo (cf. At 2.38,39; 10.44-48; 11.15-18). Joel prevê que um dos principais resultados do derramamento do Espírito Santo será a distribuição dos dons espirituais, entre estes o de profetizar. A manifestação do Espírito, através dos dons, torna conhecida a presença de Deus entre o seu povo. O apóstolo Paulo declarou que se a igreja profetiza, o incrédulo será compelido a declarar "que Deus está verdadeiramente entre vós" (1 Co 14.24,25) [9].

4. João Batista. O ‘Elias que havia de vir’ ensina que a obra do Cristo inclui batizar os que nEle cressem com o Espírito Santo e com fogo, batismo este que outorga grande poder para vivermos por Ele e testemunhar dEle (Lc 3.16). O batismo com o Espírito Santo que Cristo outorga aos seus seguidores é o novo sinal de identificação do povo de Deus prometido em Jl 2.28 e reafirmado por Cristo depois da sua ressurreição em Lc 24.49; At 1.4-8. Essa predição teve seu cumprimento inicial no dia do Pentecoste (At 2.4).

5. Jesus. O ministério de Cristo, de batizar no Espírito Santo, é um ministério contínuo durante toda a era atual. Assim, deixa claro o texto grego de Jo 1.33 (o que batiza com o Espírito Santo); essa expressão emprega o verbo no particípio presente (ho baptizon) [10], que significa aquele que continuará a batizar. Logo, as referências em Lucas e João não somente dizem respeito ao primeiro derramamento do Espírito Santo no Pentecoste, mas também à missão principal e ao ministério de Jesus, como aquele que batiza no Espírito Santo durante toda a era atual: ‘porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe’ (At 2.39). Esta maravilhosa promessa não foi restrita apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste ou para a Igreja Primitiva, mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era: a vós (os ouvintes de Pedro); a vossos filhos (à geração seguinte); à todos os que estão longe (às gerações subseqüentes).


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Os Escritores do Antigo e do Novo Testamentos fundamentaram a promessa do batismo com o Espírito Santo nesses últimos dias, como iniciado no Pentecostes.


III. O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NA HISTÓRIA DA IGREJA


A doutrina do Batismo no Espírito Santo não nasceu em arraiais pentecostais, mas teve precedentes históricos importantes. Sendo uma doutrina polêmica, há contestações de várias vertentes teológicas, até mesmo entre os pentecostais. Grandes teólogos e pastores do Século 19 compartilhavam uma visão bem semelhante com os pentecostais em relação a uma experiência subseqüente a salvação, a chamada “segunda bênção”. Entre os pregadores da “segunda bênção” encontravam-se D. L. Moody, R. A. Torrey, Andrew Murray, F. B. Meyer e o presbiteriano A. B. Simpson. A diferença entre esses pré-pentecostais era o fato de não defenderem as línguas com sinal físico-inicial. No século 20, o teólogo reformado Dr. Martyn Lloyd-Jones, estava entre os que defendiam essa experiência pós-salvação. Mas lembrando que nenhum desses teólogos compartilhavam da visão pentecostal clássica, de que o Batismo no Espírito Santo deve ser acompanhado por uma evidência física [11]. Analisando a História da Igreja, podemos observar nitidamente que Deus sempre avivou ou reavivou a sua Igreja em várias ocasiões diferentes. Esses períodos da Era Cristã foram marcados por reavivamentos maravilhosos, onde Deus se manifestou aos seus servos de forma sobrenatural. No período da Reforma Protestante, no século XVI, Deus levantou homens como Martinho Lutero, João Calvino e John Knox. No século XVIII, ocorreu o Avivamento Morávio com o Conde Zinzendorf, o Grande Reavivamento na Inglaterra com John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield e o Reavivamento Americano com Jonathan Edwards. Nenhum destes avivamentos foi conhecido como Pentecostal, pois o termo é do início do século XX, quando houve o derramamento do Espírito Santo nos USA, semelhante à manifestação de Atos dois. John Stott conceitua avivamento como: “... uma visitação inteiramente sobrenatural do Espírito soberano de Deus, pela qual uma comunidade inteira toma consciência de Sua santa presença e é surpreendida por ela”. [12]. São várias as instâncias de fenômenos que historiadores pentecostais (como Allan Anderson) interpreta como predecessores do pentecostalismo:

Inácio de Antioquia 67-110 d.C. afirmou em sua carta aos filadelfienses (Inácio aos filadelfienses 7:01) que profetizou pelo Espírito: "Estando no meio de vós gritei, disse em alta voz, uma voz de Deus:'Permanecei unidos (…)'. Aqueles suspeitaram que eu disse isso porque previa a divisão de alguns, mas aquele pelo qual estou acorrentado é minha testemunha que eu não sabia através da carne. Foi o Espírito que me anunciou, dizendo: '(…), guardai vosso corpo como templo de Deus, amai a união, fugi das divisões, sede imitadores de Jesus Cristo, como ele também é do seu Pai". Em sua carta a Policarpo, ele também declara: "Quanto as coisas invisíveis, pode que te sejam manifestadas a ti, para que nada te falte e tenhas abundância em todo dom espiritual".

Policarpo de Esmirna 70-160 d.C. teve uma revelação de Deus de como morreria. "Orando, ele teve uma visão, três dias antes de o prenderem: viu seu travesseiro queimado pelo fogo. Voltando-se para seus companheiros, disse: 'Devo ser queimado vivo!'.

Justino Mártir 110-165 d.C. em seu diálogo contra o judeu Trifo recorda que os dons do Espírito Santo, incluindo exorcismo, ainda estão em uso: "Recebendo uma vez o espírito de discernimento, outro um conselho, outro uma cura, outro de poder, outro de presciência, outro de ensino e outro de temor a Deus. Os dons proféticos permanecem conosco até o presente tempo. Para alguns (crerem) certamente em expulsar demônios, (…). Outros tem conhecimento daquilo que vai acontecer; eles tem visões e pronunciam expressões proféticas".

Irineu de Lião 130-202 d.C.. "De igual modo nós todos ouvimos que muitos dos irmãos na igreja que têm dons proféticos, e que falam em todas as línguas por intermédio do Espírito, e que também trazem a luz os segredos dos homens para benefício dos homens, e que expõem os mistérios de Deus."

Tertuliano 160-220 d.C. ao falar de Marcião, declarou o seguinte: "Para provar o que os profetas têm falado, e não pelo sentimento humano, mas pelo Espírito de Deus, como aqueles que previram o futuro e revelaram os segredos do coração, que apresentam um salmo, uma visão, uma oração, que é apenas pelo Espírito em um êxtase, ou seja, em um rapto ou num arrebatamento toda vez que uma interpretação tem ocorrido." Aparentemente Tertuliano descreveu parte da vida comum da Igreja Ortodoxa e recomendou buscar o dom do Espírito Santo de profecia.

Pacômio 292-348 d.C. depois de momentos especiais podia, sob o poder do Espírito falar os idiomas grego e latim que jamais havia aprendido."

Agostinho de Hipona 354-430 d.C. mencionou: "Fazemos, todavia o que os Apóstolos fizeram quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito Santo. Mediante a imposição de mãos esperamos que os crentes falem em novas línguas."

Simão o Novo Teólogo 949–1022 d.C. talvez o mais famoso cristão carismático da igreja Ortodoxa. Seus relatos declaram muitas experiências espirituais, isto inclui um 'batismo no Espírito Santo' acompanhado por dons de copiosos prantos, compunção, e visões de Deus.

Embora não haja registros ou indícios de derramamento do Espírito Santo durante a Idade Média, alguns autores mencionam que o valdenses, albigenses, e os frades mendicantes, falaram em línguas na Europa Meridional.

Jansenitas 1640-1801 fizeram parte de um movimento agostiniano radical na Igreja Católica Romana (seu adepto mais famoso foi o cientista e apologista francês Blaise Pascal), alguns de seus adeptos em Port Royal ficaram conhecidos pelos seus sinais e prodígios, dança espiritual, curas, e elocuções proféticas. Alguns dizem que falaram em línguas estranhas e interpretaram as línguas que lhes foram endereçadas.

Serafin de Sarov 1759-1833 líder carismático da igreja ortodoxa russa, afirmou que o objetivo da vida cristã é a recepção do Espírito Santo. Serafim também é lembrado pelo dom de cura.

Os Huguenotes foi o nome dado ao calvinistas da França, houve manifestações carismáticas entre eles em Cevennes, durante a perseguição determinada por Louis XIV. Em seguida, uma nota sobre os huguenotes: Respeitando as manifestações físicas, há pouca discrepância entre os relatos de amigos e inimigos. As pessoas atingidas eram homens e mulheres, idosos e jovens. Muitos eram crianças com idades entre os nove ou dez anos. Eles emergiram do povo, disseram seus inimigos, da massa de ignorantes e sem cultura; sem poder ler e escrever, em sua maioria, e falando o jargão da província diariamente, que era a única coisa que poderia usar para falar. Tais pessoas caíam repentinamente para trás e, permaneciam estendidas na terra, experimentavam contorções estranhas e aparentemente involuntárias; seus peitos pareciam inchar-se e seus estômagos inflar-se. Ao sair de tal condição, gradualmente voltavam a ganhar o poder da fala instantaneamente. Começavam, muitas vezes, com uma voz interrompida por soluços e logo derramavam torrentes de palavras, clamores de misericórdia, chamados ao arrependimento, exortações aos espectadores para que parassem de freqüentar as missas, admoestações à igreja de Roma e profecias relativas ao juízo vindouro. Da boca de crianças emergiam textos da Escritura e discursos em um francês muito bom e fácil de entender, um [francês] que nunca usavam quando estavam conscientes. Quando o transe terminava, declaravam que não se lembravam de nada do ocorrido de que haviam dito. Em raras ocasiões recordavam impressões vagas e gerais, mas nada a mais. Não havia aparência de engano, nem indicação de que ao pronunciar suas predições com relação a eventos futuros, tivessem alguma idéia de prudência ou dúvida tocante a veracidade do que haviam predito. Um dos principais líderes desta igreja foi George Fox, que pregou uma mensagem sobre a nova era do Espírito Santo, ele em seu diário, diz o seguinte: No ano de 1648, enquanto estava sentado na casa de um amigo em Notinghamshire (porque desta vez o poder de Deus tinha aberto os corações de alguns para receber a Palavra de vida e de reconciliação), vi que havia uma grande fenda que passava por toda a terra, e um grande humo iba a medida que a fenda se abria caminho; depois da fenda, ocorria um grande terremoto. Esta era a terra que havia nos corações das pessoas, a qual tinha que ser sacudida antes que a semente de Deus fora levantada da tumba. E assim sucedia: pois o poder de Deus começou a sacudi-los e grandes ministrações de adoração eram conduzidas, de tal maneira, que poderosas obras do Todo-Poderoso eram realizadas entre os crentes para o assombro, tanto das gentes como dos sacerdotes.

George Fox

Quando os cristãos hussitas foram perseguidos na Boêmia, encontraram em Dresden, Alemanha um refúgio no qual podiam procurar a Deus. Em 1727 o conde Ludwig Graf de Zinzendorf começou a organizar aos crentes desta corrente cristã em uma única igreja. Durante o mês de julho criou reuniões e vigílias de oração com os jovens, posteriormente encontrou um livro chamado Ratio Disciplinae o qual relatava como a igreja de Irineu se unia para buscar a presença de Deus. “Os morávios dizem que o Espírito desceu sobre eles, e grandes sinais e maravilhas foram realizadas entre os irmãos naqueles dias, prevalecendo uma maravilhosa graça entre si, e em todo o país.”

John Wesley ministro anglicano e pai da igreja Metodista registra muitas histórias extraordinárias em seus diários, tais como a cura de pessoas, de animais, e do poder do Espírito Santo através da oração.

O Grande Despertamento foi um fenômeno espiritual que impactou a Inglaterra e Estados Unidos entre os anos 1735 e 1750. Durante este período teve grandes pregadores que influenciaram o pentecostalismo moderno.

George Whitefield 1714-1770. Ministro que aos 21 anos foi ordenado para pregar na Inglaterra. Chegou aos Estados Unidos por mais de 9 ocasiões ensinando desde a Georgia até a Nova Inglaterra.

Jonathan Edwards 1703-1758. Aos seus 19 anos começou a pregar numa igreja em Nova Iorque, depois foi ministro numa igreja de Yale e em 1726 foi pastor associado da igreja de Northampton, Massachusetts, donde seria pastor por mais de 25 anos, sendo uma das pessoas mais importantes do Grande Despertamento. Se diz que quando foi pregar em uma vila, as tabernas quebraram vazias e durante seus cultos ou reuniões, as pessoas gemiam e choravam devido as pregações.

Charles Finney 1792-1875. Foi um ministro proeminente e representativo dessa época, realizava grandes atividades evangelísticas. Implementava práticas metodistas dentro de igrejas presbiterianas e congregacionalistas. Pregava pontos wesleyanos como a santificação, e a perfeição cristã dada unicamente pelo Espírito Santo.

Dwight L. Moody 1875. Ministro que pregava na cidade de Chicago e de Nova Iorque, mencionou numa ocasião que tinha uma especial investidura de poder do alto, um batismo claro e inequívoco do Espírito Santo. O Movimento de Santidade foi um movimento que dava muita ênfase que nesta vida presente pela fé, é possível obter a inteira santificação, ou perfeição cristã através do Espírito Santo. A partir de 1840 se iniciou a pregar sobre o batismo no Espírito Santo, seu principal contribuidor foi John Morgan, o qual escreveu: "O dom do Espírito Santo, em sua plenitude pentecostal, não devia restringir-se a igreja apostólica; é o privilégio compartilhado por todos os crentes. Kittim Silva comenta que no ano de 1894 uns cem crentes foram batizados com o Espírito Santo na Carolina do Norte, falando em novas línguas. Eles pertenciam a um grupo religioso chamado União Cristã, Igreja da Santidade e em 1907 mudaram para Igreja de Deus. Esta igreja é conhecida como Igreja de Deus de Cleveland, por ser o lugar donde adquiriu mais força.

Pentecostalismo Clássico

O Pentecostalismo clássico é o que começou em 1901 entre cristãos que se reuniam na rua Azusa em Los Angeles, EUA e simultaneamente em vários outros lugares na América do Norte. É a maior corrente pentecostal entre todas as demais, pois está conformada por organizações religiosas que se formaram naqueles anos e mantém manifestações espirituais e doutrinas similares. Dentro do pentecostalismo clássico norte-americano existem três orientações principais: Santidade-Wesleyana, Vida Superior e Unitários. Exemplos de denominações wesleyanas de santidade inclui a Igreja de Deus em Cristo (IDC) e a Igreja Pentecostal Internacional de Santidade (IPIS). A Igreja do Evangelho Quadrangular é um exemplo do ramo Vida Superior, enquanto as Assembléias de Deus (AD) foi influenciada pelos dois grupos. Algumas igrejas unitárias inclui a Igreja Internacional Pentecostal Unida (IPU), Assembleia Pentecostal do Mundo (APM), e Assembléias do Senhor Jesus Cristo (ASJC). Muitas igrejas pentecostais são afiliadas com a Conferência Mundial Pentecostal. O pentecostalismo reivindica cerca de 588 milhões de adeptos no mundo inteiro. [13] [Para ler mais, visite o site da Wikpedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pentecostalismo ].


SINÓPSE DO TÓPICO (3)

O Batismo com o Espírito Santo não é modismo, pelo contrário, é uma promessa feita pelo Pai, confirmada pelo Filho e manifestada pelo Divino Consolador.



IV. OS OBJETIVOS DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


O batismo no Espírito Santo outorga ao crente ousadia e poder celestial para este realizar grandes obras em nome de Cristo e ter uma maior eficácia no seu testemunho e pregação (At 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder (Gr. Dunamis: Virtude) não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7). O batismo no Espírito Santo também outorga mensagens proféticas e louvores (At 2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15); maior sensibilidade contra o pecado que entristece o Espírito Santo, uma maior busca da retidão e uma percepção mais profunda do juízo divino contra a impiedade (Jo 16.8; At 1.8); uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33); visões da parte do Espírito (At 2.17); manifestação dos vários dons do Espírito Santo (1Co 12.4-10); maior desejo de orar e interceder (At 2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26); maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42) e uma convicção cada vez maior de Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6) [14].

1. Poder e unção a fim de proclamar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. O termo original para virtude é dunamis, que significa poder real; poder em ação. Esse é o propósito principal do batismo no Espírito Santo, o recebimento de virtude para testemunhar de Cristo com intrepidez, sem temer oposição. Sua finalidade é que Cristo seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus. Esse ‘Poder’ significa mais do que força ou capacidade; é o próprio Consolador em operação, em ação através do crente. O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal de Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio Jesus Cristo resulta num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradar nosso Salvador.

2. Reverência diante das coisas de Deus. O batismo no Espírito Santo outorga aos crentes o desejo de separação dos conceitos materialistas prevalecentes no mundo, bem como de suas práticas (At 2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl 1.4; 1 Jo 2.15,16). Haverá sofrimento e aflição por causa do mundo e dos seus costumes (At 4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22).

3. A experimentação da plenitude espiritual. A plenitude do Espírito Santo recebida no dia de Pentecoste significou o início do cumprimento da promessa de Deus em Jl 2.28,29, de derramar seu Espírito sobre todo o seu povo nos tempos do fim (At 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; Jl 2.28,29). Os discípulos foram do alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os capacitou a testemunhar de Cristo, a produzir nos perdidos grande convicção no tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento divino, e a desviá-los do pecado para a salvação em Cristo. O batismo com o Espírito Santo é uma bênção celestial necessária aos cristãos que desejam ter uma vida vitoriosa. Por isso, quem ainda não o recebeu deve orar insistentemente, pois Deus não faz acepção de pessoas e esta promessa é para todos os homens.


SINÓPSE DO TÓPICO (4)

O batismo com o Espírito Santo permite o crente obter poder e unção para proclamar o Evangelho de Cristo, reverência diante das coisas de Deus e a experiência de uma plena espiritualidade.



(III. CONCLUSÃO)


A promessa do batismo no Espírito Santo diz respeito, principalmente, aos ‘últimos dias’, e não à era dos apóstolos. Além disso, Pedro, ao citar o profeta Joel, substituiu a expressão ‘derramarei o meu Espírito’ por ‘derramarei do meu Espírito’. Esta mudança aponta para o marco inicial da Dispensação do Espírito Santo, e que a efusão do Espírito seria na sua plenitude nos ‘últimos dias’, estes mesmos da nossa geração! Sendo uma promessa bíblica, o batismo no Espírito Santo está a disposição daquele que o quizer buscar. Não há uma fórmula mágica para a sua obtenção, entretanto, todos os que o buscam precisam ter sede (Is 44.1), ser nascido de novo (Jo 3.3), pois o Espírito só é dado à Sua Igreja (Jo 14.17). É uma promessa contemporânea e que não deve ser ignorada por nenhum cristão, “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quanto Deus, o nosso Senhor, chamar“(At 2.39).



APLICAÇÃO PESSOAL


Emoção não é a base da vida. O justo vive pela fé, não pela emoção. As Escrituras ensinam que o crente deve examinar e provar tudo o que se apresenta como sendo da parte de Deus (1Ts 5.21; cf. 1Co 14.29). “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus” (1Jo 4.1). Fé (do Latim fides, fidelidade e do Grego pistia) é a firme convicção de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta idéia ou fonte de transmissão. O batismo no Espírito é para todos que professam sua fé em Cristo; que nasceram de novo, e, assim, receberam o Espírito Santo para neles habitar. Note que o autêntico batismo no Espírito Santo levará a pessoa a amar, exaltar e glorificar a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo mais do que antes (Jo 16.13,14; At 2.11,36; 10.44-46). O batismo no Espírito, portanto, conduz o crente a um relacionamento com o Espírito, que deve ser renovado (At 4.31) e conservado (Ef 5.18).

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